290. MÁRTIR – JOÃO
Mc 3.17; 9.38; 10.35-38; Lc 9.54; 2 Co 3.18
Que epitáfio poderia ter sido gravado nos túmulos dos heróis
bíblicos! Abraão era "Amigo de Deus"; Enoque, "O Homem que
Andava com Deus"; Davi, "Homem Segundo o Coração de Deus" e
Gedeão, o "Varão Valoroso".
Mas o que eu mais cobiçaria seria a honra concedida ao discípulo
amado, João. A pena da inspiração descreve-o como "Aquele que mais
plenamente refletia a semelhança do Salvador".
João "não possuía por natureza aquela amabilidade de caráter".
O apóstolo do amor nem sempre fora bondoso e amável. Era um dos "filhos do
trovão" (Mc 3.17). Em seu estado natural possuía, sem dúvida, gênio mau,
era impetuoso e dado à critica. Orgulho e ambição estavam com ele. Cobiçava a
mais alta posição no reino de Cristo (Mc 10.35,37). Era presunçoso (Mc
10.38,39), intolerante e impulsivo, acreditava na vingança (Mc 9.38; Lc 9.54).
Nossa vida é moldada pelas pessoas com as quais nos associamos,
freqüentemente. Talvez, de maneira inconsciente, as imitamos em muitas coisas.
Chegamos mesmo a refletir-lhes o caráter.
"Contemplando... a glória do Senhor, somos transformados"
(2 Co 3.18).
291. MÁRTIR - TRILHAS MISSIONÁRIAS NA ÁFRICA
Na África, nos primórdios da obra missionária, certo evangelista
vivia só, numa choupana que levantara com as próprias mãos. Os nativos daquela
região mostravam hostilidade, e ele esperava um ataque a qualquer momento.
Certa manhã, olhando pelas frestas do pau-a-pique, constatou que doze homens,
em círculo, se aproximavam da choupana. Vinham munidos de suas armas rústicas e
se mostravam dispostos à violência. Num ímpeto, pegou o fuzil e verificou que
estava carregado; poderia, com apenas doze balas, liquidar todos e manter-se
vivo. Mas orou a Deus e chegou à conclusão de que, se matasse um daqueles
nativos, nunca mais admitiriam missionário algum para pregar-lhes o evangelho.
Pendurou a arma no gancho e esperou. De repente, veio o assalto. Algumas
bordoadas, mais uns lançados e o missionário rendia a alma a Deus. Felizes com
a facilidade do sucesso, aqueles homens passaram ao saque. Descobriram, então,
a arma carregada e ficaram admirados: "Por que ele não atirou? Teria sido
por causa da religião?" Dias depois, dois nativos daquela tribo procuraram
a igreja cristã da cidade mais próxima, pedindo que lhes fosse enviado um novo
missionário.
292. MÁRTIR - TRILHAS MISSIONÁRIAS NA ÍNDIA
Viveu em Nova Delhi, Índia, um oficial inglês, o coronel Wilayat,
que pregava o evangelho ao povo. Um grupo de fanáticos o seqüestrou e exigiu
que ele recitasse o credo maometano. Negou-se a fazê-lo e se declarou cristão.
Espancado e pisoteado, foi intimado a tornar-se muçulmano. "Jamais! Nunca
negarei meu Salvador, o Senhor Jesus Cristo", confirmou veementemente.
Pouco depois, o golpe seco da espada assassina eliminava seus sofrimentos e
permitia que sua alma subisse para Deus. Mais um mártir do cristianismo.
293. MÁRTIR, SUA FIDELIDADE
Bernard Palissy, nascido em 1510, na França, dedicou-se com todo
vigor à preparação de um esmalte para louça, o que só conseguiu depois de
dezesseis anos de duro trabalho com imensos sacrifícios, chegando ao extremo da
fome, pois teve de queimar os próprios móveis para aquecer o forno, onde fazia
suas experiências.
Chamado a servir no palácio real, ali esteve a serviço dos reis da
França por quarenta e cinco anos. Havia sido acusado de heresia, muitos anos
antes, por ser protestante; aos sessenta e oito anos voltou ao protestantismo.
Desejando evitar que seu grande artista morresse na fogueira, como era a
punição da época, o rei Henrique III foi à Bastilha, onde ele estava preso,
tentar convencê-lo a retratar-se: "Meu bom homem, serviste a mim e a minha
mãe por espaço de quarenta e cinco anos. Não fizemos caso de tua posição
religiosa no meio dos incêndios e das matanças. Mas, agora, sinto-me
constrangido pelo partido que segues e vejo-me obrigado a abandonar-te às mãos
dos teus inimigos; amanhã morrerás queimado". "Senhor",
respondeu o invencível ancião, "estou pronto a dar a minha vida pela
glória do meu Deus!" Palissy morreu logo depois, na prisão, escapando
assim à fogueira (1589 ou 1590).
294. MÁRTIRES
A 28 de março de 1849, quatorze cristãos foram condenados à morte,
em Madagascar. Razão: sua fé em Cristo. A execução da pena revestiu-se de
aspecto áspero e doloroso. Nas cercanias de Atanarivo, à beira de larga rocha,
escancarava-se profundo abismo. Na ponta de uma corda, a vitima era sustida
sobre o despenhadeiro, enquanto o executador perguntava: "Renuncia à
oração?" Ante o enfático "não!" da valorosa resposta, vinha a ordem
final: "Corta!" E mais um crente selava com seu sangue a firmeza de
sua fé.
295. MÁRTIRES - OBEDIÊNCIA A DEUS - OBRA DE DEUS
Dt 31.8
"O Senhor é quem vai adiante de ti: ele será contigo, não te
deixará, nem te desamparará, não temas, nem te atemorizes" (Dt 31.8).
Ao aproximar-se Martinho Lutero da porta prestes a abrir-se, para
dar entrada à presença dos juizes na Dieta de Worms, encontrou-se com o celebrado Jorge de
Freundsburgo. Jorge era um velho e corajoso general, que conduzira seus
soldados contra os exércitos franceses e os pusera em fuga para o Placento, o
que decidiu em alto grau o aprisionamento do rei da França. Este velho general,
ao ver Lutero passar, deu-lhe uma palmadinha no ombro, e, meneando a cabeça,
disse bondosamente: "Pobre monge. Vais tomar agora mais nobre posição do
que eu ou qualquer outro capitão já tenha tomado na mais sangrenta de nossas
batalhas. Mas se tua causa é causa justa e estás certo disto, vai em nome de
Deus, e não temas. Deus não te abandonará". Foi realmente um nobre tributo
rendido pela coragem da espada à coragem do espírito e do coração.
Necessitamos tanto do valor do espírito como da ação. Pensemos na
coragem de Filipe, bispo de Heracléia, o qual, no principio do quarto século,
foi arrastado pelos pés através das ruas, cruelmente açoitado, sendo de novo
levado à presença do governador que o acusou de "obstinada temeridade em
persistir na desobediência ao Decreto Imperial". Ele, porém, respondeu
briosamente: "Meu procedimento não é efeito de temeridade, porém procede
do amor e respeito que tenho para com Deus, que fez o mundo e há de julgar os
vivos e os mortos, e cujos., mandamentos não ouso transgredir. Tenho, até aqui,
cumprido meu dever para com os imperadores, e estou sempre disposto a cumprir
as ordens justas que deles provêm em harmonia com a doutrina de nosso Senhor
Jesus Cristo, que nos manda dar tanto aos Césares como a Deus aquilo que lhes
pertence. Sou, porém, obrigado a preferir o céu à terra, e a obedecer
primeiramente a Deus, e não aos homens".
Eis a espécie de coragem que necessitamos hoje. Conquanto,
maravilhemo-nos ante a coragem dos mártires de outrora, e lembremos que é
preciso ter tanta ou mais coragem para viver para Deus do que para morrer por
Ele.
Que Ele nos ajude a todos a sermos fortes e valorosos, destemidos,
sabendo que Deus é conosco.
296. METAS E PODERES DO CRISTIANISMO
Perguntei, certa vez, ao Prof. Harnack qual era a solução cristã de
determinada questão. Respondeu-me o mestre: "O cristianismo não dá
soluções; oferece uma meta e transmite o poder para se chegar a ela".
Tinha razão o professor. O movimento cristão consiste de ambas as partes: a
meta mais gloriosa apresentada à humanidade, que é o reino de Deus, um reino no
qual não haverá mais pobres, nem classes, nem enfermidades, nem pecados, um
Reino que será, de fato, o ano agradável do Senhor, uma reconstrução mundial; e
o poder para alcançar essa meta gloriosa, que são os recursos do Espírito de
Deus.
Stanley Jones
297. MINISTÉRIO Jo
21.15-17
Anos atrás, numa distante terra missionária, seis meninos nus
brincavam na rua suja de uma aldeia. Sem qualquer educação ou boa criação
doméstica, nada haviam recebido que lhes proporcionasse um fundamento para o
serviço do Senhor. Eram "apenas seis menininhos selvagens". Deus,
porém, tinha os olhos naquelas terras, e reservara-lhes uma obra. Mandou um
missionário à aldeia deles, e, pouco tempo depois, encontravam-se em uma escola
cristã. Que mudança ocorreu em suas vidas! Ficaram limpos por dentro e por
fora. Hoje, em virtude de alguém ter dado ouvidos à ordem do Mestre:
"Apascenta os meus cordeiros", existem seis bravos obreiros de Deus
naquela terra missionária.
Em suas três ordenanças a Pedro, Jesus empregou duas palavras
diferentes para "apascenta". Uma significa exclusivamente alimentar,
mas, no versículo 16, "apascenta" inclui o sentido mais geral de
"cuidar", "velar" ou pastorear". Jesus quer que não só
"apascentemos" espiritualmente os meninos e meninas, mas quer que os "pastoreemos",
conservando-lhes os pés juvenis nas veredas da justiça.
298. MISSÕES Rm
8.26-28
No começo do século XIX, o continente africano estava,
inconscientemente, sendo testemunha de um grande evento. Os colonizadores
estavam abrindo caminho através de uma grande extensão de terras incultas. Entre
eles estava Paulo Kruger, um menino de dez anos, que veio a ser presidente do
Transvaal. A expedição invasora defrontou-se com uma tribo selvagem. Na hora do
combate, um escravo nativo de nome Magata escapou e fugiu para a região Sul,
onde encontrou um missionário cristão.
Magata recebeu forte influência deste homem verdadeiramente cristão,
e manifestou o desejo de voltar ao Transvaal, a fim de pregar o evangelho para
o seu povo. Contudo, ao chegar à província, foi atado a uma carroça, açoitado e
expulso da região.
Em suas peregrinações, ouviu a respeito do presidente da república,
Paulo Kruger que aos dez anos de idade ali chegara com os colonizadores.
Magata escreveu uma carta ao presidente, que lhe concedeu um
santuário em Transvaal. Muito feliz, Magata voltou e estabeleceu a primeira
sociedade, que, desde o seu começo humilde, grandes coisas tem realizado com a
ajuda de Deus.
M. H. Eddy (África do Sul)
299. MISSÕES - TRILHAS MISSIONÁRIAS NA INDIA
O Dr. Pennell, médico missionário na Índia, conta um episódio
interessante da obra de evangelização desse povo.
Em missão diplomática, um oficial inglês se dirigia ao Afeganistão,
quando foi aprisionado. Após seis meses de cárcere, finalmente, foi decapitado
por recusar o maometismo. Seu diário foi enviado às mãos da solícita e
carinhosa irmã, que leu todas as páginas com o coração torturado. Mas o amor de
Cristo dominou seu coração impedindo que ela odiasse os assassinos do irmão.
Sua reação foi diferente.
No hospital dirigido pelo Dr. Pennell, na fronteira afegã, os
enfermos passaram a usar uma cama doada e mantida pela irmã do oficial inglês.
Apesar da costumeira rebeldia dos pacientes, ao saberem da origem da cama,
reagiram de modo favorável ao cristianismo, que produz tal espírito perdoador.
Por causa daquela cama, inúmeras almas já foram conquistadas para Cristo,
confirmando a palavra do apóstolo Paulo: "O amor jamais acaba".
300. MISSOES - TRILHAS MISSIONARIAS DE LIVINGSTONE
O almirante Nelson, na batalha de Aboukir, com as balas silvando ao
seu redor, no convés do navio, exclamou: "Este é um duro mister e pode ser
a última coisa que cada um de nós tenha a fazer neste mundo". Sim! A morte
estava ceifando vidas! "Mas", concluiu o grande marinheiro, "eu
não trocaria este lugar por nenhum outro no mundo!" Era o mesmo que sentia
David Livingstone quando se referia às suas lutas na África: "Jamais fiz
qualquer sacrifício em minha vida!" O que este homem fazia no continente
negro era feito com satisfação: levava Cristo aos que dEle necessitavam.
301. MISSÕES - TRILHAS MISSIONÁRIAS
DE WESLEY
John Wesley preparava-se para seguir com destino à Geórgia, como
missionário entre os índios, quando um descrente tentou dissuadi-lo:
- Mas, que é isso? Missionário entre selvagens? Um novo cavaleiro
andante? Como foi que o quixotismo entrou em sua inteligente cabeça? Com todos
os dons que Deus lhe deu, faria melhor figura aqui mesmo, sem necessidade de
sair a combater moinhos de vento.
Calmo, porém seguro de si mesmo, Wesley respondeu:
- Amigo, se a Bíblia não for verdadeira, eu sou realmente o louco de
sua criação; mas se ela é de Deus, então eu sou o homem de mente mais sã que
possa existir. Não está escrito que todo aquele que tiver deixado casa, ou irmãos,
ou irmãs, ou pai, ou mãe, ou mulher, ou filhos, ou campos, por causa do Seu
nome, receberá muitas vezes mais, e herdará a vida eterna?
302. MISSÕES E DOENÇA
A doença do sono assolava certa região africana; por isso não
havia pregadores do evangelho. Uma jovem muganda, chamada Bakeri, vendo que
aquele povo estava morrendo sem Cristo, ofereceu-se para ensinar às mulheres e
crianças, já que ela amava e conhecia o Salvador. Durante longos e afanosos
meses, andou por toda parte, falando do amor de Cristo. Todavia, a jovem
pregadora veio a adoecer e o mal diagnosticado era a doença do sono. No
hospital, enquanto a doença a consumia lentamente, continuou a obra de
evangelização. Soube aproveitar seus últimos dias, e sem lamentos, serviu ao
seu Senhor e ao seu povo enquanto pôde.
303. MISSÕES: "IDE E PREGAI O EVANGELHO" At 13.1-5
Certo dia, ao romper da manhã, eu estava nas costas da Fenícia e
observava um aeroplano levantar vôo. A bordo daquela aeronave, estava o
evangelista que havia trazido às congregações daquelas terras bíblicas a
mensagem viva do evangelho. Duas horas depois, estaria ele em outro pais, onde
igualmente entregaria a preciosa mensagem.
Quando o aeroplano sumiu-se no horizonte sob o céu de cristal que
cobria o Mediterrâneo, lembrei-me de Paulo e Barnabé que, séculos atrás,
partiram daquela mesma baía. Embarcaram para navegar por semanas e semanas e
visavam chegar às terras pagãs, onde havia pontes para o cristianismo. Não
tinham juntas de missões para sustentá-los, nem levavam nos bolsos cheques de
turismo. A falta destas coisas tão convenientes não os impediu de empreenderem
a viagem.
No mundo moderno, muitas são as oportunidades, conveniências e
estímulos para aqueles que querem ser testemunhas da graça salvadora de nosso
Senhor. A necessidade maior é que sejamos testemunhas de Cristo.
P. C. Krikorian (Líbano)
304. MORTE - SACRIFÍCIO - VIDA
"Disse o Senhor a Noé:
Entra na arca, tu e toda a tua casa na arca, porque reconheço que tens sido
justo diante de mim no meio desta geração" (Gn 7.1).
Em junho de 1770, Porto do Príncipe, capital do Haiti, foi destruído
por um terremoto. Em certa casa, a fiel serva correu para salvar a criança do
seu patrão. Enquanto as paredes ruíam, ela agarrou nos braços a criança, e o
telhado se abateu sobre ela. Os destroços atingiram de cheio a serva fiel, mas
o bebê escapou ileso. O corpo curvado da nobre mulher protegeu o infante, mas
com o sacrifício de sua própria vida. Sua morte foi a salvação do pequenino ser
que se achava aos seus cuidados. Ela morreu a fim de que a criança vivesse.
Igualmente, na morte sacrificial de Cristo nossas vidas são salvas.
305. MUNDO SEM CRISTO - TRANSFORMAÇÃO
A resposta correta à insolente pergunta de Caim - "Acaso
sou eu tutor de meu irmão?" - seria um muito positivo "Sim!"
Indubitavelmente, somos guardadores de nossos irmãos. Temos responsabilidade
para com todos os que entram em contato conosco.
Certo comerciante conservava, na parede de seu escritório, três
mapas. "Antes de eu aceitar Cristo", explicou ele, "como
negociante de imóveis, eu tinha este mapa de várias subdivisões sempre à minha
frente. Só pensava em propriedades. Então, me tornei crente, e pendurei outro
mapa. Este segundo mapa é de meu país e meu estado, e sempre me lembra o dever
que tenho para com a minha comunidade e os habitantes de minha terra. Então,
comecei a pensar em obrigações mais vastas - o campo mundial - e dependurei um
terceiro mapa: o mapa mundi. Este mapa abrange os outros dois. Ele sempre me
lembra que sou guardador de meus irmãos em todo o mundo."
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