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domingo, 17 de janeiro de 2016

TEMAS DIFÍCEIS DA BÍBLIA - DUAS EMBARAÇANTES PASSAGENS RELACIONADAS COM O VINHO



DUAS EMBARAÇANTES PASSAGENS
RELACIONADAS COM O VINHO


“Esse dinheiro dá-lo-ás por tudo o que deseja a tua alma, por vacas, ou ovelhas, ou vinho, ou bebida forte, ou qualquer cousa que te pedir a tua alma; come-o ali perante o Senhor teu Deus, e te alegrarás, tu e tua casa.” Deut. 14: 26.
“Dai bebida forte aos que perecem, e vinho aos amargu­rados de espírito.” Prov. 31: 6.
Limitar-nos-emos ao que diz o Comentário Adventista e a uma ligeira alusão de Adão Clarck.
O que escreveram os teólogos e comentaristas adventis­tas sobre Deut. 14: 26.
“Bebida forte, o vinho e a bebida forte aqui menciona­dos eram ambos fermentados. Em tempos passados Deus fre­qüentemente tolerava a grosseira ignorância responsável por práticas que Ele nunca pôde aprovar. Mas finalmente veio o tempo quando, em cada ponto, Deus ordenou a todos os ho­mens que se arrependessem (Atos 17: 30). Então aqueles que persistissem em suas práticas, a despeito do conselho e adver­tência não mais teriam uma desculpa para seu pecado (João 15: 22) ‘Se eu não viera, nem lhes houvera falado, pecado não teriam; mas agora não têm desculpa do seu pecado.’

No seu procedimento anterior eles não tinham pecado e Deus não os considerava totalmente responsáveis, embora suas obras estivessem afastadas do ideal. Sua longanimidade é ex­tensiva a todo aquele que não sabe o que está fazendo (Luc.23: 34). Como Paulo que perseguia a Igreja ignorantemente na incredulidade eles podem obter misericórdia.”

Depois de falar que Deus suportou a escravatura e a poli­gamia, coisas contrárias aos princípios divinos o SDABC assim conclui:

“Assim foi com o ‘vinho’ e ‘bebida forte’.    A ninguém era estritamente proibido beber, exceto os engajados em deveres religiosos e talvez também na administraçâo da justiça (Lev. 10: 9; Prov. 31: 4). Os males do ‘vinho’ e da ‘bebida forte’ fo­ram claramente indicados, o povo aconselhado a abster-se de­les (Prov. 20: 1;  23: 29 a 33), e uma maldição pronunciada sobre aqueles que induzissem outros a abusar da bebida (Hab 2:15). Mas Paulo coloca diante de nós o ideal declarando:

‘Portanto, quer comais, quer bebais, ou façais outra cou­sa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus.’ (I Cor. 10: 31), e informa que Deus destruirá aqueles que desonram seus cor­pos (I Cor. 3: 16-17). Cousas intoxicantes destroem o templo de Deus e seu uso não pode ser considerado um meio de o glo­rificar (I Cor. 6:19-20: 10: 31). Paulo abandonou o uso de cada coisa prejudicial ao seu corpo (I Cor. 9: 27). Não há des­culpa hoje para o argumento de que não há nada intrinsecamen­te errado no uso de bebidas intoxicantes, baseando-se no fato de que uma vez Deus as permitiu. Como já foi notado, Ele tam­bém permitiu uma vez a escravatura e a poligamia. A Bíblia adverte que os bêbados não herdarão o reino de Deus (I Cor.6:10).”

Sobre Prov. 31: 6 este mesmo Comentário tece as seguin­tes consideracões:

“Pronto para perecer. Sem o conhecimento de narcóti­cos possuído pelos médicos hoje, os antigos tinham freqüen­temente apenas várias misturas de bebidas intoxicantes e pre­parações de ervas narcóticas com as quais insensibilizavam as dores de doenças fatais. Àqueles que eram crucificados, no tempo de Cristo, ofereciam-lhes uma mistura de vinagre e fel. Nosso Senhor recusou beber aquela mistura. Ele desejava uma mente clara para resistir á tentação de Satanás e conservar for­te Sua fé em Deus.”

Adão Clarke apresenta esta mesma idéia sobre Provérbios 31: 6, apenas usando vocabulário diferente:

“Dai bebida forte para aquele que está morrendo. Já temos visto que bebidas embriagantes eram misericordiosamente dadas aos criminosos condenados, para torná-los menos sensíveis às torturas que enfrentariam na morte. Isto é o que foi ofere­cido a nosso Senhor, mas Ele recusou.”

Do matutino paulista “O Estado de São Paulo” de 22-1-1984, retirei a seguinte nota:

“A História nos cientifica que no tempo de Napoleão a po­breza da farmácia não oferecia muitas possibilidades de aliviar os sofrimentos dos feridos, Não lhes era oferecida senão uma esponja embebida em suco de ópio para sugar.”

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6 - TEMAS DIFÍCEIS DA BÍBLIA - A PREDESTINAÇÃO BÍBLICA AQUI      
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8 - TEMAS DIFÍCEIS DA BÍBLIA -O VINHO NA BÍBLIA AQUI

9 - TEMAS DIFÍCEIS DA BÍBLIA - DUAS EMBARAÇANTES PASSAGENS RELACIONADAS COM O VINHO AQUI

TEXTOS DIFÍCEIS DA BÍBLIA - O VINHO NA BÍBLIA



O VINHO NA BÍBLIA

Introdução


A finalidade deste estudo é pesquisar no Livro Santo para saber o que ele tem a nos dizer sobre o uso do vinho.

Se a Bíblia não se pode contradizer em seus ensinos, co­mo iremos harmonizar declarações aparentemente contraditó­rias como estas: o uso do vinho é uma maldição, o uso do vinho é uma bênção. Essa aparente contradição escriturística levou os editores de O Nova Dicionário da Bíblia a afirmarem: “Esses dois aspectos do vinho, seu emprego e seu abuso, seus benefí­cios e sua aceitação aos olhos de Deus e sua maldição estão en­trelaçados na trama do Antigo Testamento de tal modo que o vinho pode alegrar o coração do homem (Sal. 104: 15) ou pode fazer a mente errar (Isa. 28: 7). O vinho pode ser associado ao regozijo (Ecl. 10: 19) ou à ira Isa. 5:11): pode ser usado para descobrir as vergonhas de Noé (Gên. 9: 21) ou. nas mãos de Melquisedeque pode ser usado para honrar a Abraão (Gen..14:18).”

Se estas duas possibilidades antagônicas provêm do vinho é fácil concluir que a Biblia apresenta duas espécies distintas de vinho. A primeira espécie seria o vinho não fermentado, o puro suco de uva que pode ser uma bênção. A outra espécie é o vinho fermentado, intoxicante, causador de muitos problemas sociais como discórdia, miséria, destruição da vida, por isso vários escritores bíblicos o condenaram com veemência

O que diz a Bíblia? O que dizem os exegetas e os comen­taristas sobre este problema?


O Vinho no Velho Testamento

Três vocábulos distintos são empregados no Antigo Testa­mento para designar três espécies de vinho.

1o.) Yayin — Gên. 9:21.

E o mais usado, porque aparece nada menos de 140 vezes. Esta palavra é empregada indistintamente sem considerar se o vinho é fermentado ou não.

2o.) O segundo vocábulo é tirôsh, empregado 38 vezes. Ao contrário da palavra anterior, esta indica que o vinho não é fermentado!  Algumas vezes é traduzido como vinho novo ou “mosto”. Deut. 12:17.

39) Shekar é a terceira palavra usada. Tem a conotação negativa, normalmente é traduzida por bebida forte. Os escri­tores do Velho Testamento a empregam 23 vezes. Prov. 31: 6
“Dai bebida forte (shekar) aos que perecem, e vinho (yayin) aos amargurados de espírito.”

Seria interessante saber que na Septuaginta (tradução do hebraico para o grego, feita por setenta sábios judeus) a pala­vra “oinos” foi empregada para traduzir as hebraicas Yayin e tirôsh, mas nunca para shekar ou bebida forte.
                                                                      
Seventh-day Adventist Bible Dictionary, pág. 1.150 de­clara com muita propriedade:
“Arão e seus filhos, os sacerdotes, foram estritamente proi­bidos de beber vinho ou bebida forte ao entrarem no tabernácu­lo para ministrar diante do Senhor (Lev. 10: 9). Os nazireus eram igualmente proibidos de usar vinho enquanto estivessem debaixo do voto (Núm. 6: 3, 20; confira Juízes 13: 4-7). Os recabitas viveram um exemplo digno de nota de abstinência permanente do vinho, aderindo estritamente ao mandamento de seu ancestral, Jonadabe, para abster-se dele (Jer. 35: 2, 5, 8, 14). O livro de Provérbios está repleto de advertências contra indulgência com o vinho e bebida forte (veia capítulos 20: 1; 21: 17; 23: 30, 31; 31:4 etc). O vinho zomba daqueles que o usam (cap. 20: 1), e os recompensa com ais, dores, lutas e feri­das sem causa (cap. 23: 29, 30). ‘No seu fim morderá como uma serpente, e picará como um basilisco’ (v. 32). O profeta Isaias declarou: ‘Ai dos que são heróis para beber vinho, e valentes para misturar bebida (Isa. 5: 22). Daniel e seus compatriotas deram um digno exemplo pela recusa de beber o vinho do rei (Dan. 1: 5, 8, 10-16). Ao jejuar posteriormente, Daniel abste­ve-se de carne e vinho (cap. 10: 3).”
Não é possível terminar esta parte do comentário, sem enfatizar mais uma vez: existem no Velho Testamento as mais variadas advertências dos grandes perigos advindos do uso do vinho e bebidas fortes. Dentre estas advertências as que mais se agigantam são as apresentadas por Salomão no livro de Pro­vérbios (20: 1;20,21 e 30).


Vinho em O Novo Testamento


As referências ao vinho nesta segunda parte da Bíblia são mais escassas do que as encontradas no Velho Testamento.
Os escritores do Novo Testamento também empregaram três vocábulos gregos que podem ser traduzidos para a nossa língua por vinho: “oivoç”(escrito em grego) —  oinos; “o’ ikepa”( escrito em grego) síkera;   gleukoV  gléukos.  Destas três a mais usada é oinos (aparece 36 vezes) tendo o mesmo sentido de yayin no hebraico, e que na Septua­ginta, como já vimos traduz também o hebraico tirôsh. A pala­vra síkera aparece apenas uma vez em Luc. 1: 15 “João Batista não bebia vinho (oinos) nem bebida forte (síkera).” De modo idêntico o vocábulo gléukos só foi usado uma vez em Atos 2: 13. Outros zombando diziam: “Estão cheios de mosto (gléukos).”

O principal problema no estudo do vinho é este: embora a língua grega seja especialista em empregar palavras distintas para idéias diferentes, ela não possui uma palavra para vinho com álcool e outra para vinho sem álcool. O Novo Testamen­to emprega oinos tanto para o vinho fermentado como não fermentado.


O Vinho Usado por Jesus na Última Ceia


Podemos afirmar com certeza que o vinho usado por Jesus nesta ocasião não era fermentado. Esta afirmação é conclusiva da Bíblia pelo seguinte:

Na cerimônia da páscoa não devia haver fermento em ne­nhum compartimento da casa, desde que este é o símbolo do pecado. Se os pães asmos não continham fermento como o próprio nome indica, é fácil concluir que o vinho também não podia conter fermento. A leitura das seguintes passagens nos levam a esta conclusão: Gên 19: 3; Êxodo 13: 6-7; Lev. 23: 5-8: Luc. 22: 1. Tanto o vinho da ceia como o das bodas em Caná da Galiléia não era fermentado, porque Jesus jamais acei­taria partilhar daquilo que é tão fortemente condenado na Bí­blia.

Todas as igrejas cristãs tradicionais conservam o costume de usar o vinho sem fermento para simbolizar o sangue de Cris­to, oferecido por nós na cruz, para remissão de nossos pecados.



Estudo de Duas Passagens

1.   I Tim. 3:8.

“Não inclinados a muito vinho.”

Embora este conselho de Paulo seja difícil de ser explica­do, se pensarmos bem sobre ele, e se o pesquisarmos em fontes sadias, concluiremos o seguinte:

O termo grego usado é oinos, empregado em O Novo Tes­tamento, como já vimos, para o vinho fermentado e não fermen­tado. Se Paulo aqui se refere ao vinho fermentado, ele está em contradição com suas próprias declarações concernentes ao cui­dado do corpo (1 Cor. 6:19 e 10: 31) e em oposição à orienta­ção geral da Bíblia no tocante a bebida intoxicantes (Prov. 20:1: 23: 29-32; João 2: 9). Como bem pondera o Comentário Ad­ventista, se sua referência era ao uso do suco de uva não havia necessidade desta advertência.

Neste conselho Paulo adverte aqueles que exercem lideran­ça dentro da comunidade cristã para não incorrerem neste ví­cio, porque este os incapacitaria para o correto desempenho de sua tarefa.

Estas e outras passagens correlatas seriam bem compreen­didas quando se pondera no seguinte: Deus deseja o nosso afas­tamento das bebidas com álcool, mas o ser humano     muitas ve­zes, se afasta desta orientação, daí a constante advertência dos mensageiros de Deus para que os seus filhos o evitem.


II.     A Problemática Passagem de I Tim. 5:23.

Os defensores da abstinência total tem se preocupado mui­to com esta passagem. Se o verso de I Tim. 5: 23 for analisado no seu contexto ele jamais deverá ser usado como liberalizador do uso do vinho fermentado.

The Interpreter’s Bible, vol. XI, pág. 445 comentando este verso declara:

“Sendo que na ocasião o vinho era considerado como medi­cinalmente útil na cura de uma variedade de doenças, a prática da abstinência total significa renúncia ao vinho não apenas com uma bebida, mas também como um remédio. Esta prática é pre­judicial, diz o autor: Tendo Timóteo um estômago fraco ou por causa de suas freqüentes enfermidades, ele não devia hesitar em usar um pouco de vinho”.

“O verso ilustra muito bem o senso comum, o ponto de vista moderado do autor. Ele não defende nenhum vinho como prazer. A religião é demasiado séria para isto. Mas quando ela chega a recusar remédio, ele traça-lhe um limite.”

O SDABC apresenta sobre esta passagem os seguintes escla­recimentos:

“Alguns comentaristas crêem que Paulo aqui defende o uso moderado de vinho fermentado para propósito medicinais. Chamam a atenção para o fato de que aquele vinho assim tem sido usado através dos séculos.

Outros sustentam que Paulo se refere ao suco de uvas não fermentado, arrazoando que ele não daria conselho inconsisten­te como o resto das Escrituras, que advertem contra o uso de bebidas intoxicantes (veja Prov. 20:1; 23: 29-32).” vol. VII, pág. 314.

O estudo da passagem de 1 Tim. 5: 23 nos leva à conclu­são de que neste caso Paulo está tratando de um caso isolado e especial —  um problema de doença. Em suas demais epísto­las ele sempre defendeu total abstinência do vinho, como nos comprovam Rom. 14: 21 “. . . é bom não beber vinho   . Efé­sios 5::18  “...Não vos embriagueis com vinho...”

Não é justo alguém apoiar-se nesta passagem para defender o uso do vinho com álcool.

Do excelente folheto “Vinho”, de autoria de Walter G. Borchers, destacamos estas judiciosas palavras concernentes a este verso:

“Os que querem beber vinho que contém álcool, não obs­tante a proibição bíblica, no seu desespero lançam mão, por úl­timo, de um só texto (eu diria dois, sendo o outro 1 Tim. 3: 8), a saber, 1 Tim. 5: 23. Mas, vamos ao texto. Descobriremos logo que o jovem pregador Timóteo, que conhecia as Sagradas Escri­turas desde a sua infância, era um consciencioso e rigoroso abs­têmio; também, que ele tinha a infelicidade de não andar bem de saúde, tendo estômago fraco e sofrendo freqüentes indispo­sições; e que S. Paulo lhe aconselhou o uso de um pouco de vi­nho, como remédio, por causa dessas suas enfermidades.

“Se olhássemos para o texto pelo prisma dos apologistas do vinho, diríamos: parece que S. Paulo, como algumas pessoas de hoje, que não acompanham a ciência moderna, pensava que o uso de ‘um pouco de vinho’, como remédio, embora fermen­tado, talvez fizesse bem.

“Notemos, porém, que o termo ‘oinos’, usado neste texto, sendo empregado, às vezes, no sentido de vinho doce, não diz com clareza se era vinho novo e doce ou fermentado, o que Timóteo devia usar; mas mesmo que fosse vinho fermentado, existe muita diferença entre o uso de um pouco, no caso de doença, e o beber vinho fermentado de preferência ao novo e doce, sob uma infinidade de pretextos fúteis, desprezando as­sim a Palavra de Deus, que, no Velho Testamento, proibe, em 134 textos diferentes, o uso do vinho fermentado, e no Novo Testamento, coloca na categoria de libertinos, idólatras, maldi­zentes. adúlteros, ladrões e assassinos, os bebedores de vinho dessa qualidade (I Cor. 6: 9 e 10; Gál. 5:19-21; etc., etc.), dei­xando bem claro que os bêbados não herdarão o reino de Deus.” pág. 9 e 10.


Quais Seriam as Razões Fundamentais Indicadas

pela Palavra de Deus para que Seus Filhos

se Abstenham de Bebidas Alcoólicas?

Uma resposta segura e abalizada se encontra no artigo O Consumo de Vinho do Ponto de Vista Bíblico de L. E. Froom, de onde extraímos os seguintes passos:

“Transportando agora todos os tipos e figuras, que alguns poderiam minimizar, passamos à plena admoestação de Deus sobre o cuidado e a proteção que devemos dedicar ao nosso corpo, e à razão relativa disso. Descobrimos que de nosso cor­po é declarado ser o ‘templo de Deus’ três vezes e a habitação do Espírito Santo. Não devemos contaminar este templo com bebidas e alimentos proibidos, mas conservá-lo santo, para não sermos destruídos quando todos os maus forem exterminados. Paulo enuncia isto em I Coríntios: ‘Não sabeis vós que sois san­tuários de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós? Se alguém destruir o santuário de Deus, Deus o destruirá’. 1 Cor.3: 16, 17.

“No sexto capítulo declara que somos ‘templos do Espí­rito Santo’, o qual não tem qualquer parentesco com o álcool e a embriaguez. Devemos glorificar a Deus com este corpo que é redimido em virtude do sangue de Cristo: o nosso corpo de­ve ser cuidado como lugar de habitação de Deus. 1 Cor. 6: 19, 20.

“Enfim, o apóstolo Paulo repete a admoestação divina afirmando que nós somos o templo de Deus vivente, no qual Ele faz morada. Por isso devemos ser separados como o eram os nazireus da antiguidade. Não devemos tocar aquilo que é impuro, mas antes purificar-nos de toda imundícia e aperfei­çoarmo-nos na santidade. Agora e para sempre devemos ser possessão divina, pois é o que Deus espera de nós Ver II Cor. 6:16-17.” O Atalaia, Maio de 1977 págs. 6e 7.

A sábia orientação divina consiste em advertir-nos, seria­mente, para os perigos e as nefastas conseqüências das bebidas. Os apreciadores de vinho não deviam ingeri-lo justificando es­te desejo com exemplos bíblicos.  Em vez de assim fazê-lo de­viam meditar bem que esta fraqueza poderá levá-los à embria­guez, que está arrolada na Bíblia entre as obras da carne, que nos excluem do reino dos céus. (Gál. 5: 21; 1 Cor. 6:10).

As Escrituras o condenam com veemência em muitas pas­sagens, como os versículos 29 e 35 do capítulo 23 de Provér­bios, por conseguinte, todas as bebidas alcoólicas, logo ninguém deve ingeri-las escudado na Palavra de Deus.


Conclusão


Diante da exposição feita a única conclusão a que deve­mos chegar deve ser esta:

A sábia lição aos sacerdotes no santuário: o edificante exem­plo dos nazireus; as ponderadas advertências de Salomão; e a orientação divina no caso de João Batista; as oportunas exor­tações do apóstolo Paulo com respeito a ser o nosso corpo O templo do Espírito Santo; a moral elevada que deve ser segui­da na vida dos verdadeiros cristãos, tudo nos leva a afirmar: a abstinência do vinho ou de qualquer bebida alcoólica é o cami­nho seguro e o ideal proposto por Deus para os seus filhos em todas as idades e através de todas as épocas.

Conquanto o uso do álcool como bebida não seja condena­do per si na Bíblia, os princípios de saúde esboçados nas pági­nas sagradas e os horríveis exemplos, tais como os de Nabal dão autenticidade ao conselho dado por Ellen G. White de que “a única atitude segura é não tocar, não provar, não manejar.” A Ciência do Bom Viver, pág. 335. Ela acrescenta que “a total abstinência é a única plataforma sobre que o povo de Deus po­de conscienciosamente firmar-se.” Testimonies, vol. 7, pág. 75.
—        Comentário da Lição da Escola Sabatina, 21-5-1983, pág. 120.

MAIS TEMAS DIFÍCEIS

1-  TEMAS DIFÍCEIS DA BÍBLIA: PORQUE ESTUDAR GREGO E HEBRAICO? AQUI
2-  TEMAS DIFÍCEIS DA BÍBLIA - JUSTIFICAÇÃO SANTIFICAÇÃO E GLORIFICAÇÃO AQUI
3 - TEMAS DIFÍCEIS DA BÍBLIA - FÉ E OBRAS AQUI
4 - TEMAS DIFÍCEIS DA BÍBLIA - LEI E GRAÇA AQUI     
5 - TEMAS DIFÍCEIS DA BÍBLIA - A LEI E O EVANGELHO SEGUNDO LUTERO AQUI   
6 - TEMAS DIFÍCEIS DA BÍBLIA - A PREDESTINAÇÃO BÍBLICA AQUI   
7 - TEMAS DIFÍCEIS DA BÍBLIA - O BATISMO COM ÁGUA COM FOGO E COM O ESPÍRITO SANTO AQUI   
8 - TEMAS DIFÍCEIS DA BÍBLIA - O VINHO NA BÍBLIA AQUI


TEXTOS DIFÍCEIS DA BÍBLIA - BATISMO COM ÁGUA, COM FOGO E COM ESPIRÍTO SANTO




BATISMO COM ÁGUA, COM FOGO E COM
ESPIRÍTO SANTO

(Batismo de João e Batismo de Jesus)


De acordo com Mateus 3:11 há três tipos de batismo:

“Eu vos batizo com água, para arrependimento; mas aquele que vem depois de mim é mais poderoso do que eu, cujas sandálias n5o sou digno de levar. Ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo.”

Que é Batismo?

Para os adventistas o batismo não é um sacramento no senti­do em que o aceita a Igreja Católica.

Que é sacramento?

O Catecismo Romano, pág. 209, § 3, letra D, referindo-se aos sacramentos afirma:

“Deus os instituiu com a virtude, não só de simbolizar, mas também de produzir alguma coisa. . . São sinais de instituição

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divina, e não de invenção humana, que possuem também a virtu­de de produzir os santos efeitos que simbolizam. Assim cremos com fé inabalável”

Para os teólogos católicos romanos o batismo é uma ablução que lava o corpo e purifica a alma da mancha do pecado. Esta declaração não se harmoniza com afirmações bíblicas que nos es­clarecem que é o sangue de Cristo que nos limpa de todo o pecado. 1 Ped. 3:21; 1 João 1:7.

Como igreja cremos ser o batismo não um sacramento, mas um compromisso de lealdade como escreveu Ellen G. White na carta 129, do ano de 1903: “Ao se submeterem os cristãos ao so­lene rito do batismo, Ele registra o voto feito por eles de Lhe se­rem fiéis. Esse voto é o seu compromisso de lealdade.”

O  batismo é um requisito importante no plano da salvação por simbolizar a morte, sepultamento e ressurreição de Cristo.

F a porta de entrada para a igreja.

Ë o processo pelo qual nos tornamos membros da família de Deus.

O batismo é um ato de fé, por isso como igreja não aceita­mos o batismo infantil.

Nos escritos de Paulo é o sinal da comunhão espiritual que deve existir entre o crente e Cristo. O batismo é um testemunho público de que o batizando aceitou a Cristo como Seu Salvador pessoal.

E um sinal externo do verdadeiro arrependimento do pecado e a manifestação de um desejo íntimo de ser purificado.

Pode ainda ser definido como uma manifestação de fé, do

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crente, na morte propiciatória de Cristo.

“Simboliza o batismo soleníssima renúncia do mundo, Os que ao iniciar a carreira cristã são batizados em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo, declaram publicamente que renuncia— ram o serviço de Satanás, e se tornaram membros da família real, filhos do Celeste Rei.” Evangelismo, pág. 307.

O batismo em o Novo Testamento é o sinal externo de que a pessoa aceitou o plano divino para sua salvação, assim como a circuncisão o era entre Deus e os israelitas do Velho Testamento. Em outras palavras, o rito da circuncisão foi substituído na Era Cristã pelo batismo, como nos informa Paulo em Col. 2:11 e 12.


Modos Diferentes de Batizar

Há três maneiras diferentes de batizar: por imersão, aspersão e afusão.
Imersão é o ato de imergir, mergulhar, fazer penetrar, afun­dar, banhar.

Aspersão é o ato de aspergir, respingar, borrifar, orvalhar.

Afusão quer dizer derramamento.

Encontra-se na Bíblia justificação para qualquer um dos três processos?

Se o batismo é uma comemoração da morte, sepultamento e ressurreição de Cristo (Rom. 6: 3; Col. 2: 12), apenas uma ma­neira pode representar com fidelidade esses aspectos da vida de nosso Salvador. A maneira bíblica de batizar foi apenas por imersão. Confirmam este processo o batismo de Cristo e o da igreja primitiva.

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A Bíblia de Jerusalém (tradução católica) traz a seguinte no­ta para Bom. 6:3:

“O ‘banho’ por imersão na água (sentido etimológico de bati­zar) sepulta o pecador na morte de Cristo (Gol. 2: 12), de onde sai com ele pela ressurreição (Bom. 8: 22), como nova criatura (I Cor. 5:17), homem novo (Efés. 2: 15)...

Atos 8: 36 e 38, são passagens muito evidentes, na indicação do batismo por imersão. Se apenas um pouco de água é suficiente no batismo por aspersão, não haveria necessidade de Filipe e o eunuco procurarem um lugar de água abundante. No verso 38 le­mos: ambos desceram á água”. Há traduções que trazem desceram para dentro da água. Que esta tradução é melhor confir­ma-se pelo verso 39, que diz “saíram da água”. Para sair da água é necessário primeiro nela entrar.

O comentário que Mathew Henry, faz deste verso, é um exemplo frisante para comprovar aonde pode chegar a influên­cia de idéias preconcebidas: “desceram à água, porquanto não tinham em sua posse qualquer vaso conveniente, pois estavam de viagem), com que tirar a água; e por isso tiveram de descer à mesma. Não que se tivessem despido, e tivessem entrado nus na água, mas, estando descalços, de conformidade com o costume, desceram talvez até aos tornozelos ou o meio da canela, e Feli­pe o aspergiu.”

Seguem-se alguns pensamentos muito úteis sobre o batismo, apresentados por Colin Brown:

“A despeito de asseverações ao contrário parece que ‘bapti­zo’, tanto em contextos judaicos como nos cristãos, normalmen­te significa ‘imergir’, e que, mesmo quando veio a ser um termo técnico para o batismo, o pensamento de imersão permanece.

O batismo de João. João administrava um ‘batismo de arre­-
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pendimento para remissão de pecados’ (Marc. 1; 4), antecipando o batismo no Espírito e em fogo que o Messias exerceria (Mat.3:10).”

“O batismo em Cristo é batismo para a igreja, porque estar em Cristo é ser membro do corpo de Cristo (Gál. 3: 27 e segs.; 1 Cor. 12: 13).

“O batismo em Cristo é para uma vida segundo o padrão da morte de Cristo para o pecado e Sua ressurreição para a retidão.

“Sendo que o batismo significa a união com Cristo (Gál. 3: 27), tudo quanto Cristo tem operado em prol do homem nos Seus atos de redenção, e tudo quanto Ele outorga a ele em virtu­de dos mesmos, é associado com o batismo nos escritos apostó­licos.”

A Igreja Adventista administra o batismo por imersão escu­dada nas seguintes premissas:

1o.) O verbo batizar no original grego baptizo, significa imergir, mergulhar, submergir, como nos confirma a própria história profana.

2o.) A narração dos batismos apresentados em o Novo Tes­tamento são evidência de que as pessoas eram imersas.

Confiramos:

a)     Mat. 3: 6: Muitas pessoas eram batizadas por João no rio Jordão.

b)     Mat. 3:16: Batizado Jesus saiu logo da água.

O  apóstolo João (3: 23) afirma: Ora, João estava tam­bém batizando em Enom, perto de Salim, porque ha­-                 
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via ali muitas águas.

c) A referência ao batismo do eunuco etíope Atos 8: 38 e 39.

d)     O simbolismo paulino de Rom. 6: 4 é uma confirmação evidente de que para ele, batismo significa imersão.

Para o Professor Jorge E. Rice batismo é:

1o.) A porta de entrada na igreja. Os que ouviram o sermão pentecostal de Pedro perguntaram: Que faremos irmãos? Respon­deu-lhes Pedro: Arrependei-vos e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo. Atos 2: 37 e 38...

Lucas diz ainda mais: Acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia, os que iam sendo salvos. Atos 2:47.

2o.) Porta de entrada para comunhão e relacionamento ínti­mos com Cristo.

Ele nos chama a atenção para a preposição grega ‘eis’ e não ‘en’ usada por Paulo para denotar o objetivo buscado e alcançado pelo batismo. Rom. 6: 3 e 4. A preposição ‘eis’ indica reciproci­dade e não repouso.

39) A porta de entrada no Concerto.

Sendo a circuncisão o sinal entre Deus e Seu povo no Velho Testamento; o batismo representa a circuncisão espiritual do co­ração, e uma relação salvífica com Jesus. Afirmação alicerçada em Col.2:11 e 12.~2

O Significado do Batismo


1) “O significado central do Batismo é a participação na

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morte e ressurreição de Cristo. O Batismo com o qual o próprio Jesus foi batizado, segundo Marcos 10: 38, fornece-nos a chave para o entendimento comum deste tema. Jesus começou por so­lidarizar-se com os pecadores, no seu batismo no rio Jordão, e prosseguiu a sua carreira terrena nos caminhos do Servo Sofredor, através da sua paixão, morte e ressurreição. O Espírito que desceu sobre Jesus no batismo, desce também sobre a Igreja e une o Seu povo com Ele na Sua morte e ressurreição, no batismo e através da ação batismal. O nosso batismo une-nos com Cristo que to­mou sobre si mesmo os nossos pecados e os de todo o mundo, para que esses pecados pudessem ser perdoados e apagados, abrin­do-nos as portas para uma vida renovada.

2) No Batismo, administrado com água e em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, para remissão de pecados, somos batizados por um Espírito em um corpo. Em nosso Batismo, o Espírito do Pentecostes une-nos ao corpo de Cristo que é a Sua Igreja, e é recebido por aqueles que crêem em Jesus Cristo. Ad­ministrado em obediência à ordem de Nosso Senhor, é sinal e selo do nosso discipulado. Este batismo único, que nos coloca em comunidade com Cristo e uns com os outros, põe fim a toda segregação humana baseada, por exemplo, em diferenças de raça ou de classe.” 3


Diferença do Batismo com Água, com Fogo e com
o Espírito Santo

A mensagem de João Batista, declarando que Cristo bati­zava com o Espírito Santo e com fogo, assim como ele batiza­va com água, tem ensejado muita discussão e até acalorados de­bates entre os cristãos.

O batismo com água é um símbolo da operação feita pelo Espírito Santo de acordo com Tito 3:5 e I João 5:6,8.

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Quando se dá o Batismo no Espírito Santo?

Três idéias diferentes têm sido apresentadas:

19) Quando cremos;

29) Quando somos batizados nas águas;

39) Quando Deus julgar necessário.

Elemer Hasse discute as três, mostrando pela Bíblia, as pos­sibilidades e impossibilidades de cada uma delas.

De suas declarações, a mais importante é esta:

“Jesus recebeu o Espírito Santo logo após o batismo no Jor­dão (Marc. 1: 10-12; Luc. 4: 1, 18); os crentes de Cesaréia e o apóstolo Paulo, antes (Atos 10: 44-48; 9:17-18); os discípulos, os irmãos de Samaria (Atos 8: 12-17) e os de Éfeso (Atos 19: 4-6) receberam o batismo do Consolador depois do batismo nas águas (os discípulos, anos depois)”4


Leia atentamente a seguinte declaração:

“O batismo no Espírito ou a conversão, precede de modo ideal o batismo na água.”

Este é uma demonstração externa da mudança que ocorreu no coração. O verdadeiro crente é nascido do Espírito (5. João 3: 5, 6); o Espírito é o Instrumento selador (Efés. 1:13, 14); e o Espírito é dado a ele com penhor ou garantia e uma perma­nente lembrança de que ele pertence a Deus (II Cor. 5: 5)”5

Os pentecostais usam as passagens de Atos 2: 1 —. 13; 8: 4-12; 9: 1—18; 10: 1-48; 19: 1-7 e outras como provas de que

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o batismo do Espírito Santo é uma experiência posterior ao ba­tismo da água. Ver comentários esclarecedores sobre estes tex­tos na Apostila Movimento Carismático do Dr. Wilson Endru­veit, págs. 20 c e d.

As divergências maiores estão no “quando” o crente re­cebe o batismo do Espírito Santo, tendo como ponto de refe­rência o batismo da água.

Ivan Carlo Zanella estudou o assunto nestes três tópicos:

A —       O Batismo do Espírito Santo junto com o Batismo da Água.

Esses são os que identificam o batismo do Espírito Santo no momento do batismo na água. Dizem que se o crente tem sido batizado com água em nome da Trindade, então pode ser considerado filho de Deus, herdeiro do reino dos Céus e “equi­pado” com o Espírito Santo.

Esta é a posição sustentada pela Igreja Católica.

Os católicos, bem como os pentecostais, crêem numa pleni­tude, posterior ao batismo da água, do Espírito Santo à qual denominam de Sacramento da Confirmação.


B —        O Batismo do Espírito Santo, depois do Batismo da Água.

Dizem que o batismo do Espírito Santo vem após um cres­cente progresso na vida cristã.

Os que assim crêem, endossam que o batismo do Espírito Santo é subseqüente à conversão. Vem depois da conversão e do batismo da água.

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São inclinados a tomar a conversão do crente como um 19 estágio e a subseqüente plenitude do Espírito Santo, o qual é normalmente acompanhado pelo falar línguas como um 29 estágio.

Os pentecostais chamam a este 29 estágio de Pentecostalis­mo ou Neopentecostalismo, e é tido como um indispensável passo para o poder espiritual e completa vida cristã.


C O Batismo do Espírito Santo antes do Batismo da Água.

Esses crêem que quando um homem se arrepende e crê em Cristo, quando sua vida é colocada aos pés de Jesus, e aceito o Espírito de Cristo ressuscitado em sua personalidade, é batiza­do com o Espírito Santo.

A aceitação deste ponto de vista coloca o batismo da água depois do batismo do Espírito Santo ou o batismo do Espírito Santo é por ocasião da conversão.


Posição Adventista do 7o. dia ou do
Novo Testamento

Batismo é um testemunho público de que o batizando acei­tou a Cristo como seu Salvador pessoal. Em casos normais o ba­tismo com o Espírito Santo precede o batismo cristão com água.

a) Atos l:8.

O poder do batismo no Espírito é primeiro e acima de tudo um poder que nos une a Cristo. A grandeza do batismo no Espí­rito Santo consiste não no fato de levar o homem além de Cristo, mas exatamente de o levar a Cristo. Ser batizado no Espírito significa tornar-se de Crista Em outras palavras: O batismo com

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o Espírito Santo é o sinal da ligação espiritual entre o crente e Cristo.

b)     Atos 10:44-48.

O dom do Espírito aqui é a conversão e não uma experiên­cia posterior à conversão. O batismo nas águas e o batismo no Espírito pertenciam juntos de tal maneira que formavam “um batismo” da Igreja.

c)     Marc. 1:10.

A conexão de água com o dom do Espírito Santo foi ini­ciada pelo próprio batismo de Jesus.

d)     I Cor.12:13.

A expressão descreve o ato soberano de Deus, pelo qual todos os cristãos são incorporados, no corpo de Cristo, por oca­sião de sua conversão. Paulo identifica o batismo no Espírito com a conversão ou regeneração.

O batismo na água é o símbolo de nossa união vital e es­sencial com Cristo, em sua morte e ressurreição nós morremos para o pecado e ressuscitamos para uma nova vida. O batismo na água é o sinal simbólico do batismo do Espírito Santo, ou a união espiritual que deve existir entre o crente e Cristo.

Russel Norman Champlin, comentando Bom. 6: 3, que as­sim reza: Ou, porventura, ignorais que todos os que fomos bati­zados em Cristo Jesus, fomos batizados na sua morte?, disse entre outras coisas o seguinte:

“O batismo em água simboliza a regeneração, embora de forma alguma seja agente dessa realização espiritual. A água é apenas símbolo da operação feita pelo Espírito Santo. (Ver

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Tito 3:5 e I João 5:6-8)...

O batismo em água é um ato de obediência, o qual visa, es­pecificamente, mostrar ao mundo que o batizando assumiu uma nova lealdade.”


Billy Graham afirma:

“Já que o batismo com o Espírito Santo ocorre no momen­to da regeneração, a Bíblia nunca diz que devemos procurar por ele. Estou convencido que muitas coisas que alguns teólogos e pregadores adicionaram ao batismo com o Espírito Santo na verdade pertencem à plenitude do Espírito. A finalidade do ba­tismo com o Espírito Santo é fazer o novo cristão adentrar no corpo de Cristo. Não há intervalo de tempo entre a regeneração e o batismo com o Espírito.

No momento em que recebemos a Jesus Cristo como Se­nhor e Salvador, recebemos também o Espírito Santo.” 6


A água representa a purificação de nossos pecados efetua­da através do Espírito Santo.

O Espírito Santo convence o homem do pecado de rejei­tar a Cristo; da justiça da obra redentora de Cristo; do juízo por Satanás ter sido derrotado por Cristo na cruz.

Muito se tem discutido sobre o significado da água e idéias divergentes têm sido apresentadas, mas creio que melhor seja esta: o nascimento da água foi empregado metonimicamente por Cristo para significar o lavar dos pecados, ou a purificação espiritual, sem a qual ninguém pode ver a Deus. Ezequiel 36: 25 confirma esta exegese.


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Batismo com Fogo


Dos muitos comentários existentes sobre o significado do batismo com fogo de Mat. 3:11 limitemo-nos a estes três:

I)     “1)Alguns acham que aqui temos dois batismos, um do Espírito e outro de fogo, e que este último fala de juízo, provavelmente até do inferno. Assim interpretaram Oríge­nes e outros pais da igreja, Neander, Meyer, de Velte, Lan­ge, e outros modernos. 2) Outros acham que o fogo, neste caso, significa o fogo que destruirá o mundo no último dia 3) Outros relacionam esse fogo com o purgatório. Essas interpretações falham ao considerar que o ‘fogo’ do verso 11 e o fogo do verso 12 não falam do mesmo ministério de Cristo. O ministério do Espírito seria com ‘fogo’, assim como o ministério de João foi com ‘água’. É verdade tam­bém que Cristo julgará (verso 12), e que o fogo é símbolo de juízo.... 4) A interpretação mais aceita é de que o fo­go do verso 11 indica o caráter do batismo do Espírito.... Os hinos de Qumran falam de batismo de fogo, tais como um rio em chamas que engolfaria os ‘lançados fora’; e al­guns bons intérpretes reputam esse batismo de fogo como algo que se refere ao juízo.” O Novo Testamento Interpretado, Versículo por Versículo, vol. 1, págs. 288-289.

II.     “O fogo e a água são dois grandes agentes naturais de pu­rificação, e é apropriado que ambos sejam empregados para representar a regeneração do coração. Semelhante­mente, são os dois agentes pelos quais Deus purificou, ou purificará a Terra do pecado e dos pecadores (II Ped. 3:5-7). Se os homens se apegarem persistentemente ao pecado, terão de afinal ser com ele consumidos. Quanto melhor, então, permitir que o Espírito Santo faça a obra purifica­dora agora, enquanto ainda há graça! O pecador será, ou purificado do pecado, ou com ele destruído. Disse Pau­lo: ‘O fogo provará qual seja a obra de cada um.” SDABC,

111

vol. V, pág. 300.

III.    “O fogo, instrumento de purificação menos material e mais eficaz do que a água, simboliza já no Antigo Testa­mento a intervenção soberana de Deus e do seu Espírito, que purifica as consciências” Nota da Bíblia de Jerusa­1ém sobre Mateus 3:11.


O Selo


Nos países do Oriente o selo era muito usado em documen­tos oficiais, como uma garantia de que esses documentos não seriam violados.

A Bíblia nos diz que o crente após ser regenerado, justifi­cado e batizado com o Espírito Santo ele é selado. Efés. 1:13; 4: 30.

Paulo parece ter em mente duas coisas quando fala de ser­mos selados com o Espírito Santo. Uma é segurança, a outra é propriedade. O vocábulo selo no grego quer dizer confirmar ou imprimir. Quando o Espírito Santo nos sela ou põe em nós sua marca, nós estamos seguros em Cristo. 7

O Professor Elemer Hasse discute o problema do selamen­to do Espírito Santo nos seguintes termos:

                          E que sinal dá Deus para sabermos se estamos ou não selados?

Deus não deixou nenhum sinal.

O importante é que Jeová o saiba. Não há perigo de que na Sua vinda Ele o ignore. ‘O fundamento de Deus fica firme, tendo este selo: O Senhor conhece os que são seus’ (II Tim.2: 19).

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Ademais, todos os que buscam emoções e sinais para a confir­mação e certeza de sua fé. mostram que não têm certeza da salvação e aceitação por Cristo. Têm dúvidas a respeito de sua experiência com Jesus. A verdadeira fé não busca sinais: ‘Os ju­deus pedem sinal’ (1 Cor. 1: 22); ‘Se não virdes sinais e milagres não crereis (João 4: 48); ‘Que sinal, pois, fazes Tu, para que o vejamos e creiamos em Ti? Que fazes Tu?’ (João 6: 30). Mas nós ‘andamos por fé, e não por vista’ (II Cor. 5:7).8

O selo é a certeza ou a confirmação de que pertencemos a Cristo. Pode também ser chamado de selo de propriedade, confirmado pelo Espírito Santo.

A pessoa que aceita a Cristo pela fé é imediatamente sela­da por Deus como Seu filho ou filha.

Quero concluir esta parte com o seguinte comentário de II Cor. 1:22.

“Paulo usa aqui a figura do penhor (garantia) para ilustrar o dom do Espírito Santo aos crentes como uma espécie de pri­meiro pagamento, a certeza de plena herança no futuro (ver Efés. 1:13-14, comp. Rom. 8:16). É privilégio do cristão re­ceber definitiva convicção de sua aceitação da parte de Deus, como Seu filho adotado, quando da conversão, e retê-lo pelo resto da vida.” 9


Batismo de João e Batismo de Jesus


O batismo de João tinha que ver com o arrependimento, enquanto o batismo de Jesus inclui o arrependimento, mas tam­bém o ato de unir-se a Cristo em sua morte e ressurreição; isto é o que deduzimos das declarações de Paulo em Atos 19: 3-5.

A Revista Adventista, através de sua “Caixa de Perguntas”

113

apresentou as seguintes respostas à inquirição que encima este subtítulo:

1a.) “João fora enviado para preparar o caminho do Se­nhor, pregando energicamente a mensagem do arrependimento e era natural que ele oferecesse uma cerimônia de lavagem dos pecados aos que atendiam a essa mensagem. Quando as pes­soas se dirigiam, arrependidas, a Jo5o, confessando seus pecados ele as levava ao rio Jordão, e lá as batizava imergindo-as nas águas. Isto significava também que testemunhavam publi­camente a decisão de aceitar a orientação de João, que era con­duzí-las a Cristo. Atos 19: 4. Era, portanto, distinto do batis­mo crist5o, ordenado por Jesus em Mat. 28:19.

Que o batismo de João não era suficiente confirma-se pelo fato de S. Paulo ter rebatizado alguns que vieram a ele em Éfe­so, os quais haviam sido batizados por João. Atos 19:5.” ‘~

2a.) “O batismo de João era um chamado ao arrependi­mento, mas não um meio de transmitir graça espiritual. Assim o batismo com o qual Cristo batizava os crentes era batismo muito maior do que o de João.”11

De tudo o que os comentaristas apresentam, para diferen­çar o batismo de Jogo do batismo de Cristo, parece ser o essen­cial e, isto é bíblico, o batismo de João tinha um significado sim­bólico, e ele o chama da água para contrapô-lo ao de Cristo, que é chamado do Espírito Santo e do fogo.

Não encontramos evidencias em o Novo Testamento de que aqueles que foram batizados por João, tornando-se discí­pulos de Cristo eram obrigados a um segundo batismo, O ba­tismo de João era aceito como batismo cristão. Este grupo re­batizado, mencionado em Atos 19:5  supõe-se que não havia experimentado a verdadeira conversão.


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É bom saber que os anabatistas (a palavra significa rebati­zados) se apegavam a esta passagem (Atos 19: 5) como prova de que pessoas anteriormente batizadas convertendo-se a sua seita, deveriam batizar-se de novo.

Pesquisando sobre o batismo na Bíblia, concluiremos que no tempo de João Batista, o verdadeiro significado do batismo não era bem compreendido. Depois dos escritos paulinos, es­pecialmente Rom. 6, houve melhor consciência de sua profun­da significação.


Conclusão


Esta conclusão não é bem uma conclusão, mas um adendo que reforça e esclarece certos aspectos já apresentados neste estudo.

“Consideramos ser o batismo uma das ordenanças da igreja cristã e um memorial apropriado da morte, sepultamento e ressurreição de Cristo.”

Como hábito cerimonial, o batismo antecede a era cristã. O fato de o batismo por imersão haver sido um dos requisitos que os prosélitos eram obrigados a cumprir, evidencia que os judeus o praticavam.

Para o judeu familiarizado com o sistema mosaico, as ‘vá­rias abluções (Heb. 9: 10) indicadas nas ordenanças tinham significação espiritual.

Em sua oração Davi implorou a Deus Lava-me. Sal. 51: 7.

Batismo significa mudança de proprietário.

Batizado em Cristo, significa tornar-se propriedade de Cristo.

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O batismo significa a renúncia de todos os liames da velha vida de pecado —     as coisas velhas já passaram, eis que tudo se fez novo, II Cor. 5:17.

Batismo significa ligação vital com Cristo. O batismo sig­nifica fé em Cristo ‘Quem crer e for batizado...’ Marc. 16:16.

O batismo significa arrependimento.

Arrependei-vos e cada um de vós...

Arrependei-vos porque é chegado o reino dos céus.” 12


Referências:

1.     Dicionário Internacional de Teologia do Novo Testamento, vol. 1, págs. 260-264.

2.     O Ministério Adventista, setembro-outubro de 1983, págs.
16 e 17.

3.     Um só Batismo, Uma só Eucaristia e Um só Ministério, Documento da Comissão de “Fé e Ordem”, do Conselho Mundial de Igreja, págs. 16 e 17.

4.     Luz Sobre o Fenômeno Pentecostal, pág. 36.

5.   Nota da Lição da Escola Sabatina do dia 5 de Novembro de 1978.

6.   O Espírito Santo, pág. 70.

7.     Ver Billy Graham —      Opúsculo citado, págs. 72 e 73.

8.     Luz Sobre o Fenômeno Pentecostal, págs. 26 e 27.

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9.     Seventh-day Adventist Bible Commentary, vol. VI, pág. 833.

10.    Revista Adventista, janeiro de 1974, págs. 30 e 31.

11.   Idem, janeiro de 1961, pág. 37.

12.   O Ministério Adventista, novembro e dezembro de 1962, pág. 11

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