Participando do Nosso Próprio Julgamento
Por
Herbert E. Douglass
Para
mim, o texto bíblico mais revigorante é provavelmente João 3:17-21. Certamente,
estes versículos oferecem a visão mais clara de como Deus lida com os seres
humanos. Estas são as primeiras palavras que leio para uma pessoa que tropeça
em pecado e perde a esperança.
Pense
nisto! Deus não condena os pecadores! Ele veio para salvá-los, usando toda a
Sua sabedoria e o poder conquistador que um Deus Criador possui, ao falar a
todos os que são nascidos, em qualquer lugar. Ele não quer que qualquer pessoa
perca a Sua oferta de vida eterna.
Então,
por que estamos falando de juízo? Porque algumas pessoas condenarão a si
mesmas! Como elas fazem isto? Rejeitando a luz (seja ela pequena ou muito
brilhante) com a qual o Espírito Santo ilumina seus receptores neurais.
A
maior parte das traduções da Bíblia perdem o foco do que João está dizendo.
Trata-se de muito mais do que “crer” ou “não crer” em alguma coisa (a palavra
grega traduzida por “crer” seria melhor traduzida como “ter fé”.). Aqueles que
são condenados escolhem não confiar em Deus, ter fé em Sua fidelidade. Eles
rejeitam Jesus como seu Senhor, assim como seu Salvador.
E
isto é mais do que uma decisão mental. Homens e mulheres rejeitam a Jesus como
Senhor porque “suas obras são más”. A psicologia precede a teologia. O eu
assume a prioridade nas decisões da vida. As pessoas não rejeitam as verdades
bíblicas porque sejam irracionais ou ridículas, elas as rejeitam porque “odeiam
a luz” e não querem que suas “obras sejam reprovadas” (verso 20).
Como
tudo isto se relaciona com o juízo? Todos nós estamos determinando a cada dia o
veredito, quando resistimos ou seguimos a luz com a qual o Espírito nos guia.
João está dizendo que “aquele que forma em sua vida o hábito de seguir a luz”
tornará claro ao universo que pode receber a vida eterna, pois “se verá
claramente que as suas obras são realizadas por intermédio de Deus” É difícil
encontrar em qualquer outro lugar, em tão poucas palavras, um vislumbre tão
lúcido do plano da salvação.
Mas
como João 3:17-21 se relaciona com o juízo pré-advento? Segundo o grande
desígnio de Deus, algo muito significativo aconteceu em 1844. Os mundos
distantes focalizaram a sua atenção no planeta Terra. Deus cumpriu o Seu
compromisso com Seu povo. Por mil e quinhentos anos antes que Jesus nascesse,
Deus estava ensinando ao Seu povo escolhido, mediante uma maquete ilustrativa,
como Ele queria que homens e mulheres se relacionassem com Ele. Estava
ensinando com pinceladas amplas como os rebeldes na terra poderiam
eventualmente viver para sempre. E parte deste quadro era a verdade ensinada no
simbolismo do Dia da Expiação.
Uma
vez por ano, naquele dia especial, cada israelita deveria renovar seu
compromisso com um maravilhoso Senhor, o qual estivera cuidando deles durante o
ano. Era uma ocasião solene. Cada um podia avaliar quão fiel havia sido ao fiel
Senhor de Israel. Cada um estava participando em seu próprio julgamento.
Em
Apocalipse 14, o momento significativo de Deus é anunciado ao mundo por três
anjos, com mensagens terríveis. O primeiro anjo chama a nossa atenção com
palavras eletrizantes: “Temei [respeitai] a Deus, porque vinda é a hora de Seu
juízo...” A Bíblia vem falando de julgamento desde o Gênesis. Agora ela nos diz
que “o juízo chegou”. Parte do drama é revelada no capítulo 13, onde o poder
simbolizado como “a besta” exerce ferozmente o seu poderio contra os que
permanecem fiéis ao seu fiel Deus. Mas Deus terá a última palavra através de
Seus fiéis dos últimos dias. O tribunal que finalmente erradicará o mal da face
da terra está agora em sessão.
Em
poucas palavras: durante este período de julgamento, o poder simbolizado pela
besta montará seu ataque final contra os que se dizem leais a Deus, liberando o
ódio acumulado durante milênios, esperando pelo menos que o povo professo de
Deus seja quebrantado diante do terror sem precedentes dos últimos dias. Mas
Deus diz ao mundo que possui um povo o qual permanecerá leal sob as piores
condições. Este povo provará ao mundo que mal algum pode levá-los a se
acovardar ou se abater, porque eles têm a “paciência dos santos”; aprenderam
como se refugiar nos eternos braços de Deus, experimentando o poder sustentador
de guardar “os mandamentos de Deus” e de sua “fé em Jesus” (14:12).
Ao
final do julgamento, o universo verá dois grupos – os que são leais a Deus, que
suportaram o pior mal, e aqueles que odeiam a luz da verdade “para que as suas
obras não sejam reprovadas”. (João 3:20)
Mas
existe uma coisa que também é muito importante com respeito ao assombroso Dia
Mundial da Expiação. No dia anual da Expiação israelita, os sacerdotes
continuavam a realizar as suas tarefas diárias, inclusive neste dia solene – os
rituais regulares da manhã e da tarde, e assim por diante. Da mesma forma,
quando Jesus se apresentou diante do Seu Pai, no início do Dia da Expiação
antitípico (Daniel 7:13), não deixou de executar Seu ministério de intercessão.
O
chamado a um compromisso total com o Senhor do universo continua propagando-se
pelo mundo, alguns o estão ouvindo pela primeira vez, mesmo enquanto as sombras
descem sobre a paisagem da história. A mensagem de Apocalipse 14 conclama as
pessoas de todos os lugares a criarem em suas vidas o hábito de seguir a Jesus,
não importando a idade que possam ter ao ouvirem este convite. Elas se
regozijarão na “fé de Jesus”, porque este é o mesmo tipo de fé que evitou que
Jesus pecasse e o manteve fiel a Seu Pai celestial.
Os
israelitas sérios, de coração sincero, sabiam que o Dia da Expiação significava
vida ou morte para eles. Para os seguidores de Jesus nos últimos dias,
certamente é uma questão de vida ou morte. As decisões feitas hoje afetam
diretamente a forma como tomaremos nossas decisões amanhã. O tempo está se
esgotando para todos. Aqueles que estão formando, em suas estruturas neurais,
um hábito de dizer Sim à Luz que os guia, estão firmando-se na verdade. Virá o
tempo em que Deus e os anjos dirão que eles estão tão firmados na verdade que
nunca mais serão levados a desconfiar de Deus ou agir movidos por desejos
egoístas.
Estes
terão tomado parte em seu próprio julgamento.
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