JUSTI FICAÇÃO, SANTIFICAÇÃO E
GLORIFICAÇÃO
Importância do
assunto:
Este tema tem
que ver com a salvação, e nada é tão essencial na Bíblia quanto a nossa
redencão, Justificação, santificação e glorificação são três processos na
salvação do ser humano.
“A mensagem
presente, a justificação pela fé é a mensagem de Deus... Não há um em cem que compreenda a verdade bíblica
sobre este tema, tão necessário para o nosso bem-estar presente e eterno.”
“Isso, porém,
eu sei que nossas igrejas estio perecendo por falta de ensino sobre o assunto
da justiça pela fé em Cristo e verdades semelhantes.” 2
“A mensagem da justificação
pela fé: a mensagem de Deus, a mensagem da verdade, a mensagem que Deus ordenou
fosse dada ao mundo, a mensagem que leva as credenciais do céu é a
mensagem do terceiro anjo em
linhas distintas e claras.”
“Muitos que
professam crer na mensagem do terceiro anjo, perderam de vista a
justificação pela fé.”
“O tema central da Bíblia, o tema em redor do qual giram todos os outros no
livro, é o Plano da redenção, a restauração da imagem de Deus, na alma humana,
o empenho de cada livro e passagem da Bíblia é o desdobramento deste
maravilhoso tema.”
“A justificação pela fé, em seu mais amplo sentido, abrange todas as
verdades vitais, fundamentais do evangelho, a começar pela situação moral do
homem ao ser criado e implicações: seguem-se vinte e duas verdades embutidas
na iustificacão pela fé.” 6
A doutrina da justificação pela fé em Cristo, de capital importância para a
nossa salvação tem sido neutralizada por Satanás. Ela foi escondida durante
séculos pelas tradições romanas, mas graças aos reformadores, destacando-se
entre eles a figura ímpar de Lutero, ela foi revelada novamente.
A Igreja Adventista e a Justificação pela Fé
Nossa igreja, nos seus primórdios, correu o risco de entrar por sendas
legalistas, mas damos graças a Deus, porque Ele nos mostrou o caminho seguro
neste assunto. Este importante tema, estudado com interesse e entusiasmo pelos
pastores Jones e Waggoner, foi apresentado em 1888, na Assembléia da Associação
Geral de Mineápolis. Ele foi bem recebido pelo Presidente da Associação Geral
e por Ellen G. White. Uma intensa e constante campanha foi encetada para que
este ensino merecesse um lugar de destaque em nossos arraiais; contribuindo
muito para a divulgação destas idéias pregações e artigos da mensageira deste
movimento.
Alguns leigos
e mesmo obreiros como Uriah Smith, a princípio rejeitaram a doutrina da
justificação pela fé. temendo que estava havendo uma volta ao espírito das
igrejas protestantes de onde havíamos saído.
Muitos adventistas, naqueles idos, e ainda hoje, apegados ao insidioso
legalismo que ainda viceja em nossos arraiais, não podem ou não querem
compreender esta maravilhosa verdade, crendo que é uma doutrina antibíblica, iogo espúria,
característica do protestantismo.
Diante destas afirmativas a única conclusão segura é esta:
como igreja
precisamos compreender melhor este assunto, pregando mais sermões para que
nosso povo o compreenda com clareza e objetividade.
O que é Justificação?
“É a obra de Deus ao lançar a glória do homem por terra, e fazer pelo homem
o que não lhe é possível fazer em seu próprio poder.” 7
“A justificação é um ato da livre graça de Deus, mediante a qual Ele perdoa
todos os nossos pecados e nos aceita como justos aos seus olhos, baseado
somente na retidão de Cristo, a nós imputada, e recebida exclusivamente pela
fé.” 8
Ser justificado independentemente das obras é ser justificado sem contar
com qualquer coisa que mereça tal justificação.” Hodge.
“É a imputação divina da justiça de Cristo ao nosso nome individual.”
Justificação é uma parte do processo completo da salvação.
“A justificação é um ato declarativo de Deus. Este ato de declarar o homem justificado não é como o ato de Deus regenerando o homem. Na regeneração
efetua Deus uma mudança radical no homem, mas na justificação Ele declara,
apenas, apenas, que não pode mais condená-lo e o restaura à Sua graça. Deus não
faz o homem justo por declará-lo justificado. Uma das maiores
glórias do evangelho é esta doutrina, que Deus, o justíssimo entre todos, pode
justificar o injusto sem praticar injustiça.”
Caminho para Cristo explica o que é justificação da seguinte maneira:
“Se vos entregardes a Ele e O aceitardes como vosso Salvador, sereis, por pecaminosa que tenha sido a vossa
vida, considerados justos por Sua causa. O caráter de Cristo substituirá o
vosso caráter e sereis aceitos diante de Deus exatamente como se não
houvésseis pecado.”
Em outras palavras, assim poderia ser explicada: aceitando a Cristo como nosso Salvador pessoal, Deus nos
liberta de toda a culpa, cobre-nos com o manto da justiça de Cristo, em lugar dos farrapos da nossa justiça, vendo Deus em nós a perfeita e imaculada justiça de Seu Filho.
Justificar, segundo o pensamento da Reforma do século XVI, significa considerar justo e nunca tornar justo como defendia o catolicismo. A
igreja católica não considera a justificação como uma imputação legal da parte
de Deus, mas sim tornar-nos ou fazer-nos justos.
Da leitura de
Romanos 8: 33 e 34 se conclui que
justificar e condenar apresentam significação contráia. Se condenar é declarar
alguém culpado, justificar é declarar justo e não tornar ou fazer justo. O
livro Fé e Obras, pág. 94, de Ellen
G. White confirma este conceito ao declarar:
“Justificação
é o contrário de condenação.”
De modo geral, os comentaristas defendem que justificação é um ato
exclusivamente judicial. Josué de Oliveira no livro O Aspecto Jurídico da Justificaç5o insiste muito nesta tecla:
“Justificação não é um ato de graça, mas sim de justiça. Na página 16 escreveu:
“Justificação à luz da Bíblia é um vocábulo judiciário, por mostrar nossa
relação para com as sagradas leis do código divino à luz das quais os crentes
são julgados.”
O conhecido professor Hans K. La Rondelle esposa a mesma idéia ao declarar
sobre a justificação:
“Justificacão é a divina atribuição ou imputação da justiça de Cristo, a
crédito, perante Deus, do crente arrependido (Rom. 4: 4-8). Trata-se de
uma transação judicial de Cristo como mediador celeste, pela qual somos feitos
retos para com Deus e temos acesso ao coração do Pai (Rom. 5: 1-2) sendo, como
resultado imediato que o amor de Deus é derramado em nosso coração pelo Espíito
Santo que nos foi outorgado (Rom. 5: 5). Desse modo, sem qualquer mérito de
nossa parte recebemos o Espírito Santo pela fé em Cristo (Gál. 3: 2, 5), e
pode apropriadamente ser dito que somos justificados em nome do Senhor Jesus
Cristo e no Espírito do nosso Deus (1
Cor. 6:11.)”
Hans Joachim Iwand declara:
“Assim a justificação do homem diante de Deus tem sempre caráter
‘forense’, isto é, desenrola-se diante do forum de Deus que julga justamente:’ 12
Mario Veloso diverge deste conceito ao afirmar:
“A justificação pela fé, conseqüentemente não é um simples ato. forense ou
justificação objetiva. Em verdade a justificação pela fé é um ato pelo qual
Deus declara justo o homem injusto e pecador (II Cor. 5: 21), porém, a
reconciliação implica necessariamente uma transformação das relações existentes
entre o homem inimigo e Deus. Esta transformação subjetiva é descrita
pela paz que o homem inimigo recebe para tornar-se amigo de Deus no ato da
justificação. Em sua atitude inimiga o homem perdeu sua verdadeira relação com
Deus e dirige-se para a morte. Não há nada que ele possa fazer para sair desta
situação. Somente a justiça de Cristo pode transformá-lo porque esta ‘é um princípio que transforma o caráter e rege a conduta’. Mediante a justificação Deus
perdoa ao homem. O perdão de Deus não é meramente um ato judicial pelo qual Ele nos livra da
condenação. É não somente
perdão pelo pecado, mas livramento do
pecado. É o transbordamento de amor redentor que transforma o coração.”13
Processa-se a justificação
no momento em que o homem aceita a Cristo como seu Salvador pessoal.
Paulo e a Justificação Pela Fé
O nascimento de Cristo foi o fato mais significativo que já aconteceu neste mundo. O criador dos céus e da terra, que habita na luz inacessível, torna-se um membro da família humana. Este ser ilimitado e onipotente nasceu de uma mulher, cresceu em humildade lar
campesino, viajou como um pregador itinerante, morreu em ignomínia e vergonha,
ressurgiu da sepultura e ascendeu ao
céu. Os doze apóstolos foram escolhidos como
testemunhas oculares destas coisas.
Depois da ascensão, Cristo escolheu um outro homem através de quem o
Espírito Santo mostraria a real significação daqueles históricos eventos que
os doze apóstolos testemunharam. É em Paulo que o
Evangelho, dado aos filhos de Israel em tipos, sombras e promessas é totalmente
revelado (Col. 1: 26; Efés. 3:5; Rom. 16:25-26; 1 Pe. 1:10-12; Heb. 1:2).
O tema do evangelho de Paulo era Cristo e Ele crucificado. para a
justificação de pecadores (1 Cor. 2: 2; Gál. 1: 4). Naturalmente os outros
apóstolos também enfatizaram a salvação de pecadores através de Jesus, mas
Paulo mostra como o evangelho é uma
revelação da justiça de Deus (Rom. 1: 16-17).
Uma das grandes questões que perturbaram os comentaristas bíblicos foi
esta: Como poderia um Deus justo justificar
pecadores sem cometer injustiça?
Como ser misericordioso com os transgressores da lei de Deus e consistente
com os reclamos da justiça divina?
Dentre as acusações feitas por Satanás, esta parecia ser a mais destacada:
Deus não poderia ser ao mesmo tempo justo e misericordioso para com o pecador.
O pecado aparentemente colocara a Deus diante do seguinte dilema:
1o.) Se
usasse apenas a Sua justiça, o homem deveria morrer.
pois o salário do pecado é a morte. Mas o amor de Deus havia provido um meio pelo qual o Filho de Deus
tornar-se-ia o substituto do homem.
2o.) Sendo Deus
misericordioso, podia perdoar aos pecadores sem levar em conta Suas leis e Sua
justiça, mas esta não é a justificação que Deus nos proporciona.
Como podia Deus aplicar o castigo sendo misericordioso e perdoar ao pecador
sendo justo?
Se Deus matasse o homem, Satanás o acusaria de tirano. Se lhe perdoasse, Deus seria mentiroso.
A solução para este impasse Deus apresentou na cruz, sendo ao mesmo tempo justo e misericordioso. Desde
que o pecador devia morrer para que se cumprisse a justiça, Cristo morreu em seu lugar, e pela sua morte oferece ao transgressor da lei também a Sua
misericórdia. A justiça e a misericórdia de Deus foram harmonizadas na cruz
como declara Paulo em Rom. 3: 25 e 26, ao declarar que Ele é ao mesmo tempo justo e
justificador daquele que tem fé em Jesus.
No Apêndice da Bíblia Vida Nova, pág.
341, lemos:
“Uma vez que do ponto de vista de Deus, não há nem sequer um justo (Rom. 3:
10), como pode um Deus justo justificar o injusto? Rom. 8: 33. Que o perdoe,
compreende-se; mas atribuir-lhe justiça (que esse injusto não tem), declará-lo
justo e ainda manter Deus Sua própria justiça, como o poderá?”
Paulo nos ensina que graças à obra de Cristo, o veredito final pode ser
reconhecido por antecipação; que os homens reconciliados com Deus podem ter
desde já a certeza do pronunciamento final de justos. Mas sobre que base? Pelo
fato de ter Cristo morrido por nós... justificados pelo seu sangue (Rom. 5:
9). À base do
sacrifício de Cristo, de Sua vida entregue, Deus pode atribuir justiça a quem
não a possui em si. Mas de que maneira? Graciosamente por Sua graça, responde
Paulo. (Rom. 3: 24). Esta dádiva preciosa é oferecida a todos, porém recebida somente pelos que depositam confiança em Cristo. (Rom. 3: 22; 4:16; Col. 2:16).”
O que Deus pede de nós para
sermos justificados? De acordo com Paulo, em Gál. 2: 16, é preciso que
tenhamos fé. Desta declaração jamais se deve concluir que a fé é a nossa
salvadora. Ellen G. White diz claramente:
“A fé não é nossa salvadora. Cristo é o nosso
Salvador.”
Fé é a mão que se estende e se apega ás promessas de Deus. Nenhum mérito
existe na fé.
A Bíblia de Jerusalém traz o
seguinte comentário a Rom. 1:16 :
“A fé é um ato pelo qual o homem se entrega a Deus, que é ao mesmo tempo verdade e bondade, como a fonte
única da salvação.”
Para Paulo, fé significa confiança em Cristo. “Fé é um dom divino que nos permite crer naquilo
que não vemos. 1 Cor. 12:9; Heb. 11:1 e 3.”
A doutrina da justificacão pela fé. é resumidamente explicada em Fil. 3: 9 e
amplamente expressa nas Epístolas aos Gálatas e aos Romanos.
O livro de Gálatas apresenta rigorosamente a salvação pela graça mediante a
fé em Cristo, com ênfase na justificação nela fé.
Os estudiosos têm encontrado na carta aos Romanos os três aspectos da
salvação:
a) Justificação — Rom.
3:21 a 5:21.
b) Santificação
- Rom. —
capítulo 6, 7 e 8.
c) Glorificação
— Rom. 12 a 16.
No curso de Doutrina da Salvação do Dr. Hans K. La Rondelle, janeiro de
1983, ele salientou que a expressão “pela fé”, aparece 25 vezes nos primeiros 4
capítulos de Romanos e apenas 2 vezes “viverá”. Em Romanos 5 a 8 as expressões
se invertem, pois “pela fé” aparece 2 vezes, e “viverá”, 25 vezes. Em Romanos
1 a 4 existe uma concentração no aspecto da fé — justificação: enquanto nos capítulos 5 a 8, a
ênfase está na maneira de viver, isto é a
santificação.
O estudioso Matthew Arnold condensou doutrina paulina da
justificação pela fé em Romanos da
seguinte maneira:
“O primeiro capítulo se refere aos gentios, e seu comentário é : Vós
não tendes justiça. O segundo capítulo se refere aos judeus, e seu
conteúdo é: Vós não tendes mais justiça
do que eles, embora assim penseis. O terceiro capítulo apresenta a fé
em Cristo como a única fonte de justiça para todos os seres humanos.
O quarto capítulo dá à idéia da justificação pela fé o respaldo do Velho Testamento e da história de Abraão. O capítulo
quinto insiste nas causas pelas quais devemos estar agradecidos e
gozosos pelo dom da justificação mediante a fé em Cristo; ademais, usa a
história de Adão como uma ilustração. O capítulo seis coloca esta
importantíssima pergunta: “Em que consiste esta fé em Cristo à qual eu,
Paulo me refiro?” E responde a
esta pergunta. O capítulo sete ilustra e explica sua resposta.
Mas o capítulo oito, até o verso 28, amplia e completa a pergunta.
O restante do capítulo oito expressa o sentido de seguranca e gratidão que a
solucão do assunto colocado pode proporcionar. Os capítulos nove, dez e onze
apóiam a tese do capítulo dois - tão difícil para um judeu, tão fácil
para nós - segundo a qual a justiça não se obtém por meio da lei judaica; finalmente
fala com esperança e gozo de um resultado final das coisas que hão de ser
favoráveis para Israel.”
A Justificação e a Lei
As Epístolas aos Gálatas e Romanos provam que o
crente é salvo pela fé, naquilo que Cristo fez por ele, e não por sua dedicação
na prática de boas obras, ou por sua diligência na observância aos preceitos da lei (Gál. 2:16, Bom. 3:28).
Se confrontarmos Romanos
3: 28, onde diz que o homem é justificado Dela fé, independente das obras da
lei, com Fil. 2:12 onde Paulo afirma: desenvolvei a vossa salvação com temor e
tremor, parece haver contradição entre estas duas passagens. Como é possível
dizer em Romanos que o homem é justificado independentemente das obras da lei e
em Filipenses afirmar que temos de operar a nossa salvação? Nenhuma contradição pode haver nestas duas
declarações do mesmo apóstolo.
Paulo diz taxativamente que ninguém pode tornar-se justo diante de Deus por
seu próprio esforço. Ninguém pode apresentar-se perante Deus pensando
ser aceito por ter praticado obras meritórias. A razão para isto é apresentada
em muitas passagens bíblicas, como exemplo Ecles. 7:20 e Rom. 3: 23.
A pessoa que aceitou a Cristo como seu Salvador revelará sua conversão no
viver e no agir. Depois de crer, deve seguir um viver correto praticando as obras.
Esta declaração de Lutero jamais deve ser esquecida: “Não nos tornamos justos praticando
coisas justas, mas praticamos coisas justas sendo justos)” Com esta
frase ele cortou o nó górdio da filosofia aristotélica, também aceita pela
igreja católica que assim poderia ser expressa:
praticando as virtudes o homem se torna justo diante de Deus.
A crença adventista quanto à observância da lei e da prática de obras está
bem consubstanciada no seguinte parágrafo:
“As obras da lei não podem expiar pecados passados. A justificação não
pode ser adquirida. Ela só pode ser recebida pela fé no sacrifício expiador de
Cristo. Logo, neste sentido, as obras da lei nada têm a ver com a justificação.
Ser justificado sem obras significa ser justificado sem que haja qualquer
mérito de nossa parte na justificação.”
Na melhor
biografia que já foi escrita sobre Cristo lemos:
“Uma religião legal nunca poderá conduzir almas a Cristo; pois é destituída
de amor e de Cristo. . . . Nossas próprias obras jamais poderão comprar a salvação.”15
Lutero e a Justificação Pela Fé
“Lutero buscou alívio para o coração opresso. na renúncia e no afastamento
do mundo, como monge, mas não o encontrou. Em 1500 encetou viagem a Roma, como
delegado, esperando lá encontrar alívio do peso que o esmagava. Ao enxergar de
longe a cidade, exclamou: ‘Santa Roma, eu te saúdo!’ Ficou, porém, decepcionado
e chocado com a impiedade quê lá encontrou. Pôs-se afinal a subir de joelhos a
escada de Pilatos, apinhada de gente supersticiosa. Arrastou-se de degrau em
degrau, repetindo a cada degrau suas orações até que uma voz de trovão lhe pareceu
bradar dentro de si: ‘O justo vive pela fé!’ Ergueu-se imediatamente,
viu a loucura de sua esperança de alívio mediante obras de merecimento. Uma
nova vida seguiu-se a essa nova luz. Sete anos depois pregou ele suas teses na
porta da igreja de Wittemberg e iniciou a Reforma.” 16
Começou a ler intensamente a Bíblia e na carta aos Gálatas encontrou o
ensino da justificação pela fé. Esta epístola de Paulo causou profunda
impressão em sua vida, escrevendo o notável Comentário aos Gálatas. onde apresenta o pensamento central do
cristianismo, a justificação do pecador exclusivamente por causa dos méritos de
Cristo.
Outros estudiosos afirmam que ele descobriu a doutrina da justificação pela
fé na epistola aos Romanos. Este pormenor não tem muita importância quando
sabemos que Romanos foi uma expansão de Gálatas, pois as duas cartas são
bastante semelhantes quanto ao seu tema e conteúdo.
Lutero em seu prefácio à Epístola aos Romanos escreveu:
“Esta epístola é a verdadeira obra prima do Novo Testamento, contém o mais
puro evangelho, e é digna e credora não somente que o cristão a aprenda de
cor, palavra por palavra, senão que a trate como o pão cotidiano da alma, porque
é impossível que seja lida ou estudada demasiadamente, pois quanto mais alguém
a maneja, mais preciosa chega a ser, e mais doce o seu sabor.”
Todas as confissões de fé protestantes são unânimes em mostrar o que é
justificação, como ilustra o Artigo IV da Confissão de Ausburgo:
Sobre a Justificação
“Isto ensinamos: que não somos justificados diante de Deus em virtude de
nossos méritos e obras, senão que somos justificados gratuidamente, na virtude
de Cristo, pela fé, crendo que Cristo morreu para expiar nossos pecados e por
Seu intermédio recebemos o perdão dos pecados.”
O Concílio de Trento teve como escopo principal combater a reforma, mas o
debate número um do concílio, foi justamente a questão da justificação pela
fé.
Diferença Entre Perdão e Justificação
“Justificação, por exemplo, é mais do que perdão. Ambas são doutrinas
referentes à Salvação e intimamente relacionadas entre si. Entretanto, não são
a mesma coisa.
À luz da Bíblia, o pecador é perdoado por Deus, sem, todavia, ser considerado
justo. Remitir as penas de uma lei a favor de um réu é uma coisa. Declarar que
esse réu é inocente e justo, em face da lei, é coisa diferente.
O perdão cancela a culpa, e as penalidades do pecado. A Justificação
declara que as exigências da lei estão plenamente satisfeitas, e que o acusado
é Justo.
Perdão é ato soberano da livre graça de Deus. Justificação é ato judicial,
resultante do acórdão de um Tribunal infalível, no qual os crentes são julgados
e são encontrados sem culpa. Por isto, Deus os proclama Justos.
Perdão, à luz da Bíblia e da razão, é ato negativo. Justificação é ato
essencialmente positivo. Enquanto o perdão põe de lado a culpa, a Justificação
declara a justiça.
Pelo perdão, o pecador se despe dos andrajos vis dos seus pecados e das
suas imundícias. Enquanto que a Justificação o adorna com as vestes talares da
justiça de Cristo a ele imputada.’’
O comentarista Lange afirma:
“Os versos 7 e 8 de Bom. 4 provam claramente que o perdão dos pecados faz
parte da justificação; mas isso apenas como seu lado negativo, o que está
inseparavelmente vinculado ao seu lado positivo, a saber, a imputação e a
aplicação da justiça de Cristo, o que contém o gérmen e o poder da
santificação.”
Justificação pela Fé no Velho Testamento
Muitos erram ao pensar que a justificação pela fé seja ensinada apenas
depois de Cristo, quando na realidade ela é ensinada com o mesmo vigor nos
dois testamentos.
A lembrança das seguintes passagens confirma nossa assertiva:
1o.) Deut. 32: 4: Tudo o que Deus faz e é, só é justiça.
2o.) Isa. 11:4: Ele
julgará com justiça.
3o.) Salm. 72:2: Livra-me por tua justiça.
4o.) Jer. 23: 6: O Senhor será chamado: Justiça Nossa.
5o.) Em Isa. 53 se encontra a justificação do ímpio através do
sofrimento do Messias.
Os personagens do Velho Testamento não foram salvos por obedecerem ou
praticarem boas obras, mas através de Cristo, como nos diz Paulo, citando o
exemplo de Abraão em Romanos 4: 2-3.
Não apenas em Romanos esta verdade é apresentada, pois em Gálatas 3: 8, 11,
24 ele trata do fundo histórico da justificação no Antigo Testamento. Paulo
faz bem claro em seus escritos que a justificação pela fé não é uma novidade
excêntrica por ele inventada. Ela foi apresentada a Abraão quando Deus predisse
que em sua semente todas as nações da terra seriam abençoadas. Gên. 12:1-3.
O exemplo mais significativo de justificação pela fé do Velho Testamento é
o de Abraão, como nos indica Gên. 15: 6:
“Ele creu no
Senhor, e isso lhe foi imputado para justiça.”
Abraão é citado por Paulo (Bom. 4: 3; Gál. 3: 6) como contestação ao falso
ensinamento da justificação pelas obras. Será de bom alvitre também frisar que
este mesmo personagem bíblico é apresentado por Tiago em oposição àqueles que
negam o lugar das obras na vida do cristão.
Benefícios da Justificação
Paulo apresenta alguns destes
benefícios:
a) Rom. 5:1 — Temos paz com
Deus.
b) Rom. 5: 2 — Abre-se o
caminho para nosso acesso a Deus.
c) Rom. 5: 3 e 4 — Dá-nos
a esperança de uma vida melhor.
d) Efés. 2:10 — A justificação
nos leva a produzir boas obras.
e) Temos alegria e felicidade na vida.
1) Proporciona-nos a esperança de uma vida
futura.
Qual a Minha Parte na
Justificação?
Parcialmente a
resposta a esta pergunta já foi apresentada, mas podemos acrescentar:
Preciso crer
em Cristo. Crer é confiar em tudo o que Ele faz e está fazendo por nós.
“O que
significa crer em Cristo? Significa
sentir necessidade dEle; crer que Ele
pode e quer salvá-lo agora mesmo; e lançar-se sem reservas sobre Sua
misericórdia, confiando unicamente nEle para a salvação.”18
Pastor Morris Venden, autor do livro Righteousness by Faith and the Three Angels Messages, escreveu:
“Se gostaríeis
de ter toda a mensagem da salvação unicamente pela fé em Cristo, podeis
sintetizá-la em dois versículos: S. João 15: 5, que declara: ‘Sem mim nada
podeis fazer.’ Quanto? ‘Nada!’ É isso mesmo e ‘nada mais!’ A outra passagem é Fil. 4: 13:
‘Tudo posso
naquele que me fortalece.’ Quanto? ‘Tudo’. É tão simples assim. O menor menino ou menina pode compreendê-lo. Sem Cristo,
nada posso fazer. Com Ele, tudo posso fazer. Portanto a única coisa que posso
realizar é ir ter com Cristo. Isso é tudo que posso fazer para ser salvo.”
Consciente de que nada posso fazer vou a Cristo, e a promessa bíblica é esta: “... e o que vem a mim, de modo nenhum o lançarei fora.” S. João 6: 37.
Paulo, em suas epístolas emprega 164 vezes a expressão — “estar
em Cristo’’.
Santificação
O que é santificação?
Após sermos justificados, o Senhor trabalhará em nós e por nós, na obra de
preparar-nos para o Céu, isto é santificação.
A santificação pode ser comparada a uma escada com muitos degraus que
levam da terra ao Céu. Mas só existe uma escada assim, e precisamos descobrir
onde ela começa antes de tentar subir. Os caminhos que a ela conduzem são: O
chamado de Deus, o arrependimento, a conversão, a
justificação, a regeneração ou novo nascimento. Cumpre a nós
trilharmos estes caminhos.
A palavra santificação
apresenta uma gama muito variada de significados. Relacionada com os pertences
do culto do santuário “pôr à parte para uso santo”, “tornado livre do pecado”,
“purificado”. Em nosso contexto, a palavra é empregada no processo pelo qual,
depois da justificação, o cristão deve desenvolver um caráter que o qualifique
para o céu.
“A santificação começa por ocasião da conversão, e continua através de
toda a vida do crente. É o
gradual desenvolvimento de um caráter semelhante a Cristo, produzido pela
submissão do crente à graça de Deus. Abrange todo o momento da vida, e é de
importância progressiva. Significa perfeito amor, obediência e perfeita
conformidade à vontade de Deus.” 20
Os que se convertem a Cristo são por Ele santificados, isto é, separados
para Deus, e por isso denominados santos. Atos 9:32; Bom. 1:7.
A santificação é um processo de desenvolvimento espiritual, auxiliado pelo
Espírito Santo, para que o homem possa prestar verdadeiro culto (serviço) ao
Pai. Bom. 12:1.
Segundo a Bíblia, o
propósito da santificação é que o velho homem deixe de viver e Cristo viva
nele.
Justificados pela fé, declarados justos perante Deus, ou libertos da culpa
de nossos pecados no passado, estamos preparados para a santificação ou para
vencer o pecado em Cristo. Justificação é a obra de Cristo por nós, enquanto santificação
é a obra de Cristo em nós. Disse alguém que “Conversão é dar o primeiro lugar
para Deus em nossa vida, enquanto santificação é permitir que Ele continue
sendo o primeiro em nossa vida.”
A justificação deve trazer como conseqüência a santificação, tendo a
Cristo como o orientador em nossa vida. Gál. 2: 20; Efés. 3:14-19.
A aceitação de Cristo significa pautar a nossa vida pela Sua Palavra. Heb.
12:14.
A Sua Santa lei deve ser o nosso padrão de procedimento e de justiça.
Um caráter formado à semelhança de Cristo é o alvo a ser atingido. Efés.
4:13.
“Santidade é constante acordo com Deus. Não seremos nós aquilo que Cristo
tão grandemente deseja que sejamos — cristãos em
atos e em verdade —
para que o mundo possa ver em nossa vida
uma revelação do poder salvador da verdade? Este mundo é nossa escola
preparatória e enquanto aqui estivermos enfrentaremos provas e dificuldades.
Mas estamos seguros enquanto nos apegarmos Àquele que deu Sua vida como uma
oferta por nós. -
Paulo em suas epístolas deu muita ênfase à santificação como atestam os
seguintes passos:
a) Bom. 8: 1-11. Estes versos revelam que a justificação pela fé e a
operação do Espírito resultam em uma vida de santidade.
b) II Cor. 6: 17. E assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura: as
cousas antigas já passaram; eis que se fizeram novas.
c) I Cor. 1: 30. Mas vós sois dele, em Cristo Jesus, o qual se nos tornou
da parte de Deus sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção.
d) Col. 2: 6. Ora, como recebestes a Cristo Jesus, o Senhor, assim andai
nele.
e) I Tess. 4: 3. Pois esta é a vontade de Deus, a vossa santificação.
Pedro faz apelo idêntico.
Porque escrito está: Sede santos, porque eu sou Santo. I Ped. 1:16.
Diferença Entre Justificação e Santificacão
Na própria igreja adventista não tem havido uniformidade na distinção entre
justificação e santificação, pois um de nossos líderes, na Austrália, crê que
justificação não inclui santificação; do outro lado, os americanos defendem
que justificação pela fé inclui santificação.
Ellen G. White advertiu-nos para que não tentássemos “definir
minuciosamente os delicados pontos de distinções entre justificação e
santificação” onde a inspiração silencia.22
Barclay explica a diferença entre justificação e santificação nos
seguintes termos:
“Por meio de Jesus mudou-se nosso ‘status quo’ em relação a Deus.
Pecadores que éramos fomos postos na devida relação para com Deus. Mas isto
não basta. Não só tinha que ser mudada nossa relação, mas também nosso estado,
O pecador salvo não pode continuar pecador; tem de tornar-se homem reto. . . Aquele que mudou nossa relação para com
Deus pode também mudar nosso estado. Começa Ele pondo os peca-dores na devida
relação com Deus, mesmo quando ainda são pecadores; prossegue Ele, por Sua
graça, a habilitar esses peca-dores a cessar seu pecado e tornarem-se homens
bons. Existem nomes técnicos para esses fatos. A mudança do nosso ‘status quo’
é justificação; aqui é onde começa todo o processo da salvação. A mudança de
nosso estado é santificação; aqui é onde continua o processo de salvação e
jamais termina, até que O vejamos face a face e sejamos semelhantes a Ele.”
A seguinte frase de Ellen G. White é oportuna para diferençar justificação
e santificação:
É imputada a justiça pela qual somos justificados; aquela pela qual somos
santificados, é comunicada.” 24
Hans K. La Rondelle afirma:
“Existem dois erros que ameaçam nossa compreensão da relação bíblica entre
a justificação e a santificação. Um deles é a separação das duas, o qual
ilegitimamente vai além da distinção que Paulo fez das mesmas, o outro é a
identificação total das duas de tal maneira que uma delas é absorvida pela
outra.” 25
Paulo em Col. 2: 6 nos apresenta a
diferença entre estes dois processos de salvação:
“Ora, como recebestes a Cristo Jesus, o Senhor, assim andai nele.”
Receber o Senhor Jesus Cristo é justificação. Andar nele (permanecer nele) é santificação.
Morris Venden afirma:
“A justificação pela fé constitui o fundamento da salvação, e a
santificação pela fé representa as paredes erguidas sobre esse fundamento.”26 Poderíamos acrescentar ser a
glorificação o privilégio de habitar nesse edifício para sempre.
O pensamento
seguinte é digno de nota:
“Se algum escritor quisesse interpretar as passagens da Escritura que se
referem à justificação pela fé como se elas nos desobrigassem com respeito à
santidade, tal interpretação deveria ser rejeitada, porque é contrária ao
espírito do evangelho.”27
Seis meios usados para a Santificação dos Crentes:
a) Deus. I Tes. 5:23
“O mesmo Deus
de paz vos santifique em tudo; e o vosso espírito, alma e corpo, sejam
conservados íntegros e irrepreensíveis na vinda de Nosso Senhor Jesus Cristo.”
b) Jesus Cristo. Ï Cor. 1: 30.
“Mas vós sois
dele, em Cristo Jesus, o qual se nos tornou da parte de Deus sabedoria, e
justiça, e santificação, e redenção.”
c) O Espírito Santo. I Ped. 1: 2.
“Eleitos,
segundo a presciência de Deus Pai, em santificação do Espírito, para a
obediência e a aspersão do sangue de Jesus Cristo: Graça e paz vos sejam
multiplicadas.”
d) A Palavra. S. João 17:17.
“Santifica-os
na verdade; a tua palavra é a verdade.”
e) Provas. Tiago 1: 2-4.
f) A Igreja. Efés. 4:11-13.
Ellen G. White e a Santificacão
No livro A Santificacão ela nos apresenta preciosas gemas sobre este assunto, de onde
quero destacar apenas dois excertos:
“A santificacão bíblica não consiste em forte emoção. Eis onde muitos são levados ao
erro. Fazem dos sentimentos o seu critério. Quando se sentem elevados ou
felizes, julgam-se santificados.
Sentimentos de felicidade ou ausência de gozo
não é evidência de que a pessoa esteja ou não santificada. Não existe tal
coisa como seja santificação instantânea. A verdadeira santificação é obra
diária, continuando por tanto tempo quanto dure a vida.” pág. 10.
“A santificação é uma obra diária. Que ninguém se engane a si mesmo com a
crença de que Deus lhe perdoará e o abençoará, enquanto está pisando um de
Seus mandamentos. A prática voluntária de um pecado conhecido silencia a
testemunhadora voz do Espírito e separa de Deus a alma. Quaisquer que sejam os
êxtases do sentimento religioso, Jesus não pode habitar no coração que
desrespeita a lei divina. Deus apenas honrará àqueles que O honram. págs.
102-103.
“A santificação é um processo pelo qual o crente se torna realmente santo e
justo.” A. B. Langston.
Deus espera que seus filhos, pelo processo da santificação, alcancem o alvo
que Ele tinha em vista quando lhe ofereceu o perdão e o regenerou.
Glorificação
E o ato final no processo da salvação. Paulo nos ensinou que ela viria em
último lugar. Rom. 8: 30.
É a recompensa dos que foram justificados e santificados por Cristo. Rom. 8:19-23; I Tes. 4:16-17; II Ped. 3:13.
A glorificação será após a segunda vinda de Cristo.
As promessas relativas a este evento são muitas nas Escrituras, como nos
revelam as seguintes passagens:
a) Isa.62:11.
- - Eis que
vem o teu Salvador; vem com Ele a Sua recompensa, e diante dele o seu
galardão.”
b) I Tes. 4:17 última parte:
“... e assim estaremos para sempre com
o Senhor.”
e) II Tim. 4:8.
“Já agora a
coroa da justiça me está guardada, a qual o
Senhor, reto
juiz, me dará naquele dia, e não somente a
mim, mas
também a todos quantos amam a sua vinda.”
d) Apoc.22:14.
“Bem-aventurados
aqueles que lavam as suas vestiduras, para que lhes assista o direito á árvore
da vida, e entrem na cidade pelas portas.”
Os teólogos
falam da salvação em três tempos como indicam os verbos no original grego:
Passado — Justificação.
Fui salvo. É o que Cristo fez por nós. Tito 3:5.
Presente — Santificação. Sou salvo. É o que Cristo está fazendo por nós. 1 Cor. 1:18.
Futuro — Glorificação. Serei salvo. É o que Cristo fará por nós.
Rom.5:9.
O seguinte
quadro apresenta uma síntese e cotejo das três facetas da salvação:
Justificação — salvação
de nossos pecados passados.
Santificação — salvação
de nossos pecados presentes.
Glorificação — seremos
salvos de um mundo de pecado.
Justificação — limpa
os registros de nossa vida.
Santificação — conserva
os registros limpos.
Glorificação — não há
mais lembrança desses registros.
Justificação — liberta-nos
da penalidade ou culpa do pecado.
Santificação — liberta-nos
do poder do pecado.
Glorificação — liberta-nos
da presença do pecado.
Justificação — entregamo-nos
a Cristo.
Santificação — seguimos
o caminho com Cristo.
Glorificação — estaremos
com Cristo.
Justificação — nosso
título para o céu.
Santificação — nossa
idoneidade para o céu.
Glorificação — o
privilégio de estar no céu.
Justificação — é um
ato de graça.
Santificação — é o
crescimento na graça.
Glorificação — é o
desfrute da graça.
Justificação — é
momentânea.
Santificação — prolonga-se
por toda a vida.
Glorificação — estende-se
por toda a eternidade.
Justificação — é um
processo pontilear.
Santificação — é um
processo linear.
Glorificação — é um
processo imensurável.
A composição
seguinte intitulada: Lugar da santificação, apesar de repetitiva em
alguns de seus conceitos é útil para diferençar Justificação, Santificação e Glorificação.
A Justificação é o ponto de partida.
A Santificação é o caminho a percorrer.
A Glorificação é a meta a que se tem de chegar.
A Justificação é a lavagem das vestes.
A Santificação é andar com as vestes brancas.
A Glorificação é entrar nas bodas do palácio real.
A Justificação nos faz sair do poço do pecado.
A Santificação nos guarda de cair novamente nele.
A Glorificação fará desaparecer o poço.
A Justificação é a justiça divina imputada ao pecador.
A Santificação é a santidade divina comunicada ao crente.
A Glorificação é a glória divina partilhada como santo.
A Justificação é o ladrão na cruz.
A Santificação é Enoque andando com Deus.
A Glorificação é assentar-se à mesa com Abraão, Isaque e Jacó.
A Justificação é Cristo na cruz do Calvário.
A Santificação é Cristo no trono da graça.
A Glorificação é Cristo em Sua segunda vinda em glória e majestade.
A Justificação ocorreu quando estávamos no mundo (passado).
A Santificação ocorre enquanto andamos pelo caminho que conduz ao céu
(presente).
A Glorificação ocorrerá quando chegarmos ao céu (futuro).
A Justificação é: “Eis que já
estás são”.
A Santificação é: “Vai-te e não peques mais”.
A Glorificação é: “Não haverá lembrança das coisas passadas”.
A Justificação
é obra de um momento.
A Santificação
é obra de toda a vida terrestre.
A Glorificação
é obra da eternidade.
A Justificação
é fazer o barco afundado flutuar.
A Santificação
é a viagem de barco até o porto desejado.
A Glorificação
é a chegada ao porto da salvação.
“Por isso que
Deus nos escolheu desde o princípio para a salvação pela santificação do
Espírito e fé na verdade.” II Tes.2:13.
Referências:
1. Ellen G. White, Review
and Herald, 3-9-1889 .
2. ______________
Obreiros
Evangélicos, pág. 301.
3. ___________ , Review and Herald, 28-5-1954 .
4. ____________
Testemunhos
Seletos, vol. II, pág. 366.
5. Educação, págs. 125-126.
6. Christ Our Righteousness, pág. 607. A.G. Daniels. Ver Revista
Adventista, março de 1966, pág. 6.
7. Ellen G. White, Testemunhas para Ministras, pág. 456.
8. Catecismo de Westminster.
9. Justificação. Santificação e Glorificação, pág. 27, Hans K. La
Rondelle.
10. Esboço de Teologia Sistemática de A.B.Langston, pág. 285.
11. Doutrina da Salvação, pág. 56, Hans K. La Rondelle.
12. A Justiça da Fé, pág. 69.
13. O Homem — Uma Pessoa Vivente, pág. 188.
14. SDABC, vol.6,pág.509.
15. O Desejado de Todas as Nações, pág. 203-204.
16. 6.000 Illustrations, pág. 400.
17. O Aspecto Jurídico da Justificação, págs. 17 e 18 — Josué
A. de Oliveira.
18. Teologia Sistemática de Strong, pág. 840.
19. Meditações Matinais, 11-2-1981.
20. Introdução da Lição da Escola Sabatina do dia 8 de
agosto de 1959.
21. Manuscrito 61, 2-7-1903. Citado
em Meditações Matinais do dia 2-7-1
983.
22. Comentário sobre Romanos 3:24-28
do SDÃ4BC.
23. The Letter to the Romans, págs. 75 e 76.
24. Mensagens aos Jovens, pág. 35.
25. Doutrina da Salvação, pág. 20.
26. Meditações Matinais — 11-2-1981.
27. História, Doutrina e Interpretação da Bíblia, pág. 153 — Joseph
Angus.
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