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sábado, 14 de maio de 2016

TEMAS DIFÍCEIS DA BÍBLIA - ALMA E ESPÍRITO




ALMA E ESPÍRITO


É interessante, antes do estudo destas duas palavras, saber que existem duas doutrinas relacionadas com este tema.

1o.) Conhecida com o nome de tricotomia (divisão em três partes) segundo a qual o homem é constituído de corpo, espírito e alma.

2o.) Chamada de dicotomia (divisão em duas partes) por defender que o homem é formado de duas partes: corpo, sen­do a alma e o espírito uma só coisa, isto é a parte imaterial do homem.


1.     Origem, tradução, vezes usadas e definições.

1o.) O que é alma?

O melhor é ir ao original hebraico no VT e ao grego no NT para nossa melhor compreensão.

A palavra hebraica para alma é “nephesh”.

377
Nephesh é o substantivo derivado do verbo naphash, que é usado somente três vezes no Velho Testamento (Êx. 23: 12; 31: 17; II Sam. 16: 14) cada vez significando para reviver a si mesmo, ou tomar alento.

De acordo com o livro Questions on Doctrine, pág. 512 ela é usada 75 vezes no Velho Testamento. Conforme citação de E. W. Bullinger em A Critical Lexicon and Cancordance, pág. 721, este termo é usado no Velho Testamento 752 vezes.  E.W. Bullenger nos informa ainda que ela é traduzida de 44 maneiras diferentes, sendo agrupadas em 4 classes distintas com finalidades didáticas. Estas classes são:

a)     Criatura
b)     Pessoas
c)     Vida e Vidas
        d)     Desejos


Outros estudiosos falam em 754 vezes. Esta divergência não nos deve preocupar porque ela é resultante de manuscri­tos diferentes em que se basearam os pesquisadores.

De acordo com alguns exegetas “nephesh” é traduzida 473 vezes por alma; 118, por vida; 29 em lugar de pessoa; 15 vezes por corpo; 5 vezes por morte; 4 vezes por vontade e ainda por apetite, lascívia, etc.

O melhor dicionário hebraico, o de Gesenius assim define a palavra nephesh:

“Fôlego, o espírito vital, o mesmo que o grego   yuch  e o latim  anima, mediante o qual vive o corpo, a saber, o princípio de vida manifestado no fôlego”.

Hastings —     One Volume Dictionary of the Bible, declara:


 “A alma é usada no Velho Testamento para qualquer ser animado, quer humano quer animal, ao passo que espírito é o princípio universal que comunica vida proveniente do Cria­dor”.

Vincent —    Word Studies in the New Testament, vol. II, pág. 400 assim define alma:

       “É  o  princípio de individualidade, a sede das impressões pessoais . . . a sede dos sentimentos, desejos, afeições e aversões”.

Buck, em seu Dicionário Teológico afirma sobre alma:

“Aquela substância ou principio vital, imaterial e ativa no homem, mediante o qual se exerce a percepção, a memória, a razão e a vontade’’.

Quando “nephesh” se refere a seres humanos, ela deve com propriedade ser traduzida por pessoa.

Confira:

a) Gên. 14: 21 . . - Dá-me a mim as almas e a fazenda toma para ti.

b) Gên. 46: 18 . . . e que deu a Jacó estas dezesseis almas (isto é pessoas).

c) Levítico 4: 2 Quando uma alma pecar por ignorân­cia (isto é, pessoa).


A Palavra Alma em Grego


Em grego a palavra para alma é  yucn - psiquê, que ocor­re 105 vezes no Novo Testamento, sendo traduzida da seguinte maneira:

        alma    —            58  vezes              você                  —              l vez
        vida    
—            40  vezes              nos                   —            1 vez
        mente 
—                3  vezes              cordialmente     —            1 vez

Em artigo inserto na Revista Adventista, junho de 1952, pág. 25, de Emery Gohen, encontram-se os seguintes concei­tos sobre o significado da palavra alma:

“Esta palavra significa: vida, criatura vivente, alma, etc.”

As Escrituras registram que a alma come, tem fome, pode ser batida, pegada, tocada, trabalha, tem preguiça, etc. etc.

a) Alma em sentido de vida Gên. 35: 18; Mat. 10: 28:

b) Alma, criatura vivente —    Gên. 2:7; At. 2:41;

c) A alma come, jejua, engorda —   Luc. 12: 19; Sal. 69:10; Prov. 11:25;

d) A alma trabalha e pode também ter preguiça —     Is. 53:11; Prov.13:4.

e) Josué matou almas à espada  —     Jos. 10: 30, 35 e 39.

f) A alma de Jesus (a pessoa) esteve no inferno (sepulcro), mas ressuscitou) —     Sal. 16:10.

Presentemente não existe alma imortal, pois ‘só Deus pos­sui a imortalidade’ (I Tim. 6:16). Se o homem tivesse em si inerentemente uma imortalidade, não teria havido necessidade de Cristo vir morrer para trazer-nos o que tínhamos. Agora todos somos mortais (Isa. 51:12).


Aceitando o Evangelho alcançaremos a imortalidade no dia de Cristo e da ressurreição (II Tim. 1:10; I Cor. 15: 52-54; Fil. 3: 20-21). A doutrina que muitos pregam de uma alma pessoal consciente e concreta além túmulo, é puramente pagã e diabólica (ver Gên. 3:4; Apoc. 12:9).

No dia do juízo, com a volta de Jesus, Ele chamará dos sepulcros todos os homens, para recompensá-los conforme suas obras (ver João 5: 28 e 29; S. Mat. 16: 27; São Lucas 14:14).

A definição é a mesma da palavra hebraica “nephesh”.

O SDABC Vol. VIII páginas 1036-1037 diz o seguinte a respeito da palavra psiquê: “fôlego, vida, princípio de vida, cria­tura viva, pessoa, as afeições, os sentimentos ...  O uso desta palavra em grego, no N.T. é similar a nephesh no V.T. Esta é usada tanto para a vida animal, como para a vida humana”.

2o.)  O que é espírito?

O   Theological Dictionary of the New Testament, conhe­cido entre nós como de Kittel, por ser este o nome do editor, sempre com sua prolixidade cansativa dedica ao estudo desta palavra 119 páginas. (Vol. VI, 333 a 451).

Ele a define como sendo:

a)      Vento
b)     Respiração
c)     Vida
d)     O Princípio que dá vida física
e)     O poder Criativo de Deus.

W. E. Vine conforme seu Expository Dictionary of the New Testament Words


“Espírito é o princípio de vida dado ao homem por Deus.”

Esta definição é bem bíblica de acordo com Gên. 2: 7 e a declaração de São João 6: 63, onde pneuma aparece como o principio de vida.

O SDABC Díctionary assim define espírito: “respiração, vento, elemento vital, mente”. pág. 1040.

Lutero disse: “O pneuma é a parte mais elevada e nobre do homem, pois o capacita para captar as coisas incompreensí­veis, invisíveis e eternas, em suma, é a morada em que a fé na Palavra de Deus se sente em casa”.

O espírito foi também definido como o ponto de conta­to entre Deus e o homem.


Diferença Entre Espírito e Alma?


Espírito é o princípio de vida —       é geral. Alma é individual, pessoal.

A International  Standard Bible Encyclopedia faz a seguin­te distinção:

“O espírito —   pneuma é o sopro do fôlego de Deus na cria­tura, o principio de vida proveniente de Deus.

A alma —    psiquê é a possessão individual do homem, o que distingue um homem de outro e da natureza inanimada”.

O Pregador Adventista, Setembro-Dezembro de 1948, na página 23 assim especifica uma da outra:

 “A alma (psiquê) é o homem, o ser vivo e consciente; é a força sensitiva, é a vida mesma

“O espírito (pneuma) é a vida em ação, é seu elemento agente, é sua força pensativa, é seu caráter”.

Pneuma corresponde ao hebraico Ruach, que é usada no Velho Testamento 377 vezes, sendo quase sempre traduzido por espírito, vento ou respiração.

Ruach é traduzida da seguinte maneira:

a)     Sopro 33 vezes —     Ezeq. 37: 5
b)     Vento —   (respiração) —    117 vezes  —     Gên. 8:1
c)     Espírito 76 vezes  —       Juizes 15: 19
d)     Vida   -  25 vezes  -  Sal. 146:4
e)      Fôlego -  9 vezes —     Ez. 11:5
f)      Espírito de Deus —     94 vezes —     Is. 63:10
g)      Sede das emoções - 3 vezes  —   I Sam. 1:15.

Espírito (pneuma) é mais usada no Novo Testamento do que a palavra alma (psiquê), pois ali se encontra 220 vezes; sen­do na língua inglesa traduzida por 16 palavras diferentes.

Pelas afirmações anteriores concluímos que as palavras “nephesh” (755) e “ruach” (377) no hebraico e “psiquê” (105) e “pneuma” (220), no grego, ocorrem cerca de 1.460 vezes no texto original.


II.     Comentários sobre estas palavras

E importante enfatizar que se a Bíblia declara que tanto “nephesh” como “psiquê” podem morrer, como declaram as passagens de Ezeq. 18: 4; Apoc. 16: 3 e Atos 3: 23, há aqui a prova máxima de que estes vocábulos não indicam que a pes­soa possa ter uma existência consciente e independente após a morte.

A palavra nephesh usada em Gên. 2: 7 é também empre­gada para designar a condicão do animal em Gên. 1: 20, 21, 24; 2:19.
   

A afirmação de Gên. 2: 7 é importante para nós —   Então formou o Senhor Deus ao homem do pó da terra (isto é o cor­po), e lhe soprou nas narinas, o fôlego de vida (chamado espí­rito), e o homem passou a ser alma vivente. A combinação do sopro (fôlego) e do corpo resultou em uma alma vivente. Aqui não existe a declaração que foi dada ao homem uma alma vi­vente, mas que ele se tornou uma alma vivente.

O que precisa ser bem frisado desta declaração é que a pessoa é uma alma, e não que a pessoa tem uma alma.

Ponderará alguém, mas há muitas expressões na Bíblia, como “minha alma”, “tua alma”, “sua alma”, “a alma deles”, que parecem indicar que a pessoa tem uma alma. Estas expres­sões, na maioria dos casos, são usadas para substituir os pro­nomes pessoais correspondentes. Seriam peculiaridades ou subs­tituições literárias, como em português, minha alma me, tua alma te, a alma deles eles ou lhes.

No Salmo 7:2 temos esta confirmação:

“Para que ele não arrebate a minha alma como leão, significa: Para que ele não me arrebate como leão. . .

Outros exemplos bíblicos da palavra alma usada como pronomes pessoais nós os temos em Mat. 11: 29: “. . . e acha­reis descanso para vossas almas” (isto é, para vós); II Cor. 12:15 Eu de boa vontade me gastarei e ainda me deixarei gastar em prol das vossas almas. É evidente que aqui significa em favor de vós.

João comumente emprega a palavra alma (psiquê) para designar o princípio da vida natural (João 10: 11, 15; 13: 37; 15: 13; I João 3: 16; Apoc. 8:9; 12: 11; 16: 3). Em todas as passagens, excetuando-se a última a palavra  yuch  está traduzi­da por vida na tradução de Almeida —    Edição Revista e Atuali­zada no Brasil. Em Apoc. 16: 3  foi traduzida por ser vivente. Há dois excelentes exemplos bíblicos, um de João e outro de Lucas onde a palavra original psiquê foi adequadamente tradu­zida por vida: João 10: 11 —    Eu sou o bom pastor, O bom pas­tor dá a vida pelas ovelhas. Atos 20: 24 —  Porém, em nada con­sidero a vida preciosa para mim mesmo.

Freqüentemente a Bíblia usa alma em nosso sentido de co­ração, como acontece nas passagens de Luc. 1: 46; 2: 35, São João 10:24 e Atos 14:2.

The Interpreter’s Dictionary of the Bible ao estudar a pa­lavra alma nos informa que este vocábulo freqüentemente está impregnado da filosofia platônica e de idéias gnósticas. Afir­ma ainda que no Velho Testamento nunca significa a alma imor­tal, mas é essencialmente o princípio de vida, o ser vivo.

Se você quiser compreender melhor como todos os siste­mas religiosos anticristãos criam na imortalidade da alma e as­sim influenciaram o mundo cristão, leia, se possível, o artigo A idéia da Imortalidade em Tempos Remotos, de Arnaldo Christianini, escrito no Ministério Adventista, Novembro­/Dezembro —   1962, págs. 23 a 24.

SDAB Dictionary consigna na página 1.037:

“A idéia de que ‘alma’ pode ter existência sensível sepa­rada do corpo ou que ela possui urna essência imortal é total­mente estranha à Bíblia”.

Podemos afirmar seguramente que o estudo dos vocábulos alma e espírito revela que nem uma vez trazem em si a mais re­mota idéia de eternidade.

Valter A. Martin no livro —   The Truth About Seventh Day Adventism, pág. 130 concorda plenamente com a crença ad­ventista ao declarar:  “o estudo minucioso de todos os adjetivos usados nas Escrituras para qualificar a palavra ‘espírito’ da manei­ra como é aplicada ao homem, indica que nenhum deles deixa transparecer a mínima idéia de imortalidade”.

Onde quer que a Bíblia empregue a palavra “alma”, nunca se refere a alguma coisa que vive á parte do homem.


Pneuma e os Escritos Paulinos


A palavra pneuma (espírito) apresenta uma grande gama de significados como pode ser comprovado pelos escritos pau­linos.

Merecem destaque estes:

a)     Hálito ou sopro de Deus —    II Tes. 2:8.

b)     A alma humana tomada pela pessoa em geral —    I Cor.16:18.

c)     A alma como intelectiva ou a consciência —    I Cor. 2:11.

d)     Anjos e demônios - Heb. 1:14; Efés. 2:2; I Tim.4: 1.

e)     Aplica-se como apelativo a Cristo —    II Cor. 3:17.

f)      A divina natureza de Cristo —    Rom. 1:4.

g)     A terceira pessoa da Trindade —    Rom. 8: 9-1 1; 1 Cor. 2:8-12.

Interessante é notar que o apóstolo Paulo emprega apenas 12 vezes a palavra psiquê, que deveriam ter os seguintes signifi­cados de acordo com o original:

a)     Seis vezes como o significado de vida —  Rom. 11: 3; 16:4; I Cor. 15: 45; II Cor. 1:23; Fil. 2:30; I Tes. 2:8.

b)     Três indicam desejo —   Efés. 6: 6; Fil. 1: 27; Col. 3:23.

c)     Uma vez indica emoção —   I Tes. 5:23.

d)     Dois exemplos são pessoais —    Rom. 2:9; 13:1.

A palavra pneuma, que aparece 220 vezes em o Novo Tes­tamento, como já foi afirmado, é usado 91 vezes para denominar o Espírito Santo.

Explicação de Algumas Passagens

Há duas passagens bíblicas, onde quase sempre psiqué é traduzida por alma, porém não deveria sê-lo:

a)     S. Luc. 12: 19

“Então direi a minha alma: Tens em depósito muitos bens para muitos anos: descansa, come e bebe, e regala-te

Neste texto, psiquê está empregada no sentido de pessoa, isto é, uma pessoa falando consigo mesmo.

b)     S. Luc. 12:20.


Neste verso lemos: . . . “Louco, esta noite te pedirão a tua alma . .   . Entende-se que a pessoa iria morrer, logo psiquê deveria ser traduzida por vida. A prova é que nos versos 22 e 23 psiquê foi traduzida por vida.

c) Comentários sobre Mateus 10:28

“Não temais os que matam o corpo e não podem matar a alma: temei antes aquele que pode fazer perecer no inferno tan­to a alma como o corpo.”

O  contexto desta passagem muito nos ajuda em sua exe­gese.

Jesus está admoestando os discípulos para enfrentarem as perseguições que viriam, com o risco de tirar-lhes a própria vi­da. Os versos 23, 25 e 26 nos dão esta idéia. A admoestação de Cristo culmina com as palavras: Não temais os que matam o corpo, mas não podem matar a alma.

Esta declaração de Cristo queria dizer o seguinte: Eles não deveriam temer os perseguidores que poderiam no máxi­mo tirar-lhes a vida terrestre, mas não podiam evitar a ressurrei­ção para a vida eterna. Temei antes aquele que pode fazer pe­recer na Geena tanto a alma como o corpo. Em outras pala­vras, com este verso Jesus nos quis ensinar que os homens aqui poderão terminar, com a nossa vida, mas quem tem a vida nas suas mãos é Deus que pode terminar com toda a possibilidade da existência no dia do juízo final.

O temor deveria ser no sentido de a pessoa não estar pre­parada para a morte, pois isto significaria a perda da vida eterna.

Este texto, como se encontra nesta tradução, que não é boa, por traduzir geena por inferno e psiquê por alma, contra-diz o conceito dos imortalistas, pois se a alma pode perecer ela não é imortal.

A tradução correta deste verso seria:

“Não temais os que matam o corpo, mas não podem ma­tar a vida eterna, temei antes, aquele que pode fazer perecer na Geena tanto corpo como a vida eterna .”

d) O “Espírito” que volta para Deus de Ecles. 12:7.

Aqui está a descrição bíblica do que acontece ao homem quando ele morre. Mas o que é esse espírito que retorna a Deus. Uma passagem do Novo Testamento nos elucida. Tiago 2: 28 —   Porque, assim como o corpo sem espírito é morto, assim tam­bém a fé sem obras é morta.

Tiago nos diz que o espírito é que mantém o corpo vivo. Há traduções bíblicas que trazem em vez de espírito —  fôlego ou sopro de vida, como aparece na tradução bíblica dos mon­ges beneditinos (Editora Ave Maria).

“Antes que a poeira retorne a terra para se tornar o que era; e antes que o sopro de vida retorne a Deus que o deu”.

O livro Consultoria Doutrinária da Casa Publicadora Bra­sileira, págs. 93-94 assim explica este verso:

“Esse fôlego, dado por Deus a todos os homens, bons e maus, e aos animais é recolhido por Deus. Por ocasião da mor­te, Deus recolhe o fôlego da Criatura, para reintegrá-lo no ar, a fim de que na ressurreição Ele proceda de novo como na cria­ção: fará assoprar o fôlego do ar para as narinas dos ressuscita­dos.”

Lemos em Ezeq. 37: 9 e 10: ‘Assim diz o Senhor Deus: Vem dos quatro ventos, ó espírito, e assopra sobre estes mortos, para que vivam . .   . E o espírito (ou fôlego) entrou neles e viveram e se puseram em pé, um exército sobremodo nume­roso’. Tal ocorrerá na ressurreicão final.

O homem não tem poder para reter seu fôlego. Cristo e Estêvâo, ao expirarem, pediram a Deus que lhes recebesse o fôlego”.

As duas palavras, fôlego e espírito, são usadas na Bíblia uma em lugar da outra.

e)     Gên. 35: 18

“Ao sair-lhe a alma (porque morreu), deu-lhe o nome de Benoni; mas seu pai lhe chamou Benjamim.”

Esta passagem tem sido muito citada pelos defensores da idéia de que a alma tem existência separada do corpo.

A palavra nephesh usada neste texto tem o significado de vida, por isso a frase deveria ser traduzida: “como sua vida estava saindo”.


As Palavra Imortal e Imortalidade na Bíblia


Conforme SDAB Comentary, pág. 502 são estas as refe­rências:

I.      “A palavra imortal é usada duas vezes na Bíblia, referin­do-se a Deus.

a)     1 Tim. 1: 17 —    “Assim, ao Rei eterno, imortal . .      .
b)     Rom. 1: 23 “e mudaram a glória do Deus incorrup­tível”   —       A Revised Standard Version  traduz por imortal.

II.     Imortalidade —     grego athanasia —    que nunca morre, ocor­re apenas 5 vezes no texto sagrado.

a)      I Tim. 6:16 —    o único que possui imortalidade Deus.

b)     Rom. 2: 7 —    O cristão é descrito como buscando a imortalidade.

c)      II Tim. 1:10 —    Cristo nos trouxe a imortalidade.

d)     I Cor. 15: 53 —   Com a segunda vinda de Cristo os jus­tos ressuscitados receberão a imortalidade.

e)      I Cor. 15: 54 —   O corpo mortal se revestirá da imor­talidade”.

Se a Bíblia não ensina que o homem é imortal como apare­ceu esta crença?

Se nos reportarmos ao capítulo 3 de Gênesis encontraremos cabal resposta para esta indagação.

O  diabo através da serpente disse à mulher:

“E certo que não morrerreis”. Gên. 3:4.

Satanás continua ensinando através dos séculos, de manei­ra insidiosa e constante, que o homem não morre.

Este ensino originado com o diabo continua tendo extraor­dinário sucesso, desde que é aceito por quase toda a humanida­de, porém ele se opõe aos claros ensinos das Santas Escrituras, que declaram que o homem que poderia ter vivido para sempre se não pecasse, caiu sob a condenação da morte por ter peca­do, tornando-se no momento em que pecou portanto mortal (Jó 4:17; Rom. 6:12; 8:11; I Cor. 15: 53-54; II Cor. 4:11).

A advertência de Pedro (I Pedro 5: 8) para os seus dias, continua muito válida para nós hoje.


Conclusão


Embora a Bíblia nada ensina sobre uma alma ou espírito consciente que sobrevive após a morte do corpo, ela fala mui­to sobre a vida após a morte. Nenhuma distinção é feita entre a maneira da morte do justo ou do ímpio. Assim como mor­re um morre o outro. Mas há uma diferença cardeal com rela­ção ao futuro dos justos e dos ímpios mortos. Todos perrnane­cem no pó até o tempo da ressurreição. Então viverão novamen­te para enfrentar as conseqüências de suas escolhas durante o tempo de vida. João 5: 28, 29; I Tes. 4:16, 17. Os que acei­taram a oferta de Cristo de vida eterna e imortalidade a recebe­rão por ocasião da vinda do Senhor. Os que rejeitaram esta oferta não podem receber vida de nenhuma outra fonte. (João 1:4; 3:16; 17:2; I João 5:12).

O que é verdadeiro para o homicida mencionado em I João 3: 15 é verdadeiro para qualquer pecador que não aceite a Cris­to como Seu Salvador.

‘Aquele que tem o Filho tem a vida’. I João 3: 15. Lite­ralmente a expressão diz: ‘tem a vida’, e se refere à ‘vida eter­na’ de I João 5: 11. Esta vida começa com o novo nascimen­to do cristão (João 3:7), e continua pela eternidade. 1 João 3:14; 5:11, 12; São João 1:4; 5:24; 10:28; 12:25. Aquele que é vitorioso em Cristo nunca perde este dom. Morte, dissolução fí­sica, e sono inconsciente até a ressurreição não elimina o dom da vida por Cristo. Para os monos que dormem não há cons­ciência do lapso de tempo entre a morte e a ressurreição.

O conceito da imortalidade da alma, esta sobrevivendo após a morte do homem, como um espírito sensível e inteligen­te, com uma existência separada do corpo, penetrou durante o período intertestamentário, através da influência da filoso­fia grega, sobre o pensamento judeu. Durante os três primeiros séculos DC, a teologia cristã adotou a idéia da mesma origem, especialmente de Platão. Segundo o historiador grego, Heródo­to, os gregos tomaram emprestado este conceito dos egípcios. O conceito popular é base para várias doutrinas tal como a idéia de que após a morte o homem vai para o céu, purgatório ou in­ferno, e que os perversos vão ser queimados eternamente. As Escrituras ensinam que somente Deus é imortal, ou tem a imor­talidade (I Tim. 6: 16), que o homem pode alcançar a imorta­lidade somente por Cristo (S. João 3: 16; II Tim. 1:10) que o homem recebe esta dádiva quando aceita a Cristo (I João 5:10-12) e que esta imortalidade será concedida aos salvos simul­taneamente na ressurreição e na segunda vinda de Cristo (Rom. 2:7,8; I Cor. 15:20-26, 21-54).

Se cremos no que a Bíblia ensina quanto a este assunto, precisamos aceitar:

1o.) Que haverá uma ressurreição  —     II Cor. 15; I Tes. 4: 13-17.

2o.) Que se processará um julgamento final (Atos 17: 31).

Haveria necessidade da ressurreição se ao morrer a pessoa recebesse a sua recompensa?

Qual a necessidade do julgamento se a pessoa já se encon­tra no Paraíso gozando das bênçãos de Deus?


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