A
Sexualidade
Resumo
A sexualidade faz parte do plano
de Deus para o homem. Não é erro da natureza nem vergonha, é um
dom de Deus! Dom feito com o
objectivo de promover o crescimento próprio e mútuo, a comunhão e o
amor na relação do casamento.
É muito importante o conhecimento
geral dos mecanismos da sexualidade a nível físico, emocional e
sentimental, pois a sexualidade
envolve o ser humano na sua totalidade; mas é, sobretudo, necessário um
conhecimento mútuo sobre as
expectativas de ambos. Uma grande capacidade de revelar-se e de escutar,
assim como de renúncia, é
indispensável para uma sexualidade satisfatória.
Sendo um dom de Deus, a
sexualidade implica da nossa parte aceitação e gratidão e, porque Deus não nos
dá presentes envenenados, ela pose
e deve ser vivida no casamento sem medos, sem complexos e sem
culpabilidade. No entanto, como
todos os dons de Deus, a sexualidade implica também responsabilidade:
responsabilidade de a manter como
meio e não como fim, de a usar para construir e não para destruir;
responsabilidade ainda, na
liberdade de formar família. Ser pais exige toda uma preparação pessoal,
conjugal, circunstancial, etc.,
que os pais responsáveis devem buscar com diligência, porque ter filhos não
é propriamente a mesmo coisa que
ser pais.
Palavras-chave
Órgãos Genitais – excitação –
Resposta Sexual – Orgasmo – Lua-de-mel – Planeamento
Familiar – Contracepção.
Sugestões para o
conselheiro
Nesta sessão o
conselheiro pode convidar o futuro casal a discutir a sua atitude para com a
sexualidade.
Deve começar por
colocar o tema no contexto bíblico antes de prosseguir na discussão dos outros
aspectos da
sexualidade.
É importante que
o conselheiro ajude a detectar conceitos deformados tais como
sexualidade/pecado/vergonha
ou sexualidade/prazer imediato a todo o custo, um produzindo
culpabilidade,
bloqueios e frustrações, outro produzindo egoísmo, sentimento de se ser usado,
decepção
e desrespeito.
A sexualidade
deve ser mostrada como algo de MUITO BOM e positivo quando enquadrada no plano
de
Deus para o
casamento. Deve ser apresentada, também, como uma aprendizagem que exige da
parte dos
esposos atenção,
respeito, vontade de aprender e envolve a necessidade de constante ajustamento
de
ideias,
sentimentos, desejos, tempos… para que se torne plenamente satisfatória.
È muito
importante que o conselheiro se prepare estudando o tema e os testes, para que
o
aconselhamento
neste área seja eficaz.
1. Introdução
A sexualidade é uma Dádiva de
Deus pois foi Ele que inventou o sexo. É um acto de
beleza e criatividade. Uma dádiva
feita a indivíduos para facilitar o seu crescimento e
desenvolvimento. É um Símbolo de
união, o clímax da união (os dois numa só carne),
um símbolo de conexão e relação.
É um Sacramento, um sinal exterior de uma
experiência interior de realidade
espiritual e santidade. É uma Celebração de nós
mesmos numa relação, dos nossos
dons e companheirismo. É uma Comunicação, uma
experiência de relações, uma
evidência de compromisso.
2. Maravilhosamente
feito
2.1. O corpo –
obra-prima de Deus
Quão pouco sabemos destes ”templos”
maravilhosos que nós somos. Cada exploração
na estrutura e funcionamento dos
nossos corpos leva sempre a complexidades e
mistérios mais profundos. Nós
temos como garantida a ordem suave das funções do
nosso corpo, até a nossa
ignorância nos surpreender. A falta de conhecimento correcto,
revela-se então frequentemente
como doença e mau funcionamento.
Num dos seus salmos, David
demonstra interesse nas complexidades biológicas do
homem: «Eu te louvarei, porque de
um modo terrível e tão maravilhoso fui formado;
maravilhosas são as tuas obras, e
a minha alma o sabe muito bem. Os meus ossos não te
foram encobertos, quando, no
oculto, fui formado e entretecido, como nas profundezas
da terra. Os teus olhos viram o
meu corpo ainda informe, e no teu livro todas estas
coisas foram escritas; as quais
iam sendo, dia a dia, formadas, quando nem ainda uma
delas havia. E quão preciosos me
são, ó Deus, os teus pensamentos! Quão grandes são
as somas deles!» (Salmos
139:14-17).
O apreço de David pelo seu ser
físico era profundo. Quão deleitosamente ele apresentou
a imagem da progressão milagrosa
de um aparente nada, passando depois por um
processo de “formação e
entretecimento” até ser modelado num corpo
maravilhosamente feito. Podemos
sentir a inspiração do Espírito Santo nestes versos,
quando havia pouca, ou nenhuma
apreciação pelos aspectos histológicos do crescimento
pré-natal. Ver um recém-nascido
na sua perfeição e compreender que este pequeno ser
pode crescer para se tornar uma
pessoa de estatura, força e eficiência é estar apercebido
de um processo verdadeiramente
miraculoso. Ser indiferente em aprender tudo quanto
podemos acerca deste processo
parece, no mínimo, negligente. Algumas observações
pertinentes chegam-nos através de
Ellen White com referência a estarmos bem
informados sobre os nossos seres
físicos. Notem esta: «Todos precisam de familiarizarse
com o mais
maravilhoso de todos os organismos, o corpo humano. Devem
compreender as
funções dos vários órgãos e a dependência uns dos outros para a
acção saudável
de todos.»
(A Ciência do Bom Viver, p. 128).
Poderíamos encher todo este
capítulo com instruções da mesma pena, que podem variar
em palavras, mas não no
significado. Tenho notado que a concordância entusiástica com
esta admoestação pode parar
abruptamente quando se faz referência à nossa necessidade
de conhecimento a respeito das
partes sexuais da nossa anatomia e a fisiologia que
descreve como elas funcionam.
Isso parece-me ser ainda o eco da atitude passada que
considerava a sexualidade dos
nossos corpos como depravada e vergonhosa. Não
encontro na instrução de Ellen
White uma indicação de que algumas partes do nosso
corpo não devam ser estudadas
enquanto outras o devam ser de modo vigoroso.
Não posso deixar esta área sem
chamar a atenção para mais dois comentários de Ellen
White: «Ao ser estudado o
mecanismo do corpo, deve dirigir-se a atenção para a sua
maravilhosa
adaptação dos meios aos fins, para a acção harmoniosa e a dependência
dos vários
órgãos.»
(Educação, pág.198).
«As leis que governam o nosso
organismo físico, Deus as escreveu sobre cada nervo,
músculo e fibra
do corpo.»
(Ibidem, pág.196).
2.2. Aspectos físicos
da sexualidade
Não obstante o risco de dar
demasiada atenção a este ponto, gostaria de realçar outra
vez que o sinete de Deus está
sobre cada parte do corpo. Fidelidade às reacções sexuais
do corpo, que Ele ordenou, não
deve ser vista como uma fuga ou digressão perversa do
Seu plano. Ele designou a
sexualidade, nos seus mais ínfimos pormenores, como uma
expressão físico-emocional de
amor.
Neste ponto daremos uma olhadela
aos aspectos físicos da nossa sexualidade. Embora
não possamos entrar em grandes
pormenores, pelo menos dar-nos-á um ponto de partida
ao começarmos a falar do processo
da sexualidade. Isto não pode ser feito eficazmente
sem o uso de diagramas como
referência para o material do texto. Agora se vocês
acham que vão fechar
precipitadamente o livro, por alguém entrar no quarto, parem um
momento. Esta acção reflexa pode
ser uma indicação, para vocês, da vossa atitude para
com parte da criação de Deus –
que pode estar negativamente orientada, envolta em
mistério demasiado grande para
explorar, ou até simplesmente por ser demasiado
desconfortável falar sobre isso.
A minha esperança é que, ao pôr este material ao vosso
alcance, cada uma destas
situações acima possa ser atenuada. O meu mais sincero
desejo é que vocês possam
discutir, à vontade este componente de união destinado aos
dois, e que constitua a base para
desenvolver e espiritualizar a sexualidade na vossa vida
conjugal.
A partir do momento em que as
células do esperma, que seguiram o seu caminho desde
o canal vaginal até à trompa de
Falópio, encontram o óvulo mensal (ovo), que seguiu o
seu curso desde o ovário até à
entrada das mesmas trompas, esses espermatozóides
começam a tentar penetrar a
superfície do ovo. Se um destes espermatozóides activos
tem êxito, transporta consigo os
poderosos cromossomas que se unirão aos da mãe
contidos no ovo. Nesse preciso
momento a célula fertilizada inicia o seu miraculoso
processo de crescimento. O
programa biológico já determinou o sexo da criança e as
suas características corporais
tais como: estrutura, cor, constituição, etc. Dentro de
poucas semanas as estruturas das
células já estão a diferenciar as características físicas
de um embrião de rapaz ou
rapariga. O plano de Deus para a maturidade sexual
continua através de mudanças
hormonais na puberdade até um jovem adulto ficar pronto
para a experiência sexual.
2.2.1.Zonas
erógenas
Certas partes do corpo são
consideradas zonas erógenas. Isso significa simplesmente
que essas partes do corpo foram
planificadas para conter nervos receptores que têm o
potencial de fazer brotar o
desejo sexual quando estimulados. Algumas destas zonas
erógenas estão situadas nos
órgãos genitais, mas outras não. Tanto no homem como na
mulher, as últimas podem incluir
o rosto, boca, orelhas, pescoço, pestanas, ombros,
mamas (ou peitos), baixo abdómen,
nádegas e coxas, particularmente as partes internas.
Há muita variação individual nas
sensações derivadas do estímulo destas áreas.
Geralmente, um toque suave é mais
agradável do que uma aproximação firme e brusca.
2.2.2. Órgãos genitais
da mulher (ver Fig. 1 e 2)
A área genital externa da mulher
consiste no monte-de-vénus (uma saliência coberta de
pêlos púbicos, grandes e pequenos
lábios (por vezes chamados lábios exteriores e
interiores), o clítoris e o
vestíbulo vaginal. Às vezes a região inteira é conhecida por
vulva, ou área vulvar. A parte
que separa a vulva do ânus é conhecida por fúrcula; toda
a área incluindo a vagina, a
fúrcula e o ânus é conhecida por períneo. Uma olhadela ao
diagrama ajudar-vos-á a
compreender a posição destas partes da área genital. Outro
diagrama mostrar-vos-á como eles
encaixam um no outro internamente.
2.2.3. Órgãos
genitais do homem (ver Fig. 3)
Ao analisar os órgãos genitais
masculinos, verificamos novamente quão
maravilhosamente adaptáveis são
esses órgãos para a sua função na união sexual com as
partes femininas que lhes
correspondem. Incluídos estão o pénis, que consiste da
glande, ou a área muito sensível
na cabeça do pénis, a coroa – ou anel – que faz o sulco
entre a cabeça e o resto do pénis
– e o corpo principal do pénis, conhecido por haste.
Situado atrás e por baixo do
pénis está o escroto. Começando na parte debaixo do
escroto, entre os testículos,
está uma linha que segue ao redor da superfície frontal do
escroto, e continua na parte de
trás, ou superfície inferior, do pénis até à coroa. Isto é
conhecido pelo nome de frénulo,
ou freio, e é uma área muito sensível.
Acabámos de estabelecer a
terminologia que será usada em todo o resto desta discussão.
Para alguns poderá parecer uma
linguagem estranha e proibitiva. Mas eu acredito que se
vamos estudar a “mecânica” destes
nossos magníficos corpos-templos, se quisermos
compreender a sua “maravilhosa
adaptação dos meios aos fins”, precisamos de fazê-lo
com inteligência e compreensão.
Isso inclui o uso da terminologia correcta.
Inter-agindo:
Preenche o teste nº 6.1. “Falemos
de sexo” e analisa com a tua noiva(o) a vossas
concepções sobre a sexualidade,
falem sobre o que têm em comum e o que têm de
diferente.
3. Ciclo humano da
resposta sexual
Por conveniência de estudo, a
reacção sexual humana tanto de homens como de
mulheres tem sido dividida em quatro
fases. São as fases de excitação, planalto,
orgasmo e resolução. Dois eventos
fundamentais têm lugar, fisiologicamente. Um
envolverá o congestionamento de
sangue em veias profundas e superficiais. A outra será
o aumento da tensão muscular
tanto dos músculos voluntários como involuntários.
Espera-se que ocorram estas
mudanças em pessoas saudáveis sem sentimentos
negativos a respeito do processo
sexual. Para tornar a comparação algo mais fácil,
olharemos para cada uma destas
fases tanto do ponto de vista do homem como da
mulher e depois seguimos para a
próxima e tratamo-la da mesma maneira. (Isto é tirado
da descrição explicativa de
Masters e Johnson).
3.1. Fase de
excitação
A fase de excitação inicia-se em
resposta a certos estímulos dos sentidos. O toque é uma
forma muito importante de se
chegar à excitação. Algumas áreas do corpo têm um
suprimento mais rico de terminais
nervosos e maior excitação é possível. Outros
sentidos são, em menor extensão,
meios de estímulo. A visão, o ouvido, o olfacto e o
Fig. 3
paladar, embora não operem
reflexivamente, podem fazer lembrar experiências com as
quais a excitação sexual está
associada. A partilha de uma canção de amor, uma simples
rosa vermelha, um passeio pela
praia, um pãozinho de canela acabado de cozer,
expressões de carinho – todos
eles poderão recordar uma experiência sexual ou um
sentimento de ternura e cuidado
para com o ofertante, o que pode começar a motivar um
desejo de união sexual.
A excitação emocional não é, às
vezes, suficientemente compreendida. O estímulo
físico não é geralmente
suficiente para uma experiência sexual satisfatória. Estados
emocionais tais como o sentimento
de ser acarinhado, aceite, respeitado – tudo isto
melhorará uma relação. Ansiedade,
hostilidade, sentimentos de auto desvalorização
podem bloquear os padrões de
resposta.
Nós tendemos a sentir que homens
e mulheres respondem a diferentes tipos de estímulo.
Uma vez que este sentimento
pareceria responsabilizar Deus por uma engenharia
defeituosa, talvez fosse bom
vermos isso outra vez. Na verdade, embora o estudo nesta
área não tenha sido exaustivo,
descobertas recentes indicam que as diferenças não são
tanto no aspecto físico, mas mais
nas expectativas e experiências culturais e sociais. As
diferenças na resposta entre os
sexos não parecem ser maiores do que as diferenças
entre pessoas do mesmo sexo. (Ver Katchadourian H. A., Fundamentals of Human
Sexuality, pág. 55). Na medida em
que maridos e esposas têm sido mais capazes de
falar sobre os seus sentimentos,
descobriram que, geralmente, respondem de forma
muito parecida a propostas
sensíveis e amorosas.
A primeira indicação da excitação
de uma mulher é a lubrificação da vagina. Esta
humidade ou “sudação” das paredes
vaginais, pode começar entre 10 e 30 segundos
após dar-se um estímulo
psicológico ou fisiológico. Isto não quer dizer, de modo
nenhum, que a mulher já esteja
preparada para o coito, mas denota simplesmente que o
seu corpo está a responder ao
estímulo sexual. Muitas mais mudanças se seguirão antes
de se alcançar uma excitação
completa. Nesta fase, haverá mudanças no clítoris, esse
pequeno órgão precisamente na
união superior dos pequenos lábios (ver o diagrama).
Embora não haja um tamanho “normal”
para este minúsculo feixe de terminações
nervosas, é descrito geralmente
como sendo do tamanho de uma pequena ervilha. A
haste do clítoris está encerrada
nos tecidos, para além da glande ou ponta. Este pequeno
órgão começa, então, a inchar na
maioria das mulheres (embora em algumas seja tão
ligeiro esse inchaço que quase
não dá para ser percebido). Mas a quantidade do inchaço
não está relacionada com a
posterior capacidade de resposta. Os pequenos lábios
também começam a ficar
congestionados. Também começam a ocorrer mudanças na
vagina, e principia o aumento da
largura e comprimento do canal vaginal. Os lábios
exteriores, ou grandes lábios,
tendem a “abrir-se” num gesto receptivo.
Ocorrem também mudanças noutras
partes do corpo da mulher. Podem dar-se mudanças
nos peitos (ou mamas) durante
esta fase. Isto pode incluir a erecção dos mamilos,
aumento no tamanho e
sensibilidade dos peitos (ou mamas). Verifica-se também,
usualmente, uma tensão geral dos
músculos do corpo e um aumento das pulsações e da
respiração. Às vezes aparece um “rubor
sexual”, com a aparência de sarampo, na parte
superior do abdómen e nos peitos
(ou mamas). Cada uma destas mudanças iniciais
anuncia o caminho para se dar a
seguir a união sexual.
Consideremos agora a resposta
masculina nesta fase de excitação. O primeiro sinal bem
visível é a erecção do pénis.
Isto envolve um aumento no tamanho do pénis bem como a
mudança de ângulo em relação ao
corpo. Isto ocorre também após poucos segundos de
estimulação apropriada. Um pénis
mais pequeno pode mais do que duplicar o seu
comprimento, enquanto que outro
que pode ser maior no seu estado flácido, não
experimentará tão grande aumento
durante a erecção. Noutras palavras, o estado eréctil
é o grande igualador dos tamanhos
dos pénis. O escroto engrossa e fica mais tenso, de
tal modo que a bolsa do escroto
encurta e eleva-se até ao corpo. Esta bolsa do escroto
contém os testículos, e
verifica-se que por vezes um está mais em cima do que o outro.
Não há qualquer anomalia nisto.
Os homens estimulados nesta fase
podem também experimentar erecção dos mamilos.
O rubor de que falámos atrás a
respeito da excitação das mulheres poderá também
ocorrer nos homens. Descobrimos
outra vez que há um aumento do ritmo cardíaco e da
tensão muscular.
3.2. Estado planalto
Durante esta fase, muitos dos
processos que começaram na fase de excitação são agora
levados até à sua conclusão. Deve
mencionar-se aqui que não há nenhum momento
distinto, específico quando se
passa da fase um para a fase dois. De facto, estes dois
primeiros estádios são
provavelmente os menos claramente definidos de todos. Mas
embora não seja bem claro o ponto
em que uma fase entra na seguinte, a ênfase está no
conceito de que a fase planalto é
o lapso de tempo necessário que deve existir antes da
fase de excitação passar à fase
do orgasmo. A fase planalto não deve ser uma passagem
rápida para a fase do orgasmo. A
experiência de tocar e palavras amorosas não deve ser
apressada, nem superficial. A
repetição contínua de experiências pobres em fazer amor,
lança os alicerces para o tédio e
disfunção ou mesmo fracasso na vida sexual de um
casal.
Na mulher, então, continuarão a
ocorrer mudanças nos peitos (ou mamas) com mais
aumento da auréola que rodeia os
mamilos. A humidade sexual tornar-se-á ainda mais
pronunciada. Experimenta-se por
vezes tensão muscular literalmente da cabeça aos pés.
As batidas do coração poderão
acelerar até 160 ou 170 por minuto, e a respiração pode
ficar mais pesada e frequente.
O clítoris agora parece estar
retraído por baixo da sua capa. Este fenómeno tem lugar
quando o clítoris se eleva e se
retrai mais para trás da entrada vaginal. Ele continua a
responder à estimulação,
sobretudo através da pressão sobre a sua capa, nos
movimentos para cima e para
baixo, durante as investidas do pénis dentro da vagina. A
“plataforma orgástica” forma-se
pelo congestionamento do terço exterior da vagina, que
pode aumentar em comprimento mais
de dois centímetros e meio.
Entretanto, o útero eleva-se,
causando a “congestão” dos dois terços interiores da
vagina. Este é um período de
sensações intensamente agradáveis. Auxiliada pelo facto
de saber que é querida e
apreciada pelo marido, uma mulher fica verdadeiramente
consciente de que «eu sou do meu
amado e o meu amado é meu.» Ela pode, na verdade,
«alimentar-se entre os lírios»
(Cantares de Salomão 6:3).
As mudanças no homem durante o
estádio de planalto incluem também as mesmas
respostas de tensão muscular de
todo o corpo como indicámos no caso da mulher. As
pulsações cardíacas aumentam e a
respiração acelera e intensifica-se. Se os mamilos do
homem não ficaram erectos antes,
poderão ficá-lo agora. Os seus testículos poderão
elevar-se ainda mais. Numa
relação sexual mais prolongada, o homem poderá verificar
que a bolsa dos testículos pode
relaxar várias vezes durante este tempo, e que a erecção
poderá ficar mais flácida e
voltar depois a ficar mais rija. Tudo isto são fenómenos
naturais.
O aumento do congestionamento de
sangue faz com que a coroa da glande do pénis
fique mais pronunciada. Umas
poucas gotas de fluído pré-orgásmico poderão emergir
da uretra e do pénis do homem.
Este fluído poderá conter grande número de
espermatozóides activos. É
importante saber isto se não se quiser que ocorra gravidez
nesta altura. Esta emissão é
involuntária e o homem poderá até nem se aperceber disso.
O prolongamento do estímulo neste
estádio de excitação sexual quase sempre levará ao
orgasmo.
3.3. Fase orgásmica
Esta terceira fase é o culminar
da completa excitação sexual. É como se um cálice
estivesse a ser cheio gota a gota
até ao máximo limite. Quando se alcança este limite,
ocorre o derrame. A consumação
desta experiência está reservada, na sua plena
intensidade física e emocional, a
humanos. Gosto de pensar nela como uma dádiva
especial para uma criação
pensante e emocional. Deus poderia ter decidido que esta
relação fosse só para a
procriação e isenta de qualquer gozo. Mas Ele não fez assim. Ele
poderia ter escolhido outra
modalidade de fecundação que só envolvesse um contacto
apressado. Mas não o fez. Ele
decidiu que este acto de “uma só carne” unisse duas
pessoas numa vibração de unidade.
E Ele determinou que esta união fosse o meio de
ligar um homem e uma mulher, um
ao outro, em prazer, potencial e louvor.
Na mulher, um sentimento
momentâneo de suspensão é seguido por contracções
musculares rítmicas na plataforma
do orgasmo. Poderá haver entre três a quinze destas
contracções. Depois de cada
contracção o intervalo alarga-se e a intensidade diminui um
pouco. Ocorrem também contracções
no útero e em toda a área perineal. Uma sensação
de calor é por vezes sentida a
partir da área pélvica que se estende a todo o corpo.
No homem, o fim da fase de
planalto traz consigo uma sensação de inevitabilidade – um
ponto no qual ele percebe que a
ejaculação está iminente. Iniciam-se contracções que
impelem o fluído seminal na
uretra com alguma força. O intervalo destas contracções é
aproximadamente o mesmo da
mulher, isto é, oito décimos de segundo, inicialmente,
alargando-se o tempo entre
contracções subsequentes. Talvez seja bom mencionar aqui
que durante a excitação sexual,
quando o pénis está erecto, a uretra deixa de estar aberta
para a passagem de urina. Isto é
um processo corporal separado. Isto faz-se pela acção
de um pequeno músculo esfíncter
interior que inibe a passagem de urina.
Tanto homens como mulheres
experimentam nesta altura um pico de aceleração do
coração e da pressão sanguínea,
acompanhado de respiração rápida e profunda. A
contracção dos músculos poderá
causar expressões faciais tensas. As mãos de cada
parceiro poderão estender-se e
agarrar-se às do outro como que para facilitar ainda mais
esta culminância de entrega
mútua. Ocorreu com isso a experiência de “uma só carne”.
3.4. Fase de
resolução
Esta última fase da excitação
sexual termina a sequência. Na mulher, o corpo começa
agora a regressar ao estado não
estimulado. O fluxo sexual desaparece, os peitos (ou
mamas) voltam ao tamanho normal e
liberta-se a tensão muscular. O ritmo cardíaco, a
pressão sanguínea e a respiração
todos se normalizam rapidamente. Algumas mulheres
descobrem que se acham cobertas
de uma fina camada de perspiração corporal. A
congestão que se experimentou na
área genital desaparece dentro de poucos minutos.
Isto significa que o clítoris, os
pequenos e grandes lábios e a vagina, regressam ao
estado anterior à excitação.
No homem, dá-se também a inversão
das mudanças dos tecidos. Há uma perda rápida
de erecção, enquanto que as
mudanças na bolsa do escroto para voltar ao estado de nãoexcitação
ocorrem mais lentamente. Tal como
na mulher, o fluxo sexual desaparece e a
tensão muscular dissipa-se. O
ritmo cardíaco, a pressão sanguínea e a respiração voltam
ao normal. Pode também ocorrer
uma fina camada de suor corporal.
Ora, embora o que se disse acima
apresente uma narrativa da excitação sexual de um
homem e uma mulher, não é
certamente um modelo ou uma norma que uma pessoa
procure alcançar em pormenor. É
simplesmente uma descrição do que acontece
usualmente.
Tenho tentado restringir a
discussão aos aspectos fisiológicos da experiência sexual,
embora isso seja muito difícil,
uma vez que o fisiológico e o psicológico estão
claramente integrados. Notámos
quão cuidadosamente Deus planeou e construiu partes
do corpo para o prazer sexual do
marido e da esposa. Sempre que ela não é uma
experiência feliz indica que algo
está a faltar na maneira como este desígnio é
compreendido e praticado.
“That Friday in Eden” (1981),
Alberta Mazat.
3.5. Diferenças entre
o homem e a mulher
(Para esta secção, ver Fig. 4)
3.5.1. Fase de
excitação
a. A excitação feminina é mais
emocional do que física. Tende a abranger todo o
corpo.
b. A excitação do homem prende-se
a factores físicos – o que ele vê, toca, cheira. A
excitação centra-se nos órgãos
genitais.
c. As mudanças físicas na mulher
são a lubrificação, inchaço da área do clítoris, fluxo
sexual.
d. O clítoris é um tecido único:
a sua única função é dar prazer. O homem não tem um
órgão correspondente.
e. As mudanças físicas no homem
são a erecção do pénis, a retracção dos testículos,
aumento da respiração.
3.5.2. Fase de
planalto
Das quatro fases esta é a mais
longa em duração:
a. Na mulher, a pressão sanguínea
e a respiração aumentam; maior quantidade de
sangue na área genital aumenta as
sensações.
b. No homem, aumento do tamanho
da glande do pénis e dos testículos. Por vezes o
pénis emite pequenas quantidades
de esperma, ricas em espermatozóides. Isso pode
levar à gravidez.
c. A ideia de que os genitais do
homem e da mulher não se adaptam um ao outro é um
mito.
d. A ideia de que o tamanho do
pénis é um sinal de virilidade é um mito.
3.5.3. Fase do
orgasmo
a. Os orgasmos não precisam de
coincidir.
b. O orgasmo é uma experiência
para ser desfrutada e não um alvo a alcançar.
c. As contracções tanto no homem
como na mulher ocorrem de entre 3 a 15 vezes em
intervalos de 8/10 de segundo.
3.5.4. Conteúdo
emocional do sexo
a. O coito será difícil se
existirem tensões emocionais, especialmente para a mulher.
Um estudo mostrou a importância
de cada parceiro se sentir amado, compreendido e
acarinhado. Quanto mais estas
condições estiverem presentes mais provável é
ocorrerem as emoções seguintes:
· É mais provável
cada um ficar satisfeito com as habilidades sexuais do cônjuge.
· É mais provável
a mulher alcançar o orgasmo.
· É mais provável
os impulsos sexuais do casal serem congruentes.
· Mais inclinado
ficará o casal para concordar em maneiras de fazer amor.
b. Uma vez que estas áreas
usualmente causam disfunção sexual, o melhor seguro
sexual é certificarem-se de que
há boas relações interpessoais.
c. A comunicação carinhosa,
confiante, cuidadosa e pelo toque deve continuar em todo
o tempo.
Inter-agindo:
Preenche o teste nº 6.2. “Informação
pessoal sobre o sexo”, comparando a tua
concepção sobre estas questões
antes e depois de teres reflectido sobre o conteúdo
deste módulo.
Por aqui imagem
4. A lua-de-mel
4.1. Significado do
termo
O primeiro mês de um casamento é
chamado a “lua-de-mel” de uma ideia antiga de que
o primeiro mês (lua) é o mais
doce. “Lua-de-mel” implica que a expectativa romântica
idealizada para as horas e dias
imediatamente a seguir à cerimónia de casamento tenha
uma qualidade especial de doçura
e sentimentalismo. Que expectativas estão envolvidas
neste tempo mágico – o tempo
entre os votos e a verdade!
O primeiro mês a seguir ao
casamento era considerado antigamente um tempo de férias
ou lazer que um casal
recém-casado passava junto. Na realidade um mês inteiro parece
preferível à pressa de alguns
dias fora – apertados entre as tarefas tradicionais que
precedem um casamento e o
regresso a uma agenda carregada de tarefas tais como o
estabelecimento de um novo lar e
a volta ao trabalho ou às aulas.
A Bíblia alarga ainda mais este
tempo. «Um homem recém-casado não sairá à guerra,
nem lhe será imposto nenhum outro
encargo (isto incluía muitas vezes negócios ou
serviço público). Por um ano
ficará livre na sua casa, para alegrar a sua mulher, que
desposou.» (Deuteronómio 24:5).
Ora isto parece um antídoto esplêndido para os
casamentos com um fraco começo!
4.2. Uma ferramenta
maravilhosa
Embora alguns casais recordem as
suas luas-de-mel com nada mais senão prazer,
muitos outros sentem que este
tempo poderia ter promovido de modo mais significativo
a felicidade marital. Seja qual
for a situação antes do casamento, agora ela sofre
mudanças significativas de
estatuto durante este tempo culturalmente aprovado para
passarem a sós. Os casais cujo
conhecimento mútuo básico foi fragmentário, descobrem
agora valores, atitudes e
comportamentos estranhos sem a protecção do “intervalo”.
Mesmo aqueles que se conheceram
através dos “ritos de passagem” do namoro e
noivados tradicionais, ficam por
vezes surpreendidos quando o ambiente de festa acaba.
Os ajustes do viver diário podem
fazer coisas espantosas a uma fantasia. Mesmo os
casais que já viviam juntos antes
do casamento, podem surpreender-se com a diferença
nos seus sentimentos devida ao
seu novo compromisso total em comparação com a sua
anterior relação cautelosa e
hesitante.
Até aqui tenho estado a falar de
modo geral. Isto foi de propósito. Estou cansado de
ouvir piadas e anedotas que
descrevem a lua-de-mel como uma quase contínua ronda de
sexualidade. Há muito mais do que
isso neste período de ligação entre duas pessoas. A
lua-de-mel pode ser uma
exploração significativa e valiosa das outras muitas facetas
desta união. Embora este aspecto
da lua-de-mel seja exagerado na literatura e ditos
populares, ignorar que há um
grande interesse e anseio de completar a união de uma
noiva e um noivo é não só
irrealista como indesejável. Visto que estamos interessados
em melhorar a relação e a
experiência sexual do casal, é natural que abordemos esses
começos.
4.3. Vencendo os
medos
Cada membro deste recém composto
casal traz uma série de preocupações para esta
ocasião. Para a noiva isso pode
incluir (1) medo de não reagir apropriadamente nas
relações sexuais com o seu noivo;
(2) medo de mostrar o seu corpo, sobre o qual poderá
não se sentir muito bem; (3) medo
de desconforto ou até de dor; (4) medo de não
agradar ao seu amado com as suas
acções.
Pela sua parte o noivo poderá
estar a braços com as suas próprias preocupações
especiais. Estas poderão incluir
(1) o que a sua noiva pensará do seu corpo; (2) se as
suas habilidades sexuais serão
adequadas; (3) se ele será capaz de satisfazer as
expectativas sexuais da sua
noiva; (4) se ele será capaz de satisfazer as suas próprias
expectativas; (5) se ele será
capaz de satisfazer as expectativas estereotipadas dos seus
amigos; (6) o que acontecerá se
ele ejacular prematuramente – e o que ela pensará; ou
(7) o que acontecerá se a sua
ansiedade impedir uma boa erecção.
A quantidade de energia emocional
despendida neste tipo de ansiedade seria impossível
de medir! No esforço de diminuir,
pelo menos, alguma desta ansiedade da lua-de-mel,
faço aqui um número de sugestões.
Faço uma lista delas como se estivesse a falar a um
jovem casal que está a planear
casar.
1. Planeiem com antecedência ter
várias sessões de aconselhamento, quer com um
grupo ou individualmente – ou de
preferência ambos. Esta experiência ajudar-vos-á
a conhecer-vos melhor um ao
outro, a falarem das vossas expectativas de todos os
aspectos do casamento, e a
sentirem-se emocionalmente próximos um do outro sem
ocultar quaisquer planos. Estas
sessões são oferecidas muitas vezes por igrejas,
escolas ou conselheiros privados.
2. Certifiquem-se de que, pelo
menos, uma destas sessões seja dedicada a explorar as
vossas normas, ideais e valores
sexuais. Surpresas nesta área na lua-de-mel podem
ser devastadoras.
3. Usem uma destas sessões para
discutir a coerência dos vossos valores espirituais.
Pertencer à mesma igreja só por
si não é garantia de concordância em questões de
estilo de vida, da importância
que cada um atribui a um compromisso religioso e das
percepções a respeito dos
aspectos espirituais da sexualidade que cada um possa ter.
4. Aprendam a anatomia e a
fisiologia da sexualidade. Um organismo tão
extraordinariamente elaborado
como é o humano, merece o vosso estudo e apreço.
5. Faça cada um de vós um exame
médico. Não procurem manter o vosso médico
afastado desta experiência
intimidadora. O mais provável é não haver nenhum
problema físico, mas vocês não o
sabem ao certo, até serem examinados. Muito
poucas noivas, por exemplo,
precisam de estar preocupadas com um hímen não
perfurado (um que não está
aberto) ou mesmo com um que seja resistente. Porém,
esta situação existe de facto
nalgumas mulheres, mesmo nesta época em que se
usam tampões menstruais. Quando
se descobre um hímen não perfurado numa luade-
mel por meio de tentativas e
erros, efeitos muito prejudiciais na futura intimidade
física podem resultar.
6. Planeiem com muita
antecedência a contracepção. Vocês quererão sentir-se seguros,
confortáveis e à vontade sobre o
método que escolherem juntos. Alguns métodos
requerem atenção prévia para
serem eficazes durante uma lua-de-mel. Eu creio que
é importantes os futuros noivos
planearem o seu método contraceptivo e
compreenderem os sentimentos um
do outro. A contracepção não é apenas uma
responsabilidade feminina; é da
responsabilidade do casal.
7. Noivo, não te apresses a
despir a camisa de dormir da tua noiva! Ela pode ter
passado horas a escolher o
estilo, cor e corte mais adequados! Esta compra foi muito
diferente de comprar um pijama
normal! Ela estará, sem dúvida, ansiosa por saber
se a escolha que fez te agrada.
Comenta e aprecia essa roupa íntima!
8. Também noivo, não te sintas
pressionado a provar a tua destreza sexual na primeira
ou sequer na segunda noite. Isso
pode parecer um conselho irrealista! Mas algumas
mulheres têm-me dito que uma das
suas lembranças mais queridas foi o seu noivo
ter sugerido relaxarem e apenas
dormirem nos braços um do outro na primeira noite
ou mais da sua lua-de-mel. A
actividade frenética das despedidas de solteiros,
planos para a cerimónia de
casamento, imprevistos de última hora, tudo isso gastou
tanta energia física e emocional
que foi difícil de repente relaxar e ficar expectante.
Essa sugestão não diminuiu em
nada a “masculinidade” do noivo para com a sua
noiva; de facto, realçou a
masculinidade dele aos olhos dela. Antes de começares a
sentir simpatia pelo noivo
paciente, deixa-me dizer-te que noivos têm sugerido que
o seu próprio nível de conforto
teria crescido se sentissem que era aceitável fazer
uma tal sugestão.
Isto leva-me a sugerir que esta
ideia seja discutida antes. “Quais são as nossas
expectativas para a primeira
noite de núpcias?” Quando todas as circunstâncias são
tomadas em consideração, o casal
poderá tomar uma decisão conjunta de terem ou
não relações sexuais na primeira
noite. A coisa mais importante que deve surgir do
diálogo pode nem ser uma ideia
rígida do que se tem a esperar, mas pode ser, na
verdade, o sentimento de
preocupação e cuidado que cada um sente da parte do
outro.
9. É bom levar uma bisnaga de
creme lubrificante hidrossolúvel. Muito embora a
lubrificação vá certamente surgir
quando ocorrer a excitação sexual, a ansiedade e
apreensão que podem estar
presentes poderão causar inicialmente uma demora ou
diminuição desta secreção. A
vaselina não é um bom substituto; nem tão-pouco o é
uma loção ou creme para a cara.
10. Vocês talvez desejem levar
convosco uma vela para criar uma atmosfera mais
agradável. Uma aromática será
ainda mais apreciada. Isso é geralmente mais
romântico do que uma nesga de luz
através de uma porta entreaberta. Um livro
sobre poesia romântica será um
belo contributo para tornar uma das noites da luade-
mel mais expressiva em
demonstrações de amor e carinho mútuos. Sem dúvida
que o obrigatório nesta área são
os poemas de amor de Salomão e da sua noiva no
livro de Cantares de Salmão. Este
tipo de actividade torna mais natural a
comunicação a respeito da
sexualidade.
11. Estejam atentos à
possibilidade de surgir um mal-estar muito comum, conhecido por
“cistite da lua-de-mel”. Isto
consiste num ardor que dá à noiva a sensação urgente de
urinar. A abertura da bexiga está
tão perto do vestíbulo vaginal que, por vezes, pode
haver irritação e até uma ligeira
infecção, por compressão de umas pequenas
glândulas vizinhas, onde se podem
alojar alguns micróbios, desta forma libertos
para a uretra e bexiga. O
tratamento para esta ocorrência é beber bastante água, fazer
banhos quentes para amenizar a
área afectada e, por um dia ou dois, enquanto durar
esse mal-estar, concentrarem-se
em actividades sexuais que não incluam o coito. Se
esta situação se mantiver, por
mais de vinte e quatro horas, apesar dos cuidados
acima prescritos, devem consultar
um médico, porque há medicamentos que podem
produzir alívio.
12. Procurem concentrar-se no que
estão a viver e sentir e não tanto no desempenho.
Isto é um bom conselho para toda
uma vida de sexualidade à vossa frente, e o casal
que começar logo de início a
aprender essa arte de amar pode esperar muitas coisas
boas nesta área da sua partilha
mútua. Nesta área não há padrões a imitar nem regras
a observar. A experiência de
lua-de-mel de outras pessoas não deve constituir o
vosso objectivo. Vocês são duas
pessoas diferentes, com respostas diferentes. A
vossa experiência de amor é vossa
e só vossa. Nem têm de relatá-la a ninguém nem
responder a quaisquer perguntas pessoais
a respeito dela. Muitas mulheres, e
homens também, sentiram-se
traídos e por vezes zangaram-se ao ouvirem de outros
que o seu cônjuge tinha revelado
alguns pormenores da sua experiência sexual
durante a sua lua-de-mel, quer
por brincadeira ou a sério. As perguntas feitas por
pessoas curiosas e, às vezes,
insensíveis, podem ser postas de lado de modo eficaz
mas agradável. Geralmente, é
muito mais relaxante ter só um destino para o período
da lua-de-mel do que uma série de
viagens cansativas e apressadas. Fazer e desfazer
malas, apressar-se para cumprir
prazos (e visitar novos parentes!) às vezes faz
diminuir a descontracção que pode
ajudar a melhorar a comunicação sexual e todos
os outros aspectos da intimidade.
Em conclusão, se os casais
puderem recordar que a lua-de-mel é apenas o começo da
vida juntos, talvez as suas
expectativas possam ser talhadas de modo a combinarem com
este tempo de mera inauguração.
Intimidade sexual, relacionarem-se um com o outro de
modo solícito e sensível – eis as
artes que começam agora a ser exploradas nestas
primeiras semanas. Manter em
vista esta perspectiva pode ajudar estes amantes a
anteverem toda uma vida de fusão
das suas vidas num crescendo de aptidões e
sensibilidades. Deus planeou o
casamento para ser uma aventura amorosa de toda a
vida, a qual só começa a ser
descortinada na lua-de-mel.
“That Friday in Eden” (1981)
Alberta Mazat
5. Planeamento
familiar
O Planeamento Familiar implica a
aprendizagem e a prática de modalidades que
melhoram a qualidade de vida no
que respeita às preocupações sociais, culturais,
educacionais, económicas e
espirituais da família. Na base para alcançar o bem-estar
nestas áreas está a regulação do
tamanho da família. O marido e a esposa devem decidir
voluntariamente quanto ao número
de filhos que terão e ao intervalo de tempo entre
eles, de modo coerente com os
seus recursos e expectativas. A Escritura diz: «Crescei e
multiplicai-vos...» (Gén. 1:28).
Provérbio 22:6 diz-nos: «Instrui ao menino no caminho
em que deve andar...» A instrução
é abrangente e requer recursos. É evidente que deve
procurar um equilíbrio que
contemple tanto o número de filhos como os recursos
adequados para os instruir.
5.1. Razões para o
planeamento familiar no casamento cristão
Em nenhum outro contexto é a
regulação do tamanho da família mais importante do que
na família cristã. A inestimável
responsabilidade de alimentar e guiar as vidas de
crianças através do tempo, em
preparação para a eternidade, é uma tarefa complexa e
pesada.
Os aspectos físicos, emocionais,
intelectuais, espirituais e económicos da vida tanto paraos pais como para os
filhos devem ser cuidadosamente avaliados antes de aumentar o tamanho da
família. A saúde física de ambos os parceiros (mas particularmente a da
mãe), a sua maturidade emocional,
o seu conhecimento a respeito de gestação e criação
de filhos, o seu desenvolvimento
espiritual, a sua prontidão para cuidar dos filhos, e os
seus recursos económicos devem
ser considerados. Os filhos poderão passar
necessidades a vários níveis se
não forem feitos planos para a sua entrada no mundo e
cuidados subsequentes.
Referindo-se à necessidade de
regular o tamanho da família, Ellen White escreveu:
«Os pais não devem aumentar a
família mais depressa do que possam os filhos ser bem
cuidados e educados. Uma criança
nos braços da mãe cada ano é para esta grande
injustiça. Isto debilita, e não
raro destrói, o prazer social e aumenta as misérias
domésticas. Rouba aos filhos
aquele cuidado, educação e felicidade que os pais sentem
dever propiciar-lhes.» (O Lar
Adventista, pág. 163)
5.2. Objectivos do
planeamento familiar
1. Prover a oportunidade para o
amadurecimento do casal como parceiros e como
possíveis pais antes de eles
terem e educarem filhos.
2. Dar tempo ao casal para
adquirir os recursos económicos necessários e obter bens e
serviços que são essenciais para
a gestação e criação de filhos.
3. Preparar um ambiente óptimo
para o crescimento e desenvolvimento da criança
física, espiritual, emocional,
intelectual e socialmente.
4. Facilitar a regulação ordenada
da família segundo as suas necessidades e alvos e de
acordo com princípios cristãos.
Embora se deva exercer cuidado ao
planear o tamanho da família, os filhos são uma
bênção do Senhor. Eles completam
uma família e ajudam no desenvolvimento do
processo de amadurecimento dos
pais. A ênfase é colocada aqui na importância de
fazermos o nosso melhor para
ajudar os nossos filhos e toda a família a tornarem-se o
que Deus quer que sejam.
Inter-agindo:
Muitos casais esperam
simplesmente ter filhos depois de casarem. Deixam que a
natureza siga o seu curso, dando
pouca consideração a se deverão de ter filhos ou
não! Então, depois do “bendito
evento”, estes casais não se acham bem preparados
para satisfazer as exigências da
paternidade. A fim de antecipar este evento na vossa
relação, respondam às afirmações
seguintes e partilhem as vossas respostas (teste nº
6.3.).
5.3. Métodos de
regular o tamanho da família
Há vários métodos de regular o
tamanho da família ou de evitar a concepção. Eles são
classificados como métodos
naturais, químicos, mecânicos, cirúrgicos e mistos.
Cada método pode ainda ser
subdividido como segue:
A. Método Natural
· Sistema rítmico
(do ciclo)
· Abstinência
periódica
B. Métodos Químicos
· A pílula
(anovulatório hormonal)
· Cremes
espermicidas, geleias, espumas, supositórios e comprimidos vaginais
(velas ou óvulos).
C. Métodos Mecânicos/Barreira
· Dispositivos
intra-uterinos (DIU)
· Diafragma
· Preservativo
D. Métodos Cirúrgicos
(esterilização)
· Vasectomia
· Laqueação de
trompas
E. Métodos Mistos
· Coito
interrompido
· Duches vaginais
(irrigações)
Inter-agindo:
Analisa os vários métodos de
contracepção, suas vantagens e inconvenientes, no
quadro “Métodos de contracepção” nº 6.4.
FONTE: Bryan Craig /Guida Esteves
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