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segunda-feira, 22 de abril de 2013

INTRODUÇÃO ÀS CARTAS DE PAULO "CARTA AOS ROMANOS"




9º Capitulo


A Epístola aos Romanos



A epístola ao Romanos não só é a mais longa carta de Paulo mas também a mais estruturada, devido à sua riqueza doutrinal é sem dúvida a que influenciou mais o cristianismo. Podemos considerar esta carta como sendo a mais rica, mais completa, e mais clara mensagem evangélica de toda a bíblia.

Esta carta teve um papel importante sobretudo no século 16 com o pensamento de Lutero, naquilo que ficou conhecido pela justificação pela fé, este a considerava como “o livro capital do Novo Testamento” além disso Lutero dizia que cada cristão devia a decorar a fim de meditar nela todos os dias.  

Esta epístola deu origem a maior parte das reformas espirituais, Wesley converteu-se lendo o prefácio de Lutero sobre a carta aos Romanos, no século 19 na cidade de Genebra um grupo de jovens iniciaram um despertamento espiritual baseados nesta carta de Paulo. Em Oxford em 1875 aconteceu a mesma coisa, e foi com a exposição do famoso teólogo Karl Barth sobre os Romanos que a teologia do século vinte se distinguiu. Cada vez que esta carta de Paulo ocupava lugar na história dos homens era inaugurada uma nova era.



A cidade de Roma no primeiro século.

Capital do império que dominava o mundo era sem dúvida a cidade mis importante da altura. Estamos habituados à frase “que todos os caminhos vão dar a Roma” mostrando assim a sua importância no mundo.

Cidade que comportava um número de quatro milhões de habitantes fascinava os habitantes de todas as partes do império. Devido as boas estradas, comércio, e monopólio politico esta cidade tinha-se tornado numa grande atracão, até mesmo para os cristãos a fim de ali difundirem a mensagem do seu mestre.

Em Roma havia uma grande comunidade Judia, que ali se tinha fixado desde o segundo século a.C. com a invasão de Pompeu no ano 63 a.C. muitos judeus foram levados escravos para Roma o que fez que esta colónia Judia se tivesse ainda multiplicado mais. No ano 49 d.C. o Imperador Cláudio expulsou-os de Roma muito por causa das dissensões que eles tinham uns com os outros, mas acabaram por retornar sob o comando do imperador Nero. Alguns daqueles que voltaram tornaram-se aristocratas de Roma enquanto que a maioria eram simples comerciantes.

Foi com a dispersão causada por Cláudio que muito Judeus ouviram da fé de Jesus nas sinagogas das cidades que lhes serviram de refúgio, e ali abraçaram a nova fé. Um caso evidente é o de Áquila e Priscila, (Ac 18:2) depois de terem sido ensinados na nova fé por Paulo eles voltaram a Roma e ali tinham uma igreja no seu lar.. (Rm 16:3-5)



Situação moral e religiosa de Roma

Depois de num capítulo anterior termos abordado o tema da moralidade, a verdade é que a cidade de Roma proporcionava condições que privilegiavam a imoralidade e com isso a espiritualidade.

No primeiro século havia 159 feriados no ano, 93 deles eram reservados aos jogos e espectáculos de rua, assim como a diferentes representações promovidas pelo governo. A vida religiosa com o seu politeísmo estava em declínio, aumentando o interesse pelos novos cultos orientais, introduzindo-se nesta capital as religiões mistério. Existem vários locais de culto a Mitra e a deusa Síria Asterote.

As divindades primitivas conhecidas pelos rituais sensuais já não mais satisfaziam as exigências intelectuais dos Romanos, e nesse sentido a fé monoteísta dos Judeus atraia cada vez mais os pagãos. As 11 sinagogas que existiam em Roma contavam com um numero bastante interessante de simpatizantes que criam em Deus, e que na realidade constituíam um publico preferencial e pronto a aceitar a mensagem cristã.



A formação da igreja cristã.

Hoje não podemos ter a certeza de quem e como a igreja em Roma se originou, mas pode-se circunscrever alguns factores que determinaram a sua formação.

·  Não foi fundada por Paulo, pois no momento que ele escreveu-lhes a sua carta o apóstolo ainda não tinha ido à capital, isso podemos ver em (Rm 1:10-15)

· Não foi fundada por Pedro ao contrário do que a tradição indica, isto por vários motivos, em primeiro lugar Pedro conhecido como apóstolo da circuncisão ministrou bastante tempo em Jerusalém, quando Paulo dirige a sua carta aos Romanos, se Pedro lá estivesse Paulo o saudava. Mais tarde no ano 61-62 d.C. quando Paulo chega a Roma o texto de (Ac 28) mostra que Pedro não lá estava. E mesmo quando Paulo escreve as suas cartas enquanto prisioneiro (Filipenses, 1 e 2 Timóteo,) o nome de Pedro não é mencionado. Se realmente Pedro morreu como mártir em Roma como indica a tradição ele acabou por ali ir só para o seu martírio.

·   Não foi fundada por nenhum apóstolo de Jesus, pois o próprio apóstolo afirma que ele não construiu em cima das fundações de outro. (Rm 15:20; 2Co 10:16)

·  Provavelmente também não foi formada pelos judeus que se converteram no dia de Pentecostes, isto porque quando Paulo escreve a esta igreja a sua linguagem não era a uma igreja Judeo-cristã, e mesmo quando ele chega como prisioneiro a Roma os chefes da sinagoga não estavam ainda informados sobre a doutrina da nova fé. (Ac 28:21)

Mesmo com estas noções negativas, do resposável da origem desta igreja, podemos também reflectir em alguns elementos positivos.

·  A igreja já existia há um bom número de anos, isto por aquilo que Paulo escreve em (Rm 15:23) ele menciona também que a fé deles era famosa por toda a parte. (Rm 1:8) Paulo também não tem um discurso como se tivesse a dirigir-se a recém-convertidos. É bem provável que a igreja já existisse à bastante tempo, com uma boa organização baseada nos dons (Capítulo 12)

·  Paulo conhecia um bom número de cristãos, pois ele saúda 26 pessoas e 5 igrejas em casas particulares, é bem provável que muitos daqueles que receberam a mensagem por Paulo, se tenham encontrado em Roma e ali edificado esta igreja. Visto que os Judeus da sinagoga não tinham conhecimento da nova fé, é bem provável que os fundadores da igreja de Roma tenham sido gentios convertidos ao cristianismo e que vindo viver em Roma como emigrantes ali se estabeleceram.



Organização da igreja

A igreja de Roma não estava organizada de forma central, ou seja a partir de um local de culto. Quando Paulo escreve ele não se dirige “à igreja em Roma” como era habitual dirigir-se às outras igrejas. (1Co 1:1; 2Co 1:1; 1Tss 1:1…) mas “a todos aqueles que em Roma são bem-amados de Deus”. (Rm 1:7) No capítulo 16 vemos que havia pelos menos 5 grupos que se reuniam em vários lugares da cidade. Isto era compreensível visto que a lei romana proibia uma organização centralizada. As igrejas se constituíam como sinagogas, ou seja independentes, espalhadas pela cidade, mas reunidas em casas particulares.



Local e data de redacção

A carta de Paulo aos Romanos deve-se sobretudo a um desejo contrariado de visitar Roma. Essa impossibilidade trouxe bênção à igreja e a nós hoje, por causa desta belíssima obra teológica que ficou registada. Esta é uma forma de Deus trabalhar ou seja Ele faz acontecer o bem daquilo que parece ser mau.

Paulo tinha acabado de terminar a sua recolha de ofertas para levar à igreja mãe em Jerusalém, (Rm 15:22-26) esta colecta tinha sido realizada durante a sua terceira viagem missionária, (Ac 24: 17) quer dizer que Paulo escreve aos Romanos depois das cartas aos Coríntios, visto que nessa altura ainda não tinha acabado a colecta. (1Co 16:1-4; 2Co 8:6) Presume-se que foi na estadia de 3 meses de Paulo em Coríntio (Ac 20:3) que a carta aos Romanos foi escrita, isto porque certas personagens como Galio, (Rm 16:23/ ICo 1:14) Erasto, (Rm 16:23/2Tm 4:20) Febe (Rm 16:1-2 diaconisa que entrega a carta e que vive a poucos kilometros de Corinto) eram crentes que estavam muito ligados à cidade de Corinto. A data provável da sua redacção terá sido o ano 57 ou 58 d.C.



Carácter distintivo da Epístola.

Na sua maioria as epístolas de Paulo são escritos de circunstancia, tendo quase sempre um motivo polémico e correctivo. Mas a carta aos romanos acaba por ser uma excepção, isto porque ela acaba por ser mais uma exposição sistemática de grandes temas da mensagem do apóstolo. Ela é desenvolvida de forma harmoniosa, onde as grandes secções se encadeiam de forma metódica, ela não parece ter sido construída de rompante, mas de uma profunda meditação dos vários assuntos nela tratados.

Paulo quando escreve não se encontra sobre pressão de urgência, ele escreve seguindo o método dos autores Judeus, ou seja estabelecendo paralelos e antíteses, susceptíveis de sensibilizar os leitores. Os argumentos por ele utilizados são bem encadeados, para a maior parte dos estudiosos esta carta é a obra-prima saída da pena do apóstolo Paulo.

Esta carta contém cerca de metade das citações que Paulo faz do Antigo Testamento, tendo em conta tudo o que escreveu. Também as citações tiradas de diferentes partes eram compostas de maneira a que parecia ser a citação de uma só passagem.

As saudações e despedidas são bastantes longas, o que espanta pois esta carta é dirigida a uma igreja com a qual o apóstolo Paulo nunca esteve.       

Também é escrita a cristãos maduros e conhecedores das grandes verdades do evangelho não precisando mais do que uma chamada de atenção a essas verdades (Rm 15:14)



Objectivos da Epístola

Porque razão Paulo escreve aos cristãos de Roma se na sua grande maioria lhe eram desconhecidos?

Em primeiro lugar ele mostra o desejo de os ver a fim de lhes comunicar algum dom espiritual, (Rm 1:11) também deseja-lhes anunciar o evangelho, (Rm 1:15) pois ele considera-se o apóstolo dos sábios e ignorantes, dos gregos e dos bárbaros. (Rm 1:14) No final da epístola ele mostra mais alguns objectivos ao lhes escrever, ele diz que lhes escreve para lhes fazer relembrar as verdades do evangelho que lhe foi outorgado pelo próprio Cristo. (Rm 15:15-17)

·liMais à frente ele explica as razões porque não pode ainda se deslocar a Roma, (Rm 15:17-22) razões que têm a ver com o trabalho desenvolvido desde Jerusalém e cidades circunvizinhas. Também mostra que não é pela vergonha do evangelho como alguns o acusam. (Rm 3:8; 31; 6:1; 15; 7:7.)

Paulo também solicita a intercessão dos Romanos para a missão que ele estava prestes a cumprir em Jerusalém. (Rm 15:30-32) antes de terminar a sua carta ele exorta os seus correspondentes a guardarem-se daqueles que causam divisões e escândalos, e que podem prejudicar os ensinamentos que já receberam. (Rm 16:17)

Poderemos ler claramente cinco objectivos: 1- Contribuição para a santificação dos romanos. 2- Apresentação e defesa do seu ministério e da sua mensagem. 3- Pedido de colaboração para uma obra missionária em Espanha. 4- Pedido de apoio na oração. 5- guardarem-se dos falsos obreiros.



Mais algumas informações.

Nos capítulos 12 a 15, o apóstolo faz algumas exortações ao nível prático, ele recomenda os Romanos a serem modestos como membros do corpo de Cristo. (Rm 12:3-8) Também que sejam submissos às autoridades. (Rm 13:1-7) e ainda que deixe de existir opisição entre os “Fortes e os Fracos” (Rm 14:1;15:7)  

Nesta epístola existem alguns temas bem desenvolvidos em determinados capítulos, enquanto que outros nem por isso, Paulo desenvolve bem a sua soteriólogia enquanto que resume a sua escatologia ao papel de Israel no futuro. Não escreve nada sobre a vinda de Cristo e a ressurreição dos mortos, a preexistência e o seu papel na criação do mundo. Também não dá ensinamentos sobre a igreja como o faz na carta ao Efésios. Não existe também directivas práticas, como ele o faz nas cartas pastorais. Também não escreve sobre a santa ceia, isto porque provavelmente Paulo tinha noção que os Romanos já tinham conhecimento sobre esses temas por intermédio de Áquila e Priscila.

Percebemos bem que Paulo ao ter noções da realidade vivida pelos Romanos acabou por se debruçar mais sobre o tema da “Justificação” isto porque deseja mostrar a diferença da igreja nacionalista (Judaísmo) para a igreja Universal (boa nova aos gentios)



Autenticidade da epístola

Hoje em dia a autenticidade da epístola aos Romanos não é posta em causa, visto que os testemunhos internos e externos, são unânimes em atribuir a paternidade ao apóstolo dos gentios.

A literatura patrística, contêm inúmeras citações e alusões a esta epístola desde o primeiro século. (Clemente de Roma e Barnabé) no segundo século ela é citada por vários autores. (Inácio, Policarpo, Justino o Mártir, Hipólito, O Canon de Nuratori, Irineu, Clemente de Alexandria, Tertuliano, Marcião)

As provas internas também são evidentes, as alusões pessoais, o estilo, a argumentação designam Paulo como o autor desta epístola. Provada a autenticidade, esta epístola tem servido como padrão para se puder analisar as outras cartas e atribuir sua autoria fidedigna.   

FIM

NO PRÓXIMO CAPÍTULO ABORDAREMOS A 1ª CARTA AOS CORÍNTIOS 

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sexta-feira, 19 de abril de 2013

SAÚDE NA NOVA TERRA


Se na Nova Terra “não haverá luto, nem pranto, nem dor” (Ap 21:4), por que então as folhas da árvore da vida serão “para a cura dos povos”? (Ap 22:2)

Apocalipse 21:1 a 22:5 fala da restauração de todas as coisas ao seu estado de perfeição original, quando a morte e a doença não mais existirão (Ap 21:4). Libertos do pecado e de suas conseqüências, os justos terão pleno acesso à árvore da vida, da qual nossos primeiros pais foram banidos em decorrência de sua transgressão (ver Gn 3:22-24).
 
Ao mencionar que as folhas dessa árvore serão “para a cura dos povos”, o texto não está falando da possibilidade de pessoas ainda ficarem doentes na Nova Terra e serem então curadas por essas folhas. A ênfase está no contraste entre a presente condição de alienação da árvore da vida, caracterizada por doença, sofrimento e morte, e o futuro estado de acesso a essa árvore, quando os remidos estarão completamente curados de todas as conseqüências do pecado. Portanto, as folhas da árvore da vida serão, de acordo com Jamieson, Fausset e Brown, “a preventiva fonte de saúde, que protegerá os remidos da doença, ao invés de curá-los dela”.
 
FIM

Fonte: Sinais dos Tempos, janeiro de 1998, p. 29

quinta-feira, 18 de abril de 2013

OS 144 MIL


Quem são os 144 mil de Apocalipse 14?

Em Apocalipse 14 encontramos uma estrutura proléptica, na qual primeiro é descrito o grupo dos 144 mil (versos 1-5), para então serem mencionadas as três mensagens angélicas responsáveis pela origem desse grupo (versos 6-12). Tanto a proclamação das mensagens quanto a formação do grupo são descritas como ocorrendo no período final da história humana, que antecede a segunda vinda de Cristo e o juízo final (versos 14-20).
 
Nesse contexto, os 144 mil aparecem como a última geração dos verdadeiros adoradores de Deus (verso 7), que “guardam os mandamentos de Deus e a fé de Jesus” (verso 12), em contraste com aqueles que adoram “a besta e a sua imagem” e recebem “a sua marca na fronte ou sobre a mão” (versos 9-11).
 
O fato de Apocalipse 7:1-8 mencionar o mesmo grupo de 144 mil como sendo formado “de todas as tribos dos filhos de Israel” (verso 4) tem levado alguns comentaristas a sugerir que esse grupo será formado por judeus literais, em cumprimento a certas promessas do Antigo Testamento para com a nação de Israel. Essa interpretação carece, no entanto, de base bíblica e de fundamentação histórica, pois (1) as tribos mencionadas em Apocalipse 7:1-8 não são exatamente as mesmas que aparecem na promessa de Ezequiel 48:1-8, 23-29 (ver também Gn 49:1-28); (2) seria praticamente impossível reunir ainda hoje “doze mil pessoas de cada tribo de Israel, uma vez que tais distinções tribais desapareceram quase que em sua totalidade, devido à deportação compulsória e miscigenação das tribos do norte (ver II Rs 17); e (3) no Novo Testamento a salvação “em Cristo” desfaz toda e qualquer distinção étnica (ver Gl 3:26-29). Diante disso, somos levados à conclusão de que os 144 mil serão formados pela última geração do povo remanescente de Deus, também chamado de Israel espiritual (ver Rm 9:6-8; I Pe 2:9 e 10).
 
Uma vez que as doze tribos de Apocalipse 7 devem ser interpretadas simbolicamente, surge a indagação: podemos entender o seu número como literal? Embora alguns comentaristas o façam, existe uma forte tendência de ver nessa multiplicação de 12 vezes 12.000 (= 144.000) apenas um símbolo da totalidade de componentes da última geração dos salvos que estarão vivos por ocasião da volta de Cristo.
 
FIM

Fonte: Sinais dos Tempos, julho de 1998, p. 29

O ARCANJO MIGUEL


Quem é o “arcanjo Miguel” mencionado em Judas 9?

Muita especulação surgiu através dos tempos, nas tradições judaica e cristã, sobre a natureza e obra dos anjos, bem como sobre a identificação do arcanjo Miguel. Na literatura pseudo-epígrafa, por exemplo, Miguel é apresentado como um dos sete arcanjos celestiais (I Enoque 20:1-7; 81:5; 90:21-22; Tobias 12:15), e um dos quatro que se encontram mais próximos do trono de Deus (I Enoque 9:1; 40:1-10; 54:6; 71:8, 9 e 13). Essas tradições extrabíblicas têm sido usadas por muitos comentaristas contemporâneos para alegar que Miguel é apenas um anjo, criado por Deus, que exerce a função de principal líder das hostes angélicas.
 
Nas Escrituras, Miguel, cujo nome significa “Quem é como Deus?”, é descrito como “arcanjo” (Jd 9), o líder das hostes angélicas no conflito com Satanás e os anjos maus (Ap 12:7), “um dos primeiros príncipes” (Dn 10:13), “vosso príncipe” (Dn 10:21) e “o grande príncipe, o defensor dos filhos do teu povo” (Dn 12:1). Uma análise detida dessas expressões dentro do contexto bíblico deixa claro que Miguel é apresentado no texto sagrado como um Ser divino, cujas características refletem a glória messiânica do Antigo Testamento.
 
Miguel é apresentado em Judas 9 como o “arcanjo” que, na disputa “a respeito do corpo de Moisés” (Dt 34:5 e 6), enfrentou o diabo com as palavras: “O Senhor te repreenda!” Essa alusão identifica Miguel como o “Anjo do Senhor” que, na contenda sobre o “sumo sacerdote Josué”, disse igualmente ao diabo: “O Senhor te repreenda, ó Satanás” (Zc 3:1 e 2). É interessante notarmos que, tanto em Zacarias 3 como em Gênesis 22:11-18; Juízes 6:11-24; 13:2-22 e Atos 7:30-33 e 38, o Anjo do Senhor é identificado como sendo o próprio Senhor!
 
Em Apocalipse 12:7, Miguel e Satanás são apresentados em direto antagonismo, num conflito cósmico que se originou no Céu, e que se estende ao longo da história humana (Ap 12:1-17; 20:1-10). O Novo Testamento esclarece que esse conflito se polariza entre Cristo e Seus seguidores e Satanás e seus adeptos (ver Mt 4:111; Jo 12:31 e 32; 14:30; Ef 6:10-20; Cl 1:13 e 14; etc.).
 
Já em Daniel 10:13 e 21; 12:1, Miguel é chamado de “príncipe” e “o grande príncipe”. Em todo o restante das Escrituras, quando não aplicado a seres humanos, o título “príncipe” é usado exclusivamente para Cristo (Js
5:14 e 15; Is 9:6; Dn 8:11 e 25; 9:25; At 5:31) ou para Satanás (Jo 12:31; 14:30; 16:11; Ef 2:12), mas nunca para qualquer outro ser angelical. Em Josué 5:14 e 15, o Senhor Se apresentou a Josué como o “príncipe do exército do Senhor”, aceitando adoração, o que seria uma blasfêmia se esse príncipe fosse apenas um anjo (ver Mt 4:10; Ap 22:8 e 9), e ordenando que Josué tirasse as suas sandálias porque o lugar se tornara santo (ver Êx 3:4-6; At 7:30-33). No próprio livro de Daniel, Cristo é chamado também de “príncipe do exército” (Dn 8:11) e “Princípe dos Princípes” (Dn 8:25).
 
Uma das características básicas do conteúdo profético do livro de Daniel é a “repetição para ampliação”. Cada uma das quatro grandes seções proféticas do livro emprega símbolos diferentes para descrever a mesma seqüência profética, culminando sempre com a manifestação gloriosa de Cristo para a implantação do Seu reino eterno. Essa manifestação de Cristo é simbolizada em Daniel 2, pela pedra cortada sem auxílio de mãos (versos 34 e 35; 44 e 45; comparar com At 4:11; Ef 2:20; I Pe 2:4-8); em Daniel 7, pelo aparecimento do Filho do Homem (verso 13; comparar com Mt 16:27; 24-27 e 30; 25:31 e 32; etc.); em Daniel 8, pelo surgimento do Príncipe dos Príncipes (verso 25; comparar com Ap 19:11-21); e, finalmente, em Daniel 10-12, pela vinda de “Miguel, o grande príncipe, o defensor dos filhos do teu povo” (capítulo 12:1; comparar com Sl 91). Alegar que Miguel seja um simples anjo significa quebrar o paralelismo estrutural do livro.
 
Fundamentados nas semelhanças que a Bíblia apresenta entre as características da missão do Arcanjo Miguel com as de Cristo, podemos concordar com outros comentaristas, como João Calvino e Matthew Henry, que identificam Miguel como Cristo

                                     FIM

Fonte: Sinais dos Tempos, agosto de 1998, p. 29

BAPTISMO PELOS MORTOS


Quem são os espíritos em prisão para os quais Jesus pregou, em I Pedro 3:18-21? O texto está falando da possibilidade de serem batizadas pessoas que já morreram?

Alguns comentaristas bíblicos identificam a pregação aos “espíritos em prisão” mencionada em I Pedro
3:19 como uma suposta pregação de Cristo, após a Sua morte e antes de Sua ressurreição, aos espíritos desencarnados dos antediluvianos. Outros chegam a propor que Cristo foi pregar, após Sua ressurreição, aos anjos maus que haviam sido desobedientes nos dias de Noé.
 
A primeira dessas teorias é inaceitável, pois contraria o claro ensino bíblico (1) de que “aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo, depois disto, o juízo” (Hb 9:27); e (2) de que os mortos permanecem inconscientes na sepultura até o dia da ressurreição (ver Jó 14:10-12; Sl 146:4; Ec 9:5, 10; I Co 15:16-18; I Ts 4:13-15). Seria, portanto, completamente antibíblico pretender que Cristo, enquanto repousava na sepultura ou mesmo após Sua ressurreição, haja descido ao inferno para estender uma nova oportunidade de salvação aos pretensos espíritos desencarnados dos antediluvianos.
 
Já a teoria de que Cristo pregou, após Sua ressurreição, aos anjos maus que haviam sido desobedientes nos dias de Noé não consegue responder satisfatoriamente algumas questões básicas: que necessidade haveria de Cristo pregar aos anjos caídos, sendo que estes já não tinham mais acesso à salvação (Jd 6)? Como conciliar o fato de I Pedro 3:20 qualificar esses “espíritos em prisão” como havendo sido desobedientes “noutro tempo” com o conceito bíblico de que os anjos maus continuam desobedientes até hoje (Ef 6:12; I Pe 5:8)?
 
Analisando detidamente o conteúdo de I Pedro 3:18-21, percebe-se, em primeiro lugar, que a pregação “aos espíritos em prisão” foi levada a efeito por Cristo em Sua condição original glorificada. Esta interpretação é sugerida pela própria construção da frase “morto, sim, na carne, mas vivificado no espírito” (verso 18). A expressão grega traduzida como “vivificado no espírito” (verso 18), tomada isoladamente, pode ser vertida também como “vivificado pelo Espírito” (com referência ao Espírito Santo). Mas quando aplicada especificamente a Cristo, e usada em contraste com a expressão “na carne”, a tradução mais apropriada é “vivificado no espírito”.
 
Nesse caso, “morto sim, na carne” refere-se à condição de humilhação de Cristo durante Sua encarnação; enquanto “vivificado no espírito” é uma alusão ao Seu estado original de exaltação, reassumindo após Sua ressurreição (Rm 1:3-4; I Tm 3:16). Assim, o fato da pregação “aos espíritos em prisão” ser associada no verso 19 ao Cristo “vivificado no espírito” nos impede de ver qualquer cumprimento dessa pregação durante o Seu estado de humilhação ou encarnação.
 
Já os “espíritos em prisão” (verso 19), que foram o alvo da pregação de Cristo, são identificados no verso 20 como sendo os “desobedientes” antediluvianos dos “dias de Noé”. O termo “espírito” (grego pneuma) é usada neste texto, e em outras partes do Novo Testamento (I Co 16:18 e Gl 6:18), como uma referência a pessoas vivas capazes de ouvirem e aceitarem o convite da salvação. Por sua vez, a expressão “em prisão” refere-se obviamente, não a uma prisão literal, mas à prisão do pecado em que se encontra a natureza humana carnal não regenerada (ver Rm 6:1-23; 7:7-25).
 
Diante disso, somos levados à evidente conclusão de que a pregação de Cristo aos antediluvianos impertinentes foi efetivada através de Noé “divinamente instruído” por Deus (Hb 11:7) e qualificado pelo próprio apóstolo Pedro como “pregador da justiça” para os seus contemporâneos (II Pe 2:5).
Pedro evoca, então, à lembrança a analogia de Cristo entre os “dias de Noé” e os últimos dias (ver Mt 24:37-39). Assim como Noé e sua família foram salvos da morte “através da água” do dilúvio pela arca (I Pe 3:20), os cristãos são salvos da morte espiritual através do “batismo” “por meio da ressurreição de Jesus Cristo” (verso 21; ver Rm 6:4-14). Portanto, ovivas, que previamente se arrependeram de seus pecados (At 2:38) e creram em Jesus Cristo (Mc 16:15-16).

                                         FIM

Fonte: Sinais dos Tempos, julho de 1997,

ALTAR DE INCENSO, NO LUGAR SANTO OU SANTISSIMO


Uma vez que o altar de incenso estava localizado no lugar santo do tabernáculo, como Hebreus 9:3 e 4 menciona que esse altar “pertencia” ao lugar santíssimo?

O Antigo Testamento menciona que o altar de incenso estava localizado no Lugar Santo, “diante do véu” que separava o Lugar Santo do Lugar Santíssimo (Êx 30:6; 40:26; 1 Rs 6:22), para que o sumo sacerdote pudesse queimar sobre ele, cada manhã e cada tarde, “o incenso aromático” ao Senhor (Êx 30:7 e 8). 


Embora localizado geograficamente no Lugar Santo, esse altar era tido como pertencendo tecnicamente ao Lugar Santíssimo (Hb 9:3 e 4), pois o incenso sobre ele oferecido era tido como penetrando além do véu, “perante o Senhor” (Êx 30:8).
 

Se o altar estivesse localizado no próprio Lugar Santíssimo, o sumo sacerdote não poderia oferecer sobre ele “incenso contínuo ao Senhor”, cada manhã e cada tarde (Êx 30:7 e 8), pois naquele compartimento o sumo sacerdote só podia entrar “uma vez por ano” (Hb 9:6 e 7), ou seja, no grande Dia da Expiação (ver Lv 16:1-34; 23:26-32). Portanto, mesmo pertencendo ao Lugar Santíssimo, o altar de incenso precisava estar no Lugar Santo para que o sumo sacerdote tivesse acesso diário a ele.
 

FIM

Fonte: Sinais dos Tempos, julho/agosto de 2001. p. 30

PREDESTINAÇÃO


Deus não predestina para a perdição?
Como entender a declaração de que é impossível renovar ‘para arrependimento’ aqueles que ‘provaram o dom celestial’ e ‘caíram’ (Hb 6:4-6)?

Hebreus 6:4-6 fala da extrema dificuldade de se levar ao arrependimento pessoas que rejeitam conscientemente o evangelho, após (1) haverem sido “iluminadas” com a verdade, (2) provarem “o dom celestial”, (3) tornarem-se “participantes do Espírito Santo” e (4) haverem provado “a boa palavra de Deus e os poderes do mundo vindouro”. O texto chega a declarar que “é impossível outra vez renová-los para arrependimento” (verso 6). Vacinados contra uma experiência com Cristo, os que vivem “deliberadamente em pecado”, depois de terem “recebido o pleno conhecimento da verdade” (Hb 10:26), acabam atribuindo muitas vezes a Satanás a própria obra de Deus para leva-los ao arrependimento (ver Mt 12:22-32).
 
Embora, da perspectiva humana, seja “impossível outra vez renová-los para arrependimento”, não podemos jamais esquecer que “os impossíveis dos homens são possíveis para Deus” (Lc 18:27; ver ainda Mt 19:26, Mc 10:27). Sansão havia apostatado e “o Senhor se tinha retirado dele” (Jz 16:20), mas isso não impediu que ele se arrependesse posteriormente de seus atos (Jz 16:28; Hb 11:32). Manassés foi um dos mais ímpios reis do povo de Deus (2Cr 33:1-9), mas mesmo assim o Senhor aceitou posteriormente o seu arrependimento (2Cr 33:10-20). Mas, a despeito destas exceções, a História mostra que grande parte dos que se afastam conscientemente de Deus jamais voltam para Ele.
 
FIM

Fonte: Sinais dos Tempos, novembro/dezembro de 2000, p. 21

terça-feira, 16 de abril de 2013

INTRODUÇÃO ÀS CARTAS DE PAULO 8ª PARTE


8ª PARTE



CARACTERÍSTICAS GEAIS DAS CARTAS. 

É importante olharmos para as cartas de Paulo e perceber que existe nelas características que são como a impressão digital do próprio apóstolo. Pela forma de escrever, de se dirigir aos destinatários, pela maneira de os cumprimentar e se despedir, pelo sentimentos partilhados, acreditamos que todas as 13 cartas, formam um corpo consistente de doutrina e fé, que fortalece a nossa caminhada com Cristo.

Nenhum livro do Antigo Testamento foi redigido sob forma de carta, a diferença era que no AT os profetas transmitiam os oráculos ao povo “Assim fala o Senhor”, enquanto que no Novo Testamento os livros apresentam-se em forma de cartas, cartas estas que os autores escrevem aos destinatários dentro de um espírito de intimidade e afeição 

A verdade é que as cartas não aparecem por acaso, o estilo e o suporte de escrita já era bem diferentes daquele que era utilizado para o texto do Antigo Testamento, antes deste estilo literário ter sido aplicado para o texto sagrado, já era anteriormente usado secularmente como meio transmissão de mensagens, sobretudo num império que precisava receber informações para se manter cueso, neste sentido surgiu escribas versados na redacção deste tipo de cartas. Também o império romano tinha necessidade de propaganda e por isso muitas destas cartas eram abertas escritas para serem lidas em público e outras pessoais para serem lidas por determinadas pessoas ou grupos.  

É interessante perceber que embora utilizemos de forma banal a expressão “Carta de Paulo” ou “Epístola de Paulo” na verdade ambas não são a mesma coisa. Podemos dizer que uma epístola é sempre uma carta, mas nem sempre uma carta é uma Epistola.

A grande diferença é que uma carta destina-se a ser circunstancial, endereçada para responder a uma necessidade precisa, limitada no espaço e no tempo. O seu interesse é restrito dirigido somente àquele que é o seu destinatário. A epístola por sua vez é escrita em forma de carta mas é estruturada de forma a expor a uma pessoa ou a um público os pensamentos filosóficos ou religiosos de seu remetente.

Por exemplo as epistolas do Apostolo Paulo são escritos de circunstancia que nascem de um contexto histórico e que são enviadas a destinatários específicos, para responder a questões colocadas, a corrigir os erros, a exortar, advertir, a louvar e a recomendar pessoas que ele conhecia. No entanto Paulo tem a consciência de poder passar nos seus escritos um ensinamento que passaria as circunstancias e destinatários imediatos. Ele tem consciência que as suas cartas seriam lidas por outras comunidades dentro da cidade.  
Saudai igualmente a igreja que se reúne na casa deles. Saudai meu querido Epêneto, primícias da Ásia para Cristo.” Romanos 16:5
“E, uma vez lida esta epístola perante vós, providenciai por que seja também lida na igreja dos laodicenses; e a dos de Laodicéia, lede-a igualmente perante vós.” Colossenses 4:16  

Na sua grande maioria as cartas eram curtas, no que diz respeito às cartas privadas raramente ultrapassava as 100 palavras, quanto às cartas literárias podiam ir das 150 às 250 palavras escritas numa só folha de papiro. No entanto as cartas de Paulo eram bastante mais longas. (ex: Carta aos Romanos 7101 palavras)

Poderemos dizer que Paulo inventa um novo estilo literário, no sentido em que redige teologicamente as suas epístolas, dirigindo-se a um destinatário particular, mas contando de antemão que tais ensinamentos poderiam ser difundidos a um público mais vasto.

Quanto à estrutura das epístolas, poderemos dizer que são praticamente as mesmas. Ou seja:
- Destinatário
- Saudação (combinação entre a saudação grega e Judia)
- Acções de graça.
- O corpo da carta, varia dependendo do assunto tratado, sendo normal na primeira parte ser uma exposição mais em defesa da verdade bíblica e a segunda parte da carta ser mais a nível prático.
- Na conclusão podemos perceber as saudações e votos que são feitos, assim como a bênção final.

Em algumas cartas podemo-nos aperceber que é o próprio apóstolo Paulo que as escreve por completo: (ex Filemon 1:19 ou Gálatas 6:11) Noutras ele só escreve a parte final. (ex: 2Tss 3:17; 1Co 16:21; Cl 4:18) E finalmente em outras ele faz uso de um secretário. (ex: Rm 16:22)

Uma pergunta interessante de se saber é qual a razão que levou Paulo a não escrever ele próprio todas as suas cartas? Embora não haja uma resposta concreta, foram avançadas várias propostas, uma diz que era por causa da vista, (Gl 6:11) outra que tinha a ver com a confecção de tendas e por isso tinha os dedos bastantes deformados, para poder escrever em papiro, o qual exigia escrita minuciosa. Apesar de não se saber a verdadeira razão, podemos também aceitar a ideia que Paulo conhecendo e percebendo a multiplicidade de dons na igreja tenha usado outras pessoas com o dom da escrita para o ajudarem e assim se dedicar à pregação, o que é um forte argumento visto que os escritos de Paulo são baseadas mais no discurso do que propriamente em cartas.

As cartas de Paulo são geralmente classificadas como os escritos mais difíceis de entender dos livros da bíblia. (2Pd 3:16) Isso deve-se ao facto delas terem algumas características únicas, entre elas a linguagem, o estilo, hábitos literários da época, estado de espírito do apóstolo, e as circunstâncias nas quais nascem os seus escritos. 

Uma das principais fontes utilizadas por Paulo nos seus escritos, são as sagradas escrituras, ali podemos contar pelo menos 90 citações textuais do Antigo Testamento, e pelo menos 63 delas, são introduzidas pela expressão, “segundo o que está escrito, como diz as escrituras” estas utilizações são sobretudo do texto da tradução grega a setenta, muito embora tenha relativa facilidade em utilizar o texto hebraico. Paulo também tem a facilidade de citar de memória.

Outra fonte que o apóstolo utiliza, mas com um peso praticamente insignificante quando comparado com o Antigo Testamento são as de  certos autores seculares. Podemos ver algumas dessas citações em (ex: Ac 17:28; 1Co 15:33; Tt 1:12 ) Em certa medida podemos mesmo concluir que Paulo mesmo sendo um conhecedor da cultura grega, e podendo citar mais autores seculares, ele não o faz, pondo em relevo aquilo que a palavra de Deus já dizia como mensagem.

Outra característica interessante é que na sua época Paulo terá também usado certas palavras de Jesus que não estão nos evangelhos, mas que faziam parte da tradição oral evangélica da altura. (ex: 1Co 7:10 e 9:14; Ac 20:35; 1Tss 4:15)     

Em conclusão deste capitulo poderemos ainda perceber que bem cedo na era cristã, por volta dos anos 65 a 68 d.C. as epistolas de Paulo já tinham sido reunidas e faziam parte da leitura das comunidades por onde Paulo passara. Vemos essa evidência naquilo que Pedro nos deixou em (2Pd 3:15-16) mostrando bem que ele as conhecia, e também aqueles a quem Pedro se estava a dirigir.


Uma nota para dizer que Clemente de Roma no final do primeiro século cita lado a lado a epistola aos Romanos e aos Hebreus como fazendo parte do conjunto de cartas de Paulo (vemos isso em 1 Clemente 33:5 e 36:2) embora não haja informação suficiente para confirmar que Hebreus pertence a Paulo, eu pessoalmente considero que esta carta tenha sido um sermão de Paulo aos sacerdotes que aceitaram Jesus e que foi redigido em forma de carta, por isso Hebreus se torna diferente quer no estilo quer na forma das outras cartas dele.   


FIM  

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NO PRÓXIMO CAPÍTULO COMEÇAREMOS A ESTUDAR
  AS CARTAS PROPRIAMENTE DITAS, ABORDAREMOS A CARTA AOS ROMANOS.    
 

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