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domingo, 3 de abril de 2016

TEMAS DIFÍCEIS DA BÍBLIA - A PALAVRA INFERNO E A BÍBLIA




A PALAVRA INFERNO E A BÍBLIA

Introdução


Dois grandes mistérios têm preocupado o homem através dos séculos:

19) A origem do ser humano.

29)   O que acontece ao homem após a morte.

A explicação para estes dois problemas se encontra na re­velada palavra de Deus e não em cogitações filosóficas dos ho­mens.

O profeta Isaías declara (8:20):

“À lei e ao testemunho: se eles não falarem segundo esta palavra é porque não têm iluminação.” —    (Tradução Trinitaria­na).

Ensina a Bíblia que os ímpios não ficarão sem castigo —    Prov. 11: 21. Porém, este castigo, que no sentido escatológico bíblico é chamado a ira de Deus é sempre justo e temperado com misericórdia: Salmo 101:1; 118: 1-4.

Muitas pessoas têm duvidado da existência de Deus, quan­do ouvem o ensino errôneo de que a Bíblia ensina que Deus criou um lugar de tortura eterna para castigo dos maus.

Queremos com esta pesquisa esclarecer nossos estudan­tes para estes dois aspectos:

1º) Quais as palavras hebraicas e gregas que foram impro­priamente traduzidas por inferno.

2º) Que significavam no original e as dificuldades em bem traduzi-las.


Comentários Gerais


A doutrina de um inferno para tormento eterno é de ori­gem pagã, foi aceita pela igreja dominante, nos séculos escuros da Idade Média, para intimidar os pagãos a aceitar as crenças católicas.

O que levou o jovem Lutero para dentro do convento, a fim de tornar-se sacerdote foi o medo do inferno. Pensava ele que aderindo ás crenças e práticas da Igreja Católica Romana, encontraria o único meio de escapar à morte eterna.

Na mitologia greco-romana o inferno era o reino de Plutão.

A idéia de um lugar debaixo da terra para tormento dos maus nasceu da mitologia romana (basta ler a Eneida de Virgí­lio para nos cientificarmos desta realidade), daí a origem da pa­lavra inferno  do latim inferi, inferior, que vai para baixo.

Esta palavra normalmente foi usada pelos tradutores para expressar o sentido do termo hebraico “sheol” e dos gregos “Ha­des”, “Geena” e Tártaro.


Sheol


Este vocábulo aparece 62 vezes no Velho Testamento.
Sheol era o lugar para onde iam os mortos, por isso é si­nônimo de sepultura, ou lugar de silêncio dos mortos.
Sheol nunca teve em hebraico a idéia de lugar de suplício para os mortos.
Sendo difícil traduzi-los porque nenhuma palavra em por­tuguês dá exata idéia do significado original, o melhor é mantê-­la transliterada como fazem muitas traduções. A tradução bra­sileira não a traduz nenhuma vez.
Experimente traduzir sheol por inferno nestas duas passa­gens: Gên. 42: 38 e Jonas 2:1-2.


Hades


É usada apenas 10 vezes no Novo Testamento. Mat. 11: 23; 16: 18; Luc. 16: 23; Atos 2: 27, 31; Apoc. 1:18; 6:8; 20: 13,14 (I Cor. 15: 55).
Sobre o emprego desta palavra em I Cor. 15-55, ~, Edilson Valiante numa Monografia sobre a palavra Hades, pág. 27 (1978), declarou:
“A passagem de Paulo em I Cor. 15:55, apresenta um proble­ma de crítica textual. Na leitura feita na Septuaginta, encontra­mos também neste verso a palavra hades, no vocativo. As tradu­-
ções mais antigas da Bíblia, antes das descobertas do século XIX para cá, traziam a palavra ‘inferno’ como sendo a tradu­ção de hades.
“Com estudos feitos na área da crítica textual, valendo-se das importantíssimas descobertas de Tishendorf, verificou-se que a palavra usada não era hades, mas a palavra  O avate (mor­te). Este estudo foi baseado nos mais fidedignos MSS descober­tos até hoje.

“Com tudo isto ficou claro que Paulo não usou nem uma vez o termo hades em seus escritos, provavelmente para não confundir com os conceitos deturpados do hades que existiam em sua época. Outra razão é dada por Edwards, dizendo que Paulo, escrevendo em grego, procurava fugir do mau agouro que acompanhava a palavra e causava terror ao povo; cita Platão para reafirmar sua idéia: ‘O povo em geral usa a palavra Plu­to como eufemismo de hades, com seus temores de levá-los pa­ra as partes errôneas do invisível’. É certo, também que Pau­lo não usou nenhuma vez a expressão Pluto, mas subentenden­do o conceitualismo bíblico, em Rom. 10: 7 usa o termo abis­mo -

O  Edilson concluiu suas ponderações declarando:

Além de todas estas razões, Nichol, em seu Answers to Objections diz:

“Nós concluímos que também em I Cor. 15: 55, onde a palavra sepultura é uma tradução de hades, e descreve que so­bre o tal os justos serão finalmente vitoriosos na ressurreição. Incidentalmente, I Cor. 15: 55, é uma citação do Velho Testa­mento (Oséias 13: 14), onde encontramos a palavra sheol apli­cada.” —     F. Nichol. Answers to Objections, pág. 366.

Nas melhores traduções da Bíblia, inclusive na Versão de Almeida Revista e Atualizada, o termo inferno já foi substituí­do por morte.

A palavra “Hades no Novo Testamento corresponde exa­tamente à palavra “Sheol” do Velho Testamento. No Salmo 16: 10 Davi disse: “Pois não deixarás a minha alma no sheol.” Pedro usando esta passagem profética do Velho Testamento afirmou em Atos 2: 27: “Porque não deixarás a minha alma no hades.”

Outra prova da sua exata correspondência se encontra na tradução da Septuaginta, pois das 62 vezes que sheol é usada no Velho Testamento, 61 vezes ela foi traduzida por hades.


Origem da Palavra Hades


Provém do prefixo a —   alfa grego com a idéia de negação, privação e do verbo isein —   idein = ver, significando então: o que não é visto, lugar de onde não se vê, por isso é sinônimo de sepultura, habitação dos mortos.

Os dicionários e comentários confirmam este significado.

1o.) Arndt and Gingrich

Hades (originalmente nome próprio, nome do deus do subterrâneo) o subterrâneo, como lugar da morte.

2o.)   Liddell and Scott

Hades —     o não mundo, lugar de descanso dos mortos.

3o.)   Vincent:

É o lugar em que todos os que partem desta vida descem, sem referência a seu caráter moral.

4o.)  Moulton and Milligan, The Vocabulary of the Greek Testament:

Hades é o submundo, a sepultura.

Os gregos dividiam o Hades em duas partes, (posteriormen­te falavam até em quatro) o Elysium a habitação dos vitorio­sos e o Tártarus —   a habitação dos ímpios.

O Pseudo-epígrafe de Enoque divide o Hades em quatro partes distintas:

1o.) Ocupada pelos santos mártires.

2o.) Lugar onde se encontravam os justos em geral.

3o.)   Ímpios que não foram suficientemente punidos na vida.

4o.) Dos pecadores que sofreram uma morte violenta.

Esta idéia de divisões e subdivisões do hades é totalmente pagã sem nenhum apoio bíblico.

Hades traz-nos também a idéia não apenas de um local, mas como um estado intermediário entre a morte e a ressurrei­ção.

Sheol e hades significam a condição dos mortos.


Geena

Palavra hebraica transliterada para o grego geena, que se encontra nas seguintes 12 passagens: Mat. 5: 22, 29, 30; 10: 28; 18: 9; 23: 15, 33; Marc. 9: 43, 45, 47; Luc. 12: 5; Tiago 3: 6.

Geena vem do vocábulo hebraico Ge Hinom ou Gé ben Hinom Vale de Hinom ou Vale do filho de Hinom. Neste va­le havia uma elevação denominada Tofete, onde ímpios quei­mavam seus próprios filhos.

Este vale se situava a sudeste de Jerusalém; neste local, an­tes da conquista de Canaã pelos filhos de Israel, cananitas ofe­reciam sacrifícios humanos ao deus Moloque. Posteriormente, judeus apostatados continuaram com esta prática nefanda e abo­minável, como nos relata II Crônicas 28:3.

“Também queimou incenso no vale de Hinom, e queimou a seus próprios filhos no fogo, segundo as abominações dos gen­tios que o Senhor lançara fora de diante dos filhos de Israel.”

Esta é uma referência ao ímpio rei Acaz, como também nos mostra II Reis 16:3.

“Porque andou no caminho dos reis de Israel, e até quei­mou a seu filho como sacrifício.

Que esta prática existia fora dos arraiais dos israelitas é evidente da leitura de alguns textos bíblicos como Lev. 18: 21 e Deut. 18: 10, onde Deus adverte os seus filhos a não dedica­rem seus descendentes a Moloque.

Manassés, neto do rei Acaz, restaurou esta prática execrá­vel - II Crôn. 33: 1; Jer. 32:35.

Alguns anos mais tarde, o bom rei Josias exterminou os sacrifícios humanos, derribando totalmente as elevações do va­le de Hinom ou o Tofete, como está relatado em II Reis 23: 10.


139
Em conseqüências destas transgressões Deus advertiu o seu povo de que o Vale de hinom se tornaria um dia “o vale da matança” por causa dos cadáveres deste povo: Jer. 7: 32, 33; 19:6, confira Isa. 30:33.

Terminados os sacrifícios humanos, este local ficou reser­vado para depósito do lixo proveniente da cidade de Jerusalém. Juntamente com o lixo vinham cadáveres de mendigos encon­trados mortos na rua ou de criminosos e ladrões mortos quan­do cometiam o delito. Estes corpos, ás vezes, eram atirados onde não havia fogo, aparecendo os vermes que lhes devora­vam as entranhas num espetáculo dantesco e aterrador. É a este quadro que Isaías se refere no capitulo 66, verso 24.

Por estas circunstâncias, este vale se tornou desprezível e amaldiçoado pelos judeus e símbolo do terror, da abominação e do asco e mencionado por Jesus com estas características. Ser atirado à Geena após a morte, era sinônimo de desprezo ao morto, abandonado pelos familiares, não merecendo ao me­nos uma cova rasa, estando condenado à destruição eterna do fogo.

O vale de Hinom era um crematório das sujidades da ci­dade de Jerusalém.

O fogo ardia constantemente neste sítio e com o objeti­vo de avivar as chamas e tornar mais eficaz a sua força lança­vam ali enxofre. Devido a estas circunstâncias, Jesus com mui­ta propriedade usou este vale para ilustrar o que seria no fim do mundo a destruição dos ímpios, sendo queimados na geena universal.

Os rabis mais primitivos baseiam a idéia de ser a Geena um tipo do fogo do último dia da passagem bíblica de Isaías 31:9.

Tártaro


A palavra grega “tártaro” ocorre somente urna vez no No­vo Testamento. Encontra-se em II Pedro 2: 4 e diz o seguinte:

“Ora, se Deus não poupou a anjos quando pecaram, an­tes precipitando-os no inferno (tártaro no original) os entre­gou a abismos de trevas, reservando-os para juízo.”

A palavra tártaro, usada por Pedro, se assemelha muito à palavra “Tartarus”, usada na mitologia grega, com nome de um escuro abismo ou prisão; porém, a palavra tártaro, parece referir-se melhor a um ato do que a um lugar. A queda dos an­jos que pecaram foi do posto de honra e dignidade à desonra e condenação; portanto a idéia parece ser: Deus não poupou aos anjos que pecaram, mas os rebaixou e os entregou a cadeias de trevas. Não existe nenhuma idéia de fogo ou tormento nes­ta palavra, ela simplesmente declara que estes anjos estão reser­vados para um julgamento futuro.


Conclusão


Os problemas relacionados com a palavra inferno se desfazem como bolhas de sabão, quando conhecemos bem o signifi­cado etimológico dos termos sheol, hades, geena e tártaro, que jamais poderiam ser traduzidos pela nossa palavra inferno por ter uma conotação totalmente diferente do que é expresso por aqueles vocábulos.

A palavra inferno foi usada pelos tradutores por influên­cias pagãs e por preconceitos enraizados na mente de muitos, mas totalmente estranhos ao texto sagrado.

De acordo com a Bíblia todos os que morrem, quer sejam bons, quer sejam maus descem à sepultura, ao lugar do esquecimento e ali esperam até o dia da ressurreição quando então rece­berão a recompensa. Apoc. 22:14.

Muitas das traduções modernas da Bíblia, mais fiéis aos originais hebraico e grego, preferem manter estas palavras trans­literadas, por expressarem melhor o que elas significam.

As palavras sheol em hebraico e hades em grego eram usa­das para sepultura, não trazendo nenhum sentido de sofrimen­to e castigo eterno.

Geena apenas figurativamente foi usada por Jesus como um símbolo das chamas destruidoras dos últimos dias, por cau­sa do envolvimento da palavra nos acontecimentos anteriormen­te descritos.


Introdução


Dois grandes mistérios têm preocupado o homem através dos séculos:

19) A origem do ser humano.

29)   O que acontece ao homem após a morte.

A explicação para estes dois problemas se encontra na re­velada palavra de Deus e não em cogitações filosóficas dos ho­mens.

O profeta Isaías declara (8:20):

“À lei e ao testemunho: se eles não falarem segundo esta palavra é porque não têm iluminação.” —    (Tradução Trinitaria­na).

Ensina a Bíblia que os ímpios não ficarão sem castigo —    Prov. 11: 21. Porém, este castigo, que no sentido escatológico bíblico é chamado a ira de Deus é sempre justo e temperado com misericórdia: Salmo 101:1; 118: 1-4.

Muitas pessoas têm duvidado da existência de Deus, quan­do ouvem o ensino errôneo de que a Bíblia ensina que Deus criou um lugar de tortura eterna para castigo dos maus.

Queremos com esta pesquisa esclarecer nossos estudan­tes para estes dois aspectos:

1º) Quais as palavras hebraicas e gregas que foram impro­priamente traduzidas por inferno.

2º) Que significavam no original e as dificuldades em bem traduzi-las.


Comentários Gerais


A doutrina de um inferno para tormento eterno é de ori­gem pagã, foi aceita pela igreja dominante, nos séculos escuros da Idade Média, para intimidar os pagãos a aceitar as crenças católicas.

O que levou o jovem Lutero para dentro do convento, a fim de tornar-se sacerdote foi o medo do inferno. Pensava ele que aderindo ás crenças e práticas da Igreja Católica Romana, encontraria o único meio de escapar à morte eterna.

Na mitologia greco-romana o inferno era o reino de Plutão.

A idéia de um lugar debaixo da terra para tormento dos maus nasceu da mitologia romana (basta ler a Eneida de Virgí­lio para nos cientificarmos desta realidade), daí a origem da pa­lavra inferno  do latim inferi, inferior, que vai para baixo.

Esta palavra normalmente foi usada pelos tradutores para expressar o sentido do termo hebraico “sheol” e dos gregos “Ha­des”, “Geena” e Tártaro.


Sheol


Este vocábulo aparece 62 vezes no Velho Testamento.
Sheol era o lugar para onde iam os mortos, por isso é si­nônimo de sepultura, ou lugar de silêncio dos mortos.
Sheol nunca teve em hebraico a idéia de lugar de suplício para os mortos.
Sendo difícil traduzi-los porque nenhuma palavra em por­tuguês dá exata idéia do significado original, o melhor é mantê-­la transliterada como fazem muitas traduções. A tradução bra­sileira não a traduz nenhuma vez.
Experimente traduzir sheol por inferno nestas duas passa­gens: Gên. 42: 38 e Jonas 2:1-2.


Hades


É usada apenas 10 vezes no Novo Testamento. Mat. 11: 23; 16: 18; Luc. 16: 23; Atos 2: 27, 31; Apoc. 1:18; 6:8; 20: 13,14 (I Cor. 15: 55).
Sobre o emprego desta palavra em I Cor. 15-55, ~, Edilson Valiante numa Monografia sobre a palavra Hades, pág. 27 (1978), declarou:
“A passagem de Paulo em I Cor. 15:55, apresenta um proble­ma de crítica textual. Na leitura feita na Septuaginta, encontra­mos também neste verso a palavra hades, no vocativo. As tradu­-
ções mais antigas da Bíblia, antes das descobertas do século XIX para cá, traziam a palavra ‘inferno’ como sendo a tradu­ção de hades.
“Com estudos feitos na área da crítica textual, valendo-se das importantíssimas descobertas de Tishendorf, verificou-se que a palavra usada não era hades, mas a palavra  O avate (mor­te). Este estudo foi baseado nos mais fidedignos MSS descober­tos até hoje.

“Com tudo isto ficou claro que Paulo não usou nem uma vez o termo hades em seus escritos, provavelmente para não confundir com os conceitos deturpados do hades que existiam em sua época. Outra razão é dada por Edwards, dizendo que Paulo, escrevendo em grego, procurava fugir do mau agouro que acompanhava a palavra e causava terror ao povo; cita Platão para reafirmar sua idéia: ‘O povo em geral usa a palavra Plu­to como eufemismo de hades, com seus temores de levá-los pa­ra as partes errôneas do invisível’. É certo, também que Pau­lo não usou nenhuma vez a expressão Pluto, mas subentenden­do o conceitualismo bíblico, em Rom. 10: 7 usa o termo abis­mo -

O  Edilson concluiu suas ponderações declarando:

Além de todas estas razões, Nichol, em seu Answers to Objections diz:

“Nós concluímos que também em I Cor. 15: 55, onde a palavra sepultura é uma tradução de hades, e descreve que so­bre o tal os justos serão finalmente vitoriosos na ressurreição. Incidentalmente, I Cor. 15: 55, é uma citação do Velho Testa­mento (Oséias 13: 14), onde encontramos a palavra sheol apli­cada.” —     F. Nichol. Answers to Objections, pág. 366.

Nas melhores traduções da Bíblia, inclusive na Versão de Almeida Revista e Atualizada, o termo inferno já foi substituí­do por morte.

A palavra “Hades no Novo Testamento corresponde exa­tamente à palavra “Sheol” do Velho Testamento. No Salmo 16: 10 Davi disse: “Pois não deixarás a minha alma no sheol.” Pedro usando esta passagem profética do Velho Testamento afirmou em Atos 2: 27: “Porque não deixarás a minha alma no hades.”

Outra prova da sua exata correspondência se encontra na tradução da Septuaginta, pois das 62 vezes que sheol é usada no Velho Testamento, 61 vezes ela foi traduzida por hades.


Origem da Palavra Hades


Provém do prefixo a —   alfa grego com a idéia de negação, privação e do verbo isein —   idein = ver, significando então: o que não é visto, lugar de onde não se vê, por isso é sinônimo de sepultura, habitação dos mortos.

Os dicionários e comentários confirmam este significado.

1o.) Arndt and Gingrich

Hades (originalmente nome próprio, nome do deus do subterrâneo) o subterrâneo, como lugar da morte.

2o.)   Liddell and Scott

Hades —     o não mundo, lugar de descanso dos mortos.

3o.)   Vincent:

É o lugar em que todos os que partem desta vida descem, sem referência a seu caráter moral.

4o.)  Moulton and Milligan, The Vocabulary of the Greek Testament:

Hades é o submundo, a sepultura.

Os gregos dividiam o Hades em duas partes, (posteriormen­te falavam até em quatro) o Elysium a habitação dos vitorio­sos e o Tártarus —   a habitação dos ímpios.

O Pseudo-epígrafe de Enoque divide o Hades em quatro partes distintas:

1o.) Ocupada pelos santos mártires.

2o.) Lugar onde se encontravam os justos em geral.

3o.)   Ímpios que não foram suficientemente punidos na vida.

4o.) Dos pecadores que sofreram uma morte violenta.

Esta idéia de divisões e subdivisões do hades é totalmente pagã sem nenhum apoio bíblico.

Hades traz-nos também a idéia não apenas de um local, mas como um estado intermediário entre a morte e a ressurrei­ção.

Sheol e hades significam a condição dos mortos.


Geena

Palavra hebraica transliterada para o grego geena, que se encontra nas seguintes 12 passagens: Mat. 5: 22, 29, 30; 10: 28; 18: 9; 23: 15, 33; Marc. 9: 43, 45, 47; Luc. 12: 5; Tiago 3: 6.

Geena vem do vocábulo hebraico Ge Hinom ou Gé ben Hinom Vale de Hinom ou Vale do filho de Hinom. Neste va­le havia uma elevação denominada Tofete, onde ímpios quei­mavam seus próprios filhos.

Este vale se situava a sudeste de Jerusalém; neste local, an­tes da conquista de Canaã pelos filhos de Israel, cananitas ofe­reciam sacrifícios humanos ao deus Moloque. Posteriormente, judeus apostatados continuaram com esta prática nefanda e abo­minável, como nos relata II Crônicas 28:3.

“Também queimou incenso no vale de Hinom, e queimou a seus próprios filhos no fogo, segundo as abominações dos gen­tios que o Senhor lançara fora de diante dos filhos de Israel.”

Esta é uma referência ao ímpio rei Acaz, como também nos mostra II Reis 16:3.

“Porque andou no caminho dos reis de Israel, e até quei­mou a seu filho como sacrifício.

Que esta prática existia fora dos arraiais dos israelitas é evidente da leitura de alguns textos bíblicos como Lev. 18: 21 e Deut. 18: 10, onde Deus adverte os seus filhos a não dedica­rem seus descendentes a Moloque.

Manassés, neto do rei Acaz, restaurou esta prática execrá­vel - II Crôn. 33: 1; Jer. 32:35.

Alguns anos mais tarde, o bom rei Josias exterminou os sacrifícios humanos, derribando totalmente as elevações do va­le de Hinom ou o Tofete, como está relatado em II Reis 23: 10.


139
Em conseqüências destas transgressões Deus advertiu o seu povo de que o Vale de hinom se tornaria um dia “o vale da matança” por causa dos cadáveres deste povo: Jer. 7: 32, 33; 19:6, confira Isa. 30:33.

Terminados os sacrifícios humanos, este local ficou reser­vado para depósito do lixo proveniente da cidade de Jerusalém. Juntamente com o lixo vinham cadáveres de mendigos encon­trados mortos na rua ou de criminosos e ladrões mortos quan­do cometiam o delito. Estes corpos, ás vezes, eram atirados onde não havia fogo, aparecendo os vermes que lhes devora­vam as entranhas num espetáculo dantesco e aterrador. É a este quadro que Isaías se refere no capitulo 66, verso 24.

Por estas circunstâncias, este vale se tornou desprezível e amaldiçoado pelos judeus e símbolo do terror, da abominação e do asco e mencionado por Jesus com estas características. Ser atirado à Geena após a morte, era sinônimo de desprezo ao morto, abandonado pelos familiares, não merecendo ao me­nos uma cova rasa, estando condenado à destruição eterna do fogo.

O vale de Hinom era um crematório das sujidades da ci­dade de Jerusalém.

O fogo ardia constantemente neste sítio e com o objeti­vo de avivar as chamas e tornar mais eficaz a sua força lança­vam ali enxofre. Devido a estas circunstâncias, Jesus com mui­ta propriedade usou este vale para ilustrar o que seria no fim do mundo a destruição dos ímpios, sendo queimados na geena universal.

Os rabis mais primitivos baseiam a idéia de ser a Geena um tipo do fogo do último dia da passagem bíblica de Isaías 31:9.

Tártaro


A palavra grega “tártaro” ocorre somente urna vez no No­vo Testamento. Encontra-se em II Pedro 2: 4 e diz o seguinte:

“Ora, se Deus não poupou a anjos quando pecaram, an­tes precipitando-os no inferno (tártaro no original) os entre­gou a abismos de trevas, reservando-os para juízo.”

A palavra tártaro, usada por Pedro, se assemelha muito à palavra “Tartarus”, usada na mitologia grega, com nome de um escuro abismo ou prisão; porém, a palavra tártaro, parece referir-se melhor a um ato do que a um lugar. A queda dos an­jos que pecaram foi do posto de honra e dignidade à desonra e condenação; portanto a idéia parece ser: Deus não poupou aos anjos que pecaram, mas os rebaixou e os entregou a cadeias de trevas. Não existe nenhuma idéia de fogo ou tormento nes­ta palavra, ela simplesmente declara que estes anjos estão reser­vados para um julgamento futuro.


Conclusão


Os problemas relacionados com a palavra inferno se desfazem como bolhas de sabão, quando conhecemos bem o signifi­cado etimológico dos termos sheol, hades, geena e tártaro, que jamais poderiam ser traduzidos pela nossa palavra inferno por ter uma conotação totalmente diferente do que é expresso por aqueles vocábulos.

A palavra inferno foi usada pelos tradutores por influên­cias pagãs e por preconceitos enraizados na mente de muitos, mas totalmente estranhos ao texto sagrado.

De acordo com a Bíblia todos os que morrem, quer sejam bons, quer sejam maus descem à sepultura, ao lugar do esquecimento e ali esperam até o dia da ressurreição quando então rece­berão a recompensa. Apoc. 22:14.

Muitas das traduções modernas da Bíblia, mais fiéis aos originais hebraico e grego, preferem manter estas palavras trans­literadas, por expressarem melhor o que elas significam.

As palavras sheol em hebraico e hades em grego eram usa­das para sepultura, não trazendo nenhum sentido de sofrimen­to e castigo eterno.

Geena apenas figurativamente foi usada por Jesus como um símbolo das chamas destruidoras dos últimos dias, por cau­sa do envolvimento da palavra nos acontecimentos anteriormen­te descritos.


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