FÉ E OBRAS
Pedro Apolinário
Prof. De Grego e Crítica Textual do
Seminário Adventista Latino Americano de
Teologia
Explicação de Textos Difíceis da
Bíblia - 4a. Edição –
Corrigida – 1990
Para boa
compreensão de qualquer assunto é necessário definir palavras para ter noções
exatas do seu significado.
Que é fé?
Dentre tantas
definições coligidas estas se avultam por sua expressividade:
“A fé é um ato
pelo qual o homem se entrega a Deus.” Bíblia
de Jerusalém, pág. 1472.
Conservando a
idéia anterior, mas usando outras palavras:
é a completa entrega da nossa vida aos cuidados de Deus.
“Fé é a reação
do homem diante de uma ação de Deus.” Meditações
Matinais 6-5-1981.
Em Romanos 12:
3 Paulo nos lembra que a fé constitui um dom concedido a cada pessoa.
Sua definição
real segundo o sentido que Jesus lhe deu é: confiança.
Assim a
definiu Ellen G. White: “A fé é a confiança em Deus, ou seja a crença de que
ele nos ama e conhece perfeitamente o que é para o nosso bem.” Educação, pág. 253.
“Fé salvadora
é uma transação, mediante a qual, os que recebem a Cristo se ligam em concerto
com Deus.” Obreiros Evangélicos, pág. 261.
E a atitude de
completa confiança em Cristo, de dependência exclusiva dele e ainda o abandono
pelo homem de toda a confiança em seus próprios esforços para obter a salvação.
O Novo Dicionário da Bíblia, editado em
português por A. P. Shedd, vol. II, pág. 609, explica o que é fé.
“Fé significa
lançar-se sem reservas nas mãos misericordiosas de Deus.”
Fé significa
apegar-se ás promessas de Deus em Cristo, dependendo inteiramente da obra
terminada de Cristo referente à salvação.
Fé implica em
completa dependência de Deus e plena obediência ao Senhor.
Fé é o ato de
entrarmos numa relação de concerto com Deus.
Cristo deu à fé
um valor importante na salvação, como nos mostram as passagens de Mat. 15: 28 e
Luc. 7:50.
Fé no Velho Testamento
A palavra é encontrada apenas duas vezes. Deut. 32: 20 e Habacuque 2:4
(hebraico emun e emunah).
Seria seu exíguo emprego o desprestígio da fé, no Velho Testamento? Não.
Embora a palavra seja pouco freqüente, a idéia de fé é salientada por vocábulos
que transmitem o mesmo sentido, tais como: crer, confiar, esperar, que ocorrem
em abundância.
Mesmo nestas duas passagens, os comentaristas acham que os termos hebraicos
mais significam lealdade, perseverança, fidelidade, do que fé.
Emunah era confiança em Deus (YHWH). Para Paulo, fé (pistes) é confiança em
Cristo.
Fé em o Novo Testamento
No Novo Testamento, a fé é altamente preeminente, porque agora Cristo se
tornou muito mais real.
O substantivo pistis (fé) aparece 243 vezes; o verbo pisteuo (exercer fé,
crer, confiar) se encontra 241 vezes, enquanto o adjetivo pistos = fiel, ocorre 67 vezes.
Salvação e Boas Obras
Boas obras podem ser definidas assim: obediência às leis de Deus,
prestar-lhe adoração, levar uma vida santa, praticar a caridade, visando
granjear méritos para a salvação. Nas palavras de Paulo seriam as “obras da
lei”.
Biblicamente, ou de acordo com Tiago, a pessoa justificada diante de Deus
deve pôr em ação a sua fé, realizando boas obras. Teologicamente nós as
chamaríamos obras da fé, da graça ou do amor.
A salvação não é o fruto das boas obras.
Por mais significativas que sejam nossas boas obras elas não podem desfazer
os nossos pecados, porém, ao aceitar a Cristo desejamos fazer o bem.
Ellen G. White comentando Rom. 3:20 e 21 disse:
“Que ninguém assuma a restrita e mesquinha posição de que qualquer das
obras do homem possa ajudar de alguma maneira a saldar a dívida de sua
transgressão. Este é um engano fatal.”
“Entende-se este assunto tão vagamente que milhares e milhares de pessoas
que pretendem ser filhos de Deus são filhos de Satanás, devido a confiarem em
suas próprias obras. Deus exigiu boas obras, a lei as reclama, mas como o homem
se colocou em pecado, onde suas boas obras eram destituídas de valor, somente a
justiça de Deus pode valer.”
“Tudo o que o homem pode fazer, concernente à sua própria salvação, é
aceitar o convite: Quem quiser tome de graça da água da vida.” The SDA
Bible Commentary, vol. 6,
pág. 1071.
O homem sempre comete um erro em religião quando transforma meios em fins.
Jejum, oração, ir à igreja, guardar o sábado, praticar boas obras não são
fins, mas meios que nos ajudam na vida espiritual.
Se nossas obras nos garantissem a salvação privaríamos a Cristo de ser
nosso medianeiro, nosso salvador.
Qual a Posição Adventista Sobre Fé e Obras?
“Dentre as nossas crenças fundamentais, com os cristãos conservadores e os
credos protestantes históricos, cremos:”
“Que a salvação por meio de Cristo é pela graça somente, pela fé em seu
sangue. Que o homem é justificado pela fé.” Question on Doctrine, pág. 22.
Nossa crença está fundamentada em Rom. 3: 28. “Concluímos, pois, que o
homem é justificado pela fé, independentemente das obras da lei.” O verso 27 de
Rom. 3, torna claro, que se o homem fosse justificado pelas obras, ele teria
razões para se vangloriar, mas sendo justificado porque Jesus é o objeto de sua
fé, então todo o crédito pertence a Deus. E. G. White, com muita propriedade,
nos ensina que toda a glória pertence a Deus, ao definir justificação da
seguinte maneira: “É a obra de Deus
ao lançar a glória do homem no pó e fazer pelo homem aquilo que ele por si
mesmo não pode fazer.” Testemunhos para
Ministros, pág. 456.
“Ser justificado sem obras significa ser justificado sem que haja qualquer
mérito de nossa parte na justificação.” SOA
BC, vol.6,pág. 509.
A mensageira deste movimento muito escreveu sobre a relação entre fé e
obras. Eis uma de suas declarações:
“As obras jamais nos salvarão; é o mérito de Cristo que tem eficácia. Por
meio da fé nele, Cristo torna todos os nossos imperfeitos esforços aceitáveis a
Deus. A fé que devemos ter não é a fé inoperante; a fé salvadora é a que opera
por amor e purifica a alma”.
Signs of the Times, 16-6-1890 .
Se a pessoa não é salva por meio de obras, muitos concluem então que não há
necessidade de praticar boas obras. É necessário fazer bem claro a diferença entre fazer obras visando alcançar
a salvação e praticar obras porque a pessoa foi salva. No primeiro
caso, boas obras são causa ou meio de salvação - no segundo as boas obras são o
resultado, os frutos daquele que nasceu de novo.
Lutero e as Boas Obras
Lutero foi um homem extraordinário, levantado por Deus para combater as
trevas espirituais, que se alastravam pelo mundo em conseqüência de ensinos não
sancionados pelas Escrituras. Entre estes falsos ensinos se encontrava a
importância que a Igreja Católica deu às obras no plano da salvação. Sentencia
ela: O Homem é salvo pela fé e pelas obras. Para ela as obras estão em pé de
igualdade com o sacrifício de Cristo na cruz do Calvário. A igreja fez uma
grande confusão de “meios” e “fins”. Se as obras salvassem, os homens teriam do
que se gloriar e por seu intermédio alcançariam o céu. Jesus Cristo é o único
caminho para o céu. As obras, nunca foram meios de salvação.
O Pai da Reforma combateu tenazmente o ensino católico, mas como homem
sujeito a falhas e imperfeições foi a outro extremo anulando totalmente as
obras.
Ensinava ele: exaltemos a fé e a fé somente. Nada de obras, nem para a
salvação (aqui ele estava bem certo), nem para o salvo (nesta afirmação ele
estava errado, porque é contrária ao ensino bíblico).
Ele descobrira, pelo estudo de Romanos e Efésios, que a justificação é
independente das obras (Romanos 3: 21 a 31; Efésios2:8 e9).
Lutero, não compreendendo bem que as boas obras são o .efeito e não a causa
da nossa salvação, não soube harmonizar Paulo com Tiago.
Escudado em Paulo, que é o grande teólogo do Novo Testamento, concluiu que
a salvação era independente das obras, como declara ele em Rom. 3: 24 e Efés.
2: 8-9; por isso não podia aceitar o que Tiago afirmava no capítulo 2 verso 24.
Chegou a ser impiedoso para com Tiago, chamando a sua carta de Epístola de
Palha, afirmando ainda que daria seu barrete de doutor a quem pudesse
harmonizar Paulo e Tiago.
E bom saber que somos salvos:
a) Pela graça — é a fonte.
Rom. 3:24; Efés. 2:8.
b) Pelo
sangue —
é o meio. Rom. 5:9.
c) Pela
fé — é o método. Rom. 5:1.
d) Pelas
obras — são os frutos, as evidências. Tiago 2: 24.
O Crente e as Obras
O crente não pratica boas
obras para ser salvo, porém está salvo pela fé em Cristo, por isso as pratica.
Enéas Togníni no livro O Cristão e
as Obras, página 20, nos
apresenta esta importante verdade:
“Em Efésios 2: 8, Paulo, pelo Espírito Santo, diz: ‘Pela graça sois salvos
mediante a fé... Nesta maravilhosa escritura temos as duas partes envolvidas no plano da salvação:
Deus e o homem. Da parte de Deus é a Graça... Graça é favor de Deus, presente
de Deus. A Mão de Deus está estendida para o homem com o presente eterno, que é
Jesus. O Salvador lhe é oferecido inteiramente de graça, isto é, sem dinheiro e
sem preço. A parte do homem é a Fé. O homem estende a sua mão e recebe de Deus
o presente que é Jesus. E nesse ato de Deus dar e o homem receber, consumou-se
a salvação.”
A parte do homem é apenas dizer sim eu aceito o
sacrifício que Cristo fez por mim, eu creio, isto é fé.
As boas obras são condenadas quando praticadas visando à salvação, porém,
são necessárias e aceitas por Deus como resultado da salvação que Cristo nos
oferece gratuitamente.
As Escrituras aconselham a prática das boas obras quando realizadas com o
Espírito de Cristo — obras da fé,
da graça ou do amor.
Os textos bíblicos exaltadores das boas obras são abundantes:
a) Salmo
90: 17 “... Confirma sobre nós as obras das nossas mãos.”
b) Prov.
10:16. “A obra do justo conduz à vida.”
c) Ecles.
12: 14. “Porque Deus há de trazer a juízo todas as obras até as que estão
escondidas, quer sejam boas, quer sejam más.”
As seguintes passagens de Paulo são a comprovação máxima de que ele
esperava que os crentes praticassem boas obras como frutos da salvação.
d) Tito
2: 7. “Torna-te, pessoalmente, padrão de boas obras”
e) Col.
1: 10. “...frutificando em toda a
boa obra.”
f) I Tim. 6: 18. Que pratiquem o bem, sejam ricos
de boas obras.
g) Efés.
2: 10. “Pois somos feitura dele, criados em Cristo para as boas obras.”
h) Atos
9: 36. “Tabita era notável pelas boas obras que fazia.”
i)
Apoc. 2:10. “Conheço as tuas
obras.”
j)
Mat. 21:18-20. A condenação da figueira que não produzia frutos é a
prova máxima do desejo de Cristo que seus filhos produzam boas obras.
“Devemos ter receio de uma religião em que as pessoas simplesmente se
assentam, esperam e não fazem nada.” Meditações
Matinais. 14-7-1981.
A fé e as obras são coisas
excelentes, mas cada uma no lugar que a Bíblia lhe destina no plano da
salvação.
Após a Associação Geral de Mineápolis (1888), declarou E.G.White que as
pessoas estavam em “grande perigo de adotar conceitos errôneos sobre a fé e as
obras” (ms. 23, 1891), em virtude do estudo da Justificação pela Fé, que muitos
aceitaram, outros assumiram posição neutra, mas alguns a rejeitaram. Visando orientar a Igreja ela escreveu
artigos e proferiu sermões esclarecedores. Dezoito deles estão reunidos no
opúsculo: Fé e Obras.
Paulo e Tiago se Harmonizam
Os críticos da Palavra de Deus chegam a afirmar que a Bíblia entra em
contradição consigo mesmo, no tocante à fé e às obras. Parece haver contradição
entre Paulo e Tiago neste sentido se compararmos Rom. 3. 4 e Gál. 3 com Tiago
2. O estudo cuidadoso dos escritos dos dois nos comprova que não há nenhuma incoerência
entre ambos à luz dos princípios exegéticos. Uma análise serena nos leva à
conclusão de que há perfeita harmonia entre os dois.
Os passos seguintes nos ajudarão a equacionar o problema enfrentado por
Lutero e por muitos estudiosos da Bíblia.
1o.) Fazer um confronto entre as passagens aparentemente
conflitantes, isto é, colocá-las uma ao lado da outra: Rom. 3: 20-31; Gál.
3:6-14 e Tiago 2:14-26.
2o.) A leitura atenta dessas porções, especialmente no Novo Testamento Vivo é suficiente para
esclarecer o sentido.
3o.) O estudo do contexto das epístolas é valioso para ampliar a
nossa compreensão.
Tiago se dirige a Judeus (1: 1) “às doze tribos que se encontram na
Dispersão”. Eram cristãos ou crentes em Cristo. No capítulo 2 ele os chama 4
vezes de irmãos (versos 1. 5, 14 e 15). Se eram crentes já tinham a Cristo no coração. Sendo
crentes não iam fazer obras para alcançar a salvação, apenas deviam praticá-las
para provar que eram crentes. Eles afirmavam ter fé, mas Tiago a chama de “morta”,
porque não a evidenciavam nas obras.
Paulo escreveu aos Gálatas, porque os membros das igrejas da Galácia,
influenciados por mestres judaizantes pensavam que adquiririam a salvação
cumprindo as obras e minúcias do judaísmo (Gál. 2:16; 3:1-6). Paulo torna claro
que ninguém poderia ser salvo por suas ações ou pela guarda da lei,
Em Romanos 3: 28 ele diz: “somos salvos pela fé em Cristo, e não pelas
obras boas que fazemos” (N. T. Vivo).
Tiago 2: 24: “Assim vocês vêem que a pessoa é aprovada por Deus por meio de
suas ações, e portanto, que um homem é salvo pelo que faz, como pelo que crê”. (1V. T.
Vivo).
Onde Paulo diz “fé”, Tiago
afirma “obras”. São contraditórios? Não.
Paulo está escrevendo para judeus que queriam alcançar a salvação guardando
preceitos da lei, fazendo as boas obras.
A pessoa é salva do pecado somente por Cristo. “Nada que vá além de Cristo” (Gál. 1: 9). Para o céu só há um
caminho, Cristo (João 14: 6); a salvação só é possível por Ele (Atos 4: 12);
Ele é o único mediador (I Tim. 2:5).
“A vida de Cristo que está no convertido terá que manifestar-se em obras,
não para viver, mas porque está vivo, não para se salvar, mas porque está
salvo. Paulo nunca combateu obras para o salvo, pelo contrário, estimulou-as
repetidamente. Paulo condenou,
e isso sim, obras como meio de salvação.” O
Cristão e as Obras, de Enéas Tognini, pág.
55.
Paulo e Tiago estavam no mesmo palco, de costas um para o outro, cada um
tratando com problemas específicos.
Paulo combatia o legalismo (o uso indevido da lei, o esforço para obter
méritos através de obras).
Tiago enfrentava o
problema do intelectualismo, pessoas que tinham uma fé na mente. Defendiam que
a fé, sem as obras, é suficiente.
Tiago diz a estes que eles não tinham fé, porque não a revelavam em obras
de amor.
Tiago não acredita em fé e obras, mas em fé que opera.
Paulo condena as obras da lei e Tiago defende as obras da fé, do amor ou da
graça.
Se o contexto indica que eles estão falando de obras diferentes, a
hermenêutica nos instrui que diferente deve ser a sua explicação.
Tognini no mesmo livro e mesma página já citados conclui:
“Se uma pessoa diz que crê em Jesus, prove isso realizando algo. Paulo
atenta para a causa da salvação, Tiago para os efeitos da mesma salvação: Paulo
fala em fé, Tiago em obras, ambos, porém, se referem à mesma salvação; fé que
produz obras e obras que provam a fé.”
O que mais intrigava a Lutero era que Paulo e Tiago defendiam suas
posições aparentemente contraditórias com o mesmo exemplo bíblico, o de Abraão.
Paulo afirma que o Patriarca foi justificado pela fé, sem qualquer obra de lei:
enquanto Tiago diz que Abraão foi justificado por obras, quando estava disposto
a oferecer o seu filho ao Senhor. Paulo olha para o ato da salvação, o momento
em que o Senhor entrou e possuiu o coração do Patriarca. Tiago, porém,
contempla o efeito dessa fé, que se
manifestou no oferecimento de Isaque no monte Moriá.
Enéas Tognini conclui de maneira feliz suas ponderações ao dizer:
“Paulo contempla a causa da salvação, que é a fé em Cristo. e Tiago o
efeito da mesma salvação que são as obras. Paulo não combateu as obras, nem
Tiago a fé. Cada uma delas é legitima em seu devido lugar”.
Em Gênesis 15 Abraão foi justificado pela fé (Paulo cita o verso 6), mas em
Gênesis 22, Deus justificou Abraão por suas obras, mas obras de fé.
Fé em ação é o que Tiago
nos apresenta no capítulo 2 de seu livro, ilustrando-a com a experiência de
Abraão relatada no capítulo do sacrifício.
Conclusões
“Que ninguém
diga que vossas obras nada têm que ver com vossa categoria e posição diante de
Deus. No juízo, a sentença pronunciada será de acordo com o que tenha sido
feito ou deixado de fazer.” Mensagens
Escolhidas, livro 1, pág. 381.
Como igreja
jamais depreciemos as boas obras, porque “a justiça de Cristo consiste em ações
corretas e boas obras provenientes de motivos puros e altruístas.” Testimonies, vol. 3, pág. 528.
É errado
pensar em Paulo enaltecendo a fé e apoucando as obras e julgar que Tiago exalta
as obras e minimiza a fé.
Paulo condena
as obras para a salvação, mas a exemplo de Tiago conclama os crentes, que
aceitaram a Cristo para as praticarem.
Fé e obras
longe de serem princípios contraditórios quando biblicamente compreendidas,
ambas são processos de salvacão, apenas dois lados de uma grande verdade que o
Espírito Santo nos ajuda a harmonizar.
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