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domingo, 3 de janeiro de 2016

ESTUDOS BÍBLICOS - É PRECISO OBEDECER PARA SER SALVO?




É preciso obedecer para
ser salvo?

por Francisco Lemos

O papel dos mandamentos na experiência cristã

Tolerância Zero. Esse foi o nome dado à complexa estratégia de contenção da violência em Nova Iorque. A operação inclui a presença ostensiva da policia. Os homens da lei são encontrados em todos os cantos, a pé, em patrulhas motorizadas, a cavalo e até de patins. O rigor absoluto fez a violência cair sensivelmente. Em seis anos, de 92 a 97, os assaltos diminuiram em 29%, o furto de carros em 23% e o número de homicídios em 28%.

Na verdade, essa e uma das versões da diretriz básica estabelecida nos Estados Unidos há oito anos: quem transgredir a lei deve ser encarcerado. Muitos são até acorrentados em campos de trabalho. Naquele país, para cada 100 mil habitantes, há 619 presos, vestidos com os antigos roupões listados. Em alguns pre­sídios, quem veste pijama verde é considerado inofensivo; o preto é para os perigosos e o vermelho para os fascínoras. A idéia é pegar os “peixes miúdos” para então avançar sobre os bandidos engravatados.

O  Tolerância Zero do prefeito Rudolph Giuliani é uma malha fina para transgressores de todos os tipos. Pequenos, médios e grandes infratores estão sob a mira da justiça. Mas quando pensa­mos nos mandamentos de Deus e na perspectiva dos desobedien­tes, sempre há muitas variantes. Há os que vêem os Dez Manda­mentos como uma peneira de malha espaçosa, suficiente para dei­xar passar tudo. Para esses os mandamentos não precisam ser obe­decidos na prática, porque Jesus morreu em lugar do pecador. Há também os que advogam uma peneira de malha extremamente fi­na, com exigências desumanas. Quem não obedece não tem salva­ção, restando ao transgressor o cárcere e a morte.

Essa malha fina está ligada a declarações bíblicas como: “Todo aquele que pratica o pecado também transgride a lei, porque o pecado é a transgressão da lei” (lª. João 3:4) e:  “A morte passou a to­dos os homens, porque todos pecaram” (Romanos 5:12). Tanto no comportamento moral quanto no espiritual, a letra da lei, a deso­bediência e a morte estão intimamente relacionadas, a ponto de estabelecerem um tipo de fatalidade:  quem desobedece morre e quem obedece vive,

TOLERÂNCIA MIL


Você já pensou no que aconteceria se Deus praticasse o Tole­rância Zero do prefeito americano? Para escapar viveríamos sob uma pressão que certamente nos deixaria atormentados, preocu­pados e em vigília 24 horas. Seria impossível suportar tal carga. O ser humano não tem essa capacidade, sob pena de se tornar infe­liz e miserável. Isso não salva a ninguém e Deus o sabe.
O  Criador do homem tomou providências para ajudar aos Seus filhos, “Se, pela ofensa de um e por meio de um só, reinou a morte, muito mais os que recebem a abundância da graça e o dom da justiça reinarão em vida por meio de um só, a saber, Jesus Cris­to” (Romanos 5:17). A desobediência à lei de Deus só tem um re­sultado: a condenação. A corrente é o prêmio. Jesus Cristo é a estratégia de Deus para salvar o homem dessa morte. A única saída para o transgressor, e todos são, é a justiça de Deus mediante a fé em Cristo: “Visto que a justiça de Deus se revela no evangelho, de fé em fé, como está escrito:  o justo viverá por fé” (Romanos 1:17; ver também 3:21 e 22).
A letra da lei é “tolerância zero”, o evangelho é “tolerância mil”;  é salvação e justificação. Entretanto, ambos estão unidos e fa­zem parte do plano único de Deus para salvar o homem. A lei e o evangelho se harmonizam nesse plano. “Anulamos, pois, a lei, pela fé? Não, de maneira nenhuma! Antes, confirmamos a lei” (Roma­nos 3:31) Ambos, lei e evangelho são bons e foram originados em Deus, O amor é a liga que os une. O que dificulta essa compreen­são é o fato de o homem, como pecador, não conseguir entender, sozinho, o plano de Deus para sua salvação. É preciso que um po­der externo, o Espírito Santo, o convença.
Quando uma pessoa entende a oferta gratuita da justiça divi­na feita por meio de Cristo; quando recebe a justiça do evangelho e se sente justo; quando percebe o amor de Deus transcrito em Sua lei, ela nasce de novo e passa a ter uma nova atitude para com Deus e Seus mandamentos. Ela vê que recebeu tudo isso de gra­ça, sendo ainda transgressora e que não foi necessário primeiro guardar a lei para depois receber o dom da salvação.
Para dar o perdão, Deus não exige o cárcere com uma identifi­cação colorida: vermelho para o muito mau ou amarelo para o mais ou menos mau. Deus também não exige assepsia moral, mental, es­piritual ou física para isso. Na parábola do Filho Pródigo,Jesus mos­trou que Deus recebe Seus filhos como eles estão, sujos e andrajo­sos. A ação do filho da parábola foi corresponder ao abraço do pai. Depois, ao filho foram dadas vestes novas e um anel, símbolos de sua restauração e reintegração no lar paterno. Como o pai da pará­bola, Deus primeiro nos recebe. Só depois vem o banho, pois é im­possível estar com Ele e continuar a exalar o odor do pecado.

A OBEDIÊNCIA


A salvação pressupõe fé em Cristo, em Seus méritos, e não em nossos méritos. Na verdade, quando filamos de salvação não te­mos nenhum mérito a contabilizar, a não ser Cristo, A justificação não se baseia em nossos atos ou em nosso caráter, mas em Cristo, em Sua obediência “Porque, como pela desobediência de um só homem muitos se tornaram pecadores, assim também  por meio da obediência de um só, muitos se tomarão justos” (Romanos 5:19).
A atitude, porém, dos que recebem a Cristo como salvador, não é de hostilidade ao evangelho nem à lei de Seu pai. O medo é fruto da culpa e quem recebe perdão não é condenado, e toma-se uma pessoa feliz. Uma relação de gratidão se estabelece entre as partes, a que per­doou e a que recebeu o perdão.As boas obras das pessoas que nasce­iam de novo não são a causa de sua salvação, mas o resultado dela.
Podemos portanto dizer, que ninguém precisa obedecer os mandamentos de Deus pai-a ser salvo. E o contrário. Precisamos ser salvos para viver a bondade de Deus em nossos atos, pensa­mentos e relacionamentos. Quem recebe a salvação faz a vontade de Deus, incluindo aí a obediência aos Seus mandamentos.
Deus não é um justiceiro à caça de recompensa. Ele é nosso Pai. E como tal, não espera obediência sob constrangimento ou à base de vigilância e força, como acontece em Nova Iorque sob o Tolerância Zero. Para Deus, a obediência aos Seus mandamentos só agrega valor quando é fruto da gratidão. Era essa a inspiração de Davi, o salmista, ao dizer: “Eu tenho prazer em fazer a Tua von­tade, ó meu Deus! Guardo a Tua lei no meu coração” (Salmo 40:8, BLH). Sob esse prisma, o propósito dos mandamentos vem à tona: “A lei do Senhor é perfeita e restaura a alma; o testemunho do Se­nhor é fiel e dá sabedoria aos simples” (Salmo 19:7).




1. Estamos nós “debaixo da Lei” como meio de Salvação?
“Porque o pecado não terá domínio sobre vós; pois não estamos debaixo da lei e sim da graça” (Romanos 6:14)-
2.O cristão perdoado está livre para quebrar a Lei de Deus?
“E daí? Havemos de pecar porque não estamos debaixo da lei e sim da graça? De modo nenhum!” (Roma­nos 6:15).
3. De acordo com a Bíblia o que é pecado?
“Todo aquele Que pratica o pecado também transgride a lei, porque o pecado é a transgressão da lei” (1a. João 3:4)
4. Qual a relação que existe entre estar salvo e observar a Lei de Deus?
“Concluímos, pois, que o homem é Justificado pela fé, independentemente das obras da lei. É porventura, Deus somente dos judeus? Não o é também dos gentios? Sim, também dos gentios, visto que Deus é um só, o qual justificará, por fé, o circunciso e, mediante a fé, o incircunciso. Anulamos, pois, a lei pela fé? Não, de ma­neira nenhuma! Antes, confirmamos a lei” (Romanos 3:28 a 31).
5. Como Deus avalia aquele que aceita obedecer?
“Aquele que diz: Eu O conheço e não guarda os Seus mandamentos é mentiroso, e nele não está a verdade. Aquele, entretanto, que guarda a Sua Palavra, nele, verdadeiramente, tem sido aperfeiçoado o amor de Deus. Nisto sabemos que estamos nêle” (1 João 2:4).
6. Que dirá aquele que entregou-se sem reservas a Deus?
“Agrada-me fazer a Tua vontade, ó Deus meu; dentro do meu coração, está a Tua lei” (Salmo 40:8).
7. Qual o motivo que impulsiona a obediência?

“Se Me amais, guardareis os Meus mandamentos” (João 14:15).

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