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domingo, 28 de janeiro de 2018

A FESTA DA PÁSCOA


Festa imperdível
A Páscoa era uma das três festas obrigatórias de peregrinação, durante as quais todo israelita deveria comparecer diante de Deus e adorar no local onde estivesse o santuário.

Reinaldo W. Siqueira, PH.D., em Antigo Testamento pela Andrews University  EUA, é professor de Línguas e Exegese Bíblicas e de Teologia do AT no Seminário Adventista Latino Americano de Teologia, em Engenheiro Coelho, SP.

O festival judaico da Páscoa é essencial
para a compreensão da mensagem bíblica

Páscoa é uma das mais importantes celebrações anuais do calendário is­raelita desde os tempos bíblicos. Comemorada a partir do 15º dia do primeiro mês do calendário judaico, chamado o mês de Abíbe ou Nisã, ela cai geralmente entre março e abril do calendário comum.
A história original da Páscoa aparece em Exodo 12 e está diretamente relacionada com todos os milagres operados por Deus a fim de libertar o povo de Israel da escravidão no Egi­to. Em memória dessa extraordinária liberta­ção, todos os israelitas deveriam celebrar anualmente este evento durante sete dias. A Páscoa era uma das três festas obrigatórias de peregrinação, durante as quais todo israelita deveria comparecer diante de Deus e adorar no local onde estivesse o santuário (as outras duas eram o Pentecostes e a festa dos Tabernáculos).
Nos dias do segundo templo, todos os israeli­tas, inclusive as mulheres, que viviam dentro de um raio de 31 dias de jornada de Jerusalém (cer­ca de 1.500 km) participavam da festa. A popu­lação em Jerusalém aumentava drasticamente, passando de cerca de 50 mil habitantes para pelo menos 200 mil. Flávio Josefo, historiador judeu da época de Jesus, chega a falar de uma multidão de 3 milhões de peregrinos na cidade. Muitos desses peregrinos eram hospedados gratuitamente pelos habitantes da cidade em suas casas, pois Jerusalém era considerada a propriedade co­mum de todos os judeus do mundo. Em grati­dão, os peregrinos normalmente dei­xavam as peles dos animais sa­crificados como um presen­te para os seus hóspedes. Uma grande multidão pro­curava abrigo nas cidades e vilarejos vizinhos de Jeru­salém, ou acampavam nos campos ao redor da cidade.

Na manhã do dia 14 de Nisã, todos paravam de consumir pão le­vedado e se livravam de qualquer produto levedado que existisse em sua casa. No templo, os israelitas de linhagem sacerdotal estavam a postos desde cedo para ajudar nos serviços de preparação para a Pás­coa. Todo trabalho secular cessava ao meio-dia, e o sacrifício dos cordeiros para a Páscoa come­çava a partir das 15 horas. Cada judeu imolava o seu próprio cordeiro no átrio do templo. Os sacerdotes então recolhiam o sangue dos cor­deiros em bacias de prata e ouro e depois o le­vavam para ser derramado aos pés do altar de bronze. Durante toda a cerimônia, os levitas en­toavam o conjunto de Salmos conhecidos como Hallel  (Salmos 113-118). Deixando o recinto do templo com o seu animal sacrificado, cada família assava o seu cordeiro em fornos portá­teis de barro colocados no quintal de suas casas.


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