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terça-feira, 18 de setembro de 2018

0 MAU USO DA TELEVISÃO



Pr. Elinaldo Renovato de Lima


O televisor, em si, não é mau.


É um objeto criado pelo homem para a comunicação de massa. Sua eficiência é indiscutível. O problema da televisão reside no seu uso. Se for usado para o bem ou de maneira adequada, é de grande utilidade.

Por exemplo: na pregação do Evangelho nos dias atuais não se pode, em sã consciência, negar o valor da televisão. Um pregador, num templo, prega para centenas ou para alguns milhares de pessoas. Na tevê, um pregador pode levar a mensagem de Deus a milhões e milhões de pessoas num mesmo instante. E isto ajuda a cumprir o manda-mento de Jesus, que determina pregar "a toda a criatura.

Quem tem amor pelas almas deve encarar isso com realis-mo. Há aqueles que preferem pregar a cem pessoas, contanto que não se use outro meio mais eficiente, considerado pecado.

O pecado não é o aparelho

O pecado não é o aparelho, nem o seu uso, mas o seu mau uso. Não adianta combater a tevê de modo emocionalista e irracional. Isso só faz despertar mais ainda o interesse pe-los seus programas. E preciso colocar as coisas de modo se-reno e firme, usando argumentos que convençam e não os que só servem para demonstrar radicalismo denominacional, às vezes farisaico. Por exemplo, numa igreja, o pastor acabara de combater a televisão de maneira violenta com argumentos grandiloqüentes, dizendo que era pecado, era coisa de Satanás... Logo em seguida, chegava alguém dizendo que a equipe da tevê estava querendo fazer uma re-portagem sobre o culto. O pastor, meio confuso, sem saber o que fazer, permitiu a entrada do pessoal. No dia seguinte, ele, que combatera a televisão, aparecia no vídeo, todo sorridente, posando para os repórteres, e falando sobre a grandeza da obra na sua igreja.


O mau uso é o problema

O inimigo não é o televisor, mas o mau uso que se fizer dele. Infelizmente, temos de reconhecer que os prejuízos causados à família pela tevê são bem maiores que os benefícios que ela traz. Como se trata do maior e melhor meio de comunicação de massa, Satanás conseguiu dominar a maior parte da sua programação. Diante desse fato incontestável, desejamos alertar para os males que podem ocorrer do uso sem controle da tevê, isto para orientar as famílias cristãs, e não para, apenas, combater por combater o televisor. Vejamos o que ocorre com o mau uso do televisor:

1) Estímulo á violência

Noventa por cento dos programas "enlatados" ou seja, os filmes importados, estimulam a violência. Esse estímu-lo vai atingir em cheio a juventude, na fase da formação do seu caráter. Segundo o professor Gaudêncio Torquato, fazendo citação de palavras do ex-ministro Quandt de Oliveira, das Comunicações, ao falar de tevê no 1 Simpósio Nacional sobre a Televisão e a Criança, "uma criança no Brasil; ao atingir 14 anos de idade, já testemunhou 11.000 (onze mil) crimes na tevê. Não se incluindo, neste total, contrabandos, combates, estupros, assaltos e espancamentos que re-sultam em mortes". 

A violência continuada é a tônica dos programas dos canais de tevê e não há opção de escolha para o telespecta-dor. "Uma pesquisa feita por uma equipe, aqui no Brasil durante 200 horas de programação, revelou os seguintes dados: 30 mortes cruéis, 1018 lutas, 3.592 acidentes, 32 roubos, 616 cenas de uso indevido de armas, 57 seqüestros, 819 desafios, 410 trapaças, 86 casos de chantagem e 321 aparições de monstros e animais ferozes" (Cadernos de Comunicação, n9 3,1978, Proal, Pg. 8). 

Ora, diante desses fatos angustiantes, perguntamos: -"Quantas horas há na tevê de pregação do Evangelho de Jesus, que pode transformar os homens? quantos exemplos de famílias felizes que possam ser imitados? quantos pro-gramas que possam combater os maus programas? De tudo isto, - é verdade - há bem pouco na tevê brasileira. E tempo de se perguntar: "Por que a igreja evangélica não procura unir esforços, no sentido de ocupar espaço na televisão, com a propaganda sadia da evangelização, semeando a boa semente? 
Por que as igrejas evangélicas não se unem, numa campanha de evangelização nacional, visando atingir todas as massas do País, por todos os meios de comunicação, incluindo definitivamente a tevê? Certamente, a resposta se refere aos custos muito ele-vados para os programas de televisão. Mas isso não justifica, a nosso ver, pois existem milhares, de igrejas, que, deixando de lado seus interesses próprios, imediatos, pode-riam se unir, formando um "Fundo de Evangelização Nacional", que teria recursos suficientes para gastar na obra dó Senhor. Sinceramente, não vemos impossibilidade nisso. 

Cremos que seria melhor ocupar o espaço da televisão com a pregação do Evangelho, do que ficar falando contra a televisão, que, em si, nada tem de errado; ela é neutra; está esperando apenas que a usem corretamente. Se os crentes em Jesus preferem ficar voltados para os interesses denominacionais, ao invés de se preocuparem seriamente com a evangelização, o Diabo vai ocupando os meios de co-municação eficientes, e ganhando mais adeptos para o reino das trevas; vai ceifando vidas através do rádio, da tevê, dos jornais, das revistas... 

Cremos firmemente que é melhor acender a luz do que ficar maldizendo a escuridão. Somos contra o mau uso da televisão. Mas somos, também contra o fato de os evangélicos não usarem esse extraordinário meio de comunicação para disseminar a mensagem positiva do Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo, a única que pode dissipar as trevas da maldade, do pecado. - Será que não somos culpados, por deixar que a nação inteira fique privada de ouvir mais, de ver mais aquilo que é bom, aquilo que constrói, aquilo que salva? 

2) estímulo ao pecado

A televisão, na maior parte dos programas, exalta a pecaminosidade. O adultério, a prostituição, as práticas sexuais ilícitas são exaltadas e apresentadas como coisas muito naturais. A traição, a infidelidade conjugal, são o "prato do dia" dos programas, dos filmes e das novelas da tevê. Essas imundícies são jogadas pelo vídeo, na sala de estar, no quarto de dormir de muitos cristãos. 

Sem dúvida, isso não é condizente com o ambiente espiritual que deve reinar no lar de um crente. - como se sentiria uma família que, assistindo programas imorais ou violentos, visse Jesus se apresentar no meio da sala - Ficaria feliz, satisfeita , tranqüila? - Como se sentiria uma família que, assistindo progra-mas imorais ou violentos, visse Jesus se apresentar no meio da sala? - Ficaria feliz, satisfeita, tranqüila?...

3) A tevê modifica a visão das coisas

Nas novelas, aquilo que é certo, como o amor conjugal verdadeiro e puro, é visto como coisa errada, ultrapassada. A desobediência aos pais é ensinada. A mansidão, qualida-de que deve ser cultivada, é vista como algo desinteressan-te, mas a violência é exaltada. A pureza sexual é vista como coisa retrógrada. O falso "amor livre" é exaltado. Geralmente, nos programas de tevê, o roubo, a trapaça, são sinônimos de capacidade intelectual, enquanto a ho-nestidade é vista como coisa do passado.

O amor a Deus é relegado ao esquecimento. O materialismo é mostrado como algo muito nobre e elevado. A religião certa é ridicu-larizada, enquanto as doutrinas de demônios são promovi-das. Para estas há bastante espaço na tevê. Os heróis não são os pregadores, os missionários, que dão suas vidas pe-las almas perdidas; não são os pais de família honestos; não são os trabalhadores, que, com seu suor, promovem a riqueza da nação; não! Os heróis são os ladrões; são os vio-lentos; são os falsos líderes; são as falsas personagens de ficção; são os adúlteros, são os homossexuais, são as lésbi-cas, são os tarados. 
A tevê está sendo usada pelo Diabo para a destruição dos lares, da fé, da pureza, do pudor, da vergonha, da honestidade e de tudo o que deveria ser preservado na socie-dade. Os lares cristãos não podem contribuir para a propa-gação desta avassaladora onda de destruição espiritual e moral. Tudo isso acontece porque o mundo, que "jaz no maligno", está sendo guiado pelos valores deturpados dos guias materialistas do nosso tempo, que, por sua vez, são guiados por Satanás. Mas os cristãos, ao contrário, "são guiados pelo Espírito de Deus" (Rm 8.14). 

Diante do perigo do mau uso da tevê, precisamos com-bater esse mau uso, de maneira sábia e eficaz: 

1) É preciso que o uso da tevê seja controlado.

Deve-se examinar tudo e reter somente o bem. O ideal seria que as igrejas, como dissemos antes, ocupassem espaço na televisão, para mostrar o certo, em vez de só falar contra o errado, o que, aliás, não modifica nada. Se não for possível num lar cristão, exercer-se o controle dos programas de tevê, é melhor que nele não haja televisor. Aqui, é preciso cuidado. Se o pai de família é cristão, mas a família não é, parece-nos melhor ter paciência. antes de pensar em se desfazer do televisor. Isso pode chocar, afastando mais a família do Evangelho.

2) É preciso não ocupar o tempo inutilmente

É preciso não ocupar o tempo destinado à oração, à leitura da Bíblia; ao culto doméstico, à conversa com a família, à ida à Igreja, às visitas aos amigos, com os programas de tevê. Se isto não for possível, é melhor não ter televisor em casa. "O altar da devoção não deve ser substituído pelo altar da televisão".

3) E preciso dedicar atenção especial aos filhos
conversando com eles, mostrando por eles interesse e lhes dando o alimento espiritual que precisam, do contrário ficarão e tudo o que a ''babá eletrônica'' lhes oferece para transformá-los, mais tarde, em filhos "biônicos", sem Deus, sem amor, sem salvação. 

4) E preciso não permitir que o templo de Deus seja profanado

Nós somos templo de Deus. Os olhos são as por-tas desse templo. Precisam ser puros. "Não porei COISA MÁ DIANTE DE MEUS OLHOS" (Sl 1O1.3).

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