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domingo, 25 de outubro de 2015

ESTUDOS BÍBLICOS - A ORIGEM HISTÓRICA DA BÍBLIA


A ORIGEM HISTÓRICA
DA BÍBLIA
    


Escritura Sagrada recebe o tí­tulo de Bíblia, palavra grega que significa “livros”, devido ela reunir um conjunto de livros inspirados, chamados livros ca­nônicos.
“Cânon bíblico”, o que é? Câ­non é uma palavra latina que sig­nifica “modelo”. O termo latino é derivado do grego kanon, de “cana”, instrumento de medida usado nos tempos bíblicos no lu­gar do nosso “metro” hoje.
O cânon bíblico, portanto, “e a lista dos livros inspirados que formam a Bíblia, os quais dão testemunho autorizado da revela­ção de Deus, servindo como nor­ma de procedimento cristão, e como critério ou régua, através dos quais se mede e julga correto e justo um pensamento ou dou­trina (Gál. 6:16; II Tim. 3:16).”
—Dicionário de Teologia Fundamen­tal, págs. 122 e 123. Editora Vozes e Santuário, edição 1994.
Os livros inspirados, como ex­pressão da Palavra de Deus, que formam o canon bíblico original, como regra de fé e doutrina, são 39 da Escritura hebraica do Anti­go Testamento, e 27 do Novo Tes­tamento, totalizando os 66 livros canônicos, que como verdades infalíveis e eternas, possuem au­toridade final.

Livros não inspirados
As Bíblias que contém sete livros a mais, foram extraídas da “Bíblia grega”, ou “Septuaginta”, traduzida da Bíblia hebraica para o grego no ano 250 a.C., quando então foram incluídos outros sete livros, que não faziam parte dos Li­vros inspirados da Bíblia hebraica original, que são: Tobias, Judith, I e II Macabeus, Sabedoria, Eclesiás­tico e Baruc. Frei Mauro Strabeli, Bíblia, perguntas que o povo faz, págs. 16 e 17. Edição Paulinas.
Naquela época, a Grécia domi­nava o mundo e foi o rei Ptolo­meu Filadelfo, do Egito, que orde­nou a tradução da Septuaginta. Provavelmente os sete livros fo­ram anexados a ela, a pedido dele, na ocasião ou posteriormente.
Porque esses sete livros não de­vem ser aceitos como inspirados ou canônicos:
1. Como lembra o Frei Mauro Strabeli, “a Escritura do Velho Testamento, considerada como original, é a Bíblia hebraica, cujos livros foram aceitos como ‘canô­nicos’ de início e sem nenhuma discussão”. Ibidem, pág. 16.
2.  Esses livros não foram escritos por profetas, pois era uma épo­ca de interrupção na sucessão pro­fética. Por isso, só os 39 livros eram considerados divinos ou inspira­dos, argumenta o respeitado histo­riador judeu Flávio Josefo, nascido pouco depois da morte de Cristo. -Resposta a Ápíon, Livro 1, 8.
3. Segundo Josefo, o cânon do Antigo Testamento com 39 livros, foi fechado entre 465 e 425 a.C. E no ano 90 d.C, o concílio judai­co de Jamnia analisou os demais sete livros, mas os rejeitou”. Res­postas Aquelas Perguntas, pág. 53. Editora Candeias.
4. Além dos sete livros não fa­zerem parte do cânon bíblico ori­ginal, eles só foram considerados como inspirados pela Igreja Cató­lica no Concílio de Trento, em 8 de abril de 1546, sendo chama­dos deuterocanônicos [ou canôni­cos de segunda época]. Dicioná­rio de Teologia Fundamental, pág. 124. Editora Vozes, edição de 1994. A Igreja Católica oficiali­zou-os, objetivando deter o movi­mento de Reforma Protestante.

“Jesus e os apóstolos só usaram os 39 livros hebraicos originais.”
5. Os judeus, aos quais Deus confiou no passado a guarda das Escrituras e Seus oráculos (Rom. 3:2), “só aceitam como inspirados o cânon hebraico de 39 livros. Eles rejeitam os sete livros tidos como deuterocanônicos.” - Bíblia do Pontifício de Roma, pág. 6.
6. Jesus e os apóstolos só usa­ram os 39 livros hebraicos origi­nais, pois eles citaram 1.378 ve­zes o Antigo Testamento, mas ne­nhuma só vez os sete livros. Por­tanto, o escritor Josefo estava cer­to ao afirmar: “Só temos 39 li­vros, os quais temos justa razão para crermos que são divinos. Res posta a Ápio, livro 1, 8.
7. A igreja cristã primitiva os re­jeitou como inspirados e canôni­cos, permitindo que fossem lidos só como livros de edificação histó­rica. Manual Bíblico, pág. 358.
8. Os Pais da igreja, tais como Atanásio, Gregório, Hilário, Rufi­no e Jerônimo, adotaram o cânon dos 39 livros hebraicos. Bíblia do Pontifício de Roma, pág. 6.
9.  Jerônimo, que traduziu a Bí­blia hebraica para o latim, entre 382 e 404 d.C. - a chamada Vul­gata Latina tornou-se
um defensor do cânon restrito dos 39 livros he­braicos, e só traduziu o li­vro não inspirado de To­bias para a Bíblia “Vulgata” por ordem dos bispos. Dicionário de Teologia Fundamental, pág. 124. Editora Vozes.
10.  Eles ensinam erros doutri­nários e históricos conforme a ex­posição abaixo:

Tais erros e contradições reve­lam que esses sete livros não pas­sam no imbatível teste de “inspira­ção bíblica”, dos livros sagrados e canônicos, inseridos na “Consti­tuição dogmática da fé católica”, no Concílio Vaticano I, que assim diz: “Os livros da Bíblia, a Igreja re­puta-os sagrados e canônicos, não porque tenham recebido por ela (a Igreja), aprovação ou autoridade:  nem somente porque contêm a re­velação sem mistura de erros, mas sim porque, tendo sido escritos sob a inspiração do Espírito Santo, tem como autor o próprio Deus, e como tais foram dados a sua Igre­ja.” Bíblia Traduzida pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma, pág. 6.
Diante dessa declaração, não podemos dizer que esses sete li­vros são inspirados e canônicos, porque a Igreja Católica os decla­rou, pois ela própria diz que não é a igreja que os qualifica como inspirados e canônicos. E se dis­sermos que tais livros são inspira­dos pelo Espírito Santo, tendo como autor o próprio Deus, esta­remos admitindo que Deus Pai e o Espírito Santo são autores de er­ros e contradições!

A prova final, que esses sete li­vros não são inspirados, é que seus autores nunca reclamaram inspi­ração para eles, e, além de Maca­beus afirmar que não havia profe­ta em seu tempo (1 Mac. 4:46; 9:27; 14:41), ele encerrou seu livro confessando sua incapacidade para expô-lo, ao assim se descul­par: “Se minha narração está im­perfeita e medíocre, é que eu não pude fazer melhor” (II Mac. 2:24; 15:38 e 39). “Jerôni­mo, o tradutor da Vulgata, chamou a es­ses sete livros de apó­crífos, que significa ocultos, secretos, es­condidos ou não ins­pirados.” Introdução Geral à Bíblia, pág. 88.
Os sete livros apó­crifos são apenas de valor histórico e lite­rário. Portanto, só de­vemos aceitar como inspirados os 66 li­vros canônicos, como regras de fé e doutrina (II Ped. 1:21).

Alguns erros ensinados pelos sete livros não inspiradosque                              Livros canônicos                 se chocam frontalmente com os 66 livros canônicos da Bíblia                         ou Escritura

  1. Narração de anjo mentindo sobre sua origem. Tobias 5:1-19                              Isa. 63:8;   Osé. 4:2
  2. Diz que se deve negar o pão aos ímpios. Eclesiástico 12:4-6                               Prov. 25:21-22
  3. Uma mulher jejuando toda a sua vida. Judith 8:5-6                                              Mat. 4:1-2
  4. Deus dá espada para Simeão matar siquemitas. Judith 9:2                                   Gên. 34:30; 49:5-7
  5. Dar esmola purifica do pecado. Tobias 12:9; Eclesiástico 3:30                            I Ped. 1:18-19
  6. Queimar fígado de peixe expulsa demônios. Tobias 6:6-8                                    Atos 16:18
  7. Nabucodonozor foi rei da Assíria, em Nínive. Judith 1:1                                      Daniel 1:1
  8. Honrar o pai traz o  perdão dos pecados. Eclesiástico 3:3                                     I Ped. 1:18-19
  9. Ensino de magia e superstição. Tobias 2:9 e 10; 6:5-8; 11:7-16                           Tia.5:14-16
10. Antíoco morre de três maneiras. I Macabeus 6:16; II Macabeus 1:16; 9:28         Isa.63:8; Mat.5:37
11. Recomenda a oferta pelos mortos. II Macabeus 12: 42-45                                    Ecl. 9:5-6
12. Ensino do purgatório ou imortalidade da alma. Sabedoria 3:14                            I João1:7;Heb.9:27
13. O suicídio é justificado e louvado. II Macabeus 14:41-46                                     Êxo.20:13

Revista do Ãncião, nov-dez 2001

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