"Deve a obra de educação e preparo
começar na infância da criança; pois então a mente é mais suscetível de receber
impressões, e as lições dadas são lembradas...É dever dos pais falarem palavras
retas....Dia a dia devem os pais aprender na escola de Cristo lições de Alguém
que os ama. Então a história do eterno amor de Deus será repetida no lar ao
tenro rebanho. Assim, antes da razão estar completamente desenvolvida, podem as
crianças receber dos pais um espírito reto." White, Ellen G. Orientação da
Criança, págs. 26, 27 C. P.B.
"Há toda sorte de caráter com que tratar nas crianças e jovens, e têm a
mente impressionável. Muitas das crianças que freqüentam nossas escolas não
tiveram no lar a educação apropriada. Alguns foram deixados a agir a
bel-prazer; em outros foram descobertas faltas, e ficaram desanimados. Muito
pouco de espírito amável e bem disposto lhes tem sido mostrado; poucas palavras
de aprovação lhes foram dirigidas.." Idem, Mente, Caráter e Personalidade,
págs. 550 Vol. II
"Joel, um cristão jovem e muito sincero, veio pedir ajuda para seu
complexo de inferioridade, depressão e derrotas espirituais. Ele tinha um medo
quase constante de ser abandonado pela família, amigos, até por Deus.
Sentimentos estranhos de solidão que estimulavam memórias enevoadas surgiam
repetidamente em seu íntimo...rejeição ocupava lugar central em tudo...
Tudo começou com o nascimento de uma irmãzinha, quando Joel tinha quatro anos.
Para piorar as coisas, a menina nasceu com um defeito congênito corrigível que
exigiu muita atenção e despesas.
Até esse ponto, Joel fora o centro do cuidado e afeto da família; mas desde
então tudo mudou drasticamente...a natureza dos problemas da recém-nascida
excluíram o garoto desse papel. Sem qualquer intenção deliberada, Joel foi
deixado de fora e sentiu-se extremamente magoado pelo que considerou rejeição
proposital.
A mágoa e sentimento de rejeição de Joel se compunham de uma combinação de
medo, raiva e culpa.
Ele tinha certeza de que alguma coisa que fizera provocara toda a situação - a
doença da mãe, o parto difícil e o defeito congênito.
Isto pode parecer ridículo para um adulto, mas na faixa de quatro anos, tem um
sentido de lógica e razão." Seamands, David A., A Cura das Memórias, pág.
52, Ed. Mundo Cristão.
"Certa mulher muito bonita que lutava contra um complexo de inferioridade
há anos, compartilhou com grande sofrimento a figura mental que surgia a cada
vez que ela se maquilava. Tinha sido criada num lar muito severo em que o Pai
considerava qualquer tipo de pintura como pecaminoso.
Certa manhã, em sua pré-adolescência, ela usou um pouco de pó-de-arroz para
cobrir as manchas na pele que aparecem com freqüência nessa idade. Estas foram
as palavras dela, enquanto relembrava a penosa humilhação sofrida.
"Meu pai riu de mim e sarcasticamente comentou que eu parecia uma novilha
de cara branca". Ela acrescentou a seguir com significativa emoção:
"E nem uma vez enquanto me desenvolvia ele chegou a dizer-me que era
bonita." Idem, pág. 55
"...um homem contou-me uma das piores
histórias de abuso de crianças que já ouvi.
Foi difícil imaginar as maneiras engenhosas que sua mãe usou para magoá-lo ,
atos estranhos de tortura física e aniquilamento verbal. Por ser um bom
cristão, ele jamais tinha realmente enfrentado seus verdadeiros sentimentos no
caso.
Em lugar disso, continuava afirmando que gostava muito da mãe. Pouco a pouco,
detalhes penosos surgiram e ele passou a perceber uma raiva violenta contra
ela..."Idem, pág. 58.
Poderíamos continuar a contar histórias reais de crianças que sofreram e mesmo
quando adultas ainda continuam sofrendo. "Instrui o menino no caminho em
que deve andar, e, até quando envelhecer, não se desviará dele." Prov.
22:06 Este provérbio nunca foi tão verdadeiro como agora.
"Lar, doce lar". Lugar de nossas lembranças e saudades. Aquele tempo
que não volta mais, quando corríamos e brincávamos com preocupações que não
passavam daquele momento. Porém o outro lado da moeda pode ser penoso.
Quando lemos os três relatos certamente a memória de nós adultos pode ter se
voltado para os nossos próprios sofrimentos, quando sofremos nas mãos daqueles
que deveriam nos amar e proteger. Nossos pais, nossos irmãos, primos e tios,
todos nos influenciaram para o bem e infelizmente para o mal, porém nosso
propósito neste texto não é tratar de nossas memórias, mas sim daquelas que
estão se formando hoje. As memórias de nossos filhos. Um dia, hoje, fará parte
do passado deles. O que temos oferecido a eles?
Quando pensamos em educação, relacionamos com informação, a mera comunicação de
fatos, histórias, datas, cálculos, etc.
No lidar com as coisas de casa é que demonstramos o nosso verdadeiro jeito de
ser, pois ali baixamos nossas defesas, e deixamos transparecer nosso eu.
Assim quando pensamos em cuidar dos filhos devemos pensar primeiro como
cuidamos de nós mesmos, pois o que somos serve de referência silenciosa para o
comportamento das crianças.
Por exemplo: como nos vestimos, o que comemos, as palavras que falamos, como
agimos para com os outros quando estamos em sua presença e como somos quando
eles viram as costas, etc... O modelo são os pais, não há escapatória.
Ser um pai e uma mãe afetivos, que demonstram carinho, simpatia, admiração,
firmeza, tudo sem exageros, traz segurança e bons sentimentos aos filhos, e os
tornam prontos para aprender.
Todos nós associamos o que ouvimos com aquele que fala.
"Se temos sentimentos negativos para com alguém, rejeitamos tudo que ele
diz, pois rejeitamos a pessoa dele.
Mas quando gostamos de alguém e sabemos que ele tem interesse por nós, estamos
dispostos a atender seus pedidos por mais incomuns que sejam. E podemos também
vir a amar o Deus que ele prega, já que Ele fez dele um ser que admiramos.
Ninguém tem o mínimo interesse pelo que nós temos a comunicar, a não ser que
percebam que temos interesse nele pessoalmente". Idem, pág. 96
"Nunca vos esqueçais de que deveis tornar o lar alegre e feliz para vós
mesmos e para vossos filhos,...o lar pode ser simples, mas pode sempre ser um
lugar em que se profiram palavras alegres e se pratiquem atos de bondade, onde
a cortesia e o amor são hóspedes constantes." White, Ellen G., Lar
Adventista, pág. 17,18 C.P.B.
Quando seus filhos saírem de casa, que lembranças eles levarão?
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