- "Uma simples mulher existe que, pela imensidão de seu amor, tem um pouco
de Deus;/ e pela constância de sua dedicação, tem muito de anjo;/ que, sendo
moça, pensa como anciã e, sendo velha, age com todas as forças da juventude,
melhor que qualquer sábio desvenda os segredos da vida, e quando sábia, assume
a simplicidade das crianças;/ pobre, sabe enriquecer-se com a felicidade dos
que ama, e rica, empobrecer-se para que seu coração não sangre ferido pelos
ingratos;/ forte, entretanto, estremece ao choro de uma criancinha, e fraca se alteia
com a bravura dos leões;/ viva, não lhe sabemos dar valor porque à sua sombra
todas as dores se apagam, e morta, tudo daríamos para vê-la de novo, e dela
receber um aperto de seus braços, uma palavra de seus lábios./ Não exijam de
mim que digam o nome dessa mulher, se não quiserem que ensope de lágrimas este
pergaminho, porque eu a vi passar no meu caminho./ Apenas lhes peço: quando
seus filhos crescerem, leiam para eles esta página, e eles lhes cobrirão de
beijos a fronte;/ e dirão que um pobre viandante, em troca da suntuosa
hospedagem recebida, deixou para todos o retrato de sua própria MÃE. ..."
//
(Dom Ramon Angel Iara, Bispo de La Serena, Chile, tradução de Guilherme de
Almeida)
Se temos conta com o médico, uma loja, o
padeiro e outros fornecedores, eles habitualmente nos enviam a conta cada fim
de mês, e, se os pagamentos não forem periodicamente satisfeitos, quererão
saber a razão porque não o fazemos./ Qual de nós já recebeu uma conta de nossa
mãe?/ Nenhum recebeu nem receberá, porque nossa mãe não mantém escrita./ Não
anota nenhum débito contra nós, nem nos faz lembrados de nossas dívidas para
com ela./ Talvez seja esta uma das razões porque nos esquecemos do quanto
realmente lhe somos devedores./ Isso explica por que fazemos tão poucos pagamentos
para liquidar essa conta...//
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