O casamento bíblico
Cerimônia
explica aspectos das Escrituras
“O casamento é usado na Bíblia
para ilustrar muitas verdades espirituais”
Reinaldo W. Siqueira, Ph.D em
Antigo Testamento, pela Andrews University (EUA), é professor de Línguas e
Exegese Bíblicas e de Teologia do Atno Seminário Latino-Americano, em
Engenheiro Coelho, SP.
O casamento é um dos remas mais evocados na
Bíblia, sendo utilizado para ilustrar muitas verdades espirituais. Como era
esse cerimonial?
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Em geral, o casamento era arranjado pelos pais ou familiares. Casamentos
entre primos eram comuns. No tempo de Jesus, os rapazes normalmente se casavam
com cerca de 18 anos, e as moças, com 12 ou 13.
O pedido de casamento e os arranjos para a cerimônia eram feitos por um
representante da familia do noivo. Para o casamento de Isaque, Eliézer, servo
de Abraão, atuou como o agente casamenteiro; no tempo do Novo Testamento, o “amigo do noivo” se ocupava dessa função (ver
João 3:29).
O jovem pretendente deveria pagar um dote à família da noiva. No
Pentateuco, esse dote era estipulado em 50 siclos de prata (Deut. 22:29). Essa
soma pertencia à noiva e servia como um tipo de seguro financeiro em caso de
divórcio ou morte do esposo. A perda de uma dessas moedas seria motivo de
grande preocupação. Jesus ilustrou isso na parábola da mulher que perdeu uma
dracma (Lucas 15:8-10).
Se o noivo não tivesse como pagar a soma em dinheiro, poderia trabalhar
para o pai da moça (casos de Jacó e Moisés) ou realizar algum feito
extraordinário a pedido do sogro (casos de Otoniel e Davi).
A cerimônia de casamento começava oficialmente com
o noivado, que tinha o valor de compromisso assumido. O noivo só poderia
deixar sua noiva através de um divórcio formal. Uma jovem infiel ao noivo era considerada adúltera e sofria a pena
de morte (Deut. 22:23-27). Se o noivo morresse antes da consumação do
casamento, a noiva era considerada viúva. Para evitar esse tipo de tragédia,
os rapazes comprometidos em noivado eram dispensados do serviço militar.
Esses costumes
esclarecem por que Maria já era considerada esposa de José mesmo antes de o casamento
ser consumado. Requerer divorciar-se dela em segredo, a fim de que ela não
fosse acusada de adultério.
O preparo para a cerimônia do casamento é ricamente utilizado no Novo
Testamento para representar o período entre a primeira e a segunda vinda de
Jesus. Ele é o noivo e a Igreja é a noiva, O noivado foi firmado na Sua primeira
vinda. Ele foi ao Céu preparar a casa (João 14:1-3), enquanto a noiva se
enfeita para o grande dia das bodas (Apoc. 19:7-9).
Para a cerimônia de bodas, a noiva se adornava literalmente como uma
rainha. Seu cabelo era enfeitado com pedras preciosas e enfeites de ouro. Um
grupo de amigas, chamadas de “companheiras” ou “virgens”, ajudava-a a vestir-se.
O noivo também se
vestia como um rei. Acompanhado de um grupo de rapazes, seus “companheiros” ou
“valentes”, ele saía de sua casa e se dirigia á casa dos pais da noiva. No tempo
de Jesus, a cerimônia era realizada à noite, e os companheiros do noivo levavam
tochas para iluminar o caminho A noiva esperava em sua casa, e suas
companheiras tinham lâmpadas de óleo acesas para acompanhá-la na procissão à futura casa
do casal, onde ocorreria a festa.
Ao aproximar-se o noivo, a noiva se cobria totalmente com um véu a ser
retirado somente após o casamento. Na época de Jacó, o véu só era retirado após a primeira noite de núpcias. Isso
explica o fato de Jacó não saber que estava se casando com Lia, e não com
Raquel (Gên. 29:23-25).
Após o encontro, eles eram transportados em procissão com muita música e
alegria para o novo lar do casal. A festa das bodas se estendia por sete dias,
ocupando a maior parte do dia e uma parte da noite. As famílias mais ricas proviam uma “veste
nupcial” especial para os convidados (Mal. 22:12).
A imagem da cerimônia de bodas é vividamente utilizada na Bíblia para
representar a segunda vinda de Jesus, que, acompanhado dos anjos, vem buscar
Sua noiva, a Igreja, para representar a segunda vinda de Jesus, que,
acompanhado dos anjos, vem buscar Sua noiva, a Igreja, para leva-la ao lar que
Ele preparou.
Sinais dos Tempos Março-Abril/2001
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