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sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

TEMAS DIFÍCEIS DA BÍBLIA: JUSTI FICAÇÃO, SANTIFICAÇÃO E GLORIFICAÇÃO



JUSTI FICAÇÃO, SANTIFICAÇÃO E GLORIFICAÇÃO

Importância do assunto:

Este tema tem que ver com a salvação, e nada é tão essencial na Bíblia quanto a nossa redencão, Justificação, santificação e glorificação são três processos na salvação do ser humano.

“A mensagem presente, a justificação pela fé é a mensagem de Deus... Não há um em cem que compreenda a verdade bíblica sobre este tema, tão necessário para o nosso bem-estar presente e eterno.”

“Isso, porém, eu sei que nossas igrejas estio perecendo por falta de ensino sobre o assunto da justiça pela fé em Cristo e verdades semelhantes.” 2

“A mensagem da justificação pela fé: a mensagem de Deus, a mensagem da verdade, a mensagem que Deus ordenou fosse dada ao mundo, a mensagem que leva as credenciais do céu é a
mensagem do terceiro anjo em linhas distintas e claras.”

“Muitos que professam crer na mensagem do terceiro anjo, perderam de vista a justificação pela fé.”
“O tema central da Bíblia, o tema em redor do qual giram todos os outros no livro, é o Plano da redenção, a restauração da imagem de Deus, na alma humana, o empenho de cada livro e passagem da Bíblia é o desdobramento deste maravilhoso te­ma.”

“A justificação pela fé, em seu mais amplo sentido, abran­ge todas as verdades vitais, fundamentais do evangelho, a co­meçar pela situação moral do homem ao ser criado e implica­ções: seguem-se vinte e duas verdades embutidas na iustificacão pela fé.” 6

A doutrina da justificação pela fé em Cristo, de capital importância para a nossa salvação tem sido neutralizada por Satanás. Ela foi escondida durante séculos pelas tradições ro­manas, mas graças aos reformadores, destacando-se entre eles a figura ímpar de Lutero, ela foi revelada novamente.


A Igreja Adventista e a Justificação pela Fé


Nossa igreja, nos seus primórdios, correu o risco de entrar por sendas legalistas, mas damos graças a Deus, porque Ele nos mostrou o caminho seguro neste assunto. Este importante te­ma, estudado com interesse e entusiasmo pelos pastores Jones e Waggoner, foi apresentado em 1888, na Assembléia da Asso­ciação Geral de Mineápolis. Ele foi bem recebido pelo Presi­dente da Associação Geral e por Ellen G. White. Uma intensa e constante campanha foi encetada para que este ensino me­recesse um lugar de destaque em nossos arraiais; contribuindo muito para a divulgação destas idéias pregações e artigos da men­sageira deste movimento.

Alguns leigos e mesmo obreiros como Uriah Smith, a prin­cípio rejeitaram a doutrina da justificação pela fé. temendo que estava havendo uma volta ao espírito das igrejas protestan­tes de onde havíamos saído.

Muitos adventistas, naqueles idos, e ainda hoje, apegados ao insidioso legalismo que ainda viceja em nossos arraiais, não podem ou não querem compreender esta maravilhosa verdade, crendo que é uma doutrina antibíblica, iogo espúria, caracterís­tica do protestantismo.

Diante destas afirmativas a única conclusão segura é esta:
como igreja precisamos compreender melhor este assunto, pre­gando mais sermões para que nosso povo o compreenda com clareza e objetividade.


O que é Justificação?


Para Vincent, Word Studies in the New Testament, vol. III. pág. XI:  “Justificação pela fé envolve união pessoa! com Cristo e conseqüente morte para o pecado e ressurreição mo­ral para novidade de vida.”

“É a obra de Deus ao lançar a glória do homem por terra, e fazer pelo homem o que não lhe é possível fazer em seu pró­prio poder.” 7

“A justificação é um ato da livre graça de Deus, mediante a qual Ele perdoa todos os nossos pecados e nos aceita como justos aos seus olhos, baseado somente na retidão de Cristo, a nós imputada, e recebida exclusivamente pela fé.”  8

Ser justificado independentemente das obras é ser justifi­cado sem contar com qualquer coisa que mereça tal justifica­ção.” Hodge.

“É a imputação divina da justiça de Cristo ao nosso nome individual.”

Justificação é uma parte do processo completo da salvação.


“A justificação é um ato declarativo de Deus. Este ato de declarar o homem justificado não é como o ato de Deus regene­rando o homem.   Na regeneração efetua Deus uma mudança radical no homem, mas na justificação Ele declara, apenas, apenas, que não pode mais condená-lo e o restaura à Sua graça. Deus não faz o homem justo por declará-lo justificado. Uma das maio­res glórias do evangelho é esta doutrina, que Deus, o justíssimo entre todos, pode justificar o injusto sem praticar injustiça.

Caminho para Cristo explica o que é justificação da seguin­te maneira:

“Se vos entregardes a Ele e O aceitardes como vosso Sal­vador,  sereis, por pecaminosa que tenha sido a vossa vida, con­siderados justos por Sua causa. O caráter de Cristo substituirá o vosso caráter e sereis aceitos diante de Deus exatamente co­mo se não houvésseis pecado.”

Em outras palavras, assim poderia ser explicada: aceitan­do a Cristo como nosso Salvador pessoal, Deus nos liberta de toda a culpa, cobre-nos com o manto da justiça de Cristo, em lugar dos farrapos da nossa justiça, vendo Deus em nós a per­feita e imaculada justiça de Seu Filho.

Justificar, segundo o pensamento da Reforma do século XVI, significa considerar justo e nunca tornar justo como de­fendia o catolicismo. A igreja católica não considera a justifi­cação como uma imputação legal da parte de Deus, mas sim tornar-nos ou fazer-nos justos.

Da leitura de Romanos  8: 33 e 34 se conclui que justifi­car e condenar apresentam significação contráia. Se condenar é declarar alguém culpado, justificar é declarar justo e não tor­nar ou fazer justo. O livro Fé e Obras, pág. 94, de Ellen G. Whi­te confirma este conceito ao declarar:

“Justificação é o contrário de condenação.”

De modo geral, os comentaristas defendem que justifica­ção é um ato exclusivamente judicial. Josué de Oliveira no li­vro O Aspecto Jurídico da Justificaç5o insiste muito nesta te­cla: “Justificação não é um ato de graça, mas sim de justiça. Na página 16 escreveu: “Justificação à luz da Bíblia é um vocá­bulo judiciário, por mostrar nossa relação para com as sagradas leis do código divino à luz das quais os crentes são julgados.”

O conhecido professor Hans K. La Rondelle esposa a mes­ma idéia ao declarar sobre a justificação:

“Justificacão é a divina atribuição ou imputação da justi­ça de Cristo, a crédito, perante Deus, do crente arrependido (Rom. 4: 4-8). Trata-se de uma transação judicial de Cristo como mediador celeste, pela qual somos feitos retos para com Deus e temos acesso ao coração do Pai (Rom. 5: 1-2) sendo, como resultado imediato que o amor de Deus é derramado em nosso coração pelo Espíito Santo que nos foi outorgado (Rom. 5: 5). Desse modo, sem qualquer mérito de nossa parte recebe­mos o Espírito Santo pela fé em Cristo (Gál. 3: 2, 5), e pode apropriadamente ser dito que somos justificados em nome do Senhor Jesus Cristo e no Espírito do nosso Deus (1 Cor. 6:11.)”

Hans Joachim Iwand declara:

“Assim a justificação do homem diante de Deus tem sem­pre caráter ‘forense’, isto é, desenrola-se diante do forum de Deus que julga justamente:’ 12


Mario Veloso diverge deste conceito ao afirmar:

“A justificação pela fé, conseqüentemente não é um simples ato. forense ou justificação objetiva. Em verdade a justificação pela fé é um ato pelo qual Deus declara justo o homem injus­to e pecador (II Cor. 5: 21), porém, a reconciliação implica necessariamente uma transformação das relações existentes entre o homem inimigo e Deus. Esta transformação subjetiva é des­crita pela paz que o homem inimigo recebe para tornar-se amigo de Deus no ato da justificação. Em sua atitude inimiga o ho­mem perdeu sua verdadeira relação com Deus e dirige-se para a morte. Não há nada que ele possa fazer para sair desta situa­ção. Somente a justiça de Cristo pode transformá-lo porque esta  ‘é um princípio que transforma o caráter e rege a condu­ta’.  Mediante a justificação Deus perdoa ao homem. O perdão de Deus não é meramente um ato judicial pelo qual Ele nos livra da condenação. É não somente perdão pelo pecado,  mas livramento do pecado. É o transbordamento de amor reden­tor que transforma o coração.”13

Processa-se a justificação no momento em que o homem aceita a Cristo como seu Salvador pessoal.

Paulo e a Justificação Pela Fé


O nascimento de Cristo foi o fato mais significativo que já aconteceu neste mundo. O criador dos céus e da terra, que habita na luz inacessível, torna-se um membro da família hu­mana. Este ser ilimitado e onipotente nasceu de uma mulher, cresceu em humildade lar campesino, viajou como um pregador itinerante, morreu em ignomínia e vergonha, ressurgiu da sepul­tura e ascendeu ao céu. Os doze apóstolos foram escolhidos como testemunhas oculares destas coisas.


Depois da ascensão, Cristo escolheu um outro homem atra­vés de quem o Espírito Santo mostraria a real significação da­queles históricos eventos que os doze apóstolos testemunharam. É em Paulo que o Evangelho, dado aos filhos de Israel em tipos, sombras e promessas é totalmente revelado (Col. 1: 26; Efés. 3:5; Rom. 16:25-26; 1 Pe. 1:10-12; Heb. 1:2).

O tema do evangelho de Paulo era Cristo e Ele crucifica­do. para a justificação de pecadores (1 Cor. 2: 2; Gál. 1: 4). Natu­ralmente os outros apóstolos também enfatizaram a salvação de pecadores através de Jesus, mas Paulo mostra como o evangelho é uma revelação da justiça de Deus (Rom. 1: 16-17).

Uma das grandes questões que perturbaram os comentaris­tas bíblicos foi esta: Como poderia um Deus justo justificar pe­cadores sem cometer injustiça? Como ser misericordioso com os transgressores da lei de Deus e consistente com os reclamos da justiça divina?
Dentre as acusações feitas por Satanás, esta parecia ser a mais destacada: Deus não poderia ser ao mesmo tempo justo e misericordioso para com o pecador. O pecado aparentemente colocara a Deus diante do seguinte dilema:

1o.)  Se usasse apenas a Sua justiça, o homem deveria mor­rer. pois o salário do pecado é a morte. Mas o amor de Deus ha­via provido um meio pelo qual o Filho de Deus tornar-se-ia o substituto do homem.

2o.)   Sendo Deus misericordioso, podia perdoar aos peca­dores sem levar em conta Suas leis e Sua justiça, mas esta não é a justificação que Deus nos proporciona.

Como podia Deus aplicar o castigo sendo misericordioso e perdoar ao pecador sendo justo?

Se Deus matasse o homem, Satanás o acusaria de tirano. Se lhe perdoasse, Deus seria mentiroso.

A solução para este impasse Deus apresentou na cruz, sen­do ao mesmo tempo justo e misericordioso. Desde que o peca­dor devia morrer para que se cumprisse a justiça, Cristo morreu em seu lugar, e pela sua morte oferece ao transgressor da lei tam­bém a Sua misericórdia. A justiça e a misericórdia de Deus foram harmonizadas na cruz como declara Paulo em Rom. 3: 25 e 26, ao declarar que Ele é ao mesmo tempo justo e justificador daque­le que tem fé em Jesus.

No Apêndice da Bíblia Vida Nova, pág. 341, lemos:

“Uma vez que do ponto de vista de Deus, não há nem sequer um justo (Rom. 3: 10), como pode um Deus justo justificar o injusto? Rom. 8: 33. Que o perdoe, compreende-se; mas atribuir-lhe justiça (que esse injusto não tem), declará-lo justo e ainda man­ter Deus Sua própria justiça, como o poderá?”

Paulo nos ensina que graças à obra de Cristo, o veredito fi­nal pode ser reconhecido por antecipação; que os homens recon­ciliados com Deus podem ter desde já a certeza do pronuncia­mento final de justos. Mas sobre que base? Pelo fato de ter Cris­to morrido por nós... justificados pelo seu sangue (Rom. 5: 9).  À base do sacrifício de Cristo, de Sua vida entregue, Deus pode atribuir justiça a quem não a possui em si. Mas de que maneira? Graciosamente por Sua graça, responde Paulo. (Rom. 3: 24). Esta dádiva preciosa é oferecida a todos, porém recebida somen­te pelos que depositam confiança em Cristo. (Rom. 3: 22; 4:16; Col. 2:16).”

O que Deus pede de nós para sermos justificados? De acor­do com Paulo, em Gál. 2: 16, é preciso que tenhamos fé. Desta declaração jamais se deve concluir que a fé é a nossa salvadora. Ellen G. White diz claramente:   “A fé não é nossa salvadora. Cristo é o nosso Salvador.”
                                                         
Fé é a mão que se estende e se apega ás promessas de Deus. Nenhum mérito existe na fé.

A Bíblia de Jerusalém traz o seguinte comentário a Rom. 1:16 :

“A fé é um ato pelo qual o homem se entrega a Deus, que é ao mesmo tempo verdade e bondade, como a fonte única da salvação.”

Para Paulo, fé significa confiança em Cristo.  “Fé é um dom divino que nos permite crer naquilo que não vemos. 1 Cor. 12:9; Heb. 11:1 e 3.”

A doutrina da justificacão pela fé. é resumidamente expli­cada em Fil. 3: 9 e amplamente expressa nas Epístolas aos Gála­tas e aos Romanos.

O livro de Gálatas apresenta rigorosamente a salvação pela graça mediante a fé em Cristo, com ênfase na justificação nela .

Os estudiosos têm encontrado na carta aos Romanos os três aspectos da salvação:

a)  Justificação —   Rom. 3:21 a 5:21.

b)     Santificação - Rom. —    capítulo 6, 7 e 8.

c)     Glorificação —   Rom. 12 a 16.

No curso de Doutrina da Salvação do Dr. Hans K. La Ron­delle, janeiro de 1983, ele salientou que a expressão “pela fé”, aparece 25 vezes nos primeiros 4 capítulos de Romanos e ape­nas 2 vezes “viverá”. Em Romanos 5 a 8 as expressões se inver­tem, pois “pela fé” aparece 2 vezes, e “viverá”, 25 vezes. Em Romanos 1 a 4 existe uma concentração no aspecto da fé  —      jus­tificação: enquanto nos capítulos 5 a 8, a ênfase está na manei­ra de viver, isto é a santificação.

O estudioso Matthew Arnold condensou doutrina pauli­na da justificação pela fé em Romanos da seguinte maneira:

“O primeiro capítulo se refere aos gentios, e seu comentá­rio é : Vós não tendes justiça. O segundo capítulo se refere aos judeus, e seu conteúdo é:  Vós não tendes mais justiça do que eles, embora assim penseis. O terceiro capítulo apresenta a fé em Cristo como a única fonte de justiça para todos os seres hu­manos. O quarto capítulo dá à idéia da justificação pela fé o respaldo do Velho Testamento e da história de Abraão. O ca­pítulo quinto insiste nas causas pelas quais devemos estar agra­decidos e gozosos pelo dom da justificação mediante a fé em Cristo; ademais, usa a história de Adão como uma ilustração. O capítulo seis coloca esta importantíssima pergunta: “Em que consiste esta fé em Cristo à qual eu, Paulo me refiro?” E res­ponde a esta pergunta. O capítulo sete ilustra e explica sua res­posta. Mas o capítulo oito, até o verso 28, amplia e completa a pergunta. O restante do capítulo oito expressa o sentido de seguranca e gratidão que a solucão do assunto colocado pode proporcionar. Os capítulos nove, dez e onze apóiam a  tese do capítulo dois  - tão difícil para um judeu, tão fácil para nós - segundo a qual a justiça não se obtém por meio da lei judaica; finalmente fala com esperança e gozo de um resultado final das coisas que hão de ser favoráveis para Israel.”

 

A Justificação e a Lei


As Epístolas aos Gálatas e Romanos provam que o crente é salvo pela fé, naquilo que Cristo fez por ele, e não por sua dedicação na prática de boas obras, ou por sua diligência na ob­servância aos preceitos da lei (Gál. 2:16, Bom. 3:28).


Se confrontarmos Romanos 3: 28, onde diz que o homem é justificado Dela fé, independente das obras da lei, com Fil. 2:12 onde Paulo afirma: desenvolvei a vossa salvação com temor e tremor, parece haver contradição entre estas duas passagens. Como é possível dizer em Romanos que o homem é justificado independentemente das obras da lei e em Filipenses afirmar que temos de operar a nossa salvação?   Nenhuma contradição pode haver nestas duas declarações do mesmo apóstolo.

Paulo diz taxativamente que ninguém pode tornar-se justo diante de Deus por seu próprio esforço. Ninguém pode apresen­tar-se perante Deus pensando ser aceito por ter praticado obras meritórias. A razão para isto é apresentada em muitas passagens bíblicas, como exemplo Ecles. 7:20 e Rom. 3: 23.

A pessoa que aceitou a Cristo como seu Salvador revelará sua conversão no viver e no agir. Depois de crer, deve seguir um viver correto praticando as obras. Esta declaração de Lutero ja­mais deve ser esquecida:  “Não nos tornamos justos praticando coisas justas, mas praticamos coisas justas sendo justos)” Com esta frase ele cortou o nó górdio da filosofia aristotélica, tam­bém aceita pela igreja católica que assim poderia ser expressa:  praticando as virtudes o homem se torna justo diante de Deus.

A crença adventista quanto à observância da lei e da práti­ca de obras está bem consubstanciada no seguinte parágrafo:

“As obras da lei não podem expiar pecados passados. A jus­tificação não pode ser adquirida. Ela só pode ser recebida pela fé no sacrifício expiador de Cristo. Logo, neste sentido, as obras da lei nada têm a ver com a justificação. Ser justificado sem obras significa ser justificado sem que haja qualquer mérito de nossa parte na justificação.”

Na melhor biografia que já foi escrita sobre Cristo lemos:

“Uma religião legal nunca poderá conduzir almas a Cristo; pois é destituída de amor e de Cristo. . . . Nossas próprias obras jamais poderão comprar a salvação.”15


Lutero e a Justificação Pela Fé

“Lutero buscou alívio para o coração opresso. na renúncia e no afastamento do mundo, como monge, mas não o encontrou. Em 1500 encetou viagem a Roma, como delegado, esperando lá encontrar alívio do peso que o esmagava. Ao enxergar de longe a cidade, exclamou: ‘Santa Roma, eu te saúdo!’ Ficou, porém, decepcionado e chocado com a impiedade quê lá encontrou. Pôs-se afinal a subir de joelhos a escada de Pilatos, apinhada de gente supersticiosa. Arrastou-se de degrau em degrau, repetindo a cada degrau suas orações até que uma voz de trovão lhe pare­ceu bradar dentro de si: ‘O justo vive pela fé!’ Ergueu-se ime­diatamente, viu a loucura de sua esperança de alívio mediante obras de merecimento. Uma nova vida seguiu-se a essa nova luz. Sete anos depois pregou ele suas teses na porta da igreja de Wittemberg e iniciou a Reforma.” 16

Começou a ler intensamente a Bíblia e na carta aos Gálatas encontrou o ensino da justificação pela fé. Esta epístola de Pau­lo causou profunda impressão em sua vida, escrevendo o notá­vel Comentário aos Gálatas. onde apresenta o pensamento cen­tral do cristianismo, a justificação do pecador exclusivamente por causa dos méritos de Cristo.

Outros estudiosos afirmam que ele descobriu a doutrina da justificação pela fé na epistola aos Romanos. Este pormenor não tem muita importância quando sabemos que Romanos foi uma expansão de Gálatas, pois as duas cartas são bastante seme­lhantes quanto ao seu tema e conteúdo.

Lutero em seu prefácio à Epístola aos Romanos escreveu:

“Esta epístola é a verdadeira obra prima do Novo Testamen­to, contém o mais puro evangelho, e é digna e credora não somen­te que o cristão a aprenda de cor, palavra por palavra, senão que a trate como o pão cotidiano da alma, porque é impossível que seja lida ou estudada demasiadamente, pois quanto mais alguém a maneja, mais preciosa chega a ser, e mais doce o seu sabor.”

Todas as confissões de fé protestantes são unânimes em mostrar o que é justificação, como ilustra o Artigo IV da Con­fissão de Ausburgo:


Sobre a Justificação


“Isto ensinamos: que não somos justificados diante de Deus em virtude de nossos méritos e obras, senão que somos justifica­dos gratuidamente, na virtude de Cristo, pela fé, crendo que Cris­to morreu para expiar nossos pecados e por Seu intermédio re­cebemos o perdão dos pecados.”

O Concílio de Trento teve como escopo principal comba­ter a reforma, mas o debate número um do concílio, foi justa­mente a questão da justificação pela fé.


Diferença Entre Perdão e Justificação


“Justificação, por exemplo, é mais do que perdão. Ambas são doutrinas referentes à Salvação e intimamente relacionadas entre si. Entretanto, não são a mesma coisa.

À luz da Bíblia, o pecador é perdoado por Deus, sem, toda­via, ser considerado justo. Remitir as penas de uma lei a favor de um réu é uma coisa. Declarar que esse réu é inocente e justo, em face da lei, é coisa diferente.


O perdão cancela a culpa, e as penalidades do pecado. A Justificação declara que as exigências da lei estão plenamente satisfeitas, e que o acusado é Justo.

Perdão é ato soberano da livre graça de Deus. Justificação é ato judicial, resultante do acórdão de um Tribunal infalível, no qual os crentes são julgados e são encontrados sem culpa. Por isto, Deus os proclama Justos.

Perdão, à luz da Bíblia e da razão, é ato negativo. Justifi­cação é ato essencialmente positivo. Enquanto o perdão põe de lado a culpa, a Justificação declara a justiça.

Pelo perdão, o pecador se despe dos andrajos vis dos seus pecados e das suas imundícias. Enquanto que a Justificação o adorna com as vestes talares da justiça de Cristo a ele imputa­da.’’

O comentarista Lange afirma:

“Os versos 7 e 8 de Bom. 4 provam claramente que o per­dão dos pecados faz parte da justificação; mas isso apenas como seu lado negativo, o que está inseparavelmente vinculado ao seu lado positivo, a saber, a imputação e a aplicação da justiça de Cristo, o que contém o gérmen e o poder da santificação.”


Justificação pela Fé no Velho Testamento


Muitos erram ao pensar que a justificação pela fé seja ensi­nada apenas depois de Cristo, quando na realidade ela é ensina­da com o mesmo vigor nos dois testamentos.

A lembrança das seguintes passagens confirma nossa assertiva:

1o.) Deut. 32: 4: Tudo o que Deus faz e é, só é justiça.

2o.)   Isa. 11:4: Ele julgará com justiça.

3o.) Salm. 72:2: Livra-me por tua justiça.

4o.) Jer. 23: 6: O Senhor será chamado: Justiça Nossa.

5o.) Em Isa. 53 se encontra a justificação do ímpio através do sofrimento do Messias.


Os personagens do Velho Testamento não foram salvos por obedecerem ou praticarem boas obras, mas através de Cristo, como nos diz Paulo, citando o exemplo de Abraão em Roma­nos 4: 2-3.

Não apenas em Romanos esta verdade é apresentada, pois em Gálatas 3: 8, 11, 24 ele trata do fundo histórico da justifica­ção no Antigo Testamento. Paulo faz bem claro em seus escri­tos que a justificação pela fé não é uma novidade excêntrica por ele inventada. Ela foi apresentada a Abraão quando Deus predisse que em sua semente todas as nações da terra seriam abençoadas. Gên. 12:1-3.


O exemplo mais significativo de justificação pela fé do Velho Testamento é o de Abraão, como nos indica Gên. 15: 6:
“Ele creu no Senhor, e isso lhe foi imputado para justiça.”

Abraão é citado por Paulo (Bom. 4: 3; Gál. 3: 6) como contestação ao falso ensinamento da justificação pelas obras. Será de bom alvitre também frisar que este mesmo personagem bíblico é apresentado por Tiago em oposição àqueles que ne­gam o lugar das obras na vida do cristão.

Benefícios da Justificação

 Paulo apresenta alguns destes benefícios:

a)     Rom. 5:1 —   Temos paz com Deus.

b)     Rom. 5: 2 —   Abre-se o caminho para nosso acesso a Deus.

c)     Rom. 5: 3 e 4 —    Dá-nos a esperança de uma vida melhor.

d)     Efés. 2:10 —    A justificação nos leva a produzir boas obras.

e)     Temos alegria e felicidade na vida.

1)     Proporciona-nos a esperança de uma vida futura.


Qual a Minha Parte na Justificação?


Parcialmente a resposta a esta pergunta já foi apresentada, mas podemos acrescentar:

Preciso crer em Cristo. Crer é confiar em tudo o que Ele faz e está fazendo por nós.

“O que significa crer em Cristo?  Significa sentir necessida­de dEle;  crer que Ele pode e quer salvá-lo agora mesmo; e lan­çar-se sem reservas sobre Sua misericórdia, confiando unicamen­te nEle para a salvação.”18

Pastor Morris Venden, autor do livro Righteousness by Faith and the Three Angels Messages, escreveu:

“Se gostaríeis de ter toda a mensagem da salvação unicamen­te pela fé em Cristo, podeis sintetizá-la em dois versículos: S. João 15: 5, que declara: ‘Sem mim nada podeis fazer.’ Quanto? ‘Na­da!’ É isso mesmo e ‘nada mais!’ A outra passagem é Fil. 4: 13:
‘Tudo posso naquele que me fortalece.’ Quanto? ‘Tudo’. É tão simples assim. O menor menino ou menina pode compreendê-lo. Sem Cristo, nada posso fazer. Com Ele, tudo posso fazer. Por­tanto a única coisa que posso realizar é ir ter com Cristo. Isso é tudo que posso fazer para ser salvo.”

Consciente de que nada posso fazer vou a Cristo, e a pro­messa bíblica é esta:   “... e o que vem a mim, de modo nenhum o lançarei fora.” S. João 6: 37.

Paulo, em suas epístolas emprega 164 vezes a expressão —      “estar em Cristo’’.


Santificação


O que é santificação?

Após sermos justificados, o Senhor trabalhará em nós e por nós, na obra de preparar-nos para o Céu, isto é santificação.

A santificação pode ser comparada a uma escada com mui­tos degraus que levam da terra ao Céu. Mas só existe uma esca­da assim, e precisamos descobrir onde ela começa antes de ten­tar subir. Os caminhos que a ela conduzem são: O chamado de Deus, o arrependimento, a conversão, a justificação, a regenera­ção ou novo nascimento. Cumpre a nós trilharmos estes cami­nhos.

A palavra santificação apresenta uma gama muito variada de significados. Relacionada com os pertences do culto do san­tuário “pôr à parte para uso santo”, “tornado livre do pecado”, “purificado”. Em nosso contexto, a palavra é empregada no pro­cesso pelo qual, depois da justificação, o cristão deve desenvol­ver um caráter que o qualifique para o céu.

“A santificação começa por ocasião da conversão, e conti­nua através de toda a vida do crente. É o gradual desenvolvimen­to de um caráter semelhante a Cristo, produzido pela submissão do crente à graça de Deus. Abrange todo o momento da vida, e é de importância progressiva. Significa perfeito amor, obedi­ência e perfeita conformidade à vontade de Deus.” 20

Os que se convertem a Cristo são por Ele santificados, isto é, separados para Deus, e por isso denominados santos. Atos 9:32; Bom. 1:7.

A santificação é um processo de desenvolvimento espiri­tual, auxiliado pelo Espírito Santo, para que o homem possa prestar verdadeiro culto (serviço) ao Pai. Bom. 12:1.

Segundo a Bíblia, o propósito da santificação é que o velho homem deixe de viver e Cristo viva nele.

Justificados pela fé, declarados justos perante Deus, ou li­bertos da culpa de nossos pecados no passado, estamos prepa­rados para a santificação ou para vencer o pecado em Cristo. Justificação é a obra de Cristo por nós, enquanto santificação é a obra de Cristo em nós. Disse alguém que “Conversão é dar o primeiro lugar para Deus em nossa vida, enquanto santifica­ção é permitir que Ele continue sendo o primeiro em nossa vida.”

A justificação deve trazer como conseqüência a santifica­ção, tendo a Cristo como o orientador em nossa vida. Gál. 2: 20; Efés. 3:14-19.

A aceitação de Cristo significa pautar a nossa vida pela Sua Palavra. Heb. 12:14.

A Sua Santa lei deve ser o nosso padrão de procedimento e de justiça.

Um caráter formado à semelhança de Cristo é o alvo a ser atingido. Efés. 4:13.

“Santidade é constante acordo com Deus. Não seremos nós aquilo que Cristo tão grandemente deseja que sejamos —  cristãos em atos e em verdade —   para que o mundo possa ver em nossa vida uma revelação do poder salvador da verdade? Este mundo é nossa escola preparatória e enquanto aqui estivermos enfren­taremos provas e dificuldades. Mas estamos seguros enquanto nos apegarmos Àquele que deu Sua vida como uma oferta por nós. -

Paulo em suas epístolas deu muita ênfase à santificação co­mo atestam os seguintes passos:

a) Bom. 8: 1-11. Estes versos revelam que a justificação pela fé e a operação do Espírito resultam em uma vida de santi­dade.

b) II Cor. 6: 17. E assim, se alguém está em Cristo, é no­va criatura: as cousas antigas já passaram; eis que se fizeram novas.

c) I Cor. 1: 30. Mas vós sois dele, em Cristo Jesus, o qual se nos tornou da parte de Deus sabedoria, e justiça, e santifica­ção, e redenção.

d) Col. 2: 6. Ora, como recebestes a Cristo Jesus, o Se­nhor, assim andai nele.

e) I Tess. 4: 3. Pois esta é a vontade de Deus, a vossa santificação.

Pedro faz apelo idêntico.

Porque escrito está: Sede santos, porque eu sou Santo. I Ped. 1:16.


Diferença Entre Justificação e Santificacão


Na própria igreja adventista não tem havido uniformidade na distinção entre justificação e santificação, pois um de nossos líderes, na Austrália, crê que justificação não inclui santifica­ção; do outro lado, os americanos defendem que justificação pela fé inclui santificação.

Ellen G. White advertiu-nos para que não tentássemos “de­finir minuciosamente os delicados pontos de distinções entre justificação e santificação” onde a inspiração silencia.22

Barclay explica a diferença entre justificação e santifica­ção nos seguintes termos:

“Por meio de Jesus mudou-se nosso ‘status quo’ em rela­ção a Deus. Pecadores que éramos fomos postos na devida re­lação para com Deus. Mas isto não basta. Não só tinha que ser mudada nossa relação, mas também nosso estado, O pecador salvo não pode continuar pecador; tem de tornar-se homem reto. . . Aquele que mudou nossa relação para com Deus po­de também mudar nosso estado. Começa Ele pondo os peca-dores na devida relação com Deus, mesmo quando ainda são pecadores; prossegue Ele, por Sua graça, a habilitar esses peca-dores a cessar seu pecado e tornarem-se homens bons. Existem nomes técnicos para esses fatos. A mudança do nosso ‘status quo’ é justificação; aqui é onde começa todo o processo da sal­vação. A mudança de nosso estado é santificação; aqui é onde continua o processo de salvação e jamais termina, até que O vejamos face a face e sejamos semelhantes a Ele.”

A seguinte frase de Ellen G. White é oportuna para diferen­çar justificação e santificação:

É imputada a justiça pela qual somos justificados; aque­la pela qual somos santificados, é comunicada.” 24

Hans K. La Rondelle afirma:

“Existem dois erros que ameaçam nossa compreensão da re­lação bíblica entre a justificação e a santificação. Um deles é a separação das duas, o qual ilegitimamente vai além da distin­ção que Paulo fez das mesmas, o outro é a identificação total das duas de tal maneira que uma delas é absorvida pela outra.” 25

Paulo em Col. 2: 6  nos apresenta a diferença entre estes dois processos de salvação:
“Ora, como recebestes a Cristo Jesus, o Senhor, assim andai nele.”
Receber o Senhor Jesus Cristo é justificação.  Andar nele (permanecer nele) é santificação.

Morris Venden afirma:

“A justificação pela fé constitui o fundamento da salvação, e a santificação pela fé representa as paredes erguidas sobre esse fundamento.”26   Poderíamos acrescentar ser a glorificação o privilégio de habitar nesse edifício para sempre.

O pensamento seguinte é digno de nota:

“Se algum escritor quisesse interpretar as passagens da Es­critura que se referem à justificação pela fé como se elas nos desobrigassem com respeito à santidade, tal interpretação deve­ria ser rejeitada, porque é contrária ao espírito do evangelho.”27

Seis meios usados para a Santificação dos Crentes:

 a)     Deus. I Tes. 5:23

“O mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e o vos­so espírito, alma e corpo, sejam conservados íntegros e irrepreensíveis na vinda de Nosso Senhor Jesus Cristo.”

b)     Jesus Cristo. Ï Cor. 1: 30.

“Mas vós sois dele, em Cristo Jesus, o qual se nos tor­nou da parte de Deus sabedoria, e justiça, e santifica­ção, e redenção.”

c)     O Espírito Santo. I Ped. 1: 2.

“Eleitos, segundo a presciência de Deus Pai, em santifi­cação do Espírito, para a obediência e a aspersão do san­gue de Jesus Cristo: Graça e paz vos sejam multiplica­das.”

d)     A Palavra. S. João 17:17.

“Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade.”

e)     Provas. Tiago 1: 2-4.

f)     A Igreja. Efés. 4:11-13.


Ellen G. White e a Santificacão


No livro A Santificacão ela nos apresenta preciosas gemas sobre este assunto, de onde quero destacar apenas dois excertos:

“A santificacão bíblica não consiste em forte emoção. Eis onde muitos são levados ao erro. Fazem dos sentimentos o seu critério. Quando se sentem elevados ou felizes, julgam-se santifi­cados.                                                    

 Sentimentos de felicidade ou ausência de gozo não é evi­dência de que a pessoa esteja ou não santificada. Não existe tal coisa como seja santificação instantânea. A verdadeira santifica­ção é obra diária, continuando por tanto tempo quanto dure a vida.” pág. 10.

“A santificação é uma obra diária. Que ninguém se enga­ne a si mesmo com a crença de que Deus lhe perdoará e o aben­çoará, enquanto está pisando um de Seus mandamentos. A prá­tica voluntária de um pecado conhecido silencia a testemunha­dora voz do Espírito e separa de Deus a alma. Quaisquer que sejam os êxtases do sentimento religioso, Jesus não pode habi­tar no coração que desrespeita a lei divina. Deus apenas honra­rá àqueles que O honram. págs. 102-103.

“A santificação é um processo pelo qual o crente se torna realmente santo e justo.” A. B. Langston.

Deus espera que seus filhos, pelo processo da santificação, alcancem o alvo que Ele tinha em vista quando lhe ofereceu o perdão e o regenerou.


Glorificação

E o ato final no processo da salvação. Paulo nos ensinou que ela viria em último lugar. Rom. 8: 30.

É a recompensa dos que foram justificados e santificados por Cristo. Rom. 8:19-23; I Tes. 4:16-17; II Ped. 3:13.

A glorificação será após a segunda vinda de Cristo.

As promessas relativas a este evento são muitas nas Escri­turas, como nos revelam as seguintes passagens:


a)     Isa.62:11.

-     - Eis que vem o teu Salvador; vem com Ele a Sua re­compensa, e diante dele o seu galardão.”

b)     I Tes. 4:17 última parte:

        “... e assim estaremos para sempre com o Senhor.”

e)     II Tim. 4:8.

“Já agora a coroa da justiça me está guardada, a qual o
Senhor, reto juiz, me dará naquele dia, e não somente a
mim, mas também a todos quantos amam a sua vinda.”

d)     Apoc.22:14.

“Bem-aventurados aqueles que lavam as suas vestidu­ras, para que lhes assista o direito á árvore da vida, e entrem na cidade pelas portas.”

Os teólogos falam da salvação em três tempos como indi­cam os verbos no original grego:

Passado  —        Justificação. Fui salvo. É o que Cristo fez por nós. Tito 3:5.

Presente —         Santificação.              Sou salvo. É o que Cristo está fazen­do por nós. 1 Cor. 1:18.

Futuro   —          Glorificação.              Serei salvo. É o que Cristo fará por nós. Rom.5:9.

O seguinte quadro apresenta uma síntese e cotejo das três facetas da salvação:


Justificação —      salvação de nossos pecados passados.
Santificação —     salvação de nossos pecados presentes.
Glorificação —     seremos salvos de um mundo de pecado.

Justificação —      limpa os registros de nossa vida.
Santificação —    conserva os registros limpos.
Glorificação —    não há mais lembrança desses registros.

Justificação —     liberta-nos da penalidade ou culpa do pecado.
Santificação —    liberta-nos do poder do pecado.
Glorificação —    liberta-nos da presença do pecado.

Justificação —    entregamo-nos a Cristo.
Santificação —     seguimos o caminho com Cristo.
Glorificação —     estaremos com Cristo.

Justificação —     nosso título para o céu.
Santificação —     nossa idoneidade para o céu.
Glorificação —    o privilégio de estar no céu.

Justificação —     é um ato de graça.
Santificação —    é o crescimento na graça.
Glorificação —     é o desfrute da graça.

Justificação —    é momentânea.
Santificação —     prolonga-se por toda a vida.
Glorificação —    estende-se por toda a eternidade.

Justificação —     é um processo pontilear.
Santificação —     é um processo linear.
Glorificação —     é um processo imensurável.

A composição seguinte intitulada: Lugar da santificação, apesar de repetitiva em alguns de seus conceitos é útil para dife­rençar  Justificação, Santificação e Glorificação.

                                                                
A Justificação é o ponto de partida.
A Santificação é o caminho a percorrer.
A Glorificação é a meta a que se tem de chegar.

A Justificação é a lavagem das vestes.
A Santificação é andar com as vestes brancas.
A Glorificação é entrar nas bodas do palácio real.

A Justificação nos faz sair do poço do pecado.
A Santificação nos guarda de cair novamente nele.
A Glorificação fará desaparecer o poço.

A Justificação é a justiça divina imputada ao pecador.
A Santificação é a santidade divina comunicada ao crente.
A Glorificação é a glória divina partilhada como santo.

A Justificação é o ladrão na cruz.
A Santificação é Enoque andando com Deus.
A Glorificação é assentar-se à mesa com Abraão, Isaque e Jacó.

A Justificação é Cristo na cruz do Calvário.
A Santificação é Cristo no trono da graça.
A Glorificação é Cristo em Sua segunda vinda em glória e majestade.

A Justificação ocorreu quando estávamos no mundo (pas­sado).
A Santificação ocorre enquanto andamos pelo caminho que conduz ao céu (presente).
A Glorificação ocorrerá quando chegarmos ao céu (futuro).

A Justificação é: “Eis que já estás são”.
A Santificação é: “Vai-te e não peques mais”.
A Glorificação é: “Não haverá lembrança das coisas passa­das”.


A Justificação é obra de um momento.
A Santificação é obra de toda a vida terrestre.
A Glorificação é obra da eternidade.

A Justificação é fazer o barco afundado flutuar.
A Santificação é a viagem de barco até o porto desejado.
A Glorificação é a chegada ao porto da salvação.

“Por isso que Deus nos escolheu desde o princípio para a salvação pela santificação do Espírito e fé na verdade.” II Tes.2:13.


Referências:

1. Ellen G. White, Review and Herald, 3-9-1889.
2.     ______________ Obreiros Evangélicos, pág. 301.
3.     ___________ , Review  and Herald, 28-5-1954.
4.     ____________ Testemunhos Seletos, vol. II, pág. 366.
5.      Educação, págs. 125-126.
6.     Christ Our Righteousness, pág. 607. A.G. Daniels. Ver Re­vista Adventista, março de 1966, pág. 6.
7.     Ellen G. White, Testemunhas para Ministras, pág. 456.
8.     Catecismo de Westminster.
9.     Justificação. Santificação e Glorificação, pág. 27, Hans K. La Rondelle.
10.   Esboço de Teologia Sistemática de A.B.Langston, pág. 285.
11.    Doutrina da Salvação, pág. 56, Hans K. La Rondelle.
12.   A Justiça da Fé, pág. 69.
13.   O Homem Uma Pessoa Vivente, pág. 188.
14.   SDABC, vol.6,pág.509.
15.   O Desejado de Todas as Nações, pág. 203-204.
16.   6.000 Illustrations, pág. 400.
17.   O Aspecto Jurídico da Justificação, págs. 17 e 18 —     Josué A. de Oliveira.
18.   Teologia Sistemática de Strong, pág. 840.
19.    Meditações Matinais, 11-2-1981.
20.   Introdução da Lição da Escola Sabatina do dia 8 de agosto de 1959.
21.   Manuscrito 61, 2-7-1903. Citado em Meditações Matinais do dia 2-7-1 983.
22.   Comentário sobre Romanos 3:24-28 do SDÃ4BC.
23.   The Letter to the Romans, págs. 75 e 76.
24.   Mensagens aos Jovens, pág. 35.
25.   Doutrina da Salvação, pág. 20.
26.   Meditações Matinais 11-2-1981.

27.   História, Doutrina e Interpretação da Bíblia, pág. 153 —      Joseph Angus.

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