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terça-feira, 3 de novembro de 2015

JEREMIAS 19:4-5 - JUDÁ PIOR QUE AS OUTRAS NAÇÕES


A DEGENERAÇÃO DE UMA NAÇÃO

Jeremias 19:4-5
4 Porquanto me deixaram e profanaram este lugar, queimando nele incenso a outros deuses, que nunca conheceram, nem eles, nem seus pais, nem os reis de Judá; e encheram este lugar de sangue de inocentes; 5 e edificaram os altos de Baal, para queimarem os seus filhos no fogo em holocaustos a Baal, o que nunca lhes ordenei, nem falei, nem me passou pela mente.

A descrição que é feita nestes dois textos mostra claramente a degradação moral e espiritual que se abateu sobre a nação Israelita. 

Degradação tal que levou Deus não só a adverti-los como a agir em função das opções que o povo tomara para si próprio. 

No início da formação do povo, quando Deus os libertou da servidão do Egipto, Deus deixou bem claro que era contra as práticas imorais praticadas pelas nações cananeias, e por causa dessas práticas os iria expulsar daquela terra: 
Deuteronômio 20:16-18
16 Porém, das cidades destas nações que o SENHOR, teu Deus, te dá em herança, não deixarás com vida tudo o que tem fôlego. 17 Antes, como te ordenou o SENHOR, teu Deus, destruí-las-ás totalmente: os heteus, os amorreus, os cananeus, os ferezeus, os heveus e os jebuseus, 18 para que não vos ensinem a fazer segundo todas as suas abominações, que fizeram a seus deuses, pois pecaríeis contra o SENHOR, vosso Deus.

O juízo de Deus pelas práticas destas nações as levou à destruição. Alguns factos arqueológicos ajudam-nós a perceber a razão de tal ordem ter sido dada pela parte de Deus.

Em escavações em Gezer, arqueólogos (Palestine Exploration Fund), encontraram ruínas de um "lugar alto", correspondente à época dos cananeus (1500 a.C) que tinha sido um templo, no qual adoravam seu deus baal e sua deusa astorete. Era uma superfície de 50 m por 40m, cercada de muro, sem cobertura, onde os habitantes celebravam suas festas religiosas. Dentro do muro havia 10 colunas de pedra bruta as quais se ofereciam sacrifícios. Sob os detritos, neste lugar alto, os arqueólogos encontraram grande quantidade de jarros contendo os despojos de crianças recém-nascidas, que tinham sido sacrificadas. Outra prática horrível era o que chamavam de sacrifícios dos alicerces era quando iam construir uma casa, sacrificava-se uma criança, cujo corpo era metido no alicerce, a fim de trazer felicidade para o resto da família. Muito disso foi encontrado em Gezer e também em Megido, Jericó e outros lugares. Outrossim, nesse lugar alto, debaixo do entulho, havia grandes quantidades de imagens e placas ornamentais, de asterote, exibindo, grosseiramente exagerados os órgãos sexuais, destinados à provocação de desejos sensuais. Era assim, praticando a licenciosidade como rito, que os povos cananeus prestavam seu culto aos deuses, e também assassinando seus primogénitos, como sacrifício aos mesmos deuses. 

O culto religioso cananeu, estava bem enraizado e desenvolvido, era algo já padronizado no mundo religioso pagão, e Deus não queria que o seu povo praticasse tais abominações. 

Por causa disso Deus muito tempo antes deixará escrito pela mão de Moises, uma ou outra advertência, caso o povo descambasse nessas práticas. 
Deuteronômio 8:19-20
19 Se te esqueceres do SENHOR, teu Deus, e andares após outros deuses, e os servires, e os adorares, protesto, hoje, contra vós outros que perecereis. 20 Como as nações que o SENHOR destruiu de diante de vós, assim perecereis; porquanto não quisestes obedecer à voz do SENHOR, vosso Deus.

A advertencia tinha as mesmas consequências que tinham recaído sobre as nações idólatras quando Israel as conquistou, ou seja a sua destruição assim como das suas cidades e lugares de culto. 

Mais tarde a nação Israelita acaba finalmente por praticar tais abominações, não só copiando o que de mau as outras nações faziam, mas fazendo ainda pior que elas: 
2 Reis 21:11
11 Visto que Manassés, rei de Judá, cometeu estas abominações, fazendo pior que tudo que fizeram os amorreus antes dele...

Este texto fala-nós de um rei que fez tanta coisa errada que conseguiu ser mais imaginativo no mal que as outras nações pagãs.

Apesar das advertências de Deus à nação idolatra de Judá, e de um futuro negro que se avizinhava, ainda poderia ter sido evitado.
“Se em algum momento eu decretar que uma nação ou um reino seja arrancado, despedaçado e arruinado, e se essa nação que eu adverti converter-se da sua perversidade, então eu me arrependerei e não trarei sobre ela a desgraça que eu tinha planeado.” (Jeremias 18.7-8)

Apesar de haver ainda um ponto de retorno, sobretudo com as mensagem de Jeremias, Judá foi em frente numa obstinação cega contra todas as advertências. 

Deus vai então proferir pela boca do profeta Jeremias a condenação de Judá: 
Jeremias 25:11
11 Toda esta terra virá a ser um deserto e um espanto; estas nações servirão ao rei da Babilônia setenta anos.

Deus vai usar o império Babilónico e o seu rei, para O servirem na punição às abominações praticadas por Judá. Deus vai mesmo chamar o rei de uma nação pagã como Babilónia “o seu servo” : 
Jeremias 27:6
6 Agora, eu entregarei todas estas terras ao poder de Nabucodonosor, rei da Babilônia, meu servo...

Mesmo com esta advertência e punição, Deus estava a mostrar misericórdia para com Judá,  isto porque o rei de Babilónia só os iria subjugar durante 70 anos, e está subjugação possibilitaria a que Judá pudesse manter intacta a cidade, e o seu templo:
Jeremias 27:8
8 Se alguma nação e reino não servirem o mesmo Nabucodonosor, rei da Babilônia, e não puserem o pescoço debaixo do jugo do rei da Babilônia, a essa nação castigarei com espada, e com fome, e com peste, diz o SENHOR, até que eu a consuma pela sua mão. ..
11 Mas a nação que meter o pescoço sob o jugo do rei da Babilônia e o servir, eu a deixarei na sua terra, diz o SENHOR, e lavrá-la-á e habitará nela. 12 Falei a Zedequias, rei de Judá, segundo todas estas palavras, dizendo: Metei o pescoço no jugo do rei da Babilônia, servi-o, a ele e ao seu povo, e vivereis. 13 Por que morrerias tu e o teu povo, à espada, à fome e de peste, como o SENHOR disse com respeito à nação que não servir ao rei da Babilônia? 14 Não deis ouvidos às palavras dos profetas, que vos dizem: Não servireis ao rei da Babilônia. É mentira o que eles vos profetizam.

O povo de Deus seria punido estando debaixo do jugo de Babilónia, no entanto, poderiam continuar na sua terra, habitando-a e cultivando-a. 

Sabemos que o último rei de Judá Zedequias, revoltou-se contra o rei de Babilónia, e este veio numa invasão contra Jerusalém, e a destruiu, levando consigo a casa real, como milhares de outros judeus.  

Depois de tantos avisos e de tantas oportunidades, o fim não poderia ser outro, para uma nação que decidiu teimosamente andar pelo caminho errado



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