CORAÇÃO E OLHOS
Esta semana temos estado a ver a defesa de Jó quando á sua vida passada,
Segundo a argumentação dos amigos, Jó estava a sofrer e a causa teria sido uma vida passada malévola.
Perante esta acusação Jô faz a sua defesa.
Jó 31:1-23
Jó declara sua integridade
1 Fiz aliança com meus olhos; como, pois, os fixaria eu numa donzela?
Jó aqui defende a integridade dos seus olhos, "FIZ ALIANÇA COM OS MEU OLHOS"
O que Jó está aqui a dizer é que Ele consagrou os seus olhos, não seriam usados para o mal, mas sim para o bem.
Ele diz: como, pois, os fixaria eu numa donzela?
E no versículo nove ele acrescenta: 9 Se o meu coração se deixou seduzir por causa de mulher, se andei à espreita à porta do meu próximo, 10 então, moa minha mulher para outro, e outros se encurvem sobre ela. 11 Pois seria isso um crime hediondo, delito à punição de juízes;
Para Jó o simples facto de olhar para uma mulher já era um pecado contra Deus.
Faz lembrar as palavras de Jesus quando diz: Mateus 5:28
28 Eu, porém, vos digo: qualquer que olhar para uma mulher com intenção impura, no coração, já adulterou com ela.
Ele defende a sua causa mostrando que tinha realizado uma aliança com os seus olhos.
Queridos amigos podemos nós também nos sentirmos de sã consciência em relação aos nossos olhos?
Temos os usado para o bem ou para o mal? Olho para o meu irmão ou o meu próximo com visão livre de pecado, ou sinto, a minha consciência culpada.
Mateus 5:29
29 Se o teu olho direito te faz tropeçar, arranca-o e lança-o de ti; pois te convém que se perca um dos teus membros, e não seja todo o teu corpo lançado no inferno.
Jó continua a sua argumentação
2 Que porção, pois, teria eu do Deus lá de cima e que herança, do Todo-Poderoso desde as alturas? 3 Acaso, não é a perdição para o iníquo, e o infortúnio, para os que praticam a maldade?
Aqui Jó já tinha uma noção da justiça e do juízo de Deus.
Vejam que quando o livro de Jó é escrito, ainda não existia o povo de Israel, no entanto havia uma noção exacta que Deus retribuem a cada um com justiça.
Romanos 2:6-8
6 que retribuirá a cada um segundo o seu procedimento: 7 a vida eterna aos que, perseverando em fazer o bem, procuram glória, honra e incorruptibilidade; 8 mas ira e indignação aos facciosos, que desobedecem à verdade e obedecem à injustiça.
Jó continua a sua argumentação:
4 Ou não vê Deus os meus caminhos e não conta todos os meus passos? 5 Se andei com falsidade, e se o meu pé se apressou para o engano 6 (pese-me Deus em balanças fiéis e conhecerá a minha integridade); 7 se os meus passos se desviaram do caminho, e se o meu coração segue os meus olhos, e se às minhas mãos se apegou qualquer mancha, 8 então, semeie eu, e outro coma, e sejam arrancados os renovos do meu campo.
Jó estava disposto a se submeter á balança do todo poderoso: (pese-me Deus em balanças fiéis e conhecerá a minha integridade)
No Egipto havia já a prática de pesar a culpa numa balança. Quando alguém morria Anubis o deus do submundo colocava o coração da pessoa num prata da balança é uma pena no outro prato, se o coração pesasse mais do que a pena, era condenado e comido por um demónio, caso a pena fosse mais pesada que o coração, podia ir para o paraíso.
Na Bíblia lemos que Deus fará esse exame: Provérbios 21:2
2 Todo caminho do homem é reto aos seus próprios olhos, mas o SENHOR pesa os corações.
Se Deus pesasse hoje os nossos corações como acham que os achariam? Pesados ou leves?
Jó para não ter o coração pesado o que é que não fazia?
5 Se andei com falsidade, e se o meu pé se apressou para o engano...e se às minhas mãos se apegou qualquer mancha, 8 então, semeie eu, e outro coma, e sejam arrancados os renovos do meu campo.
Pesados
Deus detesta pés que estão prontos a andar para o mal:
Provérbios 6:16-17
16 Seis coisas o SENHOR aborrece, e a sétima a sua alma abomina: 17 olhos altivos, língua mentirosa, mãos que derramam sangue inocente,
Provérbios 6:18
18 coração que trama projetos iníquos, pés que se apressam a correr para o mal,
Jó vai continuar a sua defesa tendo em conta a sua conduta passada.
13 Se desprezei o direito do meu servo ou da minha serva, quando eles contendiam comigo, 14 então, que faria eu quando Deus se levantasse? E, inquirindo ele a causa, que lhe responderia eu? 15 Aquele que me formou no ventre materno não os fez também a eles? Ou não é o mesmo que nos formou na madre? 16 Se retive o que os pobres desejavam ou fiz desfalecer os olhos da viúva; 17 ou, se sozinho comi o meu bocado, e o órfão dele não participou
18 (Porque desde a minha mocidade cresceu comigo como se eu lhe fora o pai, e desde o ventre da minha mãe fui o guia da viúva.); 19 se a alguém vi perecer por falta de roupa e ao necessitado, por não ter coberta; 20 se os seus lombos não me abençoaram, se ele não se aquentava com a lã dos meus cordeiros; 21 se eu levantei a mão contra o órfão, por me ver apoiado pelos juízes da porta, 22 então, caia a omoplata do meu ombro, e seja arrancado o meu braço da articulação. 23 Porque o castigo de Deus seria para mim um assombro, e eu não poderia enfrentar a sua majestade.
Nestes texts Jó demonstra plena consciência dos direitos humanos.
Numa sociedade onde a escravatura era aceite, onde o diferença género humano era discrepante, classes sociais antagônicas, Jó demonstra um respeito profundo pelo ser humano.
Os seus servos estavam ao mesmo nível, que ele, todos nasceram da mesma maneira
Pobres viúvas e órfãos lhe mereciam o mesmo respeito, e a todos proveu o alívio da sua vida.
Num mundo onde cada vez se fala mais e se faz menos pelos direitos humanos, poderíamos escolher Jó para a cadeira das nações unidas.
Se hoje fossemos nós a falar do nosso passado, defenderíamos a nossa inocência? ou teríamos vergonha daquilo que fizemos?
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