Saiba a
diferença entre o falso e o verdadeiro.
por Elizeu C.
Lira
“O fim vem aí, de novo!” Dizia a charge num jornal,
chamando a atenção, pela fina ironia, ao focalizar um dos temas mais intrigantes
do momento: as profecias sobre o fim do mundo.
Sem sombra de dúvida, a idéia do fim de todas as coisas tem estado presente
ao longo dos séculos; mas, agora, com a proximidade da virada do milênio, ela
vem crescendo como nunca, causando apreensão, histeria e medo cm muitas
pessoas.
À medida que os ponteiros do relógio iniciam a contagem regressiva rumo a
2000, também multiplicam-se as seitas catastrofístas pelo mundo afora,
turbinadas pela expectativa nervosa de um juízo final que se aproxima. Nesse
cenário, surgem às centenas, indivíduos proclamando-se portadores de grandes
revelações para a humanidade, intitulando-se profetas.
O SENHOR DO FUTURO
A Bíblia mostra que, no início, havia uma comunicação direta entre Deus e o
homem. Como resultado, tudo estava às claras e não existia o mínimo sentimento
de preocupação ou medo. Mas, infelizmente, o pecado rompeu essa relação dc
amor e trouxe, como uma de suas conseqüências, o medo quanto ao futuro. Nessa
condição, alienados de Deus, os seres humanos criaram meios para tentar desvendar
o futuro (astrologia, quiromancia, necromancia, etc).
Babilônia, o primeiro império mundial, ao que tudo indica foi o berço
dessas milhares de práticas chamadas divinatórias. No entanto, lembra o
escritor Fernando Chaij, “os antigos sábios de Babilônia tiveram que
reconhecer sua total incapacidade de ler o futuro, admitindo que tal
prerrogativa é exclusiva de Deus”, “A coisa que o rei exige é difícil, e
ninguém há que revelar diante do rei, senão os deuses, e estes não moram com
os homens” (Daniel 2:11).
Dois GRANDES RISCOS
E maravilhoso saber que sendo Deus o único que pode decifrar o futuro, Ele
se alegra em compartilhar esse conhecimento com os fléis: “Certamente, o Senhor
Deus não fará coisa alguma, sem primeiro revelar o Seu segredo aos Seus
servos, os profetas” (Amós 3:7).
Mas, ao mesmo tempo em que a Bíblia afirma que Deus utiliza os profetas
como porta vozes para as Suas mensagens, ela alerta para o perigo dos falsos
profetas: “Assim como, no meio do povo, surgiram falsos profetas, assim também
haverá entre vós falsos mestres (II
Pedro 2:1).
Descrevendo os últimos dias que precedem a Sua Segunda Vinda,Jesus destacou
como característica marcante os “muitos falsos profetas” que “enganarão a
muitos” (Mateus 24:11). Ele adverte que esses enganos serão tão bem
enquadrados ‘para enganar, se possível, os próprios eleitos” (Mateus 24:24).
Esses textos mostram que é preciso
cuidado, cautela, ao se deparar com alguém que se intitula profeta e se arroga
o poder ou capacidade de desvendar o futuro. Nesse caso, o risco é duplo: rejeitar
o genuíno e acolher o falso.
Tendo em vista isso, o apóstolo Paulo
recomenda equilíbrio: “Não apagueis o Espírito. Não
desprezeis as profecias, julgai todas as coisas, retende o que é bom”
(1 Tessalonicenses 5:19-21, grifo acrescentado).
PROVA DOS NOVE
Existe uma série de critérios estabelecidos na Bíblia que devem
ser aplicados a cada caso.Vamos apresentar alguns deles para que o leitor,
quando confrontado com algum “candidato a profeta”, possa tirar suas
conclusões com equilíbrio e respaldo bíblico:
(1) O encargo profético vem de Deus,
é Ele quem escolhe e separa alguém para função. Os profetas nunca atuaram por
iniciativa própria: “Porque nunca
jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana; entretanto, homens santos
falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo” (II Pedro 1:21).
(2) A
mensagem apresentada pelo profeta tem que estar em perfeita harmonia com a
Bíblia: “À lei e ao testemunho! Se eles não falarem desta maneira, jamais verão a
alva” (Isaías 8:20). Isso significa que, se um pretenso profeta fala algo que
não corresponde ao texto bíblico, devemos descartá-lo. Fiquemos com a Bíblia!
(3) As
predições devem se comprovar verdadeiras; “Se disseres no teu coração: Como
conhecerei a palavra que o Senhor não falou? Sabe que, quando esse profeta
falar em nome do Senhor, e a palavra dele se não cumprir, nem suceder, como
profetizou, esta é palavra que o Senhor não disse; com soberba, a falou o tal
profeta: não tenhas temor dele” (Deuteronômio 18:2 1 e 22).
Isso implica em 100% de acerto o que,
por exemplo, não acontece com o famoso astrólogo Nostradamus. Como lembra o
escritor Marc Calvin, em 1564 ele predisse que Carlos IX, rei da França,
viveria 91 anos; o rei morreu jovem, aos 24 anos de idade. Ele tambem previu,
para agosto de 1987, o inicio da 3a. Guerra Mundial. “ Isso não aconteceu; ou, se
aconteceu”, diz Calvin com uma pitada de ironia. “nossos jornais eTVs foram
muito incompetentes ...”
(4) O
Profeta verdadeiro reconhece a encarnação de Cristo: “Nisto
reconheceis o Espírito de Deus: todo espírito que confessa que Jesus Cristo
veio em carne é de Deus; e todo espírito que não confessa a Jesus não procede
de Deus” (1 João 4:2 e 3).
As implicações desse texto são profundas. Elas vão além de uma mera
aceitação do fato de que Jesus Cristo viveu sobre a Terra e, certamente, fogem
a idéia de que Ele foi “um espírito evoluido”. A Bíblia mostra que “o Verbo Se
fez carne e habitou entre nos, cheio de graça e de verdade” (João 1:14); Ele é,
também, Aquele “cujas origens são desde os tempos antigos, desde os dias da
eternidade” (Miqueias 5:2).
(5) A vida do profeta
deve ser digna da função: A
Bíblia declara que a profecia vem através de “homens santos de Deus” (II Pedro
1:2 l ). Segundo Jesus, podemos distinguir os falsos profetas através da sua
conduta: “Pelos seus frutos os conhecereis. Não pode a árvore boa produzir
frutos maus, nem a arvore má produzir frutos bons. Assim, pois, pelos seus
frutos os conhecereis” (Mateus 7:16,18-20).
Essa orientação e fundamental ao se avaliar a reivindicação do profeta. Em
primeiro lugar, antes da sua pretensão e do caráter da sua mensagem, vem a sua
vida: o que ele é. Embora seja um ser humano imperfeito (Tiago 5:17), a sua
vida deve, ao máximo possível, ser caracterizada pelo fruto do Espírito e não
pelas obras da carne (ver GaIatas 5:19-23).
CONCLUSÃO
O clima de fim do milênio está propicio para o surgimento de todo tipo de
proposta religiosa — e elas são inúmeras. Há muitos espertalhões faturando em
cima da credulidade alheia (é o caso do ‘irmão David”, um americano que se
instalou em Jerusalém e está vendendo a 5 dólares “lugares para que os
peregrinos assistam à Segunda Vinda do Messias”). Por isso, mais do que nunca,
e preciso submeter esses profetas modernos ao crivo bíblico para não incorrerem
erro,. Vale aqui a seguinte orientação: “Ponham à prova tudo o que for dito,
para terem a certeza de que é verdade, e se for, então aceitem” (I
Tessalonicenses 5:2 1, Bíblia Viva).
Perguntas sobre o Dom de Profecia
1. De que
maneiras Deus Se revela aos seres humanos?
“Certamente, o SENHOR
DEUS não fará coisa alguma,
sem primeiro revelar o seu segredo aos seus servos, os profetas” (Amôs 3:7).
2. Como Deus
comunica aos profetas a Sua vontade?
“Então disse: Ouvi,
agora, as Minhas palavras; se entre vós há profeta, Eu, o SENHOR,
em visão a ele, Me faço conhecer ou falo com ele em sonhos” (Números
12:8).
3. Quais as duas
características que os fiéis do tempo do fim possuem?
“Irou-se o dragão
contra a. mulher e foi pelejar com os restantes da sua descendência, os que
guardam os mandamentos de Deus e tem o testemunho de Jesus; e se põe em pé
sobre a areia do mar” (Apocalipse l:17).
4. O que é o ‘testemunho de Jesus’?
“Prostrei-me ante
os seus
pés para adorá-lo. Ele, porém, me disse: Vê, não faças Isso; sou
conservo teu e dos teus irmãos que mantém o testemunho de Jesus; adora a Deus.
Pois o testemunho de Jesus é o espírito da profecia” (Apocalipse 19:10).
5. Encontramos o Dom
de Profecia entre os dons que Jesus
concede a Igreja?
“Por isso diz: Quando
Ele subiu as alturas, levou cativo o cativeiro e concedeu dons aos homens. E
Ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para
evangelistas e outros para pastores e mestres, com vistas ao aperfeiçoamento
dos Santos para o desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de
Cristo, até que todos cheguemos a unidade da fé e do pleno conhecimento do
Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de
Cristo, para que não mais sejamos como meninos, agitados de um lado para outro
e levados ao redor por todo vento de
doutrina, pela artimanha dos homens, pela artimanha com que induzem ao erro. Mas, seguindo a verdade em amor,
cresçamos em tudo nAquele que é a cabeça, Cristo” (Efésios 8: 11-18).
6. Usará Deus
novamente o Dom de Profecia?
“E acontecerá nos
últimos dias, diz o Senhor, que derramarei do Meu Espírito sobre toda a carne;
vossos filhos e vossas filhas profetizarão, vossos jovens terão visões, e
sonharão vossos velhos; até sobre os Meus servos e sobre as Minhas servas
derramarei do Meu Espírito naqueles dias,
e profetizarão” (Atos 2:17).
7. Que promessa Deus
faz àqueles que confiam nos profetas enviados por Ele?
“Pela manhã cedo, se
levantaram e saíram ao deserto de Tecoa; ao saírem eles, pôs-se Josafá em pé e
disse: Ouvi-me, ó Judá e vós, moradores de Jerusalém! Crede no Senhor, vosso
Deus, e estareis seguros; crede nos Seus profetas e prosperareis” (II Crônicas
20:20).
Sinais dos Tempos
set-out/99
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