A DIVINDADE DE CRISTO
Pedro Apolinário “As Testemunas de Jeová e sua Interpretação
da Bíblia”- 4o. Edição-
Instituto Adventista de Ensino - 1986
A Igreja desde
os seus primórdios considerava Jesus como verdadeiro Deus e verdadeiro homem.
Com a propagação
do evangelho para o mundo grego surgiram problemas para harmonizar a humanidade
com a divindade de Cristo.
Idéias
heréticas negando a divindade ou a humanidade de Cristo surgiram rapidamente,
algumas já se iniciando
no primeiro século.
Duas Escolas Principais da Época com
Idéias Diferentes
a)
Escola de Antioquia enfatizando a
natureza humana de Jesus.
b) Escola de Alexandria com ênfase na natureza
divina de Jesus.
I. Ênfase
na Humanidade
1. Os
Ebionitas
Eram cristãos
de origem judaica, e sendo os judeus essencialmente monoteístas era lhes
difícil aceitar que Cristo pudesse ser Deus.
Os ebionitas
tinham dificuldade em compreender as duas naturezas de Cristo.
Aceitavam a
idéia de que Jesus sofreu e inclusive experimentou a morte, mas que neste caso
não podia tratar-se de um ser divino.
O termo ebionitas em hebraico
significa pobres, porque aplicavam a si mesmos a expressão de Cristo “pobres
de espírito”. Eusébio nos informa que receberam este nome como indicação de sua
pobreza intelectual. Outros concluem que foram assim chamados por terem como
chefe Ebiom, um grande herege do período apostólico.
Eles apareceram no ano 107 da nossa era negando a realidade da natureza
divina de Cristo. Segundo seus ensinos Cristo foi um homem extraordinário que
manteve uma relação muito, íntima com Deus, especialmente após Seu batismo
Jesus foi um grande profeta, mas não era Deus. Aceitavam que Jesus tinha uma
espécie de Divindade.
2. Alogóis
O nome denota a descrença no Logos
de João. Para eles Jesus foi simplesmente o filho de Maria e José.
3. Adocionistas
Jesus foi adotado como o Messias por ocasião do batismo por ser uma pessoa
muito boa.
4. Paulo Samosata.
Bispo cristão falecido em 275. Para
ele Jesus era simplesmente filho de Maria e José, mas por ocasião do batismo a
razão impessoal (Logos) veio sobre Ele e por isso é chamado de Deus.
O Logos de João não é uma influência, mas uma pessoa.
5. O arianismo
Nome derivado do fundador da doutrina
—
Ário
—
presbítero de Alexandria. Pensava ter a
solução para o problema da natureza de Cristo. Por ser um sacerdote muito
influente, suas idéias foram aceitas sem serem questionadas. Oitenta por cento
do mundo cristão em alguns momentos eram arianos.
O Verbo que se fez carne, segundo o Evangelho de João, não era Deus, senão
um dos seres mais altos do Criador. Jesus não era como Deus porque houve um
tempo em que Ele não era. Os arianos apresentavam a Cristo como a primeira
criatura do Pai, e o Espírito Santo como a primeira criatura do Filho.
Suas idéias foram sumariamente condenadas no Concilio de Nicéia em 325
A.D., especialmente, por Atanásio.
Os credos de Nicéia e de Atanásio defendem os ensinamentos do Novo
Testamento, isto é, Cristo é verdadeiramente Deus e
verdadeiramente homem.
II. Ênfase
na Divindade
1. Docetistas
Este nome origina-se no verbo grego dokew = parecer,
aparentar. Jesus tinha apenas a aparência
do corpo humano. Era um corpo fantasmagórico. Os docetistas negavam a humanidade de Cristo,
afirmando o seguinte: a matéria é má, tudo o que é material é pecaminoso. Se Cristo não teve pecado, neste caso
não poderia ter corpo material. Se não tinha corpo material não poderia ter
morrido.
Os docetistas apareceram no ano 70 da era cristã, e existiram,
aproximadamente, até o ano
170.
Esta doutrina não era nada mais do que o gnosticismo que se introduzira na
igreja cristã primitiva.
2. Teoria
de Apolinário
Esta teoria apareceu no ano 381 da era cristã, negando a integridade da natureza humana de Cristo. Segundo seus
ensinos Cristo não tinha mente humana. O que Ele tinha de humano era o corpo e
o espírito. Tinha uma visão tricotômica do homem,
|------->---corpo
homem
|-------->- alma
|------->--
espírito — mente
Para ele Cristo se revestiu simplesmente de um corpo humano, tomando o
lugar da alma desse corpo.
Concluimos que suas idéias são difíceis de serem captadas.
Os ensinamentos deste herege
foram condenados no Concílio de Constantinopla, no ano 381 A.D.
3. Nestorianismo
“Esta teoria apareceu no ano 431. Nestório, seu fundador, negava a união
verdadeira entre as duas naturezas de Cristo. Ele atribuía a Cristo duas
partes ou divisões, uma humana, outra divina. Quando Jesus estava dormindo, por
exemplo, era a parte humana que dormia. Mas quando acordava e repreendia os
ventos, era a parte divina que estava em ação. Assim explicava Nestónio a
Pessoa de Jesus. Esta idéia, logo se vê, é muito errônea. Jesus não se divide
em duas partes. Ele não opera parceladamente. Não é que Ele agisse, ora por meio da natureza humana, ora por meio da natureza
divina. Quando agia, fazia-o com toda a Sua personalidade e não só com a
natureza divina, ou com a humana.”
H.B. Langston, Esboço de Teologia Sistemática, p. 222.
4. Teoria
de Eutico
Pensava ter a solução para o problema da humanidade e divindade de Cristo.
Deu a seguinte explicação: Jesus tinha as duas naturezas, mas a natureza
divina foi absorvendo a natureza humana. As duas naturezas foram se fundindo de
tal modo que formaram uma terceira natureza, que não era nem divina nem humana.
Sua doutrina foi condenada no Concilio de Calcedônia em 451.
5. Monofisismo
O vocábulo, com seus elementos constitutivos (monos = só e fisis = natureza), indica logo a crença de que Cristo possuia uma só natureza. Esta heresia era antagônica ao nestorianismo
que dizia haver em Cristo duas pessoas — uma divina e
outra humana. Afirmava ter Cristo uma só natureza, desde que a divindade
absorveu a humanidade.
O ensino bíblico é que Cristo possui duas naturezas em uma só pessoa, mas
estas naturezas não são mutiladas, nem absorvidas. Em outras palavras:
Segundo a Bíblia, em Cristo, só há uma personalidade, mas duas naturezas: a
humana e a divina, cada qual perfeita. Um estudo acurado da Cristologia em o
Novo Testamento nos revelara com mediana clareza que Jesus Cristo era uma
unidade. Havia dualidade quanto à Sua natureza, porém, quanto à personalidade
havia perfeita unidade.
A Cristologia não pode basear-se em conceitos dos homens, mas nos
infalíveis conceitos divinos encontrados nas Escrituras.
Embora a igreja se houvesse afastado em alguns aspectos das doutrinas
bíblicas é inegável que quanto a pessoa de Cristo ela se manteve fiel.
O Iluminismo e Sua Influência na
Interpretação da
Bíblia
Um bom dicionário definirá iluminismo ou menos nos seguintes termos:
“É o esforço consciente de valorização da razão e
abandono de preconceitos tradicionais, objetivando, na prática, a crença no
progresso dos múltiplos setores da atividade humana, mormente no que diz
respeito à liberdade de pensar.”
Enciclopédia Barsa.
É a crença na capacidade do homem de saber
dirigir-se independentemente.
O iluminismo trouxe uma nova maneira de
interpretar a Bíblia. No iluminismo a razão tornou--se o critério para
interpretar a Bíblia. Declaravam que era indigno o homem aceitar com base na
autoridade da Bíblia, o que na realidade é contrário à razão humana. Ensinar que Cristo é homem e Deus
isso não é racional.
A razão deixaria de ser serva da Igreja para
tornar-se o critério no julgamento de problemas teológicos.
O iluminismo trouxe como conseqüência descrédito
para a Bíblia e perda de autoridade da igreja. As Escrituras Sagradas passam a
ser consideradas uma coleção de lendas.
Com o evoluir das décadas surgem outros teólogos
tentando harmonizar a humanidade com a divindade de Cristo. Um dos mais
notáveis, foi o teólogo luterano Shleiermacher que declarou o seguinte sobre
Cristo: Ele não é Deus, mas possui tal dependência de Deus que merece ser chamado de Deus.
Ritschl
Jesus salvou a humanidade graças ao seu grande
amor. Deve ser chamado de Deus, porque Ele é o clímax do amor. Cristo foi um homem que teve o
valor de um Deus.
Nossas considerações poderiam estender-se
comentando as idéias de Barth, Brunner e Bultmann, mas seria ir além do escopo
deste trabalho.
Fique apenas esta frase: a tendência teológica
dos últimos cinqüenta anos é despojar a Cristo de sua verdadeira divindade, reduzindo-O
puramente a dimensões humanas.
O Ensino das Testemunhas de Jeová
Sobre a Humanidade
e a Divindade de Cristo
“Entre os principais erros do resselismo há o
ensino que rejeita o Cristo da Bíblia, substituindo-O por um Salvador humano.
O salvador dos resselistas é salvador humano, completamente
humano. O sacrifício feito no Calvário, pelos pecados do mundo, segundo os
russelitas foi única e exclusivamente um sacrifício humano. A expiação dos
pecados, segundo o resselismo, é expiação puramente humana, efetuada por um homem.
Este ensino do resselismo, que moderniza e nega a
divindade de Jesus Cristo, ocorre no primeiro volume dos “Estudos das
Escrituras”, sob o título, “O Divino Plano dos Séculos”, no capítulo: “As
natureza Espiritual e Natural São
Separadas e Distintas”, a começar na página 173.
Somos aí informados de que antes de Cristo vir a
este mundo para Se tornar um resgate pelos homens, era Ele um “ser espiritual”
possuindo natureza espiritual, não sendo, porém na acepção mais elevada, um ser
divino.
Esta natureza espiritual
mudou-se quando Ele apareceu no mundo, transformando-se em perfeita “natureza
humana”, (pág. 178).
E note-se que não se
fala aí em uma união das naturezas “espiritual e “humana”, mas em uma natureza
única e exclusivamente “humana”.
Segundo o russelismo,
só depois da crucifixão de Jesus Cristo foi que Ele mudou a natureza “humana”,
trocando-a pela “divina”. Ele não possuía ambas as naturezas simultaneamente,
mas experimentou duas vezes uma completa
mudança de natureza: primeiro da “espiritual” para a “humana” e depois desta
para a “divina”.
Ele era completamente
“espiritual” antes de vir a este mundo. Aqui , era inteiramente “humana”, n’Ele
não havendo nunca uma união do “espiritual” com o “humano” ou do “divino” com o
“humano”. Ele agora é completamente “divino”; não possui coisa alguma de
“humano”.
Disto ressalta que,
quando Cristo morreu na cruz pelos pecados da humanidade, Ele não era, segundo
aquele falso Sistema de ensinos, de modo algum um Ser divino, mas um simples
homem a sacrificar pelos outros homens a sua natureza humana.
E não se pense que seja
esta explicação um desvirtuamento das palavras de Russell, dando –lhe uma
significação que ele não lhe quisesse dar. Absolutamente. O próprio Russell acentua repentinamente este ponto de
que Cristo, ao morrer, era apenas um homem. Ele nega peremptoriamente que
Cristo fosse uma união das duas
naturezas, humana e divina.
Eis suas próprias
palavras:
‘Nem foi Cristo uma
combinação das duas naturezas não produz nem esta nem aquela, mas sim uma coisa
imperfeita, híbrida, prejudicial a todo o ajuste. Quando Jesus estava na carne
era um perfeito ser espiritual; e desde Sua ressurreição é um perfeito ser
espiritual, pertencente à ordem mais elevada, ou divina”. Estudos das
Escrituras, vol. I, p.179.
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“Não há aqui engano
algum. O Cristo do russelismo não é o Cristo das Santas Escrituras. O salvador
do russelismo não é o divino Filho de
Deus, mas um salvador completamente humano. A expiação dos pecados, conforme
compreendem eles, não é a ensinada pelas Escrituras. O sacrifício pelo pecado,
tal como o pregam, unicamente sacrifício humano, é completamente inadequado
para fazer a expiação. O advogado dos russelitas, perante o Pai não é o “Jesus
Cristo homem”, mas um ser muito afastado da humanidade, o mediador dos
russelitas, entre Deus e o homem, não é
o Mediador da Bíblia, que era tanto Deus como homem”.
Transcrito de um artigo de Carlyle B. Haynes,
publicado na Revista Adventista, maio de 1950, pág. 6-7.
Os russelitas, como todos sabem, não negam a
preexistência de Cristo nas a sua eternidade e divindade.
Deve Ser Cristo Adorado?
Sendo Deus deve ser adorado.
Como se sentem as Testemunhas de Jeová diante das passagens bíblicas que falam da
adoração de Cristo?
Diante do problema, o método mais empregado é a
tradução tendenciosa de passagens bíblicas. Por exemplo quando traduzem a
palavra grega adorar referindo-se a Deus, dão-lhe o sentido do original, nas
quando a mesma palavra se refere a Cristo traduzem-na por prestar homenagem.
Seria esta distinção defensável pelos dicionários
gregos? De modo nenhum .
As duas palavras gregas mais usadas na Bíblia para
adorar são latreuw - latréo e proskunew - prosquinéo.
latreuw é
adorar no íntimo, adorar para servir e pode ser exemplifivada com Mat. 4:10;
Atos 7:7; Heb. 9:14 e Apoc. 22:3.
proskunew é
um verbo muito mais usado, significando ajoelhar-se ou prostrar-se em
reverência. É usado para Deus em Mat. 4:10; Luc. 4:8; João 4:21, I Cor. 14:25 e
em muitos outros textos.
É digno de nota que o mesmo verbo é usado para
Cristo porque Ele também deve ser
adorado como Deus.
Mat.
2:2 ... porque vimos a sua estrela
no Oriente , e viemos para adorá-lo.
Mat. 14:33 ... E os que estavam no barco o
adoraram...
Mat. 28: 9 ... E essas, aproximando-se,
abraçaram-lhe os pés, e o adoraram.
Luc. 24: 52 Então eles, adorando-o, voltaram para
Jerusalém, tomados de grande júbilo.
Provas Bíblicas
para a Divindade de Cristo
1.
Quando de Sua estada na Terra
reconheceu ser o Filho de Deus e aceitou esta expressão com a qual era comumente
designado.
João 10:36;
17: 1; Mat. 16:16; João 19:7.
2. Nomes e Títulos que se restríngem à Divindade são
aplicados a Cristo.
a) Deus
- João 1:1
b) Pai da eternidade - - Isa. 9:6
c) Alfa e Ômega -
- Apoc. 22:13
d) Senhor da glória - I Cor. 2:8
e) Emanuel -
- Mat. 1:23
f) Rei dos reis e Senhor dos
senhores — Apocalípse 19:16.
3. Atribuição a Cristo de atributos que
pertencem exclusivamente à Divindade.
a) Onipotência - Mat. 28:18
b) Onisciência
- Mat. 9:4
c) Onipresença -Mat. 18:20
d) Imutabilidade
-Heb. 13:8
e) Eternidade — Heb.
1:8
4. Imputação a Cristo de Funções e Prerrogativas
possuídas e exercidas unicamente pela Divindade.
a) Originador da vida - João
11:25; 14:6
b) Criação do universo - João
1:3
c) Preservação do universo — Heb.
1:3
e) Autoridade
e poder para ressuscitar mortos - João 5:28 e
29; 2: 5-12;
f) Autoridade
para conferir a imortalidade. I Cor. 15:52 e 53.
5. A aplicação do “Eu Sou” do
Velho Testamento a Jesus Cristo no Novo Testamento.
Quando Jesus disse aos judeus: “Antes que Abraão existisse, Eu Sou” (João
8:58), Ele estava reclamando divindade, Seus ouvintes reconheceram as
implicações de Suas palavras, pois apanharam ‘pedras para atirar nEle’ — castigo
judaico para grandes blasfêmias. Certamente Ele empregara as palavras de Deus
no Velho Testamento: ‘Eu Sou o que Sou’ (Êxo. 3:14), há muito reconhecidas
como símbolo da divindade, aplicando a Si mesmo o atributo de existência
própria.
6. Identificação do Jeová do Velho
mento com Jesus no Novo Testamento.
Há vários
textos do Velho Testamento que contêm o nome de Jeová, e que foram aplicados a
Jesus Cristo pelos escritores do Novo Testamento.
A palavra
‘Senhor’ (Javé do Salmo l02:22), e os versículos correlatos 25-28, são
aplicados a Jesus em Heb. 1:10-12. O mesmo nome divino (Javé) aparece em
Habacuque 2:2 e 3, e é aplicado a Cristo em Heb. 10:37.
7. Culto Divino e Orações Jesus, os
quais são devidos unicamente a Deus.
Há uma porção de passagens em que Jesus Cristo, como Deus e Criador, sem hesitação aceitou culto que os
próprios anjos e homens piedosos, como criaturas, Lhe prestaram com temor e
reverência (Apoc. 19:10; Atos 10:25 e 26). A prerrogativa de divindade foi
sustentada e afirmada através de toda a vida de Jesus no Novo Testamento, uma
porção de vezes (Mat.14:33: 28: 9 e 17)
Provas da Divindade
de Cristo no
Velho Testamento
Dentre os versos do Velho Testamento que apresentam a divindade de Cristo,
os três que mais se destacam por sua clareza incontestável são os seguintes:
1o.)
Miquéias 5:2
2o.) Isaías 7:14
3o.) Isaías 9:6
1o.
Miquéias 5:2. Falando do Messias, Miquéias declara — “e cujas origens são desde os
tempos antigos, desde os dias da eternidade.”
Sempre
procurando fugir da realidade do original a Tradução Novo Mundo em lugar de desde os dias da eternidade — apresenta: desde os dias do tempo indefinido.
A declaração de Miquéias “cujas origens são desde os dias da eternidade”
tem que se referir àquele que existe eternamente, isto é Deus.
2o. Isaías 7:14 apresenta o nome pelo qual Cristo seria chamado - Emanuel - que, traduzido literalmente,
significa - Deus conosco.
3o. Em Isaías 9:6 encontramos a declaração de que o profeta vê a
Cristo sendo chamado de Deus forte. Esta afirmativa do profeta Isaías é o
argumento mais valioso de todo o Velho Testamento sobre a divindade de Cristo.
As Testemunhas de Jeová fogem desta declaração
contundente afirmando que, em hebraico, diante da expressão “Deus forte” não há
artigo. Cristo é chamado um “Deus forte”, mas não o Deus todo poderoso,
que é Jeová. Este argumento é frágil, logo inaceitável por afirmar que há dois
Deuses poderosos, e isto é antibíblico. Isaías 45:22. A citação de apenas duas
passagens é suficiente para provar a fragilidade da sua declaração:
Isaias 10:21. Os restantes se converterão ao Deus
forte...
“Deus forte” é Jeová, mas em hebraico está sem
artigo.
Jeremias 32:18 ... tu és o grande, o poderoso Deus cujo nome é o Senhor dos Exércitos.
Nesta passagem encontra-se o artigo no original
antes de poderoso Deus.
Provas da Divindade de Cristo no Novo Testamento.
As passagens mais significativas seriam estas:
1ª.) João
1:1
2a.)
João 3:13
3a.)
João 5:21,26
4a.)
João 8:58
5a.)
João 10:30
6a.)
João 10:33
7a.)
João 17:5
8a.)
I João 5:20
9a.)
Romanos 9:5
l0a.) Hebreus 1:8
11a.) Tito 2:13
12ª.) Col. 2:9
13ª.) II
Ped. 1: 1
Phyllis Bailey apresentou nove provas da divindade de Cristo:
1ª.) Jogo 14:29 - Ele conseguia ler o coração humano.
2a.) João 14:29 - Era capaz de predizer o futuro.
3a.) Jogo 6:1-33 - Tinha poder criador.
4a.) Jogo 5:21; 11:43-45. Tinha
poder para dar vida.
5a.) João 8:46 -
Era infalível em suas
declarações. Jamais cometeu um erro.
6a.) Mateus 9:5 - Tinha autoridade para perdoar pecados.
7a.) Mateus 14:33 - Inspirava adoração.
8a.) João 9:25-26 - Tinha vida inerente em si mesmo.
9a.) João 1:12 . Tinha poder para transformar corações.
Os Adventistas e a Divindade de Cristo
Os adventistas do sétimo dia baseiam sua crença na divindade, nas
declarações das Sagradas Escrituras que afirmam: “Cristo é aquele que era, que é e que há de vir”. Apoc.l:l8.
Dentre as “Crenças.Fundamentais dos Adventistas do Sétimo Dia” constam:
1o.) Que Cristo é um com o Eterno Pai - um em
natureza, igual em poder e autoridade, Deus no mais alto sentido, eterno e
existente por Si mesmo, com vida original, não emprestada, não derivada.
2o.) Que Cristo existiu desde toda a eternidade, distinto do
Pai, mas unido a Ele, possuindo a mesma glória e todos os atributos divinos.
3o.) Jesus
Cristo é a segunda Pessoa da Divindade, o eterno Filho de Deus, o único Salvador
do pecado; e a salvação do homem é pela graça por meio da fé nele.
R.M. Champlim, em O Novo Testamento Interpretado
Versículo por Versículo, vol. 5, págs. 478 e 479, apresenta doze argumentos em
favor da divindade de Cristo. Embora muitos já citados apresentá-los-emos devido a sua oportunidade:
1. Há
várias declarações diretas sobre isso nas Escrituras, que cremos serem
revelações de Deus (Ver Isa. 9:6; João 1:1; 10:30; Rom. 9:5; Col. 2:9). Notar a
confissão de Tomé, em João 20:28.
2. As
teofanias, no A.T., sugerem a possibilidade do aparecimento de Deus sob forma
humana, assim afirmando que isso poderia ser possível no caso de Cristo e de
sua encarnação (Ver Gên. 16:7-13; 18:2-23, especialmente o verso 17; e Gên.
32:28, em comparação com Osé. 12: 3-5 e Êxo. 3:2.14).
3. O
messias é chamado Filho de Deus, evidentemente em sentido especial (ver Sal. 2:2-9) e
também é chamado “Deus” (ver Sal. 45:6,7, com Heb. 1:8,9; Sal. 110:1 com Mat. 22:44;
Atos 2:34 com Heb. 1:13; Sal. 110:4 com Heb. 5:6; 6:20 e 7:17-21).
4. Cristo é “Deus conosco”, através de seu
nascimento virginal (ver Isa. 7:13, 14 e Mat.1: 22, 23)
5. O
Messias recebe títulos divinos (ver Isaías 9:6,7), e com freqüência nos
versículos neotestamentários que dizem respeito ao Pai, no A.T., são citados
como alusórios ao Filho, no N.T. (Ver
João 8:24, 56, 58; Mat. 22:42-45 e Rom.10:13)
6. O uso
extremamente freqüênte do termo Senhor, para indicar Cristo, de tal modo que se
torna parte mesmo de seu nome, inclui a idéia de divindade, e algumas vezes o
vincula ao Yahweh do A.T., ainda que, com freqüência, não tenha esse
elevadíssimo sentido nos evangelhos sinópticos. Em Col. 4:1 o termo “Senhor”
expressa divindade, e, provavelmente, é uma alusão ao Senhor Jesus Cristo.
7. O
testemunho do próprio Cristo aparece nas Escrituras. Ele é o “Eu Sou” do A.T.
(Ver João 8:24,56-58). Ele é o “Adonai” do A.T. (Ver Mat. 22:43-45). Ele é identificado com Deus Pai (ver Mat. 28:19; Mar.
14:62 e João 10:30). Ele exercia a principal prerrogativa de Deus (Ver Mar.
2:5-7; Luc. 7:48-50). Ele exerceu atributos tidos como pertencentes
exclusivamente a Deus, como a onipresença (ver Mat. 18:20), a onisciência (ver
João 11:11—14 e Mar. 11:6-8), O domínio sobre a natureza, como poder
criador (ver Luc. 9:16,17; João 2:9 e 10:28). Ele recebeu e aprovou a adoração
dos homens à sua própria pessoa (ver Mat. 14:33; 28:9 e João 20:28,29).
8. As
muitas saudações e doxologias paulinas dão a Cristo lugar de igualdade com
Deus Pai, como fonte da graça e da paz, que nenhum mero homem poderia ocupar
(Ver, por exemplo, Rom. 1:7; 16:27; I Cor. 1:3; Efés. 1:2 e todas as demais
epístolas paulinas).
9. Os
escritores do N.T. conferem a Cristo títulos divinos. (Ver João 1:1; 20:28;
Atos 20: 28; Rom. 1:4; 9:5; II Tes.
1:12; I Tim. 3:16; Heb. 1:8 e I João 5:20).
10. Os
escritores do N.T. atribuem qualidades e perfeições divinas a Jesus Cristo.
(Ver
Mat. 11:28; 18:20; 28:20; João 1:2; 2:23-25; 3: 13; 5:17; 21:17; Heb.
1:3,11,12 com Heb.13:8 ;
Apoc.l:8, 17, 18; 2:23; 11:17 e
22:13.
11. Os
escritores do N.T. ensinam que a adoração é dada legitimamente a Cristo. (Ver
Atos 7:59,66; I Cor. 1:2; II Cor. 13:14; Fil.2:9;
Hebreus 1:6; Apoc. 1:6,7 e
6:12,13).
12. A
santidade, os poderes miraculosos e a ressurreição de Cristo são reputados como
provas de suas reivindicações de divindade. (Ver João 8:46; 20:31 e Rom. 1:4).
O Espírito de
Profecia e a Divindade de Cristo
Os escritos de Ellen G. White estão de pleno
acordo com os ensinamentos bíblicos, concernentes a ser Cristo verdadeiro homem
e verdadeiro Deus.
“A humanidade do Filho de Deus é tudo para nos. É a corrente áurea que nos liga a
alma a Cristo, e por meio de Cristo a Deus. Isto devemos estudar. Cristo era
um homem real”. The
Youth’s Instructor, 13/10/1898
“Jesus tomou sobre si a humanidade para poder
atingir a humanidade; mas não podemos explicar como a divindade se revestiu da
humanidade.” The Review
and Herald, 1/10/1889.
“Despindo-se de Suas vestes régias e de Sua coroa
real, Cristo vestiu Sua divindade com humanidade para que os seres humanos
pudessem ser erguidos de sua degradação e colocados em posição vantajosa.
Cristo não podia vir a este mundo com a mesma glória que tinha nas cortes celestes.
Os seres humanos pecadores não teriam podido suportar-lhe a presença. Encobriu Sua divindade com o traje da
humanidade, mas não se separou da Sua divindade.” Idem, 15/6/1905
“Transformou-se a natureza humana do Filho de
Maria em a natureza divina do Filho de Deus? Não. As duas naturezas estavam
misteriosamente combinadas em uma só pessoa
—
o homem Cristo Jesus. Nele
habitava corporalmente toda a plenitude da divindade. Quando Cristo foi
crucificado, foi Sua natureza humana que morreu. A divindade não minguou nem
morreu; isso seria impossível.” Citação do SDABC, vol. 5, p.1113.
NOTA: Para elaborar este tema servimo-nos
de várias fontes, mas especialmente anotações de aula do Dr. Dederen. Os
adventistas respondem a perguntas sobre Doutrina — Divindade e Eterna
Preexistência de Cristo e Esboço de Teologia Sistemática de A.B.Langston, pags.
221, 223.