ALMA E ESPÍRITO
É interessante,
antes do estudo destas duas palavras, saber que existem duas doutrinas
relacionadas com este tema.
1o.)
Conhecida com o nome de tricotomia (divisão em três partes) segundo a qual o
homem é constituído de corpo, espírito e alma.
2o.)
Chamada de dicotomia (divisão em duas partes) por defender que o homem é
formado de duas partes: corpo, sendo a alma e o espírito uma só coisa, isto é
a parte imaterial do homem.
1. Origem, tradução, vezes usadas
e definições.
1o.)
O que é alma?
O melhor é ir
ao original hebraico no VT e ao grego no NT para nossa melhor compreensão.
A palavra
hebraica para alma é “nephesh”.
377
Nephesh é o substantivo derivado do verbo naphash, que é usado somente três
vezes no Velho Testamento (Êx. 23: 12; 31: 17; II Sam. 16: 14) cada vez
significando para reviver a si mesmo, ou tomar alento.
De acordo com o livro Questions on
Doctrine, pág. 512 ela é usada 75 vezes no Velho Testamento. Conforme
citação de E. W. Bullinger em A Critical Lexicon and Cancordance, pág. 721, este termo é
usado no Velho Testamento 752 vezes.
E.W. Bullenger nos informa ainda que ela é traduzida de 44 maneiras
diferentes, sendo agrupadas em 4 classes distintas com finalidades didáticas.
Estas classes são:
a) Criatura
b) Pessoas
c) Vida
e Vidas
d) Desejos
Outros estudiosos falam em 754 vezes. Esta divergência não nos deve
preocupar porque ela é resultante de manuscritos diferentes em que se basearam
os pesquisadores.
De acordo com alguns exegetas “nephesh” é traduzida 473 vezes por alma;
118, por vida; 29 em lugar de pessoa; 15 vezes por corpo; 5
vezes por morte; 4 vezes por vontade e ainda por apetite, lascívia, etc.
O melhor dicionário hebraico, o de Gesenius assim define a palavra nephesh:
“Fôlego, o espírito vital, o mesmo que o grego yuch e o
latim anima, mediante o qual vive
o corpo, a saber, o princípio de vida manifestado no fôlego”.
“A alma é usada no Velho Testamento para
qualquer ser animado, quer humano quer animal, ao passo que espírito é o
princípio universal que comunica vida proveniente do Criador”.
Vincent — Word Studies in the New Testament, vol. II, pág. 400 assim define alma:
“É
o princípio de individualidade, a
sede das impressões pessoais . . . a sede dos sentimentos, desejos, afeições e aversões”.
Buck, em seu Dicionário Teológico afirma sobre alma:
“Aquela
substância ou principio vital, imaterial e ativa no homem, mediante o qual se
exerce a percepção, a memória, a razão e a vontade’’.
Quando
“nephesh” se refere a seres humanos, ela deve com propriedade ser traduzida por
pessoa.
Confira:
a) Gên. 14: 21
. . - Dá-me a mim as almas e a fazenda
toma para ti.
b) Gên. 46: 18
. . . e que deu a Jacó estas dezesseis
almas (isto é pessoas).
c) Levítico 4:
2 Quando uma alma pecar por ignorância (isto é, pessoa).
A Palavra Alma em Grego
Em grego a
palavra para alma é yucn - psiquê, que
ocorre 105 vezes no Novo Testamento, sendo traduzida da seguinte maneira:
alma — 58 vezes você — l vez
vida — 40 vezes nos — 1 vez
mente — 3 vezes cordialmente — 1 vez
vida — 40 vezes nos — 1 vez
mente — 3 vezes cordialmente — 1 vez
Em artigo
inserto na Revista Adventista, junho
de 1952, pág. 25, de Emery Gohen, encontram-se os seguintes conceitos sobre o
significado da palavra alma:
“Esta palavra
significa: vida, criatura vivente, alma, etc.”
As Escrituras
registram que a alma come, tem fome, pode ser batida, pegada, tocada, trabalha,
tem preguiça, etc. etc.
a) Alma em
sentido de vida — Gên. 35: 18;
Mat. 10: 28:
b) Alma, criatura
vivente —
Gên. 2:7; At. 2:41;
c) A alma come,
jejua, engorda —
Luc. 12: 19; Sal. 69:10; Prov. 11:25;
d) A alma
trabalha e pode também ter preguiça — Is. 53:11;
Prov.13:4.
e) Josué matou
almas à espada — Jos.
10: 30, 35 e 39.
f) A alma de
Jesus (a pessoa) esteve no inferno (sepulcro), mas ressuscitou) — Sal.
16:10.
Presentemente
não existe alma imortal, pois ‘só Deus possui a imortalidade’ (I Tim. 6:16).
Se o homem tivesse em si inerentemente
uma imortalidade, não teria havido necessidade de Cristo vir morrer para
trazer-nos o que já tínhamos. Agora todos somos mortais
(Isa. 51:12).
Aceitando o Evangelho alcançaremos a imortalidade no dia de Cristo e da
ressurreição (II Tim. 1:10; I Cor. 15: 52-54; Fil. 3: 20-21). A
doutrina que muitos pregam de uma alma pessoal
consciente e concreta além túmulo, é puramente pagã e diabólica (ver Gên. 3:4;
Apoc. 12:9).
No dia do juízo, com a volta de Jesus, Ele chamará dos sepulcros todos os
homens, para recompensá-los conforme suas obras (ver João 5: 28 e 29; S. Mat.
16: 27; São Lucas 14:14).
A definição é a mesma da palavra hebraica “nephesh”.
O SDABC Vol. VIII páginas
1036-1037 diz o seguinte a respeito da palavra psiquê: “fôlego, vida, princípio
de vida, criatura viva, pessoa, as afeições, os sentimentos ... O uso desta
palavra em grego, no N.T. é similar a nephesh no V.T. Esta é usada tanto para a vida animal,
como para a vida humana”.
2o.) O que é espírito?
O Theological Dictionary of the New Testament, conhecido entre nós como de Kittel, por ser este o nome do editor, sempre
com sua prolixidade cansativa dedica ao estudo desta palavra 119 páginas. (Vol.
VI, 333 a
451).
Ele a define como sendo:
a) Vento
b) Respiração
c) Vida
d) O Princípio que
dá vida física
e) O
poder Criativo de Deus.
W. E.
Vine conforme seu Expository Dictionary of the New Testament
Words
“Espírito é o
princípio de vida dado ao homem por Deus.”
Esta definição é bem
bíblica de acordo com Gên. 2: 7 e a declaração de São João 6: 63, onde pneuma
aparece como o principio de vida.
O SDABC
Díctionary assim define espírito: “respiração,
vento, elemento vital, mente”. pág. 1040.
Lutero disse:
“O pneuma é a parte mais elevada e nobre do homem, pois o capacita para captar
as coisas incompreensíveis, invisíveis e eternas, em suma, é a morada em que a
fé na Palavra de Deus se sente em casa”.
O espírito foi
também definido como o ponto de contato entre Deus e o homem.
Diferença Entre Espírito e Alma?
Espírito é o
princípio de vida —
é geral. Alma é individual, pessoal.
A International Standard Bible Encyclopedia faz a seguinte
distinção:
“O espírito — pneuma
é o sopro do fôlego de Deus na criatura, o principio de vida proveniente de
Deus.
A alma — psiquê
é a possessão individual do homem, o que distingue um homem de outro e da
natureza inanimada”.
O Pregador
Adventista, Setembro-Dezembro de 1948, na página 23
assim especifica uma da outra:
“A alma (psiquê) é o homem, o ser
vivo e consciente; é a força sensitiva, é a vida mesma
“O espírito
(pneuma) é a vida em ação, é seu elemento agente, é sua força pensativa, é seu
caráter”.
Pneuma corresponde ao hebraico Ruach, que é usada no Velho Testamento 377
vezes, sendo quase sempre traduzido por espírito, vento ou respiração.
Ruach é traduzida da seguinte maneira:
a) Sopro 33 vezes — Ezeq.
37: 5
b) Vento
— (respiração) —
117 vezes — Gên. 8:1
c) Espírito
— 76 vezes — Juizes 15: 19
d) Vida
- 25 vezes - Sal. 146:4
e) Fôlego
- 9 vezes — Ez. 11:5
f) Espírito de
Deus — 94 vezes — Is.
63:10
g) Sede das emoções - 3
vezes — I Sam. 1:15.
Espírito (pneuma) é mais usada no Novo Testamento do que a palavra alma
(psiquê), pois ali se encontra 220 vezes; sendo na língua inglesa traduzida
por 16 palavras diferentes.
Pelas afirmações anteriores concluímos que as palavras “nephesh” (755) e
“ruach” (377) no hebraico e “psiquê” (105) e “pneuma” (220), no grego, ocorrem
cerca de 1.460 vezes no texto original.
II. Comentários
sobre estas palavras
E importante enfatizar que
se a Bíblia declara que tanto “nephesh” como “psiquê” podem morrer, como
declaram as passagens de Ezeq. 18: 4; Apoc. 16: 3 e Atos 3: 23, há aqui a prova
máxima de que estes vocábulos não indicam que a pessoa possa ter uma
existência consciente e independente após a morte.
A palavra nephesh usada em Gên. 2: 7 é também empregada para designar a
condicão do animal em Gên. 1: 20, 21,
24; 2:19.
A afirmação de Gên. 2: 7 é importante para nós — Então formou o
Senhor Deus ao homem do pó da terra (isto é o corpo), e lhe soprou nas
narinas, o fôlego de vida (chamado espírito), e o homem passou a ser alma
vivente. A combinação do sopro (fôlego) e do corpo resultou em uma alma
vivente. Aqui não existe a declaração que foi dada ao homem uma alma vivente,
mas que ele se tornou uma alma vivente.
O que precisa ser bem frisado desta declaração é que a pessoa é uma alma, e
não que a pessoa tem uma alma.
Ponderará alguém, mas há muitas expressões na Bíblia, como “minha alma”,
“tua alma”, “sua alma”, “a alma deles”, que parecem indicar que a pessoa tem
uma alma. Estas expressões, na maioria dos casos, são usadas para substituir
os pronomes pessoais correspondentes. Seriam peculiaridades ou substituições
literárias, como em português, minha alma me, tua alma te, a alma deles eles ou
lhes.
No Salmo 7:2 temos esta confirmação:
“Para que ele não arrebate a minha alma como leão, significa: Para que ele
não me arrebate como leão. . .
Outros exemplos bíblicos da palavra alma usada como pronomes pessoais nós
os temos em Mat. 11: 29: “. . . e achareis descanso para vossas almas” (isto é, para vós); II Cor. 12:15 — Eu de boa vontade me gastarei e ainda me
deixarei gastar em prol das vossas almas. É evidente que
aqui significa em favor de vós.
João comumente emprega a palavra alma (psiquê) para designar o princípio da
vida natural (João 10: 11, 15; 13: 37; 15: 13; I João 3: 16; Apoc. 8:9; 12: 11;
16: 3). Em todas as passagens, excetuando-se a última a palavra yuch está traduzida por vida na tradução de Almeida — Edição
Revista e Atualizada no Brasil. Em Apoc. 16: 3
foi traduzida por ser vivente. Há dois excelentes exemplos bíblicos, um
de João e outro de Lucas onde a palavra original psiquê foi adequadamente traduzida
por vida: João 10: 11 — Eu sou o bom
pastor, O bom pastor dá a vida pelas ovelhas. Atos 20: 24 — Porém,
em nada considero a vida preciosa para mim mesmo.
Freqüentemente a Bíblia usa alma em nosso sentido de coração, como
acontece nas passagens de Luc. 1: 46; 2: 35, São João 10:24 e Atos 14:2.
The Interpreter’s Dictionary of
the Bible ao estudar a palavra alma nos informa
que este vocábulo freqüentemente está impregnado da filosofia platônica e de
idéias gnósticas. Afirma ainda que no Velho Testamento nunca significa a alma
imortal, mas é essencialmente o princípio de vida, o ser vivo.
Se você quiser compreender melhor como todos os sistemas religiosos
anticristãos criam na imortalidade da alma e assim influenciaram o mundo
cristão, leia, se possível, o artigo — A idéia da Imortalidade em Tempos Remotos , de Arnaldo Christianini, escrito
no Ministério Adventista, Novembro/Dezembro
— 1962, págs. 23 a
24.
O SDAB
Dictionary consigna na página 1.037:
“A idéia de que ‘alma’ pode ter existência sensível separada do corpo ou
que ela possui urna essência imortal é totalmente estranha à Bíblia”.
Podemos afirmar seguramente que o estudo dos vocábulos alma e espírito
revela que nem uma vez trazem em si a mais remota idéia de eternidade.
Valter A. Martin no livro — The Truth About Seventh Day Adventism, pág. 130 concorda plenamente com a crença adventista ao declarar: “o
estudo minucioso de todos os adjetivos usados nas Escrituras para qualificar a
palavra ‘espírito’ da maneira como é aplicada ao homem, indica que nenhum
deles deixa transparecer a mínima idéia de imortalidade”.
Onde quer que a Bíblia empregue a palavra “alma”, nunca se refere a alguma
coisa que vive á parte do homem.
Pneuma e os Escritos Paulinos
A palavra pneuma (espírito) apresenta uma grande gama de significados como
pode ser comprovado pelos escritos paulinos.
Merecem destaque estes:
a) Hálito ou sopro de Deus — II Tes.
2:8.
b) A alma humana tomada pela
pessoa em geral —
I Cor.16:18.
c) A alma como intelectiva ou a
consciência —
I Cor. 2:11.
d) Anjos
e demônios - Heb. 1:14; Efés. 2:2; I Tim.4: 1.
e) Aplica-se
como apelativo a Cristo — II Cor. 3:17.
f) A
divina natureza de Cristo — Rom. 1:4.
g) A terceira pessoa da Trindade — Rom. 8:
9-1 1; 1 Cor. 2:8-12.
Interessante é
notar que o apóstolo Paulo emprega apenas 12 vezes a palavra psiquê, que
deveriam ter os seguintes significados de acordo com o original:
a) Seis vezes como o significado
de vida —
Rom. 11: 3; 16:4; I Cor. 15: 45; II Cor.
1:23; Fil. 2:30; I Tes. 2:8.
b) Três indicam desejo — Efés.
6: 6; Fil. 1: 27; Col. 3:23.
c) Uma vez indica emoção — I Tes.
5:23.
d) Dois exemplos são pessoais — Rom.
2:9; 13:1.
A palavra
pneuma, que aparece 220 vezes em
o Novo Tes tamento, como já foi afirmado, é usado 91 vezes para
denominar o Espírito Santo.
Explicação de Algumas Passagens
Há duas
passagens bíblicas, onde quase sempre psiqué é traduzida por alma, porém não
deveria sê-lo:
a) S.
Luc. 12: 19
“Então direi a
minha alma: Tens em depósito muitos bens para muitos anos: descansa, come e
bebe, e regala-te
Neste texto,
psiquê está empregada no sentido de pessoa, isto é, uma pessoa falando consigo
mesmo.
b) S.
Luc. 12:20.
Neste verso lemos: . . . “Louco, esta noite te pedirão a tua alma . . . Entende-se que
a pessoa iria morrer, logo psiquê deveria ser traduzida por vida. A prova é que nos
versos 22 e 23 psiquê foi traduzida por vida.
c) Comentários sobre Mateus 10:28
“Não temais os que matam o corpo e não podem matar a alma: temei antes
aquele que pode fazer perecer no inferno tanto a alma como o corpo.”
O contexto desta passagem muito nos
ajuda em sua exegese.
Jesus está admoestando os discípulos para enfrentarem as perseguições que viriam, com o risco de
tirar-lhes a própria vida. Os versos
23, 25 e 26 nos dão esta idéia. A admoestação de
Cristo culmina com as palavras: Não temais os que matam o corpo, mas não podem matar a alma.
Esta declaração de Cristo queria dizer o seguinte: Eles não deveriam temer
os perseguidores que poderiam no máximo tirar-lhes a vida terrestre, mas não
podiam evitar a ressurreição para a vida eterna. Temei antes aquele que pode
fazer perecer na Geena tanto a alma como o corpo. Em outras palavras, com
este verso Jesus nos quis ensinar que os homens aqui poderão terminar, com a nossa
vida, mas quem tem a vida nas suas mãos é Deus que pode terminar com
toda a possibilidade da existência no dia do juízo final.
O temor deveria ser no sentido de a pessoa não estar preparada para a morte, pois isto significaria a perda da vida eterna.
Este texto, como se encontra nesta tradução, que não é boa, por traduzir
geena por inferno e psiquê por alma, contra-diz o conceito dos imortalistas,
pois se a alma pode perecer ela não é imortal.
A tradução correta deste verso seria:
“Não temais os que matam o corpo, mas não podem matar a vida eterna, temei
antes, aquele que pode fazer perecer na Geena tanto corpo como a vida eterna .”
d) O “Espírito” que volta para Deus de Ecles.
12:7.
Aqui está a descrição bíblica do que acontece ao homem quando ele morre.
Mas o que é esse espírito que retorna a Deus. Uma passagem do Novo Testamento
nos elucida. Tiago 2: 28 — Porque, assim
como o corpo sem espírito é morto, assim também a fé sem obras é morta.
Tiago nos diz que o espírito é que mantém o corpo vivo. Há traduções
bíblicas que trazem em vez de espírito —
fôlego ou sopro de vida, como aparece na
tradução bíblica dos monges beneditinos (Editora Ave Maria).
“Antes que a poeira retorne a terra para se tornar o que era; e antes que o
sopro de vida retorne a Deus que o deu”.
O livro Consultoria Doutrinária da
Casa Publicadora
Brasileira, págs. 93-94 assim explica este verso:
“Esse fôlego, dado por Deus a todos os homens, bons e maus, e aos animais é
recolhido por Deus. Por ocasião da morte, Deus recolhe o fôlego da Criatura,
para reintegrá-lo no ar, a fim de que na ressurreição Ele proceda de novo como
na criação: fará assoprar o fôlego do ar para as narinas dos ressuscitados.”
Lemos em Ezeq. 37: 9 e 10: ‘Assim diz o Senhor Deus: Vem dos quatro ventos,
ó espírito, e assopra sobre estes mortos, para que vivam . . . E o
espírito (ou fôlego) entrou neles e viveram e se puseram em pé, um exército
sobremodo numeroso’. Tal ocorrerá na ressurreicão final.
O homem não
tem poder para reter seu fôlego. Cristo e Estêvâo, ao expirarem, pediram a Deus
que lhes recebesse o fôlego”.
As duas
palavras, fôlego e espírito, são usadas na Bíblia uma em lugar da outra.
e) Gên.
35: 18
“Ao sair-lhe a
alma (porque morreu), deu-lhe o nome de Benoni; mas seu pai lhe chamou
Benjamim.”
Esta passagem
tem sido muito citada pelos defensores da idéia de que a alma tem existência
separada do corpo.
A palavra
nephesh usada neste texto tem o significado de vida, por isso a frase deveria
ser traduzida: “como sua vida estava saindo”.
As Palavra Imortal e Imortalidade na Bíblia
Conforme SDAB Comentary, pág. 502 são estas as
referências:
I. “A palavra imortal é usada
duas vezes na Bíblia, referindo-se a Deus.
a) 1 Tim. 1: 17 — “Assim,
ao Rei eterno, imortal . . .”
b) Rom. 1: 23 — “e mudaram a glória do Deus incorruptível” — A Revised Standard Version traduz por imortal.
II. Imortalidade
— grego athanasia — que
nunca morre, ocorre apenas 5 vezes no texto sagrado.
a) I Tim. 6:16 — o único
que possui imortalidade -
Deus.
b) Rom.
2: 7 — O cristão é descrito como buscando a imortalidade.
c) II Tim. 1:10 — Cristo
nos trouxe a imortalidade.
d) I
Cor. 15: 53 —
Com a segunda vinda de Cristo os justos
ressuscitados receberão a imortalidade.
e) I
Cor. 15: 54 —
O corpo mortal se revestirá da imortalidade”.
Se a Bíblia não ensina que o homem é imortal como apareceu esta crença?
Se nos reportarmos ao capítulo 3 de Gênesis encontraremos cabal resposta
para esta indagação.
O diabo através da serpente disse à
mulher:
“E certo que não morrerreis”. Gên. 3:4.
Satanás continua ensinando através dos séculos, de maneira insidiosa e
constante, que o homem não morre.
Este ensino originado com o diabo continua tendo extraordinário sucesso,
desde que é aceito por quase toda a humanidade, porém ele se opõe aos claros
ensinos das Santas Escrituras, que declaram que o homem que poderia ter vivido
para sempre se não pecasse, caiu sob a condenação da morte por ter pecado,
tornando-se no momento em que pecou portanto mortal (Jó 4:17; Rom. 6:12; 8:11;
I Cor. 15: 53-54; II Cor. 4:11).
A advertência de Pedro (I Pedro 5: 8) para os seus dias, continua
muito válida para nós hoje.
Conclusão
Embora a Bíblia nada ensina sobre uma alma ou espírito consciente que
sobrevive após a morte do corpo, ela fala muito sobre a vida após a morte.
Nenhuma distinção é feita entre a maneira da morte do justo ou do ímpio. Assim
como morre um morre o outro. Mas há uma diferença cardeal com relação ao
futuro dos justos e dos ímpios mortos. Todos perrnanecem no pó até o tempo da
ressurreição. Então viverão novamente para enfrentar as conseqüências de suas
escolhas durante o tempo de vida. João 5: 28, 29; I Tes. 4:16, 17. Os que aceitaram
a oferta de Cristo de vida eterna e imortalidade a receberão por ocasião da
vinda do Senhor. Os que rejeitaram esta oferta não podem receber vida de
nenhuma outra fonte. (João 1:4; 3:16; 17:2; I João 5:12).
O que é verdadeiro para o homicida mencionado em I João 3: 15 é verdadeiro para qualquer pecador que não
aceite a Cristo como Seu Salvador.
‘Aquele que tem o Filho
tem a vida’. I João 3: 15. Literalmente a expressão diz: ‘tem a vida’, e se
refere à ‘vida eterna’ de I João 5: 11. Esta vida começa com o novo nascimento
do cristão (João 3:7), e continua pela eternidade. 1 João 3:14; 5:11, 12; São
João 1:4; 5:24; 10:28; 12:25. Aquele que é vitorioso em Cristo nunca perde este
dom. Morte, dissolução física, e sono inconsciente até a ressurreição não
elimina o dom da vida por Cristo. Para os monos que dormem não há consciência
do lapso de tempo entre a morte e a ressurreição.
O conceito da imortalidade da alma, esta sobrevivendo após a morte do
homem, como um espírito sensível e inteligente, com uma existência separada do
corpo, penetrou durante o período intertestamentário, através da influência da
filosofia grega, sobre o pensamento judeu. Durante os três primeiros séculos
DC, a teologia cristã adotou a idéia da mesma origem, especialmente de Platão.
Segundo o historiador grego, Heródoto, os gregos tomaram emprestado este
conceito dos egípcios. O conceito popular é base para várias doutrinas tal como
a idéia de que após a morte o homem vai para o céu, purgatório ou inferno, e
que os perversos vão ser queimados eternamente. As Escrituras ensinam que
somente Deus é imortal, ou tem a imortalidade (I Tim. 6: 16), que o homem pode
alcançar a imortalidade somente por Cristo (S. João 3: 16; II Tim. 1:10) que o
homem recebe esta dádiva quando aceita a Cristo (I João 5:10-12) e que esta
imortalidade será concedida aos salvos simultaneamente na ressurreição e na
segunda vinda de Cristo (Rom. 2:7,8; I Cor. 15:20-26, 21-54).
Se cremos no que a Bíblia ensina quanto a este assunto, precisamos aceitar:
1o.) Que haverá uma ressurreição
—
II Cor. 15; I Tes. 4: 13-17.
2o.) Que se processará um julgamento final (Atos 17: 31).
Haveria necessidade da ressurreição se ao morrer a pessoa já recebesse a sua recompensa?
Qual a necessidade do julgamento se a pessoa já se encontra no Paraíso
gozando das bênçãos de Deus?
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