CONVERSÃO DE SAULO UMA CONTRADIÇÃO EXPLICADA PELO GREGO
Há duas passagens em Atos, que
muitas vezes são citadas pelos catadores de contradições na Bíblia, para
provarem que o texto bíblico não merece confiança.
Seguem-se as passagens da Almeida
Edição Revista e Corrigida.
“E os varões, que iam com ele,
pararam espantados, ouvindo a voz, mas não vendo ninguém.” Atos 9:7.
“E os que estavam comigo viram, em
verdade, a luz, e se atemorizaram muito; mas não ouviram a voz daquele que f
alava comigo.” Atos 22:9.
Os revisores desta edição não
atentaram bem para o original, por isso aparece o problema, pois no primeiro
caso diz que ouviram a voz e no segundo que não a ouviram.
Posteriormente, os responsáveis pela
Edição Revista e Atualizada no Brasil, mais bem orientados quanto à técnica de
tradução fizeram com que a incoerência, em parte desaparecesse, pois as
passagens rezam assim:
“Os seus companheiros de viagem,
pararam emudecidos, ouvindo a voz, não vendo, contudo, ninguém.” Atos9:7.
“Os que estavam comigo, viram a luz,
sem contudo perceber o sentido da voz de quem falava comigo.” Atos 22:9.
Sem me demorar com comentários de
muitos eruditos, quero apenas apresentar o que escreveu Kenneth S. Wuest no
livro Jóias do Novo Testamento Grego, págs. 36 e 37 com a mesma epigrafe que
iniciamos este trabalho e depois a apresentação do Comentário Adventista.
“Lucas, que escreveu o livro de
Atos, registrou para nós, sob a inspiração do Espírito Santo, a experiência de
Paulo na estrada para Damasco, conforme a ouviu relatada pelos lábios do
próprio Paulo (Atos 9). Lucas também registra o discurso de Paulo em sua defesa
perante os judeus (Atos 22), conforme a ouviu da parte do apóstolo. Em 9: 7 é
feito a declaração que os homens que estavam em companhia de Paulo ouviram a
voz de Alguém que falava com ele, enquanto em 22: 9 lemos que
os mesmos não
ouviram essa voz. Nesse caso temos uma incoerência na tradução em português.
“Ora, cremos num texto bíblico
infalivelmente inspirado. Afirmamos a inspiração verbal dos manuscritos
originais hebraicos e gregos e em nossos dias o criticismo textual tem dado a
possibilidade de que os manuscritos que possuímos, no caso do Novo Testamento, dão
um texto correto de 999 palavras entre cada 1 .000. Não cremos na inspiração
verbal de quaisquer traduções. Portanto, o texto grego é nosso último tribunal
de apelo.
“No grego de Atos 9: 7, a palavra
traduzida como “voz”, está no caso genitivo, enquanto que em 22: 9, está no
acusativo. A regra gramatical nesse particular estabelece que na primeira vez a
voz foi ouvida apenas como um som, O sentido das palavras não foi compreendido.
Os homens que estavam com Paulo ouviram o som, mas não entenderam as palavras
que nosso Senhor dirigiu a Paulo. Mas, na segunda vez, a regra diz que não
apenas a voz foi ouvida, mas as próprias palavras não foram compreendidas.
Assim os homens que estavam com Paulo não ouviram a voz de modo a entender as
palavras.
“A incoerência não é realmente uma
contradição no texto grego. O crente confia na Bíblia. É ela a própria Palavra
de Deus, dada por revelação e registrada por inspiração.”
O SDABC apresenta sobre Atos 9: 7 o
seguinte:
“Ouviram uma voz:”
“A primeira vista está declaração
parece contradizer o que está declarado no cap. 22: 9, onde Paulo declara que
seus companheiros não ouviram a voz. Contudo, um cuidadoso estudo dos dois
relatos nos ajuda a explicar esta aparente discrepância. O verbo ‘akouo’
- ouvir, pode referir-se ou à faculdade dos ouvidos de ouvirem o som
(veja Mat. li: 15; 13: 15) ou à faculdade da mente de compreender o que ouve
(veja Mar. 4: 33; 1 Cor. 14: 2). Na presente passagem (Atos 9: 7) a palavra
traduzida por voz está no caso genitivo. Em grego isto indica que os
companheiros de Paulo somente ouviram o som da voz, mas não compreenderam o que
foi dito. No capitulo 22: 9, a palavra traduzida por ‘voz’ está no caso
acusativo, e este com a negativa ‘não’ significa que eles não ouviram a voz
bastante distintamente, para compreender o que foi dito (confira cap. 9:4),
onde está relatado que Saulo compreendeu, Lucas usa o acusativo para dizer que
ele ouviu a voz.
Do livro Gálatas
de Merril C. Tenney, pág. 86 retirei esta última declaração:
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