A PALAVRA
INFERNO E A BÍBLIA
Introdução
Dois grandes
mistérios têm preocupado o homem através dos séculos:
19) A origem
do ser humano.
29) O que acontece ao homem após a
morte.
A explicação
para estes dois problemas se encontra na revelada palavra de Deus e não em
cogitações filosóficas dos homens.
O profeta Isaías declara (8:20):
“À lei e ao
testemunho: se eles não falarem segundo esta palavra é porque não têm
iluminação.” —
(Tradução Trinitariana).
Ensina a
Bíblia que os ímpios não ficarão sem castigo — Prov. 11: 21.
Porém, este castigo, que no sentido escatológico bíblico é chamado a ira de
Deus é sempre justo e temperado com misericórdia: Salmo 101:1; 118: 1-4.
Muitas pessoas
têm duvidado da existência de Deus, quando ouvem o ensino errôneo de que a
Bíblia ensina que Deus criou um lugar de tortura eterna para castigo dos maus.
Queremos com
esta pesquisa esclarecer nossos estudantes para estes dois aspectos:
1º) Quais as
palavras hebraicas e gregas que foram impropriamente traduzidas por inferno.
2º) Que
significavam no original e as dificuldades em bem traduzi-las.
Comentários Gerais
A doutrina de
um inferno para tormento eterno é de origem pagã, foi aceita pela igreja
dominante, nos séculos escuros da Idade Média, para intimidar os pagãos a
aceitar as crenças católicas.
O que levou o
jovem Lutero para dentro do convento, a fim de tornar-se sacerdote foi o medo
do inferno. Pensava ele que aderindo ás crenças e práticas da Igreja Católica
Romana, encontraria o único meio de escapar à morte eterna.
Na mitologia
greco-romana o inferno era o reino de Plutão.
A idéia de um
lugar debaixo da terra para tormento dos maus nasceu da mitologia romana (basta
ler a Eneida de Virgílio para nos cientificarmos desta realidade), daí a
origem da palavra inferno do latim
inferi, inferior, que vai para baixo.
Esta palavra
normalmente foi usada pelos tradutores para expressar o sentido do termo
hebraico “sheol” e dos gregos “Hades”, “Geena” e Tártaro.
Sheol
Este vocábulo aparece 62 vezes no Velho Testamento.
Sheol era o
lugar para onde iam os mortos, por isso é sinônimo de sepultura, ou lugar de
silêncio dos mortos.
Sheol nunca
teve em hebraico a idéia de lugar de suplício para os mortos.
Sendo difícil traduzi-los
porque nenhuma palavra em português dá exata idéia do significado original, o
melhor é mantê-la transliterada como fazem muitas traduções. A tradução brasileira
não a traduz nenhuma vez.
Experimente traduzir sheol
por inferno nestas duas passagens: Gên. 42: 38 e Jonas 2:1-2.
Hades
É usada apenas
10 vezes no Novo Testamento. Mat. 11: 23; 16: 18; Luc. 16: 23; Atos 2: 27, 31;
Apoc. 1:18; 6:8; 20: 13,14 (I Cor. 15: 55).
Sobre o
emprego desta palavra em I Cor. 15-55, ~, Edilson Valiante numa Monografia sobre a palavra Hades, pág. 27 (1978),
declarou:
“A passagem de
Paulo em I Cor. 15:55, apresenta um problema de crítica textual. Na leitura
feita na Septuaginta, encontramos também neste verso a palavra hades, no
vocativo. As tradu-
ções mais antigas da Bíblia, antes das descobertas do
século XIX para cá,
traziam a palavra ‘inferno’ como sendo a tradução de hades.
“Com estudos feitos na área da crítica textual, valendo-se das
importantíssimas descobertas de Tishendorf, verificou-se que a palavra usada
não era hades, mas a palavra O avate (morte). Este
estudo foi baseado nos mais fidedignos MSS descobertos até hoje.
“Com tudo isto ficou claro que Paulo não usou nem uma vez o termo hades em
seus escritos, provavelmente para não confundir com os conceitos deturpados do
hades que existiam em sua época. Outra razão é dada por Edwards, dizendo que
Paulo, escrevendo em grego, procurava fugir do mau agouro que acompanhava a
palavra e causava terror ao povo; cita Platão para reafirmar sua idéia: ‘O povo
em geral usa a palavra Pluto como eufemismo de hades, com seus temores de
levá-los para as partes errôneas do invisível’. É certo, também que Paulo não
usou nenhuma vez a expressão Pluto, mas subentendendo o conceitualismo bíblico, em Rom. 10:
7 usa o termo abismo -
O Edilson
concluiu suas ponderações declarando:
Além de todas estas razões, Nichol, em seu Answers
to Objections diz:
“Nós concluímos que também em I Cor. 15: 55, onde a palavra sepultura é uma
tradução de hades, e descreve que sobre o tal os justos serão finalmente
vitoriosos na ressurreição. Incidentalmente, I Cor. 15: 55, é uma citação do
Velho Testamento (Oséias 13: 14), onde encontramos a palavra sheol aplicada.”
— F. Nichol. Answers to Objections, pág. 366.
Nas melhores traduções da Bíblia, inclusive na Versão de Almeida Revista e
Atualizada, o termo inferno já foi substituído por morte.
A palavra “Hades no Novo Testamento corresponde exatamente à palavra
“Sheol” do Velho Testamento. No Salmo 16: 10 Davi disse: “Pois não deixarás a
minha alma no sheol.” Pedro usando esta passagem profética do Velho Testamento
afirmou em Atos 2: 27: “Porque não deixarás a minha alma no hades.”
Outra prova da sua exata correspondência se encontra na tradução da
Septuaginta, pois das 62 vezes que sheol é usada no Velho Testamento, 61 vezes
ela foi traduzida por hades.
Origem da Palavra Hades
Provém do prefixo a — alfa grego com a idéia de negação, privação e do verbo isein — idein =
ver, significando então: o que não é visto, lugar de onde não se vê, por isso é
sinônimo de sepultura, habitação dos mortos.
Os dicionários e comentários confirmam este significado.
1o.) Arndt and Gingrich
Hades (originalmente nome próprio, nome do deus do subterrâneo) o
subterrâneo, como lugar da morte.
2o.) Liddell and Scott
Hades —
o não mundo, lugar de descanso dos
mortos.
3o.) Vincent:
É o lugar em que todos os que partem desta vida descem, sem referência a
seu caráter moral.
4o.) Moulton and Milligan, The Vocabulary of the Greek Testament:
Hades é o
submundo, a sepultura.
Os gregos
dividiam o Hades em duas partes, (posteriormente falavam até em quatro) o
Elysium — a habitação
dos vitoriosos e o Tártarus — a habitação
dos ímpios.
O
Pseudo-epígrafe de Enoque divide o Hades em quatro partes distintas:
1o.)
Ocupada pelos santos mártires.
2o.)
Lugar onde se encontravam os justos em geral.
3o.) Ímpios que não foram
suficientemente punidos na vida.
4o.)
Dos pecadores que sofreram uma morte violenta.
Esta idéia de
divisões e subdivisões do hades é totalmente pagã sem nenhum apoio bíblico.
Hades traz-nos
também a idéia não apenas de um local, mas como um estado intermediário entre a
morte e a ressurreição.
Sheol e hades
significam a condição dos mortos.
Geena
Palavra
hebraica transliterada para o grego geena, que se encontra nas seguintes 12
passagens: Mat. 5: 22, 29, 30; 10: 28; 18: 9; 23: 15, 33; Marc. 9: 43, 45, 47;
Luc. 12: 5; Tiago 3: 6.
Geena vem do vocábulo hebraico Ge Hinom ou Gé ben Hinom — Vale de Hinom ou Vale do filho de Hinom.
Neste vale havia uma elevação denominada Tofete, onde ímpios queimavam seus
próprios filhos.
Este vale se situava a sudeste de Jerusalém; neste local, antes da
conquista de Canaã pelos filhos de Israel, cananitas ofereciam sacrifícios
humanos ao deus Moloque. Posteriormente, judeus apostatados continuaram com
esta prática nefanda e abominável, como nos relata II Crônicas 28:3.
“Também queimou incenso no vale de Hinom, e queimou a seus próprios filhos
no fogo, segundo as abominações dos gentios que o Senhor lançara fora de
diante dos filhos de Israel.”
Esta é uma referência ao ímpio rei Acaz, como também nos mostra II Reis
16:3.
“Porque andou no caminho dos reis de Israel, e até queimou a seu filho
como sacrifício.
Que esta prática existia fora dos arraiais dos israelitas é evidente da
leitura de alguns textos bíblicos como Lev. 18: 21 e Deut. 18: 10, onde Deus
adverte os seus filhos a não dedicarem seus descendentes a Moloque.
Manassés, neto do rei Acaz, restaurou esta prática execrável - II Crôn.
33: 1; Jer. 32:35.
Alguns anos mais tarde, o bom rei Josias exterminou os sacrifícios humanos,
derribando totalmente as elevações do vale de Hinom ou o Tofete, como está
relatado em II Reis 23: 10.
139
Em conseqüências destas transgressões Deus advertiu o seu povo de que o
Vale de hinom se tornaria um dia “o vale da matança” por causa dos cadáveres
deste povo: Jer. 7: 32, 33; 19:6, confira Isa. 30:33.
Terminados os sacrifícios humanos, este local ficou reservado para
depósito do lixo proveniente da cidade de Jerusalém. Juntamente com o lixo
vinham cadáveres de mendigos encontrados mortos na rua ou de criminosos e
ladrões mortos quando cometiam o delito. Estes corpos, ás vezes, eram atirados
onde não havia fogo, aparecendo os vermes que lhes devoravam as entranhas num
espetáculo dantesco e aterrador. É a este quadro que Isaías se refere no
capitulo 66, verso 24.
Por estas circunstâncias, este vale se tornou desprezível e amaldiçoado
pelos judeus e símbolo do terror, da abominação e do asco e mencionado por
Jesus com estas características. Ser atirado à Geena após a morte, era sinônimo
de desprezo ao morto, abandonado pelos familiares, não merecendo ao menos uma
cova rasa, estando condenado à destruição eterna do
fogo.
O vale de Hinom era um crematório das sujidades da cidade de Jerusalém.
O fogo ardia constantemente neste sítio e com o objetivo de avivar as
chamas e tornar mais eficaz a sua força lançavam ali enxofre. Devido a estas
circunstâncias, Jesus com muita propriedade usou este vale para ilustrar o que
seria no fim do mundo a destruição dos ímpios, sendo queimados na geena
universal.
Os rabis mais primitivos baseiam a idéia de ser a Geena um tipo do fogo do
último dia da passagem bíblica de Isaías 31:9.
Tártaro
A palavra grega “tártaro” ocorre somente urna vez no Novo Testamento.
Encontra-se em II Pedro 2: 4 e diz o seguinte:
“Ora, se Deus não poupou a anjos quando pecaram, antes precipitando-os no
inferno (tártaro no original) os entregou a abismos de trevas, reservando-os
para juízo.”
A palavra tártaro, usada por Pedro, se assemelha muito à palavra
“Tartarus”, usada na mitologia grega, com nome de um escuro abismo ou prisão;
porém, a palavra tártaro, parece referir-se melhor a um ato do que a um lugar.
A queda dos anjos que pecaram foi do posto de honra e dignidade à desonra e
condenação; portanto a idéia parece ser: Deus não poupou aos anjos que pecaram,
mas os rebaixou e os entregou a cadeias de trevas. Não existe nenhuma idéia de
fogo ou tormento nesta palavra, ela simplesmente declara que estes anjos estão
reservados para um julgamento futuro.
Conclusão
Os problemas relacionados com a palavra inferno se desfazem como bolhas de
sabão, quando conhecemos bem o significado etimológico dos termos sheol,
hades, geena e tártaro, que jamais poderiam ser traduzidos pela nossa palavra
inferno por ter uma conotação totalmente diferente do que é expresso por
aqueles vocábulos.
A palavra inferno foi usada pelos tradutores por influências pagãs e por
preconceitos enraizados na mente de muitos, mas totalmente estranhos ao texto
sagrado.
De acordo com a
Bíblia todos os que morrem, quer sejam bons, quer sejam maus descem à
sepultura, ao lugar do esquecimento e ali esperam até o dia da ressurreição
quando então receberão a recompensa. Apoc. 22:14.
Muitas das
traduções modernas da Bíblia, mais fiéis aos originais hebraico e grego,
preferem manter estas palavras transliteradas, por expressarem melhor o que
elas significam.
As palavras
sheol em hebraico e hades em grego eram usadas para sepultura, não trazendo nenhum sentido de sofrimento e
castigo eterno.
Geena apenas
figurativamente foi usada por Jesus como um símbolo das chamas destruidoras dos
últimos dias, por causa do envolvimento da palavra nos acontecimentos
anteriormente descritos.
Introdução
Dois grandes
mistérios têm preocupado o homem através dos séculos:
19) A origem
do ser humano.
29) O que acontece ao homem após a
morte.
A explicação
para estes dois problemas se encontra na revelada palavra de Deus e não em
cogitações filosóficas dos homens.
O profeta Isaías declara (8:20):
“À lei e ao
testemunho: se eles não falarem segundo esta palavra é porque não têm
iluminação.” —
(Tradução Trinitariana).
Ensina a
Bíblia que os ímpios não ficarão sem castigo — Prov. 11: 21.
Porém, este castigo, que no sentido escatológico bíblico é chamado a ira de
Deus é sempre justo e temperado com misericórdia: Salmo 101:1; 118: 1-4.
Muitas pessoas
têm duvidado da existência de Deus, quando ouvem o ensino errôneo de que a
Bíblia ensina que Deus criou um lugar de tortura eterna para castigo dos maus.
Queremos com
esta pesquisa esclarecer nossos estudantes para estes dois aspectos:
1º) Quais as
palavras hebraicas e gregas que foram impropriamente traduzidas por inferno.
2º) Que
significavam no original e as dificuldades em bem traduzi-las.
Comentários Gerais
A doutrina de
um inferno para tormento eterno é de origem pagã, foi aceita pela igreja
dominante, nos séculos escuros da Idade Média, para intimidar os pagãos a
aceitar as crenças católicas.
O que levou o
jovem Lutero para dentro do convento, a fim de tornar-se sacerdote foi o medo
do inferno. Pensava ele que aderindo ás crenças e práticas da Igreja Católica
Romana, encontraria o único meio de escapar à morte eterna.
Na mitologia
greco-romana o inferno era o reino de Plutão.
A idéia de um
lugar debaixo da terra para tormento dos maus nasceu da mitologia romana (basta
ler a Eneida de Virgílio para nos cientificarmos desta realidade), daí a
origem da palavra inferno do latim
inferi, inferior, que vai para baixo.
Esta palavra
normalmente foi usada pelos tradutores para expressar o sentido do termo
hebraico “sheol” e dos gregos “Hades”, “Geena” e Tártaro.
Sheol
Este vocábulo aparece 62 vezes no Velho Testamento.
Sheol era o
lugar para onde iam os mortos, por isso é sinônimo de sepultura, ou lugar de
silêncio dos mortos.
Sheol nunca
teve em hebraico a idéia de lugar de suplício para os mortos.
Sendo difícil traduzi-los
porque nenhuma palavra em português dá exata idéia do significado original, o
melhor é mantê-la transliterada como fazem muitas traduções. A tradução brasileira
não a traduz nenhuma vez.
Experimente traduzir sheol
por inferno nestas duas passagens: Gên. 42: 38 e Jonas 2:1-2.
Hades
É usada apenas
10 vezes no Novo Testamento. Mat. 11: 23; 16: 18; Luc. 16: 23; Atos 2: 27, 31;
Apoc. 1:18; 6:8; 20: 13,14 (I Cor. 15: 55).
Sobre o
emprego desta palavra em I Cor. 15-55, ~, Edilson Valiante numa Monografia sobre a palavra Hades, pág. 27 (1978),
declarou:
“A passagem de
Paulo em I Cor. 15:55, apresenta um problema de crítica textual. Na leitura
feita na Septuaginta, encontramos também neste verso a palavra hades, no
vocativo. As tradu-
ções mais antigas da Bíblia, antes das descobertas do
século XIX para cá,
traziam a palavra ‘inferno’ como sendo a tradução de hades.
“Com estudos feitos na área da crítica textual, valendo-se das
importantíssimas descobertas de Tishendorf, verificou-se que a palavra usada
não era hades, mas a palavra O avate (morte). Este
estudo foi baseado nos mais fidedignos MSS descobertos até hoje.
“Com tudo isto ficou claro que Paulo não usou nem uma vez o termo hades em
seus escritos, provavelmente para não confundir com os conceitos deturpados do
hades que existiam em sua época. Outra razão é dada por Edwards, dizendo que
Paulo, escrevendo em grego, procurava fugir do mau agouro que acompanhava a
palavra e causava terror ao povo; cita Platão para reafirmar sua idéia: ‘O povo
em geral usa a palavra Pluto como eufemismo de hades, com seus temores de
levá-los para as partes errôneas do invisível’. É certo, também que Paulo não
usou nenhuma vez a expressão Pluto, mas subentendendo o conceitualismo bíblico, em Rom. 10:
7 usa o termo abismo -
O Edilson
concluiu suas ponderações declarando:
Além de todas estas razões, Nichol, em seu Answers
to Objections diz:
“Nós concluímos que também em I Cor. 15: 55, onde a palavra sepultura é uma
tradução de hades, e descreve que sobre o tal os justos serão finalmente
vitoriosos na ressurreição. Incidentalmente, I Cor. 15: 55, é uma citação do
Velho Testamento (Oséias 13: 14), onde encontramos a palavra sheol aplicada.”
— F. Nichol. Answers to Objections, pág. 366.
Nas melhores traduções da Bíblia, inclusive na Versão de Almeida Revista e
Atualizada, o termo inferno já foi substituído por morte.
A palavra “Hades no Novo Testamento corresponde exatamente à palavra
“Sheol” do Velho Testamento. No Salmo 16: 10 Davi disse: “Pois não deixarás a
minha alma no sheol.” Pedro usando esta passagem profética do Velho Testamento
afirmou em Atos 2: 27: “Porque não deixarás a minha alma no hades.”
Outra prova da sua exata correspondência se encontra na tradução da
Septuaginta, pois das 62 vezes que sheol é usada no Velho Testamento, 61 vezes
ela foi traduzida por hades.
Origem da Palavra Hades
Provém do prefixo a — alfa grego com a idéia de negação, privação e do verbo isein — idein =
ver, significando então: o que não é visto, lugar de onde não se vê, por isso é
sinônimo de sepultura, habitação dos mortos.
Os dicionários e comentários confirmam este significado.
1o.) Arndt and Gingrich
Hades (originalmente nome próprio, nome do deus do subterrâneo) o
subterrâneo, como lugar da morte.
2o.) Liddell and Scott
Hades —
o não mundo, lugar de descanso dos
mortos.
3o.) Vincent:
É o lugar em que todos os que partem desta vida descem, sem referência a
seu caráter moral.
4o.) Moulton and Milligan, The Vocabulary of the Greek Testament:
Hades é o
submundo, a sepultura.
Os gregos
dividiam o Hades em duas partes, (posteriormente falavam até em quatro) o
Elysium — a habitação
dos vitoriosos e o Tártarus — a habitação
dos ímpios.
O
Pseudo-epígrafe de Enoque divide o Hades em quatro partes distintas:
1o.)
Ocupada pelos santos mártires.
2o.)
Lugar onde se encontravam os justos em geral.
3o.) Ímpios que não foram
suficientemente punidos na vida.
4o.)
Dos pecadores que sofreram uma morte violenta.
Esta idéia de
divisões e subdivisões do hades é totalmente pagã sem nenhum apoio bíblico.
Hades traz-nos
também a idéia não apenas de um local, mas como um estado intermediário entre a
morte e a ressurreição.
Sheol e hades
significam a condição dos mortos.
Geena
Palavra
hebraica transliterada para o grego geena, que se encontra nas seguintes 12
passagens: Mat. 5: 22, 29, 30; 10: 28; 18: 9; 23: 15, 33; Marc. 9: 43, 45, 47;
Luc. 12: 5; Tiago 3: 6.
Geena vem do vocábulo hebraico Ge Hinom ou Gé ben Hinom — Vale de Hinom ou Vale do filho de Hinom.
Neste vale havia uma elevação denominada Tofete, onde ímpios queimavam seus
próprios filhos.
Este vale se situava a sudeste de Jerusalém; neste local, antes da
conquista de Canaã pelos filhos de Israel, cananitas ofereciam sacrifícios
humanos ao deus Moloque. Posteriormente, judeus apostatados continuaram com
esta prática nefanda e abominável, como nos relata II Crônicas 28:3.
“Também queimou incenso no vale de Hinom, e queimou a seus próprios filhos
no fogo, segundo as abominações dos gentios que o Senhor lançara fora de
diante dos filhos de Israel.”
Esta é uma referência ao ímpio rei Acaz, como também nos mostra II Reis
16:3.
“Porque andou no caminho dos reis de Israel, e até queimou a seu filho
como sacrifício.
Que esta prática existia fora dos arraiais dos israelitas é evidente da
leitura de alguns textos bíblicos como Lev. 18: 21 e Deut. 18: 10, onde Deus
adverte os seus filhos a não dedicarem seus descendentes a Moloque.
Manassés, neto do rei Acaz, restaurou esta prática execrável - II Crôn.
33: 1; Jer. 32:35.
Alguns anos mais tarde, o bom rei Josias exterminou os sacrifícios humanos,
derribando totalmente as elevações do vale de Hinom ou o Tofete, como está
relatado em II Reis 23: 10.
139
Em conseqüências destas transgressões Deus advertiu o seu povo de que o
Vale de hinom se tornaria um dia “o vale da matança” por causa dos cadáveres
deste povo: Jer. 7: 32, 33; 19:6, confira Isa. 30:33.
Terminados os sacrifícios humanos, este local ficou reservado para
depósito do lixo proveniente da cidade de Jerusalém. Juntamente com o lixo
vinham cadáveres de mendigos encontrados mortos na rua ou de criminosos e
ladrões mortos quando cometiam o delito. Estes corpos, ás vezes, eram atirados
onde não havia fogo, aparecendo os vermes que lhes devoravam as entranhas num
espetáculo dantesco e aterrador. É a este quadro que Isaías se refere no
capitulo 66, verso 24.
Por estas circunstâncias, este vale se tornou desprezível e amaldiçoado
pelos judeus e símbolo do terror, da abominação e do asco e mencionado por
Jesus com estas características. Ser atirado à Geena após a morte, era sinônimo
de desprezo ao morto, abandonado pelos familiares, não merecendo ao menos uma
cova rasa, estando condenado à destruição eterna do
fogo.
O vale de Hinom era um crematório das sujidades da cidade de Jerusalém.
O fogo ardia constantemente neste sítio e com o objetivo de avivar as
chamas e tornar mais eficaz a sua força lançavam ali enxofre. Devido a estas
circunstâncias, Jesus com muita propriedade usou este vale para ilustrar o que
seria no fim do mundo a destruição dos ímpios, sendo queimados na geena
universal.
Os rabis mais primitivos baseiam a idéia de ser a Geena um tipo do fogo do
último dia da passagem bíblica de Isaías 31:9.
Tártaro
A palavra grega “tártaro” ocorre somente urna vez no Novo Testamento.
Encontra-se em II Pedro 2: 4 e diz o seguinte:
“Ora, se Deus não poupou a anjos quando pecaram, antes precipitando-os no
inferno (tártaro no original) os entregou a abismos de trevas, reservando-os
para juízo.”
A palavra tártaro, usada por Pedro, se assemelha muito à palavra
“Tartarus”, usada na mitologia grega, com nome de um escuro abismo ou prisão;
porém, a palavra tártaro, parece referir-se melhor a um ato do que a um lugar.
A queda dos anjos que pecaram foi do posto de honra e dignidade à desonra e
condenação; portanto a idéia parece ser: Deus não poupou aos anjos que pecaram,
mas os rebaixou e os entregou a cadeias de trevas. Não existe nenhuma idéia de
fogo ou tormento nesta palavra, ela simplesmente declara que estes anjos estão
reservados para um julgamento futuro.
Conclusão
Os problemas relacionados com a palavra inferno se desfazem como bolhas de
sabão, quando conhecemos bem o significado etimológico dos termos sheol,
hades, geena e tártaro, que jamais poderiam ser traduzidos pela nossa palavra
inferno por ter uma conotação totalmente diferente do que é expresso por
aqueles vocábulos.
A palavra inferno foi usada pelos tradutores por influências pagãs e por
preconceitos enraizados na mente de muitos, mas totalmente estranhos ao texto
sagrado.
De acordo com a
Bíblia todos os que morrem, quer sejam bons, quer sejam maus descem à
sepultura, ao lugar do esquecimento e ali esperam até o dia da ressurreição
quando então receberão a recompensa. Apoc. 22:14.
Muitas das
traduções modernas da Bíblia, mais fiéis aos originais hebraico e grego,
preferem manter estas palavras transliteradas, por expressarem melhor o que
elas significam.
As palavras
sheol em hebraico e hades em grego eram usadas para sepultura, não trazendo nenhum sentido de sofrimento e
castigo eterno.
Geena apenas
figurativamente foi usada por Jesus como um símbolo das chamas destruidoras dos
últimos dias, por causa do envolvimento da palavra nos acontecimentos
anteriormente descritos.
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