Chanucá -
Festa das
Luzes
Significado-Literalmente,
"Inauguração".
A festa recebeu este
nome em comemoração ao fato histórico de que os macabeus "chanu"
(descansaram) das batalhas no "cá" (25º dia) de Kislev.
Quando comemora-se
Em 25 de Kislev. Neste ano
(2004), a primeira vela é acesa em 07 de dezembro (por-do-sol)
Duração
8 dias.
Por que comemora-se
Antiocus, rei da Síria,
governou a Terra de Israel depois da morte de Alexandre, o Grande. Pressionou
os judeus a aceitarem a cultura greco-helenista, proibindo o cumprimento das
mitsvot (preceitos) da Torá e forçando a prática da idolatria pagã.
Antiocus foi apoiado por
milhares de soldados de seu exército. Em 165 AEC, os Macabeus, corajosos
lutadores oriundos de uma família de muita fé, os Chashmonaim, apesar do
antagonismo esmagador, saíram vitoriosos de uma batalha travada contra o
inimigo.
O Templo Sagrado, violado
pelos rituais greco-pagãos, foi novamente purificado e consagrado e a Menorá
(candelabro) reacesa com o azeite puro de oliva, descoberto no Templo.
A quantidade encontrada
era suficiente para apenas um dia, mas milagrosamente durou 8 dias, até que um
novo óleo puro pudesse ser produzido e trazido ao Templo. Em lembrança destes
milagres comemoramos Chanucá durante oito dias.
Costumes
Acender a Chanukiyá
Distribuir Chanucá Guelt
(dinheiro)
Brincar com o Sevivon
(pião)
Comer sonhos e bolinhos de
batata.
Como acender a chanukiyá
:
É preferível que todos
os membros da família estejam presentes ao acendimento da chanukiyá.
A chanukiyá deve ficar
num lugar especial, onde normalmente não se acendem luzes nem velas. O costume
Chabad é colocá-la no lado esquerdo da porta de entrada, em frente à mezuzá,
sobre uma mesa ou cadeira para proclamar a todos o milagre de Chanucá.
Ela é acesa ao
anoitecer, em cada uma das oito noites da festa, usando azeite de oliva ou
velas grandes o suficiente para arder, no mínimo, meia hora após o anoitecer
(segundo o costume Chabad, 50 minutos).
Acende-se a primeira
vela do lado direito da chanukiyá; na segunda noite, acrescenta-se uma vela
nova do lado esquerdo da primeira, e assim sucessivamente. A vela a ser acesa é
sempre a nova, procedendo da esquerda para a direita.
Na noite de
sexta-feira, a chanukiyá é acesa antes das velas de Shabat. A chanukiyá não
pode ser tocada ou removida depois de seu acendimento na sexta-feira até sábado
após o anoitecer. Sábado à noite, a preparação e o acendimento da chanukiyá
devem ocorrer somente após o término do Shabat.
Se uma vela apagar
durante o período em que deveria estar ardendo, deve ser reacendida. É
permitido apagar as velas após arderem o tempo determinado (menos na
sexta-feira à noite quando é proibido acendê-las ou apagá-las devido ao
Shabat). Na noite seguinte, os pavios e o azeite restantes podem ser
reaproveitados.
A luz da chanukiyá é
sagrada e não pode ser utilizada para outro fim, como leitura ou trabalho.
A chanukiyá é acesa
usando uma vela, de preferência de cera, chamada shamash, auxiliar. Primeiro,
acende-se o shamash, depois pronuncia-se as seguintes bênçãos:
1. Baruch Atá A-do-nai,
E-lo-hê-nu Mêlech haolam, asher kideshánu bemitsvotav, vetsivánu lehadlic ner
Chanucá.
Bendito és Tu, A-do-nai,
nosso D'us, Rei do Universo, que nos santificou com Seus mandamentos, e nos
ordenou acender a vela de Chanucá.
2. Baruch Atá A-do-nai,
E-lo-hê-nu Mêlech haolam, sheassá nissim laavotênu, bayamim hahêm, bizman hazê.
Bendito és Tu, A-do-nai,
nosso D'us, Rei do Universo, que fez milagres para nossos antepassados,
naqueles dias, nesta época.
Na primeira noite ou pela
primeira vez, acrescenta-se:
Baruch Atá A-do-nai,
E-lo-hê-nu Mêlech haolam, shehecheyánu vekiyemánu vehiguiyánu lizman hazê.
Bendito és Tu, A-do-nai,
nosso D'us, Rei do Universo, que nos deu vida, nos manteve e nos fez chegar até
a presente época.
Em seguida, acendem-se as
velas da chanukiyá com o shamash. Após acender as velas, coloca-se o shamash à
esquerda da chanukiyá de modo que fique mais alto do que as chamas da
chanukiyá, e recita-se:
Hanerot halálu ánu
madlikin al hateshuot, veal hanissim, veal haniflaot, sheassíta laavotênu,
bayamim hahêm, bizman hazê, al yedê cohanêcha hakedoshim. Vechol shemonat yemê
Chanucá, hanerot halálu côdesh hem, veen lánu reshut lehishtamesh bahen, êla
lir'otan bilvad, kedê lehodot ul'halel leshimechá hagadol, al nissêcha, veal
nifleotêcha, veal yeshuotêcha.
Nós acendemos estas luzes
em virtude das redenções, milagres e feitos maravilhosos que realizaste para
nossos antepassados, naqueles dias, nesta época, por intermédio de Teus
sagrados sacerdotes. Durante todos os oito dias de Chanucá, estas luzes são
sagradas, e não nos é permitido fazer qualquer uso delas, apenas mirá-las, a
fim de que possamos agradecer e louvar Teu grande nome, por Teus milagres, Teus
feitos maravilhosos e Tuas salvações.
Chanucá
Guelt
Em Chanucá, é
tradicional dar às crianças Chanucá Guelt, dinheiro de Chanucá. Uma das razões
deste costume é a oportunidade de lhes oferecer um reforço positivo por
comportamento exemplar e como dedicação ao estudo de Torá, que era proibido
durante a ocupação dos sírios, além de incentivá-las a doar uma parte para
tsedacá, caridade.
Sevivon - A
origem
Antíoco decretou que cada
aula de Torá era crime punível com morte ou prisão. Em desafio, as crianças
estudavam em segredo, e quando as patrulhas sírias eram avistadas, fingiam
estar jogando uma inocente brincadeira de pião, também conhecido como dreidel
(em yidish) e sevivon (em hebraico).
As letras
Todo sevivon possui
quatro lados com uma letra hebraica em cada um deles. Cada letra é a inicial de
uma palavra. As quatro letras são:
Nun primeira letra da
palavra nes, que significa "milagre"
Guimel primeira letra de
gadol, que significa "grande"
Hei primeira letra de
haya, que significa "era" ou "foi"
Shin primeira letra de
sham, que significa "lá"
Juntas, estas letras
formam a frase: "Um grande milagre aconteceu lá".
Em Israel, ao invés da
letra shin (para designar sham, lá), o sevivon possui a letra pei de pô, aqui)
para que as letras dos lados do pião forme a frase: "Um grande milagre
aconteceu aqui".
Atualmente
Uma vez que as
crianças têm dinheiro e tempo livre, é natural que acabem brincando com o
sevivon.
Mas o sevivon também
tem uma mensagem especial: possui quatro lados, cada um com uma letra do
alfabeto hebraico, formando a frase: "Um grande milagre aconteceu
lá", mostrando assim que, mesmo nos momentos de lazer, a pessoa deve
lembrar que a Providência Divina dirige tudo, em todas as situações.
Regras para jogar Sevivon
1) Ao iniciar, cada
jogador recebe a mesma quantia de moedas.
2) A cada partida,
depositam a mesma quantia na mesa.
3) Cada jogador
deverá, alternadamente, girar o sevivon. Dependendo da letra que cair, o
jogador procederá da seguinte maneira:
"Nun": não
perde nem ganha nada;
Guímel": ganha
todas as moedas da mesa;
"Hei": ganha
a metade das moedas da mesa; e
"Shin":
deposita na mesa o mesmo valor colocado anteriormente.
Sonhos e bolinhos de
batata
Na festa de Chanucá há
o costume de ingerir comidas fritas em óleo como bolinhos de batata (levivot ou
latkes), e sonhos (sufganiyot). Estes alimentos são preparados e degustados em
honra ao milagre que ocorreu com o azeite.
Pratos à base de
laticínios, como bolinhos de queijo, são também apreciados, pois lembram os
feitos de uma famosa heroína judia, Yehudit, na época do Segundo Templo Sagrado
de Jerusalém.
Israel encontrava-se
sitiada pelo cruel e opressivo exército Greco-Sírio. Yehudit ajudou a assegurar
a vitória para as forças judaicas, assassinando o terrível general do exército
grego, Holofernes. Deu a ele queijo salgado para comer, acompanhado de vinho
forte para eliminar sua sede. O vinho o "derrubou" fazendo-o cair em
sono profundo. Yehudit então tomou de sua espada e o matou. Os soldados do
general fugiram com medo. A vitória dos Macabeus seguiu-se a este ato de
coragem.
Trabalho
Durante Chanucá,
não há nenhuma proibição e pode-se trabalhar normalmente.
No entanto, existe um
costume especial para as mulheres: o de não realizarem
nenhum trabalho a
partir do acendimento da Chanukiyá e enquanto durarem suas
velas.
A luz fala
por Yanki
Tauber
Escutem o que as luzes
de Chanucá estão nos dizendo.
- Rabi Yossef Yitschac
de Lubavitch
Sou pura, e mantenho
minha pureza onde quer que eu vá. Os raios que penetram uma masmorra imunda são
tão puros quanto aqueles que inundam um palácio de mármore branco.
Meu uso mais
importante não está em proporcionar a você algo que não tenha, mas em
capacitá-lo a preservar e desenvolver aquilo que faz. Quando você está na
escuridão, pode estar à beira de um grande perigo, ou a um passo de grandes
riquezas, e estar inconsciente de ambos. Presenteio você com o conhecimento de
seu potencial e o que realizar com ele.
Realizo coisas
notáveis, mas as consigo sem esforço.
Sou verdade.
Sou uma força
curativa.
Sou incolor, embora
incorpore todas as cores. Careço de substância, massa e peso - mesmo assim sou
parte integral da realidade física. Em outras palavras, sou espiritual.
Luto para livrar-me do
estado físico, porém estou inexoravelmente ligada a ele. Em outras palavras, eu
sou você.
Não sou uma existência
por mim mesma, mas a revelação de minha fonte.
A lição através da
luz
Embora Chanucá
seja celebrada apenas durante oito dias no ano, a mensagem da festa e de suas
luzes são válidas o ano inteiro.
Há outras luzes com
importante significado no judaísmo, entre elas as luzes do candelabro que eram
acesas diariamente no Templo Sagrado de Jerusalém e as luzes de Shabat, acesas
no lar judaico todas as tardes, antes do pôr-do-sol de sexta-feira.
Existem diferenças
fundamentais entre as luzes de Chanucá e as outras duas:
As velas de Shabat
devem ser acesas antes do pôr-do-sol e as velas do Templo Sagrado eram acesas
ainda cedo; as luzes de Chanucá, todavia, devem ser acesas depois do
pôr-do-sol, quando já está escuro (exceto na sexta-feira, que devem ser acesas
antes das velas de Shabat).
O candelabro do Templo
estava dentro do Santuário. O lugar das luzes de Shabat, da mesma maneira, fica
na mesa de Shabat. Porém, as luzes de Chanucá devem ser colocadas em um lugar
que possam ser vistas do lado de fora.
Finalmente, as luzes
do Templo e as velas de Shabat têm sempre o mesmo número, enquanto as luzes de
Chanucá são acrescidas a cada dia da festa, aumentando constantemente seu
número.
A lição indicada pelas
luzes de Chanucá é que cada um deve iluminar, não somente o seu lar, (como faz
através das velas de Shabat e do Templo), mas tem uma responsabilidade
adicional de iluminar "externamente" seu ambiente social e de negócios.
Além disso, quando as condições são desfavoráveis (está escuro lá fora) não é
suficiente acender uma luz e apenas mantê-la, mas é necessário aumentar
constantemente as luzes através de um esforço sempre crescente para propagar a
luz da Torá e das mitsvot.
Conservar o azeite
puro
O verdadeiro objetivo
dos gregos não era a destruição do óleo da Menorá, mas sim conseguir com que
fosse reacesa com óleo profanado. O propósito por trás disto era, ao invés da
supressão da Torá, sua profanação; queriam que ela fosse considerada uma obra
humana.
Chanucá nos lembra que
o maior perigo na vida judaica não é a ameaça de sua supressão ou de sua
extinção completa, mas antes, a tendência de profaná-la alimentando sua Menorá
com óleo impuro.
Essa tendência pode
expressar-se de várias maneiras: na adoração do materialismo e sucesso
material; na apresentação de certas ideologias feitas pelo homem e
"ismos", como a panacéia de todos os males da humanidade; na
idolatria da ciência e da tecnologia e a tendência de julgar e medir tudo
segundo os padrões do raciocínio humano. Ela não exclui necessariamente a
"experiência religiosa", mas ou a confina a uma área restrita, ou
pior ainda, produz uma pseudo-religiosidade onde a consagração e a devoção são
sacrificadas de acordo com conveniências e compromissos pessoais.
Chanucá nos ensina que
a santidade e a pureza da vida judaica deve ser conservada a qualquer custo. Os
aspectos externos e materiais de nossa vida diária não somente devem ser
preservados de serem contaminados em sua pureza e santidade, mas ao contrário,
Torá e mitsvot devem levar santidade a todos os aspectos materiais de nossa
vida de acordo com o princípio: "Conheçam-O em todos os seus
caminhos".
Mensagem do
Rebe
Caro amigo,
As luzes de Chanucá,
acesas na escuridão da noite, trazem à mente lembranças do passado: a guerra
que os chashmonaim travaram com os poderosos exércitos sírios, sua vitória, a
inauguração do Templo, o reacendimento da Menorá, a pequena quantidade de azeite
que durou por muitos dias, e assim por diante.
Vamos nos imaginar
como membros do pequeno grupo dos chashmonaim daquela época. Estamos sob o
domínio de um poderoso rei sírio; muitos de nossos irmãos nos deixaram e
aceitaram a idolatria e o modo de vida do inimigo. Mas nossos líderes, os
chashmonaim, começam a agir sem comparar números e armas e sem medir as chances
de vitória. O Templo Sagrado foi invadido por um adversário cruel. A Torá e
nossa fé estão em grave perigo. O inimigo esmagou tudo o que nos era sagrado e
está tentando nos forçar a aceitar seu modo de vida, que é a idolatria,
injustiça e características semelhantes totalmente estranhas a nós. Mas há algo
que podemos fazer - aderir o mais que pudermos à nossa religião e aos preceitos
e lutar contra o adversário, mesmo que seja necessário oferecer a vida.
Maravilha das
maravilhas! Os enormes exércitos sírios são vencidos e o vasto império é
derrotado. Nossa vitória é completa.
Este capítulo da
História judaica se repetiu freqüentemente. Nós, como judeus, sempre fomos
minoria; muitos tiranos tentaram nos destruir devido à nossa fé. Às vezes,
miravam setas envenenadas contra nosso corpo, outras vezes contra nossa alma.
E, é triste dizer, muitos de nossos irmãos, por um motivo ou outro, viraram as
costas para D'us e Sua Torá e tentaram tornar a vida mais fácil aceitando as
regras do conquistador.
Em tais tempos de
tribulações, devemos ser como o fiel grupo dos chashmonaim e lembrar que sempre
há uma gota de "puro azeite de oliva" escondida lá no fundo do
coração de cada judeu que, se acesa, transforma-se numa imensa chama. Esta gota
de "puro azeite de oliva" é a "Luz Perpétua" que deve
perfurar a escuridão da noite atual, e de fato, o conseguirá, até que todos
contemplem a realização da profecia de redenção e triunfo supremos.
Como nos dias dos
chashmonaim, mais uma vez, "os perversos serão conquistados pelos justos,
e os arrogantes por aqueles que seguem as leis de D'us, e nosso povo Israel
terá uma grande salvação."
Com saudações de
Chanucá,
Rabi Menachem Mendel
Schneerson
Uma mensagem
universal
Chanucá contém
uma mensagem universal para todos os povos de todas as fés - uma mensagem de
liberdade, da vitória do bem sobre o mal, da luz sobre as trevas.
O símbolo da festa, um
candelabro de oito braços, adquiriu significado especial para o povo judeu
durante a revolta contra a coerção religiosa dos antigos gregos,
aproximadamente 2.200 anos atrás.
Este candelabro, na
verdade, representa muito mais do que apenas um símbolo religioso. Simboliza a
liberdade de expressão e, assim, indica a diversidade e pluralismo tão
importantes em nossa sociedade.
Acender candelabros
gigantes em locais públicos proclama a mensagem universal da liberdade
religiosa, como vem sendo feito em centenas de cidades do mundo todo.
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