Podemos
ser santos nesta
vida?
A felicidade
depende de nossa
constante
confiança em Deus.
por Rubem M.
Scheffel
À primeira vista, nossa
tendência imediata e responder: Não, não é possível ser santos nesta vida, pois
nascemos em pecado, e só quando o pecado não mais existir é que poderemos
atingir um estado de perfeição.
Para o Novo Testamento,
a idéia de santidade se acha relacionada com a experiência da salvação em
Cristo, conforme se pode deduzir dos seguintes textos:
“Saudai cada um dos
santos em Cristo Jesus. Os irmãos que se acham comigo vos saúdam.Todos os
santos vos saúdam, especialmente os da casa de César” (Filipenses 4:21 e 22).
“A mim, o menor de todos os santos, me foi dada esta graça de pregar aos gentios” (Efésios 3:8).
Paulo. um gigante
espiritual, se considerava humildemente “o menor de todos os santos”. E quem
eram os outros? Certamente não eram pessoas que houvessem atingido o grau
máximo de santidade, mas irmãos simples, que haviam aceito o evangelho, e estavam
crescendo na graça e no conhecimento de Jesus e se desenvolvendo no caráter -
duas conseqüências essenciais na Vida de todo aquele que aceita a Jesus como
Salvador.
O Novo Testamento,
portanto, apresenta a santidade não como um estado de perfeição absoluta, e de
completa ausência de pecado, a ser atingido pelo cristão nesta vida, mas como
um processo dinâmico, progressivo, no qual os “santos” devem estar envolvidos.
Ora, se a santificação
é progressiva, poderíamos perguntar para que alvo ela se dirige, e se será
possível alcançá-lo nesta vida. Para fins didáticos, poderíamos dizer que a
idéia de alvo pode tanto se referir a um objetivo ideal, como a um objetivo
real.
O OBJETIVO DA SALVAÇÃO
Richard Rice, doutor em
teologia, exemplifica essa questão, dizendo que “um navegante pode conduzir
sua embarcação em direção de uma estrela no horizonte, não porque pretenda
alcançá-la, mas porque o viajar em direção a ela o mantém no rumo certo. Por outro
lado, ele pode navegar em direção a determinado ponto, como a ilha de
Catalina, pelo fato de ser este o seu destino. De fórmas diferentes, tanto a
estrela quanto a ilha servem como alvos ao navegante, embora ele pretenda
alcançar apenas um deles.
“A vida cristã é muitas vezes comparada a uma jornada em direção à
perfeição de caráter. Neste caso, representaria a pertéição um alvo que o
cristão conseguirá de fato atingir um dia, ou seria, em vez disso, um ideal
que, à semelhança da estrela do navegante, mantém o viajor cristão no rumo
certo durante toda a viagem?
Se a perfeição fosse uma possibilidade prática a ser atingida nesta vida,
deveríamos ser capazes de citar alguns exemplos humanos que a conquistaram.
Entretanto, excetuando-se Cristo, não sei de mais ninguém que possa ser
mencionado, mesmo entre os profetas e apóstolos.
O próprio apóstolo Paulo que certa ocasião declarou “Porque suponho em nada
ter sido inferior a esses tais apóstolos” (II Coríntios 11:5), admite também
não ter alcançado a perfeição, mas, acrescenta, esquecendo-me das coisas que
para trás ficam e avançando para as que diante de mim estão prossigo para o
alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus” (Filipenses
3:12-14).
Paulo, como um
navegante da fé cristã, prosseguia incansávelmente rumo a “brilhante Estrela
da Manhã”, que é Cristo Jesus (Apocalipse 22:16). E quando mantemos o olhar fixo
em Jesus contemplando-O pela fé, somos considerados santos e perfeitos.
Muitas pessoas crêem
que a justificação é obra de Deus, e que a santificação e obra do homem. Mas o
Novo Testamento descreve a santificação da mesma maneira como o faz com a
justificação: como resultado de ação divina. “É Deus quem os justifica”, diz Paulo em Romanos 8:33. E em 1a.
Tessaionicenses 5:23 ele escreveu: “O mesmo Deus da paz vos santifique em
tudo.”
Não há apoio bíblico
para a idéia de que Deus nos justifica e então deixa a santificação por nossa
conta. Deus é inteiramente responsável por ambas.
SANTIFICAÇÃO É CONVIVÊNCIA COM DEUS
Alejandro Bullón conta
que ouviu, certa vez, a historia de Enoque contada para crianças. A história
dizia que Enoque e Deus eram muito amigos,Andavam juntos, caminhavam, brincavam
e dormiam juntos. Enoque era muito dorminhoco e Deus sempre tinha que acorda-lo
com o cotovelo, dizendo: ‘Acorda. Enoque. já é muito tarde’. Então amhos saiam
da cama, escovavam os dentes juntos, e depois de tomar o desjejum saíam como
todos os dias. Corriam pelos campos, nadavam na lagoa, colhiam frutos,
descansavam debaixo das árvores, e quando o sol começava a ocultar-se, Enoque
dizia para Deus: ‘Senhor, já é tarde, voltemos para casa. E os dois retornavam
e dormiam juntos para começar tudo de novo no dia seguinte.
“Um dia. Deus acordou
Enoque e disse: ‘Olha como brilha o Sol, parece que hoje será um dia
diferente’.
“Levantaram-se e
começaram as atividades de sempre, mas naquele dia andaram como nunca,
distraídos na maravilhosa comunhão em que ambos viviam. De repente o Sol
começou a ocultar-se e Enoque disse: ‘Senhor, já é tarde, temos que voltar.’
Mas Deus respondeu: Filho, hoje a gente andou tanto que a Minha casa está mais
perto do que a sua. O que você acha se hoje a gente for para a Minha casa?’
Naquele dia Enoque desapareceu, porque Deus o levou,”
Embora seja uma
historia para crianças, ela nos mostra que cristianismo nada mais é do que uma
maravilhosa experiência de comunhão e companheirismo com Deus. Uma tal
convivência nos leva a conhecer a Deus pessoalmente, da mesma maneira como
acontece entre duas pessoas que se amam. E conhecer a Deus é uma condição para
obtermos vida eterna (ver João 17:3). Outro benefício de desfrutar o
companheirismo divino, é nos tornarmos progressivamente santos. Como Enoque,
que se tornou tão íntimo, tão santo, que Deus para Si o tomou.
Isto não significa,
porém, que estejamos fora da possibilidade de pecar. Noé, um santo de Deus,
certa vez se embriagou, tirou a roupa e apareceu nu diante de vizinhos e
familiares, provocando escândalo e zombaria. Foi uma falha. Mas ele continuou
servindo a Deus, e no final de sua vida foi considerado um homem justo e
perfeito. Um santo de Deus, Tal e qual Davi, que apesar de ter cometido
adultério e homicídio. arrependeu-se e foi reintegrado no favor divino, sendo
considerado um homem “segundo o coração dc Deus” -
Está você navegando
pela fé rumo à Estrela da Manhã? Está convivendo com Cristo diariamente,
através do estudo da Sua Palavra e da oração, e procurando fazer-Lhe a vontade?
Se sua resposta for afirmativa, mesmo que erre aqui e ali, você e um dos santos
de Deus.
Perguntas sobre a comunhão
1.O que devo acontecer quando conhecemos a Jesus?
“Antes crescei na graça
e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo” (II Pedro 3:18)-
O crescimento na graça e no conhecimento de
nosso Senhor andam juntos. Isso somente acontece quando dedicamos tempo para a oração e leitura
da Bíblia.
2. Que papel tem a Bíblia na vida particular das
pessoas?
“Lâmpada para os meus
pés é a Tua palavra e luz para os meus caminhos” (Sa]xno 119:105).
3. Por que a leitura da Bíblia transforma as
pessoas?
“Santifica-os na
verdade; a Tua Palavra é a verdade” (João 17:17).
4. O que é bom fazer antes de estudar a Bíblia?
“Desvenda os meus
olhos, para que eu contemple as maravilhas da Tua lei” (Salmo 119:18)
5. Deus realmente
ouve a nossa oração?
“Pedi, e dar-se-vos-á;
buscai, e achareis; batei, e
abrir-se-vos-á. Pois todo o que pede recebe;
o que busca encontra; e, a quem
bate, abrir-se-lhe-á” (Mateus 7:7 e 8)-
Precisamos entender que a oração não muda a Deus,
mas a nossa relação para com Ele.
8. Como é o procedimento de quem leva uma vida em
comunhão com Deus?
“Regozijai-vos na
esperança, sede pacientes na tribulação, na oração, perseverantes” (Romanos
12:12)-
7. Qual o resultado de urna vida com Jesus?
“Mas os que esperam no
Senhor renovam as suas forças, sobem com asas como águias, correm e não se
cansam, caminham e não se fatigam” (Isaias 40:31).
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