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domingo, 28 de janeiro de 2018

O CASAMENTO BÍBLICO


O casamento bíblico
Cerimônia explica aspectos das Escrituras
“O casamento é usado na Bíblia para ilustrar muitas verdades espirituais”

Reinaldo W. Siqueira, Ph.D em Antigo Testamento, pela Andrews University (EUA), é professor de Línguas e Exegese Bíblicas e de Teologia do Atno Seminário Latino-Americano, em Engenheiro Coelho, SP.

casamento é um dos remas mais evocados na Bíblia, sendo utilizado para ilustrar muitas verdades espi­rituais. Como era esse cerimonial?
Em geral, o casamento era arranjado pelos pais ou familiares. Casamentos entre primos eram comuns. No tempo de Jesus, os rapazes normalmente se casavam com cerca de 18 anos, e as moças, com 12 ou 13.
O pedido de casamento e os arranjos para a ce­rimônia eram feitos por um representante da fami­lia do noivo. Para o casamento de Isaque, Eliézer, servo de Abraão, atuou como o agente casamen­teiro; no tempo do Novo Testamento, o “amigo do noivo” se ocupava dessa função (ver João 3:29).
O jovem pretendente deveria pagar um do­te à família da noiva. No Pentateuco, esse do­te era estipulado em 50 siclos de prata (Deut. 22:29). Essa soma pertencia à noiva e servia como um tipo de seguro financeiro em caso de divórcio ou morte do esposo. A perda de uma dessas moedas seria motivo de grande preocu­pação. Jesus ilustrou isso na parábola da mu­lher que perdeu uma dracma (Lucas 15:8-10).
Se o noivo não tivesse como pagar a soma em dinheiro, poderia trabalhar para o pai da moça (casos de Jacó e Moisés) ou realizar al­gum feito extraordinário a pedido do sogro (casos de Otoniel e Davi).
A cerimônia de casamento começava oficial­mente com o noivado, que tinha o valor de com­promisso assumido. O noivo só poderia deixar sua noiva através de um divórcio for­mal. Uma jovem infiel ao noivo era considerada adúltera e sofria a pena de morte (Deut. 22:23-27). Se o noivo morresse antes da consumação do casamento, a noiva era considerada viúva. Para evitar esse tipo de tragé­dia, os rapazes comprometi­dos em noivado eram dis­pensados do serviço militar.
Esses costumes escla­recem por que Maria já era considerada esposa de José mesmo antes de o ca­samento ser consumado. Re­querer divorciar-se dela em segredo, a fim de que ela não fosse acusada de adultério.
O preparo para a cerimônia do casamento é ricamente utilizado no Novo Testamento para representar o período entre a primeira e a se­gunda vinda de Jesus. Ele é o noivo e a Igreja é a noiva, O noivado foi firmado na Sua pri­meira vinda. Ele foi ao Céu preparar a casa (João 14:1-3), enquanto a noiva se enfeita pa­ra o grande dia das bodas (Apoc. 19:7-9).
Para a cerimônia de bodas, a noiva se ador­nava literalmente como uma rainha. Seu cabelo era enfeitado com pedras preciosas e enfeites de ouro. Um grupo de amigas, chamadas de “com­panheiras” ou “virgens”, ajudava-a a vestir-se.
O noivo também se vestia como um rei. Acompanhado de um grupo de rapazes, seus “companheiros” ou “valentes”, ele saía de sua ca­sa e se dirigia á casa dos pais da noiva. No tem­po de Jesus, a cerimônia era realizada à noite, e os companheiros do noivo levavam tochas para iluminar o caminho A noiva esperava em sua ca­sa, e suas companheiras tinham lâmpadas de óleo acesas para acompanhá-la na procissão à fu­tura casa do casal, onde ocorreria a festa.
Ao aproximar-se o noivo, a noiva se cobria to­talmente com um véu a ser retirado somente após o casamento. Na época de Jacó, o véu só era reti­rado após a primeira noite de núpcias. Isso expli­ca o fato de Jacó não saber que estava se casando com Lia, e não com Raquel (Gên. 29:23-25).
Após o encontro, eles eram transportados em procissão com muita música e alegria para o novo lar do casal. A festa das bodas se estendia por sete dias, ocupando a maior parte do dia e uma parte da noite. As famílias mais ricas proviam uma “veste nupcial” especial para os convidados (Mal. 22:12).
A imagem da cerimô­nia de bodas é vividamen­te utilizada na Bíblia para representar a segunda vin­da de Jesus, que, acompa­nhado dos anjos, vem bus­car Sua noiva, a Igreja, para re­presentar a segunda vinda de Jesus, que, acompanhado dos anjos, vem buscar Sua noiva, a Igreja, para leva-la ao lar que Ele preparou.

Sinais dos Tempos      Março-Abril/2001



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